sábado, novembro 29, 2008

Quem está a falar?

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

Ao assistir a sabatina da Folha de São Paulo, em 28/11/1980, com o escritor lusitano José Saramago tive algumas satisfações pessoais em meu âmago. É interessante ver que vários posicionamentos que tenho e pelos quais sou sistematicamente criticado no meu dia a dia, sendo coincidentes ao pensador português, são para mim um conforto incólume. O fato de ter alguém de indubitável capacidade, reconhecido discernimento sobre a vida concordando com você é algo que alivia a dor de viver em um país, onde para se ser valorizado tem-se de ser podre e imbecil, quando não as duas coisas. Se fores decente serás no mínimo ridicularizado, se não perseguido por este ato radical e incoerente nos dias atuais.

Certas falas que já cometi, semanticamente se não exatamente, em público e de veras já fui rechaçado por, me chamaram a atenção:

"O mundo está totalmente errado e eu faria e faço de tudo para modificá-lo."
"Após a inquisição como você continua a crer no Cristianismo?" - Se auto-citando quando fora em uma entrevista anterior do pôr que nos dias de hoje ainda ser comunista.
"Como tenho em uma parte do corpo um hormônio que me faz crescer a barba, há um hormônio que me obriga mesmo que eu não quisesse, por uma espécie de fatalidade de lógica a ser comunista!" - Quando questionado e ao explicar porque ele seria uma "comunista hormonal".
Para chegar a essa conclusão óbvia que a atualidade impõe que o Marx nunca teve tanta razão como agora."

Onde poderia eu querer chegar com essa minha colocação inicial, citando estas frases posteriormente? Simples. Estas frases fortes perante a uma sociedade irracional proferidas por qualquer um pareceria uma retórica bulcefálica de um revoltado fracassado perante as maravilhosas possibilidades do mundo atual. Mas ao ser dita por Saramago levava a risos de concordância e aplausos de pá da platéia da sabatina.

O Nobel de Literatura falou sobre como teve a idéia para escrever "Ensaio sobre a Cegueira". Que surgiu quando comia em um restaurante. Ao se perguntar "E se todos nós estivéssemos cegos?", no que ele mesmo respondeu: "Mas nós estamos todos cegos". Esta cegueira creio eu que está ligada diretamente ao mote atual do status versus qualidade.

Neste como em outros momento a sinceridade cavalar de Saramago seria ponto de retaliação, caso dito por outra pessoa que não ele:

"Por que precisamos de Deus? Nós o vimos? A Bíblia demorou 2000 anos para ser escrita e foi redigida por homens", disse o escritor. Para ele, a Bíblia é um "desastre", cheia de "maus conselhos, como incestos, matanças".

Ele ainda voltou a criticar a Igreja, afirmando que ela inventou o pecado para controlar o corpo humano. "O sonho da Igreja é transformar todos em eunucos, quer dizer, os homens, porque as mulheres não podem ser eunucas".

Muitas pessoas crêem que deva existir um momento dado e específico para cada tema, nisso até compactuo. Mas que independente disso, se confundem nesta argumentação pessoas que dizem que existem momentos específicos para se ser sincero. Pois será que existe diferença entre ser sincero e estar sincero? Com certeza!

sexta-feira, novembro 28, 2008

Fogo de Palha, ou Chamas da Vida?

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

A quatro meses no ar Chamas da Vida mesclados a vêm mostrando vitalidade, abordando temas polêmicos, atuações fortes em todos os núcleos como o denso pedófilo Lipe. Também um tema nunca abordado antes tão a fundo e de forma tão responsável e verosímil é a AIDS. A personagem de Rogério Gobéth, um bombeiro mulherengo que tem nos últimos capítulos entrado em crise com a possibilidade de ter infectado sua namorada é outro ponto que tem levantado os índices da trama.

Apesar de estar recebendo do horário anterior com uma audiência sofrida, já que no último mês Os Mutantes têm ficado por volta dos 12 pontos. Mesmo com esse revés do programa antecessor as médias divulgadas semana passada surpreenderiam pessoas desatentas a evolução da trama de Chamas da Vida. O reencontro de Vivi, menina estuprada por um pedófilo com objetivo de fazê-lo informar o cativeiro de um menino, pois ele afirmara que somente a ela daria a informação foi um dos ápices do capítulo de segunda.

Na última segunda dia 10/11, em Fortaleza, marcou uma média de 29 pontos, com picos de 35, contra 25 da Globo. No Rio de Janeiro, os números surpreendem também: 18 pontos com pico de 20 pontos e 28% de participação. Já em São Paulo os índices são satisfatórios, Chamas da Vida mantém a Record na vice-liderança isolada com uma média de 14 pontos no Ibope. Mas não é só na capital Paulista que a trama faz sucesso. No Nordeste, a trama consegue ficar na liderança à frente da TV Globo.

Vidas Opostas a trama anterior a primeira temporada de Caminhos do Coração também teve trajetória similar perante o Ibope. Vidas Opostas ganhou o nordeste antes de ganhar o Brasil. Meses antes de liderar pela primeira vez numa quarta feira, dia frágil no Ibope da Globo, em nível nacional já era líder absoluta no nordeste e norte do país. Em momentos como este onde o diretor da minissérie "Capitu", Luiz Fernando Carvalho, reclamou de cortes no orçamento da Globo. "Faço TV na contramão. É uma guerra santa", disse segunda a Coluna Zapping de 30/11. A minissérie estréia dia 9 de dezembro.

Ao ritmo alucinante em que a trama de Cristianne Fridman o que espera-se é que as tramas não se esvaziem ou criem barriga. Mas a considerar sua ultima trama Bicho do Mato, que teve nos 5 meses finais uma ascensão até a liderança nas 2 semanas finais, pode-se esperar índices cada vez melhores para sua trama atual.

Mas no que depender do aval da emissora para a abordagem de temáticas polêmicas, Cristianne pode ficar tranqüila. Pois até em horários diurnos a polêmica estará presente na emissora. A Record exibirá em janeiro um episódio do Troca de Família em que um rapaz de 19 anos, de Guarulhos, na Grande SP, é homossexual assumido. Os parentes aceitam numa boa. Na outra família, uma moça de 29 anos, de Itobi, no interior de SP, não toca no assunto para evitar discussões. Ela é biomédica e tem namorada. O programa é apresentado por Ana Paula Tabalipa.

Que a diferença continue fazendo a diferença. Que os temas abordados saiam do feijão com arroz das limitadas salas de pesquisa de opinião. As vezes escutar e seguir seus extinto podem trazer boas novas. No caso de Chamas da Vida foi assim. A não utilização dos grupos de pesquisa de opinião da um ar bastante engajado, opinativamente acertado e ágil para a trama.

terça-feira, novembro 25, 2008

Qualidade que raridade!

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista




Para aqueles que crêem que as novelas Brasileiras, ou como muitos crêem as Globais são o que há de melhor no mundo, equivoca-se. Em matéria publicada em 25/11/2008 no Jornal O Globo e Reuters, que dá enfase a perda da enfadonha "Paraíso Tropical" no Emy Intenacional, vi como um raio de esperança o comentário de um leitor a esta matéria pra variar (sic) tendenciosamente puxassaquista de Patrícia Kogut.

O ator britânico David Suchet, vencedor do Emmy Internacional de melhor ator pela série 'Maxwell' / EFE

NOVA YORK - Brasil saiu sem nada e os programas britânicos dominaram o Emmy Internacional na noite de segunda-feira. Já a Argentina e a Jordânia tiveram suas primeiras vitórias na premiação da TV.

A Argentina levou um dos prêmios mais importantes da 36a edição da cerimônia - melhor filme para TV ou minissérie, por "Television Por La Identidad", que fala sobre as mulheres grávidas "desaparecidas" entre 1976 e 1983 e a busca pelas crianças.

Dentro do comentário que diz: "É difícil para o público do exterior engolir os fechamentos das novelas brasileiras, onde tudo magicamente se resolve no último capítulo. Ou ainda premiar um país onde os capítulos cada dia tem uma duração." do leitor Daniel Figueiredo Guimarães. Nem todas as colocações do comentário compactuo, mas este trecho recebe meu aval em meio a gritos e aplausos. Será que finalmente alguém além da minha pessoa enxerga o desprepara e a irracionalidade das tramas Globais?

Que os argentinos sejam premiados não é a mim surpresa alguma. Parece isso uma rechaça de uma Globista de carteirinha as vitórias incessantes de Chiquititas sobre a poderosa? Raiva porque Pérola Negra, SBT, mesmo sem verbas e grandes investimento na época colou no Jornal Nacional? Ou uma birra sem motivo com qualquer coisa proveniente de la Tierra del Fuego, como o CQC, formato da TV Argentina e exportado para 24 países, que esvazia a pauta do imensamente desgastado "Casseta"? Acredito que tudo isso junto. Além do fato de estar meio abalada por sua "rainha" ter perdido para a Imperatriz Menina Maísa da Silva Andrade, do SBT, que ganhou de Xuxa, da Globo, por 9 a 7 pontos no Ibope, sábado.

É de se salientar o quão uma mídia auto-promocional pode ser manipulativa e tendenciosa pois neste caso específica vem a reafirmar a ladainha desde a ditadura conhecida sobre o grande "valor cultural" que tem a rede dos Marinho para o país. Sempre penso nestes caso pela linha Freudiana: A auto afirmação sempre é uma forma um discurso preventivo de quem tem algo a esconder, e/ou tenta mostrar ser algo que não o é.

Essa necessidade da Rede Globo e seus capachos ideológicos sejam eles pagos ou não de se reafirmar é a mostra clara de que qualidade ali não há!


quinta-feira, novembro 20, 2008

O Mundo a seus dedos

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista



Criada inicialmente com o objetivo subjetivo de integração e como facilitador para a comunicação entre pessoas hoje a Internet se tornou além de tudo em uma fonte inesgotável de informação de múltiplos gêneros e funções. Segundo o INTERNET USAGE STATISTICS - The Big Picture (19 de março de 2007). Quase 20% da população do planeta utilizada a rede mundial de computadores, a “Internet”.

Hoje se pode ter certeza que qualquer novidade que surja no mundo foi se não criada na internet, pelo menos a idéia fora testada na internet antes de entrar no mercado.

Se a internet é o caminho ou o canal do futuro? Bem vários números e estudos podem dizer melhor que qualquer um. Agora uma coisa é certa, que no mínimo a Internet se tornou mais uma opção seja para a comunicação, troca de informação e/ou negócios é impossível negar. O sistema que no momento de sua criação em meio a guerra fria, simplesmente tinha como objetivo ser sistema de da integridade da informação caso uma das conexões da rede sofresse um ataque inimigo, pois o tráfego nela poderia ser automaticamente encaminhado para outras conexões, no futuro isso mudaria. O curioso é que raramente a rede sofreu algum ataque inimigo. Os "Hackers" ainda não existiam na época.

Hoje a informação e automação são conceitos que se misturam e se diluem. Pois você automaticamente consegue qualquer informação via Internet. Apesar do trocadilho é sabido que são termos diferentes.

A Internet hoje muda idiomas de baixo para cima, enquanto reformas ortográficas vem na contra-mão desse novo tempo. Pela web neologismos e novos termos pipocam a cada minuto, os que pegam e conseguem adeptos sobrevivem os que não fluem morrem no desuso. Outra grande revolução cultural foi a criação do “orkut”, pois se o e-mail substituiu o fax, o mp3 o CD Player, o "orkut" veio revolucionar o conceito de amizade e de vida privada. A inter-relação por temas e por hiperlinks constituiu uma nova forma de abordar desconhecidos "quase conhecidos", vigiar namorados, iniciar ou até mesmo acabar com relacionamentos. Excluir ou possuir alguém do “orkut” é hoje um ato sócio político relevante para muitas pessoas.

Mas como um país sem passado é um país sem futuro, isso também cabe a Internet. Ela começou na década de 1960. Para entender o conceito de Internet, a rede mundial de computadores pensemos que tudo surgiu no período em que a guerra fria pairava no ar entre as duas maiores potências da época, os Estados Unidos e a ex-União Soviética. Os americanos queriam desenvolver um sistema para que seus computadores militares pudessem trocar informações entre si, de uma base militar para outra e que mesmo em caso de ataque nuclear os dados fossem preservados. Um sistema que permitia então a interconexão de computadores, através de um sistema conhecido como comutação de pacotes foi criado.

Mais além de tudo segundo o sociólogo espanhol e estudioso da rede, Manuel Castells, em seu livro "A Galáxia da Internet" (2003) pode-se dizer que "A Internet é, acima de tudo, uma criação cultural". E ao pensarmos que nenhum individuo decide que indivíduo ele será e que a construção social é um fator preponderante no discurso sócio-normativo, podemos concordar com Castells.

Adicionando à complexidade está a capacidade de mais de um computador utilizar a Internet através de um nó de rede (um endereço IP). O que pode parecer uma "Torre de Babel" pós moderna, poderia ser dada como um reflexo da hiper população mundial e o acesso hoje um pouco mais acessível a várias camadas da população, ainda que não a maioria. O que não deixa de ter um grande reflexo já que o fluxo de informações que trafegam pela Internet, segundo a empresa Nemertes Research Group, que afirma que a rede mundial poderá sofrer um colapso em 2010 devido à escala de dados trafegados, pois a atual estrutura não iria comportar o volume de dados nos próximos anos.

No meio de tanta informação surge sempre a questão "liberdade de expressão". Ao se falar de Internet este tema sempre irá surgir. A rede possibilita a qualquer indivíduo um pouco mal-intencionado publicar informações ilusórias sobre algum assunto, prejudicando, assim, a consistência dos dados disponíveis na rede. A cada dia portais de conteúdo utilizam-se mais e mais do apontamento de fontes para combater isso.

É necessário também compreender o fluxograma da informação no cyber espaço. Para o funcionamento da Internet existem três camadas de protocolos. Na camada mais baixa está o Protocolo de Internet (Internet Protocol), que define datagramas ou pacotes que carregam blocos de dados de um nó da rede para outro. A maioria da Internet atual utiliza a IPv4, quarta versão do protocolo, apesar que o IPv6 já está padronizado, sendo usado em algumas redes específicas somente. Independentemente da arquitetura de computador utilizada por dois computadores comunicando entre si na Internet, desde que eles compreendam o protocolo de Internet, eles podem se comunicar. Isso permite que diferentes tipos de máquinas e sistemas possam conectar-se à grande rede, seja um PDA conectando-se a um servidor WWW ou um computador pessoal executando Microsoft Windows conectando-se a um computador pessoal executando Linux.

Quando retomamos o jargão de que as restrições a Internet podem também ser uma forma de ditadura, não estaremos errados, apesar de muitas vezes liberdade ser confundida com libertinagem. O perfil libertário da Internet cada vez mais se consolida com o surgimento mais e mais de Softwares de código livre. Idéias se tornam também dinheiro na rede. Um grande exemplo é a gigante Google, avaliada em bilhões. Existem também outros fenômenos da Internet se refere a uma série de pessoas, vídeos, imagens, canções se popularizaram primordialmente na Internet, tornando-se verdadeiras celebridades instantâneas e ainda chegando a outras mídias devido ao sucesso na rede.

É inevitável a abordar o tema a discussão Windows x Linux sempre gera polêmica e divide opiniões, pois os dois têm fiéis defensores de suas vantagens e aplicações no mercado. Esses sistemas operacionais que facilitam o uso para leigos dos computadores eram disponibilizados geralmente pela compra de um Software. Após o surgimento do Linux se deu originalmente na Finlândia, escrito por Linus Torvalds do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Helsinki, com a ajuda de vários programadores voluntários através da Usenet (onde usuários postam mensagens de texto em fóruns que são agrupados por assunto).

A maior prova de que a Internet virou um negócios são as poderosas Google e Microsoft. Para quem acompanhou os caderno de informática e economia pôde ver que nos últimos meses a Microsoft tentou comprar a Yahoo!, a Google negou a fusão com a mesma Yahoo!. Em um momento de crise americano é meio de se assustar que concorrentes estejam se cortejando. Enquanto em meio a essa crise por incrível que parece o Brasil se veja estável, devemos estar a par do ocorrido no Império do Norte.

Hoje além do maior campo de usuários no mundo virtual, os Norte Americanos produzem cerca de 15% do PIB mundial. Mais em meio a crise dos países ricos, emergentes vêem uma oportunidade de negociar entre si e também romperem barreiras entre as super potências. A falta de volatilidade nos mercados Europeus e Americanos trás como alternativa mercados emergentes e tecnologicamente menos avançados como alternativa de novos consumidores.

Por mais que a americanização seja a bola da vez, mesmo perante a crise americana ao contrário do que se pense a Internet e o "WWW" não é criação americana. Na Universidade de Oxford, situada na cidade de Oxford, na Inglaterra, é a mais antiga universidade do mundo anglófono. Sir Timothy John Berners-Lee, inventor do World Wide Web e diretor do World Wide Web Consortium, que supervisiona o seu desenvolvimento. Além disso, em 2004, Timothy venceu o Millennium Technology Prize, o que lhe rendeu 1,2 milhão de euros. Ele construiu - inicialmente e unicamente com página de texto, foi no CERN e foi colocada online em 7 de agosto de 1991.

A Internet tornou-se um imenso atrativo para empresas, que fazem uso da natureza eficiente da publicidade com baixo custo via Internet. A rede mundial é a forma mais rápida de difundir informação simultaneamente para uma grande quantidade de pessoas atualmente. A simultaneidade é o grande atrativo para quem quer vender uma idéia ou produto, e a não necessidade de um meio físico reduz os custos.


Em meio a era digital e convergência de mídias a Internet é o ponto afunilador de várias linguagens. Hoje com os avanças ela é TV, Rádio, telefone, biblioteca, enciclopédia, amigo, inimigo e tudo mais que você permitir.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Paginas: Como fazer simples!

  • BAIXAR MODELO
  • DEFINIR O SITE
  • PERSONALIZAR O LAYOUT
LINKS, IMAGENS PHOTOSHOP, TEXTOS, CORES - DW

  • INSERIR REGIÃO EDITÁVEL E SALVAR O MODELO
  • CRIAR ARQUIVOS NOVOS A PARTIR DO MODELO E BOTAR O CONTEÚDO

Qual "ex" vale mais?

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

Como e quando que neste país a qualidade vencerá o status. E não falo do público comum de meros mortais, digo no meio de especialistas mesmo. Parece que se sublima a verdadeira análise pelo "status quo" estabelecido a anos. Tenho me perguntado a tanto tempo o porquê de se desvalorizar um profissional por simples preconceito.

Hoje no país nós temos um termômetro, um medidor estranho quanto a qualidade dos atores no país. Os critérios para tal escala qualitativa não me perguntem, pois a mim parece inexplicável. O "ranking" atual da qualidade cênica-técnica é mais ou menos assim:

Conceito A - Atores Globais, Hollywoodianos e qualquer um sem formação que participe de um grande êxito midiático.

Conceito B - Atores ex-Globais independente de terem nível técnico ou formação que estejam na TV embora não na Globo.

Conceito C - Excelentes atores que nunca estiveram na Globo, mas estão na TV para não morrerem de fome. Que tem vasto currículo!

Conceito D - Atores e atrizes que não terão nunca seu rosto na Revista Contigo nem como rodapé de uma novela da Band, naquele resumo diário de capítulos. Que além de espetáculos em teatro e cursos para capacitação durante toda a vida nada terão, muito menos reconhecimento profissional.

De onde tirei essa analogia estapafúrdia? Creio que uma mescla de leituras de jornais, assistir espetáculos de "níveis diferenciados" cujo ingressos variam do gratuito aos R$ 100,00 ( Com atores geralmente do "Conceito A", filmes variados do sem patrocínio para pagar o lanche dos atores aos sonolentos de orçamento de 10 bilhões de dólares. Creio que mesmo sem nenhum conhecimento teórico qualquer ser humano ético pode fazer uma comparação por experiência empírica.

Ex por ex, qual é a de vocês?

Em nota do Jornal O Globo - On Line, publicada em 15/11/2008 às 09h32m, a jornalista Simone Mousse me incomodou por trazer um pré conceito, ou revitaliza-lo. Vejam que 5 linhas podem acabar com uma carreira, pelo menos até a atriz regressar a poderosa:

Maytê Piragibe, a vampira do bem de 'Os mutantes', estréia no cinema

Rio - Depois de ter ficado cinco anos na TV Globo e, em 2006, protagonizar a novela "Vidas opostas" no horário nobre da Record (com uma personagem densa que se casava com um traficante), Maytê Piragibe anda às voltas com uma trama bem menos sóbria. Em "Os mutantes", ela interpreta Nati, uma policial gente boa que virou vampira por acaso em uma história das mais rocambolescas. No cinema, porém, ela voltou a se exercitar em um papel dramático: em "Rinha", ela é uma menina de 16 anos que é estuprada depois que o irmão a aposta em uma luta livre.

Eu imagino o que seria uma história "rocambolesca" ou uma trama menos "sóbria"? Como se nunca ninguém tivesse na história ganho o Óscar por uma atuação em um filme de ficção. A pretexto de informar que a atriz fará um filme que aparenta ter um enredo diferenciado, toca no ponto ferida como diriam os antigos. E aí me perguntei: Maytê Piragibe (com 20 anos de carreira) é pior atriz que Grazi Massafera(Ex-BBB)? Perguntas e mais perguntas que nem sei se poderia expressa-lás sem ser processado. e a matéria continua a espizinhar, cutucar a pobre moça:

Já as cenas na novela da Record podem parecer constrangedoras, mas a atriz tem um truque: tentar se divertir do começo ao fim.

- Cara, a Nati é uma vampira do bem. As críticas à novela estão aí, mas tudo que é diferente sofre rejeição mesmo. Claro que o texto é surreal e a novela é uma grande brincadeira, apesar de ser feita com seriedade. As pessoas têm que entender que é uma trama voltada para o público infanto-juvenil - diz a atriz.

Critérios ou despaltérios

Será que nossa colega do jornal carioca não compreendeu a indireta? Bem, pela produção da matéria num todo, devemos concluir que não. E se eu me permitir ir mais além chega a ser patético sublimar minha indignação e indagar certas coisas.

Me custa pensar que novelas como Vamp, O Beijo do Vampiro, Roque Santeiro, Mandala, Olho no Olho apenas por serem produzidas pela emissora dos Marinho mereçam mais respeito que Os Mutantes. Ainda me deixar perplexo o tendencionismo da pergunta onde obviamente falseia-se a pergunta que fora feita a atriz, pois a resposta não condiz exatamente com a "pergunta veiculada". E insinuar que levar uma personagem, por mais fora da realidade que seja, a sério é "um truque" é de uma inversão de valores grotesca.

Que você seja de um veiculo x ou y e de predileção as pratas da casa tudo bem, mas desmerecer uma profissional por não ser parte de sua currutela é demasiadamente esdrúxulo para um profissional em um dos maiores veículos do país indiscutivelmente. Esperemos que as pessoas não usem os mesmos critérios de qualificação para os profissionais de jornalismo, como certos jornalistas para com os profissionais de outras áreas. Senão os processos, achaques de jornalistas furiosos se defendendo através de seus veículos irão multiplicar-se pelas mídias.

terça-feira, novembro 11, 2008

Remédio para o Ego

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

O que houve com o Jô? Parece que o nosso célebre intelectual multi uso está com saudades de fazer humor. A cada dia as entrevistas e entrevistados são meros panos de fundo, para o Jô humorista.
Cada vez mais restrito em seu leque de convidados, no sentido intelectual, e cada vez mais amplo na babação de ovo das pseudo-estrelas "new generation" globais. Onde estão as entrevistas com personagens inusitadas? Estão ainda lá, mas o ego por ser Global faz do "entrevistador" Jô uma figura pedante, que chega ao ponto de constranger um entrevistado.

Um remédio para o ego

Ultimamente e felizmente algum esboço de concorrência no horário surgiu para acabar com a hegemonia do comediante no horário, ingrato diga-se de passagem. Tenho saudades do Jô Soares 11 e meia, pois além de uma maior liberdade na linha editorial das pautas abordadas os entrevistados não eram "merchan" de produtos da casa, como hoje.

David Shore, criador de "House" em entrevista para jornalistas da América Latina veiculada na Coluna da Patrícia Kogut de 11/11/2008, adiantou algumas novidades da nova temporada que estréia em circuito fechado no continente. É incrível pensar que a Record apesar do acordo com a Universal esteja ainda passando a 1ª temporada, após ter passado a segunda e a terceira antes do início da trama. Ainda assim o médico resmungão tem sido o remédio para os telespectadores madrugueiros, assim fugindo do Programa Publicitário do Jô. O seriado é um fenômeno tão grande também na TV aberta por aqui, tem constantemente sido líder pela TV Record entrando após a sua linha de shows. Enfrentando o final do Jornal da Globo em metade do seu 1° bloco e depois o "Programa do Jô".

Transtorno bi-polar tem cura?

Shore afirma que o Dr. House não perderá o seu perfil na quinta temporada, continuará ácido e sarcástico como nas temporadas anteriores. Quem dera que o Jô tivesse essa mesma coerência no seu perfil. O humilde humorista que antes se aventurara como apresentador hoje inverteu seu papel, tenta se pregar como o grande intelectual e entrevistador, mas está cada vez mais humorista.

Vale Tudo, Rinha de Galo, Programa do Jô

Em um show de humor vale tudo pela piada, em uma entrevista não deveria o ser. Pense naquele gari que queira ou não se deslumbraria ao ser entrevistado pelo por muitos ainda considerado o melhor entrevistador do país, virando motivo de chacota após uma constrangedora piada do grande intelectual que ao falar algo torna fato um comentário geralmente preconceituoso e reacionário. E o ato falho de constranger para entreter está em todas as entrevistas hoje exceto a com os contratados da casa.

A ética deixou de permear o entrevistador Jô, ou o humorista aprisionado está gritando por liberdade?