quinta-feira, outubro 31, 2013

A um ano atrás Ivete foi aos Estados Unidos da Norte América


"Barreiras com o idioma"

Por Fernando Schweitzer em 14/09/2010 na edição 607 - Observatório da Imprensa
 
O show de Ivete Sangalo no sábado (04/09/2010) no Madison Square Garden, em Nova York, continua rendendo críticas de jornais "internacionais". O veículo americano New York Times deu o seu parecer com a matéria "Idioma e ritmo impedem Ivete de se tornar estrela pop internacional" (em tradução livre).
Depois de afirmar que a cantora brasileira seria a maior estrela de quem ninguém nunca ouviu falar, semanas antes da apresentação que também se tornará um DVD. Tomou-se o rumo de demonstrar o quão xenófobos, mesmo depois da crise e bancarrota em que estão a viver atualmente, nossos ex-compartilhadores de continente. A crise americana e sua quebradeira generalizada não lhes trouxe humildade. A publicação ainda segue dizendo que "não será fácil para a sra. Sangalo expandir seu território e se juntar a cantoras como Beyoncé, Madonna e Shakira como uma estrela pop globalmente reconhecida", diz o NYT. "Há, inevitavelmente, uma barreira de linguagem para músicas em português."
Não que juntar-se a esta lista seja algo positivo. Ivete pode estar caindo no mesmo erro de nossa amiga latina Shakira, hoje internacional, ou seja, americanizada e por isso odiada por grande parte dos colombianos. No show na terra do green card, ela cantou algumas músicas em inglês, como "Human Nature", de Michael Jackson, "Easy", do Commodores, e "Where It Begins", em dueto com a cantora Nelly Furtado.
Um feito inédito
A comparação é inevitável. Pois americanos do norte são realmente completos ignorantes quanto a qualquer coisa fora de seu mundinho de superficialidade e etnocentrismo. Então devemos partir do ponto que décadas atrás eram tão analfabetos em espanhol quanto hoje o são em português. Na verdade, é a mistura do sentimento de baixa auto-estima latina que se auto-sub-julga mesclada ao imperialismo cítrico de década de 90, os construtores do estigma de que qualquer porcaria em inglês é chic (do francês).
Em tempos áureos, Shakira tornou-se febre no mundo inteiro, exceto EUA, com seu terceiro álbum, "Piés Descalsos" (1996). As canções extremamente melódicas, musicalmente surpreendentes e corajosas, com letras intelectuais e uma mistura eletrônico/acústico, quebraram o paradigma da fórmula pop latino e mundial. Com uma sonoridade autêntica, que não tinha sido ouvido antes. Como pode para desconhecedores da cultura afro-brasileira considerada autentica a mistura de rock-balada-axé da artista baiana.
O analfabetismo em espanhol do mundo não hispânico não impediu Shakira de fazer com que canções fossem êxito até mesmo na terra do tio Sam. O álbum que foi lançado internacionalmente em 13 de fevereiro de 1996. Estreou em # 1 em oito países diferentes (dois destes de língua não hispânica), e ranqueando em 5º no Billboard Top Latin Albums. O álbum gerou seis hit-singles "Estoy Aqui" (E.U. Latin # 2), "¿Dónde Estás Corazón?" (E.U.A. Latin # 5), "Pies Descalzos", "Sueños Blancos", "Un Poco De Amor" (Latin # 6), "Antologia" (E.U. América # 15) e "Se Quiere, Se Mata" (Latin # 8).
Até mesmo no Brasil, onde se tem naturalizado o discurso de que o mundo tem apenas dois países – Estados Unidos e o resto –, Shakira virou febre, país este em que menos se acreditava no sucesso de Shakira devido à língua portuguesa, se rendeu às músicas deste disco. "Pies Descalzos" também foi um dos primeiros álbuns latinos a ter um retorno comercial interessante nos Estados Unidos. Devido a "Pies Descalzos", a Sony se viu obrigada a criar o prêmio Prisma de Diamante devido ao 1 milhão de cópias vendidas na Colômbia, um feito inédito até então. Pouco mais de um ano depois, o disco já havia superado a marca dos 3 milhões de exemplares, cerca de 500mil só no Brasil.
Hoje é inglês, ou... inglês!
O jornal continua: "A sra. Sangalo tem outro obstáculo: o ritmo. Muitos hits brasileiros, como `Cadê Dalila´, usam as batidas rápidas do axé, a música do Carnaval na Bahia. Por ser uma batida que poucos fora do Brasil podem acompanhar." Seria falta de coordenação motora? Se até mesmo os Rolling Stones já gravaram uma canção iniciada por atabaques de candomblé, por que uma baiana não pode fazer sucesso cantando axé? No dia 8 de julho, faltando 58 dias para a gravação do DVD, Ivete Sangalo anuncia no Twitter que os ingressos para o show no Madison Square Garden já estavam esgotados, 20 mil estavam à venda.
Afinal, por que raios pessoas semi-analfabetas, ou crianças e adolescentes de baixa renda e rendimento escolar pífio podem consumir lixo americanos como: Madonna, Britney Spears, Beyonce, sem nem citar as tais Boys-Bands de letras de menos de duas estrofes? A considerar que não sabem bem nem português, quem dirá inglês. Por que os analfabetos culturais de lá não poderiam consumir música em português? Se alguém vier com o discurso imperialista de que inglês é um idioma mundial, por obséquio, que vá pra rua falando em inglês. Garanto que não consegue comprar nem uma bala, vai passar fome.
Essa linha de pensamento estandardizado e subserviente me lembra um comentário em aula de um colega de faculdade em Buenos Aires. O rapaz da alta sociedade portenha proferiu: "Estive em Paris e achei um absurdo... Pedi uma informação a um policial e ele não me respondeu e mal me olhou." Detalhe, ele se dirigiu ao policial francês no idioma inglês. Primeiramente, creio que lhe faltou um pouco de cultura geral, pois ignorou o fato de que franceses detestam americanismo. Segundo, creio que ao contrário do que ocorre nos filmes, as pessoas dos 197 restantes países do mundo, excetuando os de língua inglesa, desconhecem ou não possuem fluência em tal idioma. Terceiro, ele desconhece a lei sancionada no tempo do presidente Jacques Chirac, que proíbe o uso do idioma inglês em ambientes públicos governamentais, documentos oficiais e em placas comerciais. Em quarto lugar, o mané estava na França.
Se eu cometesse a gafe corriqueira dos turistas brasileiros em Buenos Aires, de dirigir-me as pessoas de lá em português como se tivesse no Brasil, não seria compreendido. Esse conceito construído pelos filmes hollywoodianos de que cachorros, extra-terrestres, estrangeiros e afins falam inglês fluentemente é recorrente e está no subconsciente das pessoas no mundo. O que é um sintoma de enfermidade sócio-cultural e de perda de identidade crescente. Adquirir cultura, tempos atrás, era natural. Colégios bilingues, trilingues, enfim... Eram uma constante. Hoje o que se têm? Inglês, ou... inglês!
Disseminando o "baianês"
Pobre menina de Juazeiro, que vinda de uma família de músicos, só queria cantar. Virou sucesso e agora segue a política evolutiva da arte pós-moderna. E por mais que tenha já seu artigo na wikipédia em 14 idiomas, terá de aprender inglês para se tornar internacional. Seria como no passado quando um artista necessitava ser aplaudido pela crítica para depois vender para o público em geral, esse incapaz de pensar por si só. Só que hoje o que importa não é qualidade, sim status(do latim). E status hoje é ser americano, ou no mínimo, americanizado.
Ela poderia defender-se dizendo que a muitos anos atrás, Caymmi foi para as bandas de lá a cantar em baianês. Nunca tendo gravado em francês no ano de 1984, no seu septuagésimo aniversário, ele foi condecorado em Paris pelo ministro da cultura francês, Jack Lang, com a Comenda das Artes e Letras da França, atribuída a importantes personalidades culturais. Afinal diziam em tempos remotos que música é uma linguagem universal. Hoje isso só vale para empurrar goela abaixo produtos Yankes pelo mundo, mas na ordem inversa a música e qualquer coisa se torna algo que sofre com as tais "barreiras com o idioma".
Por que Ivete Sangalo não pode com letras de Hebert Vianna, Tim Maia, entre outros, se tornar a primeira cantora em português a cantar para os gringos em um grande prêmio, como foi Shakira a primeira artista a cantar em espanhol num VMA (premiação a MTV americana)?

terça-feira, outubro 22, 2013

Boca de Siri: O Teatro político está em moda!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


O Grupo Teatral Boca de Siri em comemoração aos seus 18 anos de existência apresentou-se com "A farsa do Panelada", nesta terça 22/10, no IF-SC. O grupo que nasceu dentro do Câmpus Florianópolis do IF-SC começou com os alunos e depois foi agregando pessoas da comunidade externa, contando sempre com a coordenação da educadora em artes Tânia Meyer.

Nestes anos de existência, ademais de um trabalho diversificado em temáticas a agrupação também criou espaços de diálogo com a comunidade, a formação de público, bem como a interação com outros movimentos artísticos independentes da região. Tendo até mesmo organizado esse ano a 12ª edição do festival de teatro Didascálico. Sempre aberta para companhias e grupos de vários estilos e linguagens.

Os atores Bruno Vitor L. FioreJorge LucasGuilherme LohnElaine SchlosserÁgata Fetschenko, Ramon Lima Lopes,  Lahana Pretto
Ainda pela comemoração de seu décimo oitavo aniversário, "A Farsa do Panelada", estará com uma nova apresentação no dia 25 de outubro, às 20 horas, no Teatro da Ubro, na Centro da Capital. Teatro este que tem abrigado as companhias teatrais mais marginalizadas da cidade e que quase nunca são contempladas com datas nos elefantes brancos sob administração da FFC(Fundação Catarinense de Cultura) como: TAC, CIC e Pedro Ivo.

A obra do cearense José Mapurunga, foi interpretada por alunos da instituição. A história de que no Pedaço (um lugar situado entre o Céu e o Inferno), Panelada, um mau-caráter vendedor de panelas, atormenta a vida de Dona Marica por conta da dívida de uma panela de pressão. Porém tudo muda quando Santa Edwiges, a protetora dos endividados, e seu fiel conselheiro, Anjo Gabriel, decidem interceder junto à mulher.

O espetáculo trouxe uma mistura de linguagens actorais. Com um estilo muito peculiar o ator paraense Ramon Lima Lopes, como o Panelada, imprimiu um ritmo de teatro de rua ao espetáculo. Mesclado a um texto muito atual e politizado as atuações muito prolixas caíram no gosto do público já nos primeiros instantes. Mostrando que mesmo a mudança de última hora do local de apresentação não fora barreira para o desarrojo da obra cênica.

Acompanhada de amigos Beatriz Brasil, 15, aluna do IF-SC disparou: "não pensei que fosse tão legal a peça, mas achei muito interessante a forma como eles construíram as personagens, por isso estou aqui de novo.

Tania Meyer, diretora do Boca de Siri ressaltou a importância e as dificuldades de se fazer arte na América Latina. "Muitas pessoas consideram que a arte como se fosse um hobby ou uma brincadeira, alguma coisa meramente lúdica, que não teria uma importância vital que ela têm" e salienta "que este é nosso papel, produzir essa oportunidade, no nosso papel de educador mostrar isso ao nosso público".

Com uma trama não habitual e politizada,  completamente fora de clichês do aborrecido e por muitas vezes entediante teatro local, carregada por atuações precisas e boa direção a montagem merece ampliar público e olhares. Talvez trazer um texto de uma região do país, aonde há literaturas como a de cordel existe e por conseqüente uma tradição cultural mais crítica e sem tantas papas na língua poça reavivar o teatro no estado.

Para comparar-se, se é que comparações podem ser feitas assim de forma rápida, um estilo suassanesco emerge neste enredo. Algo muito parecido a construção textual e dramatúrgica de O Santo e a Porca(1957, Ariano Suassuna) se dá em "A farsa do Panelada". Elementos como a inocência misturada a viveza do sertanejo, do homem popular, que o teatro sulista renega, tendo assim uma falta de identificação popular no resultado histórico.


O quê? - A farsa do Panelada.
Quando - Sexta, 25/10, às 20h.
Onde? - Teatro da UBRO. 
(Escadaria da Rua Pedro Soares - nº 15, centro, Florianópolis)



Trabalho ou emprego, o que você quer?

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


O que se ganha plantando uma árvore? Tecnicamente? Muita coisa. Imediatamente? Nada. A diferença entre emprego e trabalho, qual seria? Dentro da lógica moral: Trabalhar dignifica o homem. Dentro da lógica real: Trabalhar danifica o homem.

Várias estatísticas nacionais e no exterior afirmam que a quantidade de horas/dia média nos países da América "Latrina" são superiores a dos países nórdicos e escandinavos(ainda com salários que não chegam a metade), aquele que não é a do Norte. A mesmíssima que tem crimes por homofobia, países com mais de 80% de cristãos, mais de 60% de analfabetos funcionais e promédio de 30% de pessoas abaixo da linha da pobreza.

Porque será que dentro desta lógica medieval de ultra direita, as pessoas não têm direito ao emprego, nem leis como na Islândia onde o seguro desemprego não tem prazo máximo como aqui, e garante 300 euros semanais? Talvez porque na lógica neoliberal brasileira ser a 6ª economia do mundo, e ter 1% da população controlando 95% do PIB seja motivo de orgulho.

Não nos garante qualidade de vida ser parte do tal BRAIC (Brasil, Rússia - nazista e neoliberal, África do Sul, Índia e China)... Pois estamos atrás de todos estes segundo as Nações Unidas no quesito IDH(Índice de Desenvolvimento Humano). O Brasil está atrás de quatro países da América do Sul, como Chile (40º lugar), Argentina (45º), Uruguai (51º) e Peru (77º). Entre outros vizinhos, fica na frente de Equador (89º) e Colômbia (91º).

O governo hoje comemora o aumento de trabalhares com carteira assinada. Eu comemoraria o aumento do valor do salário, e óbvio não falo do mínimo. Penso no que não basta o salário, mas seria um bom começo. Países como a Argentina, hoje têm um salário mínimo convertido de R$ 877,16, e um custo de vida mais baixo, além de acesso irrestrito a educação universitário pela inexistência de processos exclusores limitatórios como o vestibular.

Em uma semana de protestos por direitos dos animais, gritos varguistas de o petróleo é nosso... Ninguém foi capaz de levantar um grito contra a lógica neoliberal que comanda o Brasil desde 1964, com a deposição do presidente democráticamete eleito, João Goulart. Este que a época estabeleceu um salário mínimo equivalente hoje a mais de R$ 1800,00.

Hoje pelo excesso de demanda, crise mundial, nacional, local, regional, continental, moral, institucional e talvez paranormal o emprego, com critérios básicos, salubridade e garantia legal de atender as necessidades mínima aceitáveis para sobrevivência digna inexiste. O que existe é um empregador opressor, que mais parecem os burgueses da pre revolução francesa ou bolchevique.

Antes que os reaças de plantão venham me estorvar a mente, o caminho, e o planeta inconsciente e anestesiado pela pós modernidade capitalista peço uma oração, para que os ainda não acéfalos ao fim digam "amém". Que o mal  nunca perdura, que o bem por mais de um mandato dure... E que o Brasil tenho ao menos um candidato de esquerda para presidente em 2014, além das três candidaturas gêmeas que até então estão postas.

Enquanto escrevia esse artigo assistia um programa esportivo, para ver se me tornava algo alienado, e assim não chocar tanto os cidadãos do pseudo-país-livre que segue em ordem e progresso. Odeio ser irônico! Tanto quanto odeio ser sincero! Metade não entende, 2/4 não aprovam... 1,9078574% que houvem, não fazem eco por comodismo... 

O trabalho dignifica o homem? Talvez... Mas o real emprego é que nos tornará cidadão. Somos governados por uma rede social de regras e leis, injustas e impuras.

quarta-feira, outubro 16, 2013

Três caminhos para um só destino

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Será tão grande o desespero da denominada PIG (Partido da Imprensa Golpista)? Se disser apenas sim, seria limitar-se. Talvez, emburrecer-se. Não, alienar-se. O movimento de inclinação momentânea, recoberta de um docê caramelo, o elogio vazio, que hoje se faz a Marina Silva nada mais faz refletir.

Abramos o abanico. Se ela têm um programa que por um lado representa a esquerda ambientalista, por outro, seu discurso particular é mais conservador que o do seu novo partido o PSB, que de socialista apenas, e me vêm o fado, o nome possui.

A entrevista dada ao direitista e neoliberal Jô Suado, é aviltante. Não pelo conteúdo, porque felizmente e como poucas vezes o entrevistado pode falar. O que mais preocupa neste conflitante ser é o discurso reacionário. Principalmente nos tais debates políticos com as angustiantes meninas do Jô. Ainda bem que são dele e não minhas.

Um discurso ao estilo Lula Paz e Amor, vem se solidificando na tida como terceira via. Quando Marina em seu discurso no Recife afirma que “é preferível a gente perder ganhando do que ganhar perdendo. Porque quando a gente perde ganhando, a gente sai maior do que a gente entrou. Quando a gente ganha perdendo, você vai para o governo, mas não consegue fazer aquilo que gostaria de fazer porque é sequestrado por essa velha política”, tenta abraçar ao mundo.

Camposrina, ou Maricampos? Nem eles sabem. A primeira vista e como recém chegada ao Partido Socialista Brasileiro, Marininha é todo um pisar em ovos, pois sabe que o vespeiro é grande. Todavia, o PSB, não muito tempo atrás fazia parte do governo Dilma-Lula-FHC, na inversão, o continuísmo de rumos políticos e econômicos que sublevam o Brasil e seu eleitor, a não saber diferenciar muito os "grandes rivais", PT e PSDB.

Então caímos na incógnita. Escapamos, sim e felizmente, da polarização ridícula entre iguais. Mas sem embargo, não mudamos essencialmente o discurso político e o projeto de país. Na entrevista dada no Programa do Jô, entre outras farpas no coração de socialistas reais ou idealistas... veio uma terrível. Quando afirmara que deseja seu "novo jeito de fazer política", manter conquistas tanto do governo FHC, quando do primeiro mandato de Lula.

Um vendeu a Vale do Rio Doce, outro privatizava ações da Petrobrás, outrora se privatizava a telefonia... Realmente é positivo que o povo não repita a imbecilidade de definir uma eleição em primeiro turno como o faz desde 1994. O que é mais que preocupante é que os projetos dos agora três principais candidatos sejam tão símiles.


Lembro-me do filme semi erótico, onde 2 amigos: um homossexual e outro metido a macho alfa, faziam sexo com uma amiga, quando na verdade queriam um ao outro. Três formas de Amar. Que conclui sua saga na separação de pessoas que antes se acreditavam muito parecidos, e de repente seguem caminhos díspares.


Perguntem-se e perguntem ao vizinho teu: Qual o sentido de um país com 32 partidos políticos fechar a discussão em apenas três projetos de país, parecidos entre si? Porque conglomerados de comunicação que sempre decidiram por você estão a apoiar uma "nova" forma de fazer política? Vou caminhar... Mas creio que precisarei outra vez cruzar a fronteira.

terça-feira, outubro 15, 2013

Vosmicê é o outro pólo indesejado

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Preguiça de conhecer gente nova!!! Malemolência psicológica de co-existir ao lado de gente limitada. Se um quer dois não fodem? O oxigênio dos relacionamentos está asfixiando-se no salvo conduto da medíocre individualidade que mal beira sabe o que é o individualismo.

Queres ser individualista, independente? In? Ou Yang? Pólos opostos que mentirosamente se atraem... Preguiça neurastênica de conhecer novas pessoas e ser obrigado a mostrar-se diferente a patotolândia normal!!! 

Quem és? Não seja existência-lista! Não tenho ganas se quer de saber que existes. A lista é cada vez menor. Mentres tanto estais a tentar dançar na ópera do malandro, eu estou sambando na tua inapetência.

A cova côncava que cavais nunca será compartida por mim. Me esqueça! Cresça, ou desapareça!

Quanto? Como? Porquê? Onde? Não, não. Aonde. Onde estais? Aonde vais?

Sublimação de mini diferenças. Confrontação de sutis crenças. Meu distinto igual. Minha distinta diferente. Aos tais solapões em que estamos a merce, o mais ríspido é vosmicê.

segunda-feira, outubro 14, 2013

Eu quero mais, eu mereço mais!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Sou simplesinho, é só esquecer um pouco os demais. Não me compares, me entenda... É facilzinho, e sairás da mesmice que é a multidão. Essa multidão que nem sabe que a Bíblia é uma a maior obra de ficção da história. Acho que tens muitos conceitos pre estabelecidos e que acabas julgando as pessoas sem saber, dirão.

Quando leio certas notas nos diários, estou a divagar sobre outras coisas sempre. "Bancos voltam a funcionar", e eu canto "Na mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim...". O insólito é o desnecessário da alma.

Por quantas vezes queremos fugir da realidade? Blá! Gente sem personalidade que ao ler isso respondeu: "Sim". Ou, "é verdade"... Me enfadam, dilacerando meus anseios de conseguir voltar a ter esperanças no ser humano, pleno e de livre conduta intelectual.

Li que Dilmão afirmou que ninguém deve estrar na disputa de 2014 de salto alto, logo, por razões obvias senti que finalmente ela vai apoiar a causa LGBT. Mas logo des-pensei, pois têm tantos jogadores que curtem fazer crossdressing, e serão candidatos em legendas de aluguel, e isso seria muito triste para eles. 

Pensar em estudar melhor o passado, presente e futuro dos políticos e presidenciáveis, é legal. Ou será que os eleitores de Collor sabiam que o último assassinato ocorrido no Parlamento ocorreu no não tão longínquo 1963. Quando o senador das Alagoas, Arnon de Mello - pai do ex-presidente Fernando Collor de Mello - apertou o gatilho contra o conterrâneo Silvestre Péricles e acabou matando José Kairala, do Acre, que nada tinha a ver com a peleja.

A preguiça endêmica de pensar na sociedade atual nos faz passar mais tempo jogando coisas tontas no Facebook, que produzindo algum conteúdo relevante para nossas vidas. O sedentarismo intelectual é uma barreira a ser vencida a diário. Façamos um proposição. Não postemos jamais, ou ao menos por uma semana, frases com menos de 3 linhas no Facebook e depois me contem se houve uma mudança na repercussão do seu perfil.

Agora tu podes estar se cansando de ler esse artigo pois passei de parágrafos curtos, para maiores e mais densos.

Então justamente fiz o contrário agora, para dar-te um choquezinho e recuperar sua atenção.

Diz-se por aí que não devemos idealizar um mundo melhor, o que concordo. Pois, mudar o mundo e não mudar-se o comportamento das pessoas? Estapafúrdio!

Proponho que esta semana, a façamos a melhor de nossas vidas. Vamos esbravejar a cada pensamento broxante uma frase. "Eu quero mais, eu mereço mais!". Não esquecendo da regra do parágrafo longo acima. Quando tu fores postar algo nas redes sociais, e comeces a brochar na segunda linha... Esbraveje: "Eu quero mais, eu mereço mais!". Assim te ajudará a chegar a terceira linha da meta. E se ainda assim não for suficiente explique o que, porquê e para que ou quem você tá dizendo isso.

A resposta é: Para tu mesmo!

segunda-feira, outubro 07, 2013

É o que tem pra hoje!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Dualidade bi-polar. Esse é o trilho da nossa sociedade atual. O maniqueísmo é um fato, e mais, fator limítrofe para a construção da diversidade. Depois de anos havia uma esperança de termos outra vez, uma nova peleja de titãs de várias tendências e faces, no morno debate político do cenário brasileiro das últimas duas décadas.

O inesquecível debate presidenciável comandado por Marília Gabriela na Bandeirantes, em 1989, poderia se reeditar de forma moderna e atualizado. E como disse Leonel de Moura Brizola aos gritos, sem corte e sem pudores a imprensa e ao candidato, que lhe atacara "vocês engordaram com a ditadura. Malufistas! Filhotes da ditadura! Vendidos e filhotes da ditadura.".

Hoje talvez não tenhamos um Brizola, mas eu sonho que com a desistência temporário de Marina Silva, Heloísa Helena e o PSOL reconsiderem suas posições e entrem na campanha como a única possibilidade real de esquerda no país. Pois do contrário teremos uma campanha presidencial híbrida e sem pré e nem sal.

Se tivemos em 1989 uma poluição sonora e multifacética no debate, pelo excesso de candidatos, agora temos uma disputa pasteurizada. O fascista de ultra direita José Serra perde força interna no PSDB, que quer esquecer também FHC. Aécinho inexpressivo tenta ser a cara limpa de uma direita que vai para o centro, mas que em 89 era um centro que ao chegar ao poder se tornou direita, tanto na presidencia quando nos governos paulista e país afora.

Eu não sou mais um cordeirinho, e não me chamo Enéas (Carneiro), desdenhado por muitos mas que catalizou ano pós ano um rebanho de fiéis revoltos com a política nacional e se tornou anos depois o deputado mais votado da história o país. Outras figuras ainda vivas outras, que eraM muito vivas estavam lá dando o nome.

Uma multidão esquecida

Leonel Brizola (PDT, único partido brasuca filiado a Internacional Socialista, o primeiro a sair do governo Lula mas hoje com o Ministério do Trabalho),  Mário Covas (PSDB, que mudou a constituição e criou a reeleição para Fernando Henrique e que serviu para Lulinha Paz e Amor e agora pra Dilmão), Paulo Maluf (PDS e atual PP. O ainda deputado "muitas vezes processado, mas nunca condenado") , Afid Domingos (PL, partido que foi o vice de Lula, depois PR e agora ninguém lembra o que), Ulisses Guimarães (PMDB, que seque em cima do muro e hoje no mudo da vice presidencia), Aureliano Chaves (Arena-PFL-DEM... O futuro a Deus pertence), entre figuras menos relevantes.

Maluf e Brizola - Debate Presidencial de 1989
Ganhou a zebra Fernando Collor, contra o ainda despreparado para agradar o povo conservador, pudico e despolitizado brasileirinho, Lula. Um coligado e de um partido que ninguém sabe até hoje o que significam PRN, PSC, PTR, PST. Outro emblematicamente com apoios que uns seguirão Dilmão e outros que... (PT, PSB, PCdoB).

A bi-polaridade tupiniquins

Aí começamos o Brasil bi-polar. Na época, apenas no 2º turno e nas ultimas décadas já desde o 1º. Nos últimos embates tivemos sempre o chato e desnecessário 1º turno concebido como circo para a disputa polarizada pelos meios de comunicação pelegos entre PT e PSDB. Estes que por razões distintas e parecidas, voltamos a bi-polaridade, fizeram governos mesquinhos e iguais. Com a mesmo política macro e "mico-econômica".

E hoje? Marina, a promessa de pimenta no angu dos outros se filia ao PSB, que era candidato a vice em 89 de Lula e hoje tem o ex-aliado Eduardo Campos do Agreste, como possível presidenciável. Mostrando que nem tudo que cai na Rede é peixe. Serra, se não morrer de desgosto será esmagado por Aécio Neves na convenção, se é que existirão internas no PSDB. Dilma se não se mexer será substituída por Lula. E... É o que tem pra hoje! E quanto a temas que têm aceitação no PSB, como a união entre homossexuais e a legalização do aborto, mas enfrentam resistência pessoal por parte de Marina, será que serão e como resolvidas? 

O debate político-ideológico cada vez mais raso no Brasil, vai perfilando o país cada vez mais, se assemelhando ao Império do Norte. Tal qual o americano comum, que não sabe a diferença exata entre republicanos e democratas. Entre Bush e Obama. Entre Iraque e Afeganistão. Entre Brasília e Buenos Aires. O Brasileiro graças ao PT que virou a casaca e hoje de esquerda male-mal tem o passado, e o PSDB que male-mal quer lembrar o seu passado, está em um dilema unitário. Temos no país alguém capaz de dizer se ainda existe aqui abaixo a linha do equador direita ou esquerda?