sexta-feira, junho 13, 2008

ATAQUES SÚBITOS DE INSANIDADE PÚBLICA: MICROFILIA

Nando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


O penúltimo dia de FAM já tem ar nostálgico. A rara efervescência que o FAM trás a sempre monótona Ilha de Santa Catarina e Adjacências, só pode mesmo deixar saudades. A Mostra de Curtas Mercosul hoje trouxe temáticas ecléticas em suas tramas:
- A peste da Janice - Rafael Figueiredo - 14:52 – Ficção - RS
- Passageiro - Fernando von Christian - 14:53 – Ficção – SP
- Satori Uso - Rodrigo Grota - 17:42 – Ficção – PR
O 1° sendo uma ode simples as diferenças sociais e preconceito do país mais desigual do mundo, ou seja, não surpreende pelo enfoque nem sequer pela temática. Passageiro é realmente uma viagem, não mais poderia se dizer. Satori Uso? Fico na interrogação. Como me rotulou Fabiana Penna: Sou burrinho! Não entendi!


ATAQUES SÚBITOS DE INSANIDADE PÚBLICA: MICROFILIA

Título Original: Microfilia
Diretor: Nehoc Davis
Cidade: Santiago
País: Chile
Categoria: Ficção
Duração: 1 " 13'

Sinopse: Um cineasta norte-americano descobre o caótico e colorido sistema de transporte de um país latino americano em desenvolvimento, e decide fazer um filme a noite que descobre uma motorista de ônibus de só 15 anos de idade. Este filme independente usa o documentário e o dogma como ferramentas do relato.

Nada melhor para situar quem não assistiu a magnífica película chilena é o verbete que dá lhe dá o título. É indubitavelmente o melhor filme, digo filme mesmo, dos que pude ver no FAM. Porque as produções estranhas e xaropes prefiro chamar de película, apenas pelo fato de serem rodadas em película.


Tecnicamente apenas uma ressalva a menina que interpreta a motorista é fraquinha de interpretação, mas como felizmente ela só tem uma cena de grande exigência técnica, não prejudica o filme.

Que coisa boa é você poder assistir um filme inteligente sem ser enfadonho. Um filme que não precise de legenda além da legenda que traduz de um idioma para outro. Sabe o que cansa no cinema independente às vezes? Que essas criaturas que passam pelo mundo se auto-intitulando cineastas fazem tudo, menos cinema pois.

Quem é normal hoje em dia? Eu não sei, mas veria um que de anormalidade caso alguém não adores Microfilia. Ataques públicos de insanidade é o que hoje mais se vê, com pessoas fugindo de pedágio pela contra mão, partidos ditos de esquerda fazendo governos de direita, enfim.

Os atores exceto pela exceção, são plenamente esplendidos, naturais e muito bem construídas são suas personagens. Fazia anos que não via um trabalho de atuação tão rico. A fotografia e montagem quase que jornalística, mas beirando a edição para TV, e com pitadas de curta metragem experimental, dão um ar de documentário a um filme 100% ficcional.

Realmente é um filme em que as pessoas se vêem na tela, bem como a tela vê o real, enxerga a vida. Tenha um ataque súbito de insanidade, nem que seja durante este filme. E tenha outros, seja: Me chamando de louco por elogiar esse filme espetacular, seja por não ter feito isso ainda.

3 comentários:

Anônimo disse...

Cara, tu é muito engraçado! ahuahua
Tô curioso pra ver tua crítica de hoje, do CORPO. Tem que fazer um especial com a super protagonista: (Re)Jane Arruda! hehe Abração!

Nando Schweitzer disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nando Schweitzer disse...

Está em processo as matérias finais sobre o ultimo dia do FAM. Em torno de 2 horas...