terça-feira, dezembro 31, 2013

CONTOS DE UM RÉVEILLON QUALQUER

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


A exatos 10 anos, no meu início na noite de Florianópolis, foi quando por primeira vez fui a uma balada. Porque?

Eu era um romântico-inocente, hoje sou apenas romântico.

Aquele 31 de Dezembro de 2003 iria mudar minha vida, minha concepção de mundo e até com algumas experiencias posteriores, mudar minha maneira de olhar o ser humano.

Outrora jovem, eu, um pueril ator, e apaixonado por um ator de minha ex-ex-companhia ao qual havia meses antes me declarado em cena piegas e patética que não comentarei para não estender-me, mais, tinha planejado passar na Praia do Campeche a noite boa, aqui nominada Réveillon.


Obviamente seria na companhia do ser amado. Seria... Apenas seria. Esperei todo o dia, toda a noite pela chamada naquele velho celular tijolo. E como um tijolo carregado ao sol cada vez mais me pesara.


Ao que a desesperação se acirrara em meu peito o número de tentativas de ligar aumentava, pois em tese me ligarias após ser definido em qual de seus amigos passaríamos a virada do ano.

Nunca recebi essa chamada. Então, as 23:47, após um jantar familiar com alguns parentes distantes e outros ainda próximos minha face era a mais nítida expressão do ano velho.

Houvia os fogos, fingia um sorrir, transbordava em lágrimas secas.

Que cousa louca era aquela? Que dor era aquela? Que virada era aquela?

Foi a virada da minha vida. Já passados umas dezenas de minutos, chamei um táxi. Disse o nome de um discoteca, me surpreendi pois o Taxista me diria: "Acho que vai ter trânsito... Em uns 40 minutos chegamos...". E eu mudo, carnificado em minha angústia e pena.

Ao chegar e após um trânsito infame de pessoas felizes, ou descobriria eu mais tarde, pessoas que fingem melhor que eu os seus temores e dores.

Estava tão fora de mim. Ou melhor, tão entro de mim, que não havia fora. Hoje sei que em uma noite assim a fila é enorme. Neste dia, não! Naquele instante não.

Paguei R$ 20,00, a moeda era mais valorizada em 2003. Hoje um ingresso antecipado é o dobro. Entrei. Uma onda de pessoas me carregava de lá pra cá, daqui pra lá. Pessoas que jamais pensei estarem ali, ali estavam. Estás e desconhecidos me cumprimentavam, desejando feliz ano novo...

Tinha uma raiva imensa e mim e do mundo. Demorei cerca e 2 horas intermináveis para assentar minha alma. Então fui iluminado pela racionalidade. Pensei: Gastei R$ 20,00 e todos a minha volta parecem felizes e eu? Gastei o mesmo e não estou... Já sei! Sou ator, posso fingir estar feliz, quem sabe assim recupere o valor do ingresso. Me fingindo feliz, as pessoas em volta me veriam feliz, e quem sabe assim alguém me olharia por fim.

Deu certo. Três. Três rapazes lindos beijei esta noite.

Hoje eu não sou mais inocente, jamis voltei a beijar três pessoas na mesma festa. É mais fácil passar três festa sem ninguém beijar-me. Mas o alento que possuo é que ao menos hoje aprendi. Aprendi a fingir coisas para a sociedade e atuar fora dos palcos e cenários.

quinta-feira, dezembro 12, 2013

Uma geração que quis mudar!!!

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral


"Temos de aprender a incluir a diversidade que há neste mundo. É muito difícil hoje em dia ser "liberal" no sentido civilizatório, que é o de aceitar a existência de outros modelos de civilização, ou ser civilizado." A quem de nossa cultura social mesquinha, supérflua e inócua. Assim me incluo no coro da citação que fiz a José Mojica, líder e presidente uruguayo de esquerda. O único realmente de esquerda no continente!

Assistindo tardiamente uma entrevista do presidente uruguayo a TVE, emissora de televisão estatal espanhola, fui acometido de uma rara esperança no ser humano, ou de realmente conhecer um antes de minha morte. 

Da legalização da Marihuana, a nossa maconha, a adoção para casais compostos por pessoas do mesmo sexo, a legalização do álcool nas décadas de 1910... a República Oriental do Uruguay é uma revolucionária nação a frente do pensamento retrógrado capitalista e conservador de seus vizinhos continentais. É de se pensar: Como um país de dimensões tão pequenas pode pensar tão grande?

"Hay que luchar por la paz en todos los rincones de la Tierra". Frase tal não necessita tradução em um território aonde o castelhano é idioma co-oficial, e peça ao editor deste site que o mantenha assim. Mujica profere esta pérola meses antes da recém legalizada lei que regulamentou o uso da maconha em seu país. Alegando que assim traz paz a várias famílias reféns direta ou indiretamente pelo narcotráfico.

"Nunca podem devolver o que perdestes em um calabouço...". Com frases assim o sóbrio ex-guerrilheiro deflagra não sentir mágoa de seus detratores no passado e remete-se a um futuro em que "a paz é o que está por vir". Ainda afirma que nunca é tarde e é o mal necessário de viver "voltar a começar, e voltar a começar" como um ciclo da vida.

Um tipo que quando perguntado o que pensa de sua indicação para o prêmio nobel da paz salta da poltrona e dispara "Están todos locos..." e que como muito uma honraria assim serviria para enaltecer a sócio cultura uruguaya e traria "unos pesitos más"(alusão a moeda de seu pais, o peso) para construir umas moradias para os que ainda não têm teto, esse é Pepe Mujica.

Minha garganta dá um nó, a cabeça refuta tudo ao meu redor. Quando este ser diz que em seu país caminha pelas ruas e come em qualquer bar de esquina sem as parafernálias dos homens de estado, nem nada. E finaliza dizendo que morrer sabe que vai, e não se pode viver temendo a tudo e a todos. 

Pepe me faz sentir em contradição, pois sempre afirmo que quanto mais velho o ser humano este se torna mais normativo e contaminado pela sociedade. Pepe me provoca a sonhar que posso estar equivocado.

Frases cabalísticas de Mujica nesta entrevista? Muitas... Para meu íntimo vibrar poucas:

"Os únicos derrotados no mundo são os que deixam de lutar, de sonhar e de querer."
"Pertenço a uma geração que quis muar o mundo, mas fui esmagado, pisado, derrotado.."
"Creio que o homem tem recursos para criar um mundo melhor. Mara tem de ser um  mundo rico em recursos materiais, mas muito mais rico em cultura e em conhecimento."


A íntegra da entrevista em espanhol, podes acessar aqui: 




quarta-feira, dezembro 04, 2013

Sul Americano de Dança na Cidade de Córdoba, Argentina

Florianópolis, 04 de Dezembro de 2013.

Nota a Imprensa sobre o festival Sudamericano de Córdoba:


O Grupo GRATTA, e GHETOS de dança de rua vêm a público agradecer a seus apoiadores, patrocinadores, meios de comunicação e equipe pelo empenho na captação de recursos para que tão bem pudéssemos representar a Florianópolis na GRAN FINAL do Campeonato Sudamericano, ocorrido em Córdoba na Argentina.

Como resultado nesta empreitada aonde abandonados por todos os órgãos públicos da cidade e estado, recebendo alguns apoios privados, e ainda pedindo colaborações espontâneas em semáforos, casas, gabinetes de deputados, familiares e etc, o grupo recebeu duas premiações. 

Na categoria solo o dançarino Sandrinhu Nostrinkcriu teve a primeira colocação, e o Grupo GHETOS se qualificou em 4º lugar Sul Americano, com coreografia de Anderson Costa.

Sandrinhu Nostrinkcriu - 1º lugar Sul Americano Solo
A competição que contou com mais de 500 coregrafias e grupos do Chile, Uruguay, Argentina, Paraguay e Brasil foi realizado no "Espacio Quality", que comporta 1500 espectadores e está dentro da Cidade Universitária Federal de Córdoba, entre os dias 29 de novembro e 1 de dezembro.

Após um mês e meio de caçada a auspícios e patrocínio o Grupo GRATTA logrou chegar a cidade argentina onde iria competir nas categorias solo e grupo adulto.
Ghetos, 4º lugar categoria Street Dance

O grupo desde já se prepara para o festival de Riberão Preto, o qual já está qualificado. Seguiremos na luta, com ou sem apoios rumo nossos objetivos.


Atenciosamente,

Nando Schweitzer - Assessoría de Imprensa
GRATTA - GHETOS

Florianópolis, 04 de Dezembro de 2013.

quarta-feira, novembro 27, 2013

Nem tudo que cai na rede é peixe!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


O copo meio vazio para quem tem muita sede é o mesmo que o copo meio cheio para quem de água recém se fartou. O Partido Socialista Brasileiro (PSB) atualmente presidido pelo presidenciável Eduardo Campos, é um partido político de esquerda brasileiro que segue a ideologia socialista democrática. Foi criado em 1947 a partir da Esquerda Democrática, até ser extinto por força do Ato Institucional nº 2, de 1965.

Quando imaginamos uma peneira para resgatar somente partidos de esquerda ou direita vemos que apenas peneirar é um ato superficial. Temos um mar de partidos políticos e hoje existem poucas figuras que personifiquem algo de ideológico, o que facilitaria aos leigos compreender por exemplo que não possuímos no Brasil mais esquerdas com poderio para chegar a uma presidência.

Neste ciclo dito como democrático tivemos vários presidentes de direita, um que se dizia de esquerda e acabou fazendo um governo de centro, e uma ex-guerrilheira de esquerda que faz um governo de centro-direita. Claro, aí que volto ao copo meio vazio-cheio. Para os filhotes da ditadura o governo FHC foi um descalabro populista de esquerda, só para se dar ciência aos desavisados.

Quando em 1965, dado o Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro, extinguiu todos os partidos, incluindo o PSB, que na quase totalidade ingressou no Movimento Democrático Brasileiro (MDB), ajudando a organizar seu trabalho de base. Aurélio Viana Guanabara tornou-se um dos principais líderes do MDB no Congresso. Este mesmo que anos antes chegou a ter simpatizantes a Jânio Quadros dentro do próprio partido.

Em abril de 1947, por ocasião da 2a Convenção Nacional da Esquerda Democrática, no Rio de Janeiro, seus integrantes decidiram constituir-se como Partido Socialista Brasileiro, sob a liderança de João Mangabeira, Hermes Lima e Domingos Vellasco. O PSB foi registrado em 6 de agosto de 1947, contando em sua bancada com os dois deputados federais eleitos pela ED. Em 1985, com a redemocratização no Brasil, foi recriado. Entre 1947 e 1964, editou o jornal Folha Socialista.

Entendo que a política é mutável e evolutiva como princípio, mas de fato o transito entre siglas e ideologias hoje é menos ideológica que nos tempos idos. Hoje nao temos mais estadistas como Juscelino ou Vargas, penas possuímos angustias do naipe de Lula e FHC.

O efeito Marina mudou o discurso de Eduardo Campos. O que é mais contraditório é que Marina Silva caracterizava solidamente desde o último pleito uma candidatura de centro, moderada e de discurso pragmático. Ao que Eduardinho de esquerda têm apenas o avô Miguel Arraes, em seu currículo. Faz um governo de centro-direita em segundo mandato no Pernambuco.

Parece realmente raro que para negar-se conservador e fugir de possíveis atritos com a REDE, o PSB passa a girar num âmbito mais a centro esquerda para fugir dos aliados direitistas de Marina e também buscando diferenciar-se do outro neto, Aécinho, que de esquerda nem mesmo o avô, têm.

Tancredo Neves, avô de Aécio, caracterizou a única opção não de direito no colégio eleitoral, e um candidato anti Malufismo e ditatorial. Mas ao que recebe o apoio de José Sarney, ex-Arena, passa a ser um candidato controverso, e ao passo de sua morte o Brasil termina por ter um presidente que teve laços com o partido que sustentou o discurso e a política de ultra-direita do governo militar.

Qual é o desnorteado rumo para o Brasil? Famigeradamente dito como o país do futuro, a mais de 3 décadas. Voltar a direita neoliberal tucana? Continuar na Direito disfarçada(no discurso) de esquerda petista? Ou mudar-se para a centro-direita-ecológica Edurina?

terça-feira, novembro 19, 2013

Parece cocaína!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Se a Copa é o único de bom que se pode fazer pelo país, imagina o resto... Odeio esse esporte que é arma de manipulação e alienação. Quando for presidente proibirei futebol e carnaval por 5 anos. Para que talvez assim as pessoas passem a ocupar seu tempo com coisas úteis e que estimulem seu crescimento espiritual. 

Já diriam os reaças de plantão: "Quando houver uma direita no Brasil...". Surgir uma direita no Brasil? - perguntar-me-ia. Isso é pura política de direita. Como Rafael Videla na Argentina bem o provou. Usando o futebol para anestesiar o povo e tentar disfarçar interna e externamente seu regime ditatorial. Com apoio da Fifa, que é bem conservadora e de direita.

Bem, aqui tudo foi deixado de lado pelo (lazer). Mas o lazer pode ser mil coisas: arte, cultura, música, esportes variados(proibindo o futebol)... É só uma idéia diferente de tudo que já se fez aqui. Mudar as vezes é preciso. Pense nisso como um drogado dependente que vai para uma clínica de reabilitação. Sem drogas pode ter a oportunidade de se recuperar. O brasileiro sem futebol, talvez consiga evoluir a um estado mais próximo de um ser humano racional e critico.

Já está esbravejando e me xingando! Que coisa feia. Sério? Como se alguém fosse morrer sem futebol e carnaval... É uma sócio cultura de adestramento social. Até um animal de circo pode voltar a ser livre, basta lhe tirar as correntes.

Não. Tente abrir sua mente. Por uma cultura de paz... Darei um exemplo. Você vai a um médico. Ele te receita um remédio e você mesmo sabendo que ele está certo, perde tempo discutindo? Já dei o remédio, agora cabe aos demais tomá-lo ou continuarem enfermos.

Tente ver além do horizonte. Pois, use sua boa conexão e assista filmes de Xavier Dolan, descubra a obra discográfica de Mercedes Sosa, e por fim veja vídeos do "Club de la Comedia" da Espanha para descobrir que existe como fazer humor sem apelação... Te farão muito bem.

In-Cultura... Vivemos numa incultura impositiva, nada plural e muito longe de ser laica. Cheia de fanátismos. Mas por hora vou destrinchar apenas esse. Cultura entendo como algo que eleve a alma, estimule o raciocínio e sirva para avançar na vida. Infelizmente ainda temos professores ganhando salários por vezes menor ao de jogadores de time da terceira divisão.

Essa dita manifestação de um povo, deve acabar. Talvez o tenha sido em seu surgimento. Mas a cultura de um povo pode evoluir... A menos de 100 anos no Brasil se cagava no mato mesmo se sendo um senhor de senzala... Hoje até pobre tem bacio para cagar... Se algum dia o futebol foi manifestação popular hoje e a muito tempo se tornou o ópio do povo.

Respeitar por respeitar, cultura por cultura... Também a pouco era "cultura no Brasil" não se usar cinto de segurança, e o povo só aprendeu a força, como em um país neoliberal, quando lhes aferiu no bolso. Tudo pode ser mudado em prol de um bem maior. E se salvar um país perdido e tirado no lixo da superficialidade e ignorância, alienação e comodismo é desrespeitar... Quero saber quando fui respeitado neste país? Não me venha com chorumelas.

A Copa do Mundo é o circo, o bolsa família é o pão, e eis que a mentalidade sociopática coletiva regressa a Roma de Nero, ou mais para atrás. Porque Nero ateou fogo a Roma? Dizem as más línguas que para refazer Roma, e criar-lhe um novo projeto arquitetônico.

O carnaval foi criado em Veneza, o futebol na Inglaterra. O que essa imposição histórica das elites para tapar o sol com a peneira tem de legítimo e popular? Não façam-me rir. Hoje como resultante deste processo meus queridos, apenas temos um povo que se conforma em ser feliz por 90 minutos(mais felizes são os jogadores a posteriori nos vestiários), ou com uma festa de 4 dias para apagar um ano de miséria. 

Com o dinheiro público que vai para o carnaval se pode patrocinar mais de 4000 mil espetáculos teatrais por todo o país por exemplo, se pode financiar 200 orquestras. Enfim... Estou a falar para as paredes. Você entendeu? A parte que sou ateu e prego um estado laico e igualitário? E se sou anti neoliberal tenho obviamente que ser contra a Igreja. Seja aquela que matou na inquisição ou a que mata de desnutrição pedindo dízimos.

Se hoje é proibido cocaína por seu efeito alucinógeno, seria ditadura proibir outras drogas como Carnaval e Futebol? Leio muito mais notícias de gente sendo morta e assassinado após assistir a um jogo do que por ter usado cocaína... Qual droga é pior? Cocaína, ou futebol?

Vive-se a ditadura do conformismo neoliberal desde 1964 no Brasil e nunca vi uma crítica dos pelegos de plantão. Em algum ínfimo instante disse que é apenas esse o dilema moral do país? Estava abordando estritamente o tema aqui em questão. Realmente não faltam exemplos reais de que futebol causa irracionalidade compulsiva social. 

Senão isto, como explicar que um rapaz ao sair da casa da namorada em um dia em que não havia jogo algum, com a camisa do Avaí FC em plena e nobre Avenida Beiramar, na cidade de Florianópolis tenha sido espancado. Para citar 1 caso, no âmbito: "prova cabal de irracionalidade".

 Alguém matar alguém por estar usando a camisa de uma ou outra determinada equipe é para mim o mesmo que matar alguém "meramente por ser judeu, homossexual, negro, muçulmano...". Nunca vi ninguém matar alguém por pertencer a outra companhia teatral, ou outra banda, por exemplo.


quarta-feira, novembro 06, 2013

Europeus são nazistas

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalistas

Ong - O N G - Organização Não Governamental. Quero fundar uma dinastia nazista. Se nazistas podem fazer, e ainda ter apoio de partidos políticos que pretendem, além de dominar o mundo, comerer crimes de lesa humanidade em prol de sua ideologia nefasta. Receber apoios financeiros da Opus Dei, PSDB, e outras prostitutas sociais, travestidas de partidos democratas, porque eu que sou decente, não posso ser tratado com ser humano?

 Porque essa gente de merda que você diz que tanto odeia, ainda é tratada por você como algo melhor que eu?

Hipócritas de mierda. A basura é o que vocês representam...  BASURA é lixo, en espanhol. Lixo é o que vocês são. Merda. Bosta. Um bando de reacionários que eu quero que morram de câncer. Que é gradativo doloroso e eficaz.

É uma lástima que eu mesmo tendo, triple nacionalidade... Sou tratado pelos pseudo europeus como algo menor. Pensava que Buenos Aires era preconceituosa, mas aqui o ego dos pseudo europeus, sem passaporte não é menor. Gente que seria barrada lá, mesmo que por motivos irracionais que eu refuto, aqui me tratam com preconceito.

Ou seja, o problema não é a nacionalidade, e sim, o pseudo ser humano. Por isso que eu desejo que esses pseudo europeus, eurocentricos morram de câncer. Que é gradativo, doloroso y eficaz!!!

terça-feira, novembro 05, 2013

Nada mudou


“Você se sente confortável em ter contato físico com outros caras?”, pergunta um personagem de “Interior. Leather bar”, filme que abre, nesta quinta-feira, em São Paulo, a 21ª edição do Festival Mix Brasil. A resposta para a pergunta passa por décadas de representação homossexual no cinema, esbarra em preconceito e censura e se baseia no imbróglio que envolveu um dos mais polêmicos longas-metragens de Hollywood a lidar com personagens gays, 30 anos atrás. Dirigido por James Franco e Travis Mathews, “Interior. Leather bar” é a reconstrução, ou talvez a desconstrução, de “Parceiros da noite”.
Isso significa relembrar protestos de progressistas e ataques de conservadores, significa voltar a artigos publicados em jornais nos quais se pedia boicote ao filme e também significa recordar que as carreiras do diretor e do protagonista do longa, respectivamente William Friedkin e Al Pacino, já foram estremecidas.
— Para a gente, pareceu mais interessante retomar um filme polêmico que fracassou na bilheteria do que um clássico. Sempre, quando alguém revisita o passado, busca como referência algo considerado perfeito. Nós não queríamos isso — define Mathews. — Nosso interesse foi fazer um filme que usasse “Parceiros da noite” como ponto de partida para explorar o quanto avançamos desde então em termos de censura e em termos da representação da sexualidade gay no cinema.
Mathews está em São Paulo não apenas para apresentar seu filme no Mix Brasil (o festival acontece no Rio entre 14 e 21 de novembro), mas também para ser jurado da mostra, a principal do país para o cinema gay. Com uma carreira premiada em festivais do gênero, ele conheceu Franco depois que lançou seu primeiro longa-metragem de ficção, “I want your love” (2012), e recebeu a proposta de entrar no universo arriscado de “Parceiros da noite”: no filme de Friedkin, Pacino interpretou um policial que se disfarçava para caçar, em clubes gays sadomasoquistas, um serial killer. Porém, “Interior. Leather bar”, que foi selecionado para os festivais de Sundance e Berlim, não é um remake. Seu foco está nos 40 minutos de “Parceiros da noite” que foram cortados por censura a cenas de sexo entre homens.
— Nós nunca quisemos imaginar como seriam. O que queríamos era entrar nos temas da censura e da fronteira da exploração sexual. Para isso, misturamos documentário e ficção, mostramos os debates entre pessoas da equipe sobre o que pode ou não ser mostrado e também recriamos algumas cenas — diz Mathews. — Nosso filme é sobre as barreiras que criamos, as criativas, as pessoais e as sexuais.
Essas mesmas barreiras já estavam presentes quando Friedkin resolver filmar “Parceiros da noite”. Mas certamente ele não esperava a repercussão negativa que o projeto alcançou, até porque, no papel, tudo conspirava a favor do filme. “Parceiros da noite” foi lançado em 1980, depois de toda a liberação sexual da década anterior, antes da descoberta do vírus da Aids, numa época em que já se começava a quebrar o preconceito contra gays (vejam bem, apenas “começava”). Sua trama, entre o thriller e o erotismo, se passava no submundo de Nova York, ambiente sobre o qual o cinema mantém constante curiosidade. E a produção conseguiu juntar um diretor que vinha de quatro longas-metragens premiados ou indicados ao Oscar (entre eles “O exorcista”), com Al Pacino, que àquela altura já era o Al Pacino.
Mas o que aconteceu foi justamente o contrário. “Parceiros da noite” não apenas foi detonado pelos críticos e indicado a três “prêmios” Framboesa de Ouro, inclusive o de pior filme, como foi duramente atacado por grupos de defesa dos homossexuais. O argumento era que a produção de Friedkin mostrava os homens gays como pervertidos ou psicopatas. Um colunista do jornal de Nova York “The Village Voice” chegou a pedir a seus leitores que, caso esbarrassem com Friedkin e equipe na vizinhança, deixassem explícita sua insatisfação.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/polemicas-da-representacao-gay-de-parceiros-da-noite-sao-retomadas-em-interior-leather-bar-10684340#ixzz2jmlE8zfP 
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segunda-feira, novembro 04, 2013

Lei de Meios de comunicação

Fernando Schweitzer


Jornalismo, um prática que se consolidou nos últimos seculos e que muitos teóricos já chegaram a classificar como  o 4º poder. No Brasil a imprensa nasce com o carioca, Gazeta do Rio de Janeiro, fundada em 10 de setembro de 1808, foi o primeiro jornal impresso no Brasil, nas máquinas da Imprensa Régia, no Rio de Janeiro. Seu lançamento marca o início da imprensa no país.

Publicado apenas duas vezes por semana, A Gazeta do Rio de Janeiro era um jornal oficial e consistia, basicamente, de comunicados do governo e seu editor era o Frei Tibúrcio José da Rocha. Até à sua publicação, que fora fruto da transferência da corte portuguesa para o Brasil, era terminantemente proibido aos habitantes do Brasil o acesso a publicações.

Medidas tais, hoje podem parecer impensáveis, pois o país vive a mais de duas décadas em um regime democrático e sob tutela de uma mesma constituição, a estabelecida em 1988. Doravante o país vizinho e maior parceiro político e econômico no continente promulgou uma polêmica lei de meios, o Brasil segue com dubiedades e a ausência de um marco regulatório quanto a profissão jornalística no Brasil.

A Suprema Corte da Argentina declarou constitucional nesta terça-feira (29/10) a polêmica lei de imprensa audiovisual, a Lei de Meios, e pôs fim a uma batalha legal de quase quatro anos entre o governo argentino, da presidente Cristina Kirchner, e o grupo Clarín(maior conglomerado midiático do país), maior do setor de comunicação do país, informaram fontes oficiais.

Vários mazelas na forma de concessão de rádios e TVs no Brasil, soam como favorecimento a históricos grupos políticos e oligarquias regionais, como os Sarney, na região nordeste. A Lei de Meios argentina estabelece um limite de 24 licenças. Apenas o Clarín possui mais de 200, com atuação em TVs aberta e a cabo, rádio, internet e jornais. De liminar em liminar, a guerra chegou à Suprema Corte do país, que sentenciou a constitucionalidade dos artigos e da Lei de Meios como um todo.

Cabe aos futuros profissionais jornalistas a militância,  vigilância e debate sobre os rumos futuros dos meios de comunicação no país. Ainda são tímidos os forums no Brasil, estes que deveriam estar como a exemplo de muitos países a fazer a interlocução entre o poder político, o governo e também os profissionais da área.

Diversidade não tem idade

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Alô você! É você presado ser vil e humano, que como eu está com preguiça de viver, mas segue respirando porque é um ato mecânico. "Vambora" retirar essa mágoa de cabocla da alma. Esse recalque do peito! Essa amargura da carteira. O que é bonito é pra se mostrar, e se você não é bonito como eu, lhes darei a receita do sucesso.

Se numa época recente o jornalismo tinha que escrever receitas de bolo, devido a censura. Hoje a auto censura nos limita e emburrece, nos pode o pensamento, pois um que teme se expor, opinar, dizer, gritar, chorar... Deixou de ser livre.

A receita para tornar-se um ser livre é simples, mas requer assumir-se riscos. O ricos é ser aviltosamente apontado por amigos e inimigos como DIFERENTE. Nada. Isso é o que temos... Em um mar de tecnologia, um oceano de agonia.

Por mais que se tenha essa coisa impregnada na nossa cultura de dizer que somos semelhantes, cada ser é um céu particular. Mas as nuvens que nublam nossa atual existência é a lei da mesmice congênita. Crianças e adúlteros, todos tem medo de se expressar em público como eles mesmos, na insana tentativa de não serem apontados como diferentes.

Dentre as relações de poder que humanos estabelecem, nada mais corriqueiro que o apontar, vexar, discriminar. Da escola ao lar, vivemos o medo insólito e continuado de fugir do indicador alheio.

Quem aí aceita fazer sexo na rua hoje? Se sim, mande o endereço. Neste exato momento penso nas dezenas de pessoas pseudo-pudicas que travaram na frase anterior. Com seu censo e crivo de puritanismo.

Hora veja. Se você vê um preservativo na calçada, não é porque alguém após ter uma relação pegou o preservativo sai caminhando para a rua e o deixar ali. Vamos nos portar como seres civilizados. Sim. Apoio veementemente está proposição. Mas não precisamos ser tolos.

Não estamos mais a ponto de fingir ou de não ver o óbvio. Cocaína não é o maior e mais arriscado produto entorpecente do mercado, já temos o crack disponível e usuários zumbis a 5 quadras de casa. A classe C, tão falada está a gritar nos shoppings a enlouquecer gregos e troianos. Temos médicos estrangeiros a atender pessoas nos grotões do país. Ainda assim tem que diga que nada muda. Só não sabemos se para melhor, mas muda sim.

Seja. Não o que esperam de ti. Meramente, seja! Seja você mesmo que isso custe a inimizade de muitos, mas seguramente valerá a real e verdadeira amizade de poucos, mas bons. A semana que só começa já atormenta. Mas pense que lamentar, não é mais moda, e ninguém aguenta.

sexta-feira, novembro 01, 2013

Mi Buenos Aires querido


Por Fernando Schweitzer



Segundo o governo da Cidade de Buenos Aires, os brasileiros estão em primeiro lugar no ranking de visitantes. Mais de 120.000 brasileiros elegerão a cidade portenha como destino turístico. Mais além de homens bonitos e mulheres bonitas, arquitetura e cultura europeia, boas carnes e shows de tango o país vizinho tem muito a oferecer.

Ademais de ser o primeiro país a permitir o matrimonio entre pessoas do mesmo sexo no continente a Argentina saiu na frente, em 2001, na capital federal já era permitida a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Fatores estes que tornaram a Buenos Aires reconhecida internacionalmente como a cidade mais gay friendly do mundo. A segurança é outro fator que o público LGBT valoriza muito na cidade, aonde andar de mãos dadas seja para fazer um passeio ou compras não é um problema e tão pouco causa olhares estranhos ou comentários preconceituosos.

Os números da diversão na cidade:

São 13 discotecas gays, uma infinidade de danceterias gay friendly, 11 bares gays com DJ (muitos por sua estrutura também podem ser considerados discotecas), 7 saunas, 5 cines pornos para pegação, 9 restaurantes oficialmente destinados ao público gay, vários hotéis gay friendlys, 3 milongas gays(assim se chamam os bailes de tango tradicionais), além de toda uma cidade com muita cultura, teatros por todas as partes e uma gastronomia muito diversa.

Os três bairros que você não pode deixar de conhecer:

San Telmo – É o bairro mais antigo da cidade. Lá você encontrará de tudo, desde a estátua da Mafalda, a personagem de quadrinhos mais conhecida internacionalmente da América Latina a artesanato típico, bares e discotecas. Ele tem algo parecido com os nossos boêmios bairros da Lapa no Rio ou Vila Madalena, em Sampa. Aos sábados, domingos e feriados a principal rua de San Telmo é fechada para uma gigantesca feira de artesanato, com suas tradicionais estátuas vivas, música típica ao ar livre e muita azaração.

Recoleta – É sem dúvida o bairro mais gay da cidade. Sendo um dos bairros mais nobres de Buenos Aires, a Recoleta ainda abriga em seu luxuoso Cemitério o corpo da diva dos argentinos, Evita. Ao lado depois de uma visita guiada por entorno de 15 reais, e conhecer a história dos principais ícones históricos do país(também há guias que falam português), você pode caminhar pela lindíssima Plaza Francia. Aí também estão o Hard Rock Café, o Baires Desing e o suntuoso edifício da Faculdade de Direito da Universidad de Buenos Aires, em estilo grego, além da flor metálica que se fecha ao entardecer por um mecanismo que processa a luz do sol, simulando os movimentos de um girassol automaticamente. O bairro também concentra a maioria das boates e restaurantes gays da cidade.

Puerto Madero – O bairro mais novo e mais caro da cidade é um luxo só. Projetado a cerca de duas décadas para atrair inversões de capital estrangeiro e turistas de alto nível, hoje tenta buscar a sua identidade. Já existem mega arranha céus residencias, complexos de cinema, supermercado, mais ainda é um bairro feito para turista ver. Pra quem conhece a Europa irá se sentir em uma mistura de Praga e Luxemburgo. O Up do bairro é a histórica Costanera com seus Carritos de Choripan (sanduíche que pode ser recheado com linguiça de carne ou porco assados, além de muita salada e molhos), barata a comida é a típica pedida depois de muito caminhar ou para o povo que sai da balada e quer admirar a lua e a reserva florestal que está também neste bairro.

As três discos do momento:

Chamadas pelos nativos de boliches(bolitches na pronuncia argentina), Baires tem opções muito diferentes entre si. As melhores festas da cidade são entre quarta-feira e sábado. Aqui vai nosso roteiro sugerido.

Quarta-feira – A grande pedida gay nos Miércoles(Quarta-feira) é a disco KM ZERO. A noite começa com divertidos monólogos cômicos, tango, e shows com Drags convidadas. A casa abre a meia noite e fecha as 6 da manhã. A partir da 1:30h, ao término dos shows abre-se uma pista de daça eclética. Os DJs da casa transitam desde a música eletrônica a ritmos latinos. A entrada custa $30 pesos argentinos e incluem $20 pesos de consumição.

Quinta-feira – Muitas casas abrem neste dia mas Amerika é a dica. É o dia grátis da cidade em Amerika e Glam, por lista na internet, e em Angel's basta comprar algo no Quiosque da esquina e de brinde você leva uma entrada pedindo com jeitinho. Glam tem música super eletrônica e um público um tanto nariz em pé, Amerika e Angel's concentram-se na mistura de pop e música latina, com um público mais descolado.

Sexta-feira - Esse é o dia de pirar o cabeção literalmente. Na chamada Noche de Viernes a maioria das casas aposta no ingresso com bebida livre por toda a noite. As Canillas Libres (Bebida Liberada) mais requisitadas são de Sitges($55 pesos), Amerika($90), The Sub($60). Sitges é a única que também faz a vez de pré-balada, abrindo as 22h. Amerika é a mais conhecida dos turistas brasileiros, ou seja, se o que você não busca é sentir-se no Brasil... não vá a Amerika. Recomendamos Sitges por seu público mais plural, inclusive héteros frequentam muito a casa por sua qualidade de bebidas e público seleto.

Sábado – Nesse dia tudo estará aberto. The Sub e Amerika seguem com canilla libre, e as demais casas para fazerem frente a isso tem listas grátis via Facebook ou em seus próprios sites, outras nas proximidades e bares. Mas a noite talvez mais bizarra e também por isso mais divertida é de Angel's. Neste dia a casa abre 2 pistas, uma só de música latina e outra só de eletrônica e por 35 pesos você ganha 2 consumições. Se não você pode ir ao lado oposto da cidade as margens do Rio de la Plata, na Human do recém assumido e milionário Ricardo Fort. Por lista a entrada é free, mais o preço das bebidas e o gasto com táxi devido a distancia são altíssimos.


4ª - KM Zero – Recoleta, esquinas Santa Fé y Pueyrredon. $35 pesos, 20 de consumição.
5ª - Amerika – Almagro, esquinas Gascón y Córdoba. $45 pesos, consumição. Gratis com cartão de sócio ou lista.
6ª - Sitges – Palermo Queens, esquinas Córdoba y Palestina. $50 pesos, canilla libre.
Sáb. - Angel's – Recoleta, Viamonte y Uriburu. $35 pesos, 3 drink's incluídos.
Gustavo Tedesco – Turista de Florianópolis ao lado da personagem Mafalda







quinta-feira, outubro 31, 2013

A um ano atrás Ivete foi aos Estados Unidos da Norte América


"Barreiras com o idioma"

Por Fernando Schweitzer em 14/09/2010 na edição 607 - Observatório da Imprensa
 
O show de Ivete Sangalo no sábado (04/09/2010) no Madison Square Garden, em Nova York, continua rendendo críticas de jornais "internacionais". O veículo americano New York Times deu o seu parecer com a matéria "Idioma e ritmo impedem Ivete de se tornar estrela pop internacional" (em tradução livre).
Depois de afirmar que a cantora brasileira seria a maior estrela de quem ninguém nunca ouviu falar, semanas antes da apresentação que também se tornará um DVD. Tomou-se o rumo de demonstrar o quão xenófobos, mesmo depois da crise e bancarrota em que estão a viver atualmente, nossos ex-compartilhadores de continente. A crise americana e sua quebradeira generalizada não lhes trouxe humildade. A publicação ainda segue dizendo que "não será fácil para a sra. Sangalo expandir seu território e se juntar a cantoras como Beyoncé, Madonna e Shakira como uma estrela pop globalmente reconhecida", diz o NYT. "Há, inevitavelmente, uma barreira de linguagem para músicas em português."
Não que juntar-se a esta lista seja algo positivo. Ivete pode estar caindo no mesmo erro de nossa amiga latina Shakira, hoje internacional, ou seja, americanizada e por isso odiada por grande parte dos colombianos. No show na terra do green card, ela cantou algumas músicas em inglês, como "Human Nature", de Michael Jackson, "Easy", do Commodores, e "Where It Begins", em dueto com a cantora Nelly Furtado.
Um feito inédito
A comparação é inevitável. Pois americanos do norte são realmente completos ignorantes quanto a qualquer coisa fora de seu mundinho de superficialidade e etnocentrismo. Então devemos partir do ponto que décadas atrás eram tão analfabetos em espanhol quanto hoje o são em português. Na verdade, é a mistura do sentimento de baixa auto-estima latina que se auto-sub-julga mesclada ao imperialismo cítrico de década de 90, os construtores do estigma de que qualquer porcaria em inglês é chic (do francês).
Em tempos áureos, Shakira tornou-se febre no mundo inteiro, exceto EUA, com seu terceiro álbum, "Piés Descalsos" (1996). As canções extremamente melódicas, musicalmente surpreendentes e corajosas, com letras intelectuais e uma mistura eletrônico/acústico, quebraram o paradigma da fórmula pop latino e mundial. Com uma sonoridade autêntica, que não tinha sido ouvido antes. Como pode para desconhecedores da cultura afro-brasileira considerada autentica a mistura de rock-balada-axé da artista baiana.
O analfabetismo em espanhol do mundo não hispânico não impediu Shakira de fazer com que canções fossem êxito até mesmo na terra do tio Sam. O álbum que foi lançado internacionalmente em 13 de fevereiro de 1996. Estreou em # 1 em oito países diferentes (dois destes de língua não hispânica), e ranqueando em 5º no Billboard Top Latin Albums. O álbum gerou seis hit-singles "Estoy Aqui" (E.U. Latin # 2), "¿Dónde Estás Corazón?" (E.U.A. Latin # 5), "Pies Descalzos", "Sueños Blancos", "Un Poco De Amor" (Latin # 6), "Antologia" (E.U. América # 15) e "Se Quiere, Se Mata" (Latin # 8).
Até mesmo no Brasil, onde se tem naturalizado o discurso de que o mundo tem apenas dois países – Estados Unidos e o resto –, Shakira virou febre, país este em que menos se acreditava no sucesso de Shakira devido à língua portuguesa, se rendeu às músicas deste disco. "Pies Descalzos" também foi um dos primeiros álbuns latinos a ter um retorno comercial interessante nos Estados Unidos. Devido a "Pies Descalzos", a Sony se viu obrigada a criar o prêmio Prisma de Diamante devido ao 1 milhão de cópias vendidas na Colômbia, um feito inédito até então. Pouco mais de um ano depois, o disco já havia superado a marca dos 3 milhões de exemplares, cerca de 500mil só no Brasil.
Hoje é inglês, ou... inglês!
O jornal continua: "A sra. Sangalo tem outro obstáculo: o ritmo. Muitos hits brasileiros, como `Cadê Dalila´, usam as batidas rápidas do axé, a música do Carnaval na Bahia. Por ser uma batida que poucos fora do Brasil podem acompanhar." Seria falta de coordenação motora? Se até mesmo os Rolling Stones já gravaram uma canção iniciada por atabaques de candomblé, por que uma baiana não pode fazer sucesso cantando axé? No dia 8 de julho, faltando 58 dias para a gravação do DVD, Ivete Sangalo anuncia no Twitter que os ingressos para o show no Madison Square Garden já estavam esgotados, 20 mil estavam à venda.
Afinal, por que raios pessoas semi-analfabetas, ou crianças e adolescentes de baixa renda e rendimento escolar pífio podem consumir lixo americanos como: Madonna, Britney Spears, Beyonce, sem nem citar as tais Boys-Bands de letras de menos de duas estrofes? A considerar que não sabem bem nem português, quem dirá inglês. Por que os analfabetos culturais de lá não poderiam consumir música em português? Se alguém vier com o discurso imperialista de que inglês é um idioma mundial, por obséquio, que vá pra rua falando em inglês. Garanto que não consegue comprar nem uma bala, vai passar fome.
Essa linha de pensamento estandardizado e subserviente me lembra um comentário em aula de um colega de faculdade em Buenos Aires. O rapaz da alta sociedade portenha proferiu: "Estive em Paris e achei um absurdo... Pedi uma informação a um policial e ele não me respondeu e mal me olhou." Detalhe, ele se dirigiu ao policial francês no idioma inglês. Primeiramente, creio que lhe faltou um pouco de cultura geral, pois ignorou o fato de que franceses detestam americanismo. Segundo, creio que ao contrário do que ocorre nos filmes, as pessoas dos 197 restantes países do mundo, excetuando os de língua inglesa, desconhecem ou não possuem fluência em tal idioma. Terceiro, ele desconhece a lei sancionada no tempo do presidente Jacques Chirac, que proíbe o uso do idioma inglês em ambientes públicos governamentais, documentos oficiais e em placas comerciais. Em quarto lugar, o mané estava na França.
Se eu cometesse a gafe corriqueira dos turistas brasileiros em Buenos Aires, de dirigir-me as pessoas de lá em português como se tivesse no Brasil, não seria compreendido. Esse conceito construído pelos filmes hollywoodianos de que cachorros, extra-terrestres, estrangeiros e afins falam inglês fluentemente é recorrente e está no subconsciente das pessoas no mundo. O que é um sintoma de enfermidade sócio-cultural e de perda de identidade crescente. Adquirir cultura, tempos atrás, era natural. Colégios bilingues, trilingues, enfim... Eram uma constante. Hoje o que se têm? Inglês, ou... inglês!
Disseminando o "baianês"
Pobre menina de Juazeiro, que vinda de uma família de músicos, só queria cantar. Virou sucesso e agora segue a política evolutiva da arte pós-moderna. E por mais que tenha já seu artigo na wikipédia em 14 idiomas, terá de aprender inglês para se tornar internacional. Seria como no passado quando um artista necessitava ser aplaudido pela crítica para depois vender para o público em geral, esse incapaz de pensar por si só. Só que hoje o que importa não é qualidade, sim status(do latim). E status hoje é ser americano, ou no mínimo, americanizado.
Ela poderia defender-se dizendo que a muitos anos atrás, Caymmi foi para as bandas de lá a cantar em baianês. Nunca tendo gravado em francês no ano de 1984, no seu septuagésimo aniversário, ele foi condecorado em Paris pelo ministro da cultura francês, Jack Lang, com a Comenda das Artes e Letras da França, atribuída a importantes personalidades culturais. Afinal diziam em tempos remotos que música é uma linguagem universal. Hoje isso só vale para empurrar goela abaixo produtos Yankes pelo mundo, mas na ordem inversa a música e qualquer coisa se torna algo que sofre com as tais "barreiras com o idioma".
Por que Ivete Sangalo não pode com letras de Hebert Vianna, Tim Maia, entre outros, se tornar a primeira cantora em português a cantar para os gringos em um grande prêmio, como foi Shakira a primeira artista a cantar em espanhol num VMA (premiação a MTV americana)?

terça-feira, outubro 22, 2013

Boca de Siri: O Teatro político está em moda!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


O Grupo Teatral Boca de Siri em comemoração aos seus 18 anos de existência apresentou-se com "A farsa do Panelada", nesta terça 22/10, no IF-SC. O grupo que nasceu dentro do Câmpus Florianópolis do IF-SC começou com os alunos e depois foi agregando pessoas da comunidade externa, contando sempre com a coordenação da educadora em artes Tânia Meyer.

Nestes anos de existência, ademais de um trabalho diversificado em temáticas a agrupação também criou espaços de diálogo com a comunidade, a formação de público, bem como a interação com outros movimentos artísticos independentes da região. Tendo até mesmo organizado esse ano a 12ª edição do festival de teatro Didascálico. Sempre aberta para companhias e grupos de vários estilos e linguagens.

Os atores Bruno Vitor L. FioreJorge LucasGuilherme LohnElaine SchlosserÁgata Fetschenko, Ramon Lima Lopes,  Lahana Pretto
Ainda pela comemoração de seu décimo oitavo aniversário, "A Farsa do Panelada", estará com uma nova apresentação no dia 25 de outubro, às 20 horas, no Teatro da Ubro, na Centro da Capital. Teatro este que tem abrigado as companhias teatrais mais marginalizadas da cidade e que quase nunca são contempladas com datas nos elefantes brancos sob administração da FFC(Fundação Catarinense de Cultura) como: TAC, CIC e Pedro Ivo.

A obra do cearense José Mapurunga, foi interpretada por alunos da instituição. A história de que no Pedaço (um lugar situado entre o Céu e o Inferno), Panelada, um mau-caráter vendedor de panelas, atormenta a vida de Dona Marica por conta da dívida de uma panela de pressão. Porém tudo muda quando Santa Edwiges, a protetora dos endividados, e seu fiel conselheiro, Anjo Gabriel, decidem interceder junto à mulher.

O espetáculo trouxe uma mistura de linguagens actorais. Com um estilo muito peculiar o ator paraense Ramon Lima Lopes, como o Panelada, imprimiu um ritmo de teatro de rua ao espetáculo. Mesclado a um texto muito atual e politizado as atuações muito prolixas caíram no gosto do público já nos primeiros instantes. Mostrando que mesmo a mudança de última hora do local de apresentação não fora barreira para o desarrojo da obra cênica.

Acompanhada de amigos Beatriz Brasil, 15, aluna do IF-SC disparou: "não pensei que fosse tão legal a peça, mas achei muito interessante a forma como eles construíram as personagens, por isso estou aqui de novo.

Tania Meyer, diretora do Boca de Siri ressaltou a importância e as dificuldades de se fazer arte na América Latina. "Muitas pessoas consideram que a arte como se fosse um hobby ou uma brincadeira, alguma coisa meramente lúdica, que não teria uma importância vital que ela têm" e salienta "que este é nosso papel, produzir essa oportunidade, no nosso papel de educador mostrar isso ao nosso público".

Com uma trama não habitual e politizada,  completamente fora de clichês do aborrecido e por muitas vezes entediante teatro local, carregada por atuações precisas e boa direção a montagem merece ampliar público e olhares. Talvez trazer um texto de uma região do país, aonde há literaturas como a de cordel existe e por conseqüente uma tradição cultural mais crítica e sem tantas papas na língua poça reavivar o teatro no estado.

Para comparar-se, se é que comparações podem ser feitas assim de forma rápida, um estilo suassanesco emerge neste enredo. Algo muito parecido a construção textual e dramatúrgica de O Santo e a Porca(1957, Ariano Suassuna) se dá em "A farsa do Panelada". Elementos como a inocência misturada a viveza do sertanejo, do homem popular, que o teatro sulista renega, tendo assim uma falta de identificação popular no resultado histórico.


O quê? - A farsa do Panelada.
Quando - Sexta, 25/10, às 20h.
Onde? - Teatro da UBRO. 
(Escadaria da Rua Pedro Soares - nº 15, centro, Florianópolis)



Trabalho ou emprego, o que você quer?

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


O que se ganha plantando uma árvore? Tecnicamente? Muita coisa. Imediatamente? Nada. A diferença entre emprego e trabalho, qual seria? Dentro da lógica moral: Trabalhar dignifica o homem. Dentro da lógica real: Trabalhar danifica o homem.

Várias estatísticas nacionais e no exterior afirmam que a quantidade de horas/dia média nos países da América "Latrina" são superiores a dos países nórdicos e escandinavos(ainda com salários que não chegam a metade), aquele que não é a do Norte. A mesmíssima que tem crimes por homofobia, países com mais de 80% de cristãos, mais de 60% de analfabetos funcionais e promédio de 30% de pessoas abaixo da linha da pobreza.

Porque será que dentro desta lógica medieval de ultra direita, as pessoas não têm direito ao emprego, nem leis como na Islândia onde o seguro desemprego não tem prazo máximo como aqui, e garante 300 euros semanais? Talvez porque na lógica neoliberal brasileira ser a 6ª economia do mundo, e ter 1% da população controlando 95% do PIB seja motivo de orgulho.

Não nos garante qualidade de vida ser parte do tal BRAIC (Brasil, Rússia - nazista e neoliberal, África do Sul, Índia e China)... Pois estamos atrás de todos estes segundo as Nações Unidas no quesito IDH(Índice de Desenvolvimento Humano). O Brasil está atrás de quatro países da América do Sul, como Chile (40º lugar), Argentina (45º), Uruguai (51º) e Peru (77º). Entre outros vizinhos, fica na frente de Equador (89º) e Colômbia (91º).

O governo hoje comemora o aumento de trabalhares com carteira assinada. Eu comemoraria o aumento do valor do salário, e óbvio não falo do mínimo. Penso no que não basta o salário, mas seria um bom começo. Países como a Argentina, hoje têm um salário mínimo convertido de R$ 877,16, e um custo de vida mais baixo, além de acesso irrestrito a educação universitário pela inexistência de processos exclusores limitatórios como o vestibular.

Em uma semana de protestos por direitos dos animais, gritos varguistas de o petróleo é nosso... Ninguém foi capaz de levantar um grito contra a lógica neoliberal que comanda o Brasil desde 1964, com a deposição do presidente democráticamete eleito, João Goulart. Este que a época estabeleceu um salário mínimo equivalente hoje a mais de R$ 1800,00.

Hoje pelo excesso de demanda, crise mundial, nacional, local, regional, continental, moral, institucional e talvez paranormal o emprego, com critérios básicos, salubridade e garantia legal de atender as necessidades mínima aceitáveis para sobrevivência digna inexiste. O que existe é um empregador opressor, que mais parecem os burgueses da pre revolução francesa ou bolchevique.

Antes que os reaças de plantão venham me estorvar a mente, o caminho, e o planeta inconsciente e anestesiado pela pós modernidade capitalista peço uma oração, para que os ainda não acéfalos ao fim digam "amém". Que o mal  nunca perdura, que o bem por mais de um mandato dure... E que o Brasil tenho ao menos um candidato de esquerda para presidente em 2014, além das três candidaturas gêmeas que até então estão postas.

Enquanto escrevia esse artigo assistia um programa esportivo, para ver se me tornava algo alienado, e assim não chocar tanto os cidadãos do pseudo-país-livre que segue em ordem e progresso. Odeio ser irônico! Tanto quanto odeio ser sincero! Metade não entende, 2/4 não aprovam... 1,9078574% que houvem, não fazem eco por comodismo... 

O trabalho dignifica o homem? Talvez... Mas o real emprego é que nos tornará cidadão. Somos governados por uma rede social de regras e leis, injustas e impuras.

quarta-feira, outubro 16, 2013

Três caminhos para um só destino

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Será tão grande o desespero da denominada PIG (Partido da Imprensa Golpista)? Se disser apenas sim, seria limitar-se. Talvez, emburrecer-se. Não, alienar-se. O movimento de inclinação momentânea, recoberta de um docê caramelo, o elogio vazio, que hoje se faz a Marina Silva nada mais faz refletir.

Abramos o abanico. Se ela têm um programa que por um lado representa a esquerda ambientalista, por outro, seu discurso particular é mais conservador que o do seu novo partido o PSB, que de socialista apenas, e me vêm o fado, o nome possui.

A entrevista dada ao direitista e neoliberal Jô Suado, é aviltante. Não pelo conteúdo, porque felizmente e como poucas vezes o entrevistado pode falar. O que mais preocupa neste conflitante ser é o discurso reacionário. Principalmente nos tais debates políticos com as angustiantes meninas do Jô. Ainda bem que são dele e não minhas.

Um discurso ao estilo Lula Paz e Amor, vem se solidificando na tida como terceira via. Quando Marina em seu discurso no Recife afirma que “é preferível a gente perder ganhando do que ganhar perdendo. Porque quando a gente perde ganhando, a gente sai maior do que a gente entrou. Quando a gente ganha perdendo, você vai para o governo, mas não consegue fazer aquilo que gostaria de fazer porque é sequestrado por essa velha política”, tenta abraçar ao mundo.

Camposrina, ou Maricampos? Nem eles sabem. A primeira vista e como recém chegada ao Partido Socialista Brasileiro, Marininha é todo um pisar em ovos, pois sabe que o vespeiro é grande. Todavia, o PSB, não muito tempo atrás fazia parte do governo Dilma-Lula-FHC, na inversão, o continuísmo de rumos políticos e econômicos que sublevam o Brasil e seu eleitor, a não saber diferenciar muito os "grandes rivais", PT e PSDB.

Então caímos na incógnita. Escapamos, sim e felizmente, da polarização ridícula entre iguais. Mas sem embargo, não mudamos essencialmente o discurso político e o projeto de país. Na entrevista dada no Programa do Jô, entre outras farpas no coração de socialistas reais ou idealistas... veio uma terrível. Quando afirmara que deseja seu "novo jeito de fazer política", manter conquistas tanto do governo FHC, quando do primeiro mandato de Lula.

Um vendeu a Vale do Rio Doce, outro privatizava ações da Petrobrás, outrora se privatizava a telefonia... Realmente é positivo que o povo não repita a imbecilidade de definir uma eleição em primeiro turno como o faz desde 1994. O que é mais que preocupante é que os projetos dos agora três principais candidatos sejam tão símiles.


Lembro-me do filme semi erótico, onde 2 amigos: um homossexual e outro metido a macho alfa, faziam sexo com uma amiga, quando na verdade queriam um ao outro. Três formas de Amar. Que conclui sua saga na separação de pessoas que antes se acreditavam muito parecidos, e de repente seguem caminhos díspares.


Perguntem-se e perguntem ao vizinho teu: Qual o sentido de um país com 32 partidos políticos fechar a discussão em apenas três projetos de país, parecidos entre si? Porque conglomerados de comunicação que sempre decidiram por você estão a apoiar uma "nova" forma de fazer política? Vou caminhar... Mas creio que precisarei outra vez cruzar a fronteira.

terça-feira, outubro 15, 2013

Vosmicê é o outro pólo indesejado

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Preguiça de conhecer gente nova!!! Malemolência psicológica de co-existir ao lado de gente limitada. Se um quer dois não fodem? O oxigênio dos relacionamentos está asfixiando-se no salvo conduto da medíocre individualidade que mal beira sabe o que é o individualismo.

Queres ser individualista, independente? In? Ou Yang? Pólos opostos que mentirosamente se atraem... Preguiça neurastênica de conhecer novas pessoas e ser obrigado a mostrar-se diferente a patotolândia normal!!! 

Quem és? Não seja existência-lista! Não tenho ganas se quer de saber que existes. A lista é cada vez menor. Mentres tanto estais a tentar dançar na ópera do malandro, eu estou sambando na tua inapetência.

A cova côncava que cavais nunca será compartida por mim. Me esqueça! Cresça, ou desapareça!

Quanto? Como? Porquê? Onde? Não, não. Aonde. Onde estais? Aonde vais?

Sublimação de mini diferenças. Confrontação de sutis crenças. Meu distinto igual. Minha distinta diferente. Aos tais solapões em que estamos a merce, o mais ríspido é vosmicê.

segunda-feira, outubro 14, 2013

Eu quero mais, eu mereço mais!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Sou simplesinho, é só esquecer um pouco os demais. Não me compares, me entenda... É facilzinho, e sairás da mesmice que é a multidão. Essa multidão que nem sabe que a Bíblia é uma a maior obra de ficção da história. Acho que tens muitos conceitos pre estabelecidos e que acabas julgando as pessoas sem saber, dirão.

Quando leio certas notas nos diários, estou a divagar sobre outras coisas sempre. "Bancos voltam a funcionar", e eu canto "Na mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim...". O insólito é o desnecessário da alma.

Por quantas vezes queremos fugir da realidade? Blá! Gente sem personalidade que ao ler isso respondeu: "Sim". Ou, "é verdade"... Me enfadam, dilacerando meus anseios de conseguir voltar a ter esperanças no ser humano, pleno e de livre conduta intelectual.

Li que Dilmão afirmou que ninguém deve estrar na disputa de 2014 de salto alto, logo, por razões obvias senti que finalmente ela vai apoiar a causa LGBT. Mas logo des-pensei, pois têm tantos jogadores que curtem fazer crossdressing, e serão candidatos em legendas de aluguel, e isso seria muito triste para eles. 

Pensar em estudar melhor o passado, presente e futuro dos políticos e presidenciáveis, é legal. Ou será que os eleitores de Collor sabiam que o último assassinato ocorrido no Parlamento ocorreu no não tão longínquo 1963. Quando o senador das Alagoas, Arnon de Mello - pai do ex-presidente Fernando Collor de Mello - apertou o gatilho contra o conterrâneo Silvestre Péricles e acabou matando José Kairala, do Acre, que nada tinha a ver com a peleja.

A preguiça endêmica de pensar na sociedade atual nos faz passar mais tempo jogando coisas tontas no Facebook, que produzindo algum conteúdo relevante para nossas vidas. O sedentarismo intelectual é uma barreira a ser vencida a diário. Façamos um proposição. Não postemos jamais, ou ao menos por uma semana, frases com menos de 3 linhas no Facebook e depois me contem se houve uma mudança na repercussão do seu perfil.

Agora tu podes estar se cansando de ler esse artigo pois passei de parágrafos curtos, para maiores e mais densos.

Então justamente fiz o contrário agora, para dar-te um choquezinho e recuperar sua atenção.

Diz-se por aí que não devemos idealizar um mundo melhor, o que concordo. Pois, mudar o mundo e não mudar-se o comportamento das pessoas? Estapafúrdio!

Proponho que esta semana, a façamos a melhor de nossas vidas. Vamos esbravejar a cada pensamento broxante uma frase. "Eu quero mais, eu mereço mais!". Não esquecendo da regra do parágrafo longo acima. Quando tu fores postar algo nas redes sociais, e comeces a brochar na segunda linha... Esbraveje: "Eu quero mais, eu mereço mais!". Assim te ajudará a chegar a terceira linha da meta. E se ainda assim não for suficiente explique o que, porquê e para que ou quem você tá dizendo isso.

A resposta é: Para tu mesmo!

segunda-feira, outubro 07, 2013

É o que tem pra hoje!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Dualidade bi-polar. Esse é o trilho da nossa sociedade atual. O maniqueísmo é um fato, e mais, fator limítrofe para a construção da diversidade. Depois de anos havia uma esperança de termos outra vez, uma nova peleja de titãs de várias tendências e faces, no morno debate político do cenário brasileiro das últimas duas décadas.

O inesquecível debate presidenciável comandado por Marília Gabriela na Bandeirantes, em 1989, poderia se reeditar de forma moderna e atualizado. E como disse Leonel de Moura Brizola aos gritos, sem corte e sem pudores a imprensa e ao candidato, que lhe atacara "vocês engordaram com a ditadura. Malufistas! Filhotes da ditadura! Vendidos e filhotes da ditadura.".

Hoje talvez não tenhamos um Brizola, mas eu sonho que com a desistência temporário de Marina Silva, Heloísa Helena e o PSOL reconsiderem suas posições e entrem na campanha como a única possibilidade real de esquerda no país. Pois do contrário teremos uma campanha presidencial híbrida e sem pré e nem sal.

Se tivemos em 1989 uma poluição sonora e multifacética no debate, pelo excesso de candidatos, agora temos uma disputa pasteurizada. O fascista de ultra direita José Serra perde força interna no PSDB, que quer esquecer também FHC. Aécinho inexpressivo tenta ser a cara limpa de uma direita que vai para o centro, mas que em 89 era um centro que ao chegar ao poder se tornou direita, tanto na presidencia quando nos governos paulista e país afora.

Eu não sou mais um cordeirinho, e não me chamo Enéas (Carneiro), desdenhado por muitos mas que catalizou ano pós ano um rebanho de fiéis revoltos com a política nacional e se tornou anos depois o deputado mais votado da história o país. Outras figuras ainda vivas outras, que eraM muito vivas estavam lá dando o nome.

Uma multidão esquecida

Leonel Brizola (PDT, único partido brasuca filiado a Internacional Socialista, o primeiro a sair do governo Lula mas hoje com o Ministério do Trabalho),  Mário Covas (PSDB, que mudou a constituição e criou a reeleição para Fernando Henrique e que serviu para Lulinha Paz e Amor e agora pra Dilmão), Paulo Maluf (PDS e atual PP. O ainda deputado "muitas vezes processado, mas nunca condenado") , Afid Domingos (PL, partido que foi o vice de Lula, depois PR e agora ninguém lembra o que), Ulisses Guimarães (PMDB, que seque em cima do muro e hoje no mudo da vice presidencia), Aureliano Chaves (Arena-PFL-DEM... O futuro a Deus pertence), entre figuras menos relevantes.

Maluf e Brizola - Debate Presidencial de 1989
Ganhou a zebra Fernando Collor, contra o ainda despreparado para agradar o povo conservador, pudico e despolitizado brasileirinho, Lula. Um coligado e de um partido que ninguém sabe até hoje o que significam PRN, PSC, PTR, PST. Outro emblematicamente com apoios que uns seguirão Dilmão e outros que... (PT, PSB, PCdoB).

A bi-polaridade tupiniquins

Aí começamos o Brasil bi-polar. Na época, apenas no 2º turno e nas ultimas décadas já desde o 1º. Nos últimos embates tivemos sempre o chato e desnecessário 1º turno concebido como circo para a disputa polarizada pelos meios de comunicação pelegos entre PT e PSDB. Estes que por razões distintas e parecidas, voltamos a bi-polaridade, fizeram governos mesquinhos e iguais. Com a mesmo política macro e "mico-econômica".

E hoje? Marina, a promessa de pimenta no angu dos outros se filia ao PSB, que era candidato a vice em 89 de Lula e hoje tem o ex-aliado Eduardo Campos do Agreste, como possível presidenciável. Mostrando que nem tudo que cai na Rede é peixe. Serra, se não morrer de desgosto será esmagado por Aécio Neves na convenção, se é que existirão internas no PSDB. Dilma se não se mexer será substituída por Lula. E... É o que tem pra hoje! E quanto a temas que têm aceitação no PSB, como a união entre homossexuais e a legalização do aborto, mas enfrentam resistência pessoal por parte de Marina, será que serão e como resolvidas? 

O debate político-ideológico cada vez mais raso no Brasil, vai perfilando o país cada vez mais, se assemelhando ao Império do Norte. Tal qual o americano comum, que não sabe a diferença exata entre republicanos e democratas. Entre Bush e Obama. Entre Iraque e Afeganistão. Entre Brasília e Buenos Aires. O Brasileiro graças ao PT que virou a casaca e hoje de esquerda male-mal tem o passado, e o PSDB que male-mal quer lembrar o seu passado, está em um dilema unitário. Temos no país alguém capaz de dizer se ainda existe aqui abaixo a linha do equador direita ou esquerda?

domingo, setembro 29, 2013

Suicídio Moral

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


O suicídio é nada mais que um ato de coragem. Um ser quando passa por momentos muito difíceis e pensa que nada mais pode dar certo... O seu primeiro e natural pensamento qual é? Nós vivemos em uma época muito difícil e muito superficial. A depressão é algo q é a ordem do dia... A única coisa que nos sobrou de humanos. Cercar-se de pessoas positivas, se é que existem, seria uma solução. Mas o positivismo é burro e
demodê.

Não acredito que o suicídio é um ato de covardia, em contrapartida, que a decisão de não voltar, relaxa. Embora não valha a pena dar a sua vida para nada, nem por ninguém.

Quanto às outras questões de quem está sofrendo, que não tem qualidade de vida, nem para a sua saúde, não é a vida mais que puro e mero sofrimento. Quando uma pessoa quer cometer suicídio, mostrar que os seus problemas são normais e ao mesmo que por pessoas piores do que (ele) sem motivos racionais terem maior êxito na vida, uma enorme frustração e censo de injustiça sócio-cultural. 

Mas se você não tem capacidade físico-psíquica para fazê-lo (suicidar-se), de qualquer maneira, tentando argumentar para si mesmo que não vale a pena, você estará se acovardando. Tornando-se mais um na multidão de frouxos. Não!!! Mas o livre arbítrio para isso está. Fazer o que acredites que deve, mas também sendo responsável único por seus atos, assumindo então todas as consequências é o que as pessoas não fazem atualmente.

O suicídio está situado fora de qualquer conceito: "moral ou imoral", porque quando um chega a essa instância, fora de seu controle emocional e racional. Talvez se deva ser mais forte para encontrar a paz. Nunca pensamos que agora possamos estar vivendo nossos últimos momentos. Esse dilema único e cabal deve ser um ato de reflexão.

Somo piegas, somos bregas, somos preconceituosos, somos conservadores. Sou. Diga tudo isso bem alto agora. Reconhecer-se é necessário. Grite na janela já! Sou piegas, sou brega, sou preconceituoso, sou conservador. Allende e Vargas o fizeram, porque você se acha melhor que eles?