segunda-feira, setembro 28, 2009

Quem vê capa, não vê conteúdo

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


“Quem paga meu salário é o SBT, ele se irrita nos bastidores da Globo”. Por si só a frase não pode fazer muito efeito a primeira vista. Essa frase é repercussão da noticia que circulou a semana passada informando que o Programa da Eliana teve 40 minutos de liderança sobre o Domingão do Faustão, e a autora nada mais que a irmã do mesmo.

Leonor Côrrea, hoje diretora de Eliana no SBT; ex-diretora do Melhor do Brasil na Rede Record e ex várias emissoras, ao proferir tal frase ainda disse em matéria a coluna do Fabíola Reipert no R7 que tem um relacionamento pessoal com Fausto Silva. Também seria de espantar que não, pois não estamos a falar de amadores da TV e sim profissionais de larga e longa data.

Aí que esta o eixo da questão, Leonor não fez nem fará nenhuma revolução, mas mesmo em um SBT sem o prestigio de anos fez o que mais quer a TV, resultado. É aquele famoso feijão com arroz do futebol: bom jogador, bom técnico, bom campo e nada mais.

Cantadoras - Mistura de Cantoras e apresentadoras

Eliana tem vários anos de telinha desde quando era conhecido pelos dedinhos apenas. Hoje bate uma bola razoável para a média de qualidade atual de apresentadoras. Quando começou proveniente da "teen band" feminina Banana Split, fenômeno da década de 90; já era figura fácil em vários canais. De cantora apresentadora foi um pulo, seguindo os passos da rainha ainda da televisão Hebe, esta que incluso ao cantar inaugurou a TV no Brasil.

As vezes o simples faz a festa, ou nesse caso a audiência. Em tempos de reality pós reality, todos formatos que por si só são um produto de marketing, aonde o que vende é o formato e não o conteúdo. Como Ídolos hoje em outra emissora e repetindo exatamente o mesmo numero no Ibope. Até que dessa vez por tanta repetição devem ter copiado alguma alteração ou da versão americana ou europeia, ou da versão latina o "Latin American Idol" do qual se fazem eliminatórias em toda América Latina menos Brasil.

A realidade dos realities não muito reais

Dizem os produtores do programa que para tornar a disputa mais acirrada, e para nivelar o julgamento dos 24 finalistas, a produção do programa de talentos da TV Record, Ídolos decidiu separar os concorrentes em dois grupos, o primeiro com 12 homens, e o segundo com 12 mulheres. A idéia é boa, esperemos que a final não seja em como outras temporadas o fim da picada.

A mídia hoje em dia é cada vez mais "multimídia", não? A décima edição do "Big Brother Brasil" reservará muitas surpresas. - ...e eu posso com isso? - Segundo o diretor J.B Oliveira, o famigerado e vulgo Boninho, avisa do perigo que estamos por sofrer: "o reality deverá ter duração maior do que os cerca de 80 dias de confinamento. "Tudo depende da programação da Globo", contou à coluna.

Constrói-se um cenário, põe-se cartas marcadas, assina-se contrato de silêncio para meses de vigencia após o termino do martírio, digo programa; e ainda assim nos querem vender essas coisas como "Reality Show". Tudo bem que nem todo mundo sabe Inglês, incluo-me em los que pregam a extincao dessa arma de dominacao yanke. Mas essa até um bebê sabe traduzir. Não é possível... Onde está a realidade dos tais "Shows de realidade"?

Sitcom em vários formatos

Vai ser uma quase adaptação de "Toma lá da cá", também da emissora carioca. Imaginem que com 2 casas. Todos de uma irão fornicar com gente da outra casa, depois como na série se terá um atual que foi "ficante" ou "amor pra toda vida" como nos episódios de edições anteriores de alguém da outra casa. A mistura de formatos e hipertextos estará mas que contemplada na "nova versão" do "novo" BBB.

Aí também teremos outra fusão de influencias ou busca de "novas idéias" para logo em nossa querida TV. Baseado nas tirinhas de Adão Iturrusgarai, publicadas na Folha, o tal novo programa foi ao ar como um especial de fim de ano em 2008. A idéia deu certo e "Aline" foi promovida a série na grade da emissora. A estreia está marcada para quinta-feira (1º), após "A Grande Família", a não ser que haja algum imprevisto da produção.

Até o cinema?

Uma prova de que até mesmo a sétima arte esta a sofrer de retrolavagem e reciclagem de conteúdo e formatos é a nota recem publicada por um jornal americano. Freiends a serie, vai segundo o jornal "Daily Mail" virar filme. Ainda o jornal afirma que as seis estrelas de salários ultra milionários concordaram em mudar para a tela grande, seguindo o sucesso do filme "Sex and The City". De acordo, isso significa que Jennifer Aniston, 40, Courteney Cox, 45, Lisa Kudrow, 46, Matt LeBlanc, 42, Matthew Perry, 40, e David Schwimmer, 42, ficarão juntos no mesmo cenário pela primeira vez desde que o seriado acabou em 2004.

Contudo, todavia, entretanto ou como queiram os sátiros ao ironizar a vida: "Você viu o novo Programa do Gugu?". e da outra ponto o outro sátiro entendendo a malícia diz: "Ah obviamente que sim... Até mudou de canal... Até o nome do programa dele mudaram!". Nisso os dois riem ao dizer: "Só esqueceram de além de mudar a capa, de mudar o conteúdo!".


Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

quarta-feira, setembro 23, 2009

O Clone 2

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


É clonagem? E não fala da novela com Giovana Antonelli, nem do que a Rede Globo fez com a programação da TV Excelsior na década de 60. Creio piamente que sim, neste caso também o é. A Rede Record quer ter um "Vídeo Show" próprio, segundo informações do jornal O Globo, na coluna de Patrícia Kogut. Ainda, a emissora paulistana prepara um programa vespertino sobre os bastidores de suas novelas e atrações, nos moldes do concorrente global. Além do formato, a Record também estaria interessada em contratar apresentadores atuais da atração.

A pergunta é também se vai pegar. Pois se realmente seguir a cartilha do produto global terá talvez alguns problemas. Pois que, O vespertino carioca está a anos usando o discurso, ou linha editorial, que ignora que existam no universo outros canais que não a Rede Globo. Ou seja, a Record em tese não falaria de outra emissora, o que seria uma revolução ou involução, porque indiretamente o único quadro sobre TV na emissora que faz parte do "Hoje em Dia" fala amplamente da classe artística.

Durante anos a emissora do Projac tratou seus ex artistas como criaturas que desapareceram da face da terra. Um artista que saia da emissora simplesmente era abstido da boca dos ainda contratados. Muitas vezes artistas eram dados como mortos praticamente pós saírem da Globo.

Geladeira da Globo

Me pareceu muito raro certo comentário que minha avó fez-me quando Lucélia Santos voltou a Rede Globo em 2001. Mesmo depois de trabalhar em uma lista de feitos além mar, digo além Globo, como em: 1996 - Dona Anja (SBT); 1995 - Sangue do Meu Sangue (SBT)1990 - Brasileiras e Brasileiros (SBT); 1987 - Carmem (Manchete).

O estigma criado no caso específico de Lucélia foi um dos casos mais terríveis da história da bolha extra Globo no Brasil. Mas casos não faltariam para ilustrar o efeito "Geladeira da Globo".

A TV não se faz de realidade

Então penso, voltando ao assunto central: Seria ideal ter mais um programa sem noção da realidade, ou limitado, como o vídeo show? O que ocorre é que, vai que um dia a Record derruba a Globo, o que teremos? Mais uma emissora monopólica e que ignora a existência de vida inteligente fora dela? _Com a palavra Serginho Groissiman que usa como slogan do intragável "Altas Horas" o bordão jocoso: "Altas Horas, vida inteligente na televisão!". Se vida inteligente é entrevistar pseudo atores globais de teste do sofá e ainda fingir que existe cérebro dentro dessas carcaças eu prefiro uma vida burra na televisão.

Se fosse eu o produtor

A coisa pra funcionar tem de ser ou 8 ou 80. O risco do 80 é ter um piripaque na primeira corrida, e do 8 é não alcançar quase ninguém. TV estratégicamente se consegue ibope muito mais por costume que por qualidade, já diria Walter Clark. Se a opção é seguir a risca a fórmula Vídeo Show, pode ser que mais que audiência ao próprio programa gere um crescimento aos demais produtos da rede. Agora se misturar as coisas, digamos, uma cara de "Vídeo Show" e um conteúdo de Sônia Abraão, aí a coisa fica feia. Tomaria eu o cuidado de manter ao menos por 4 meses a alternativa do 80.

Côncavo e Convexo

Se valor e gostos são subjetivos, a busca por alguém que nos valorize também pode ser. E sempre é valido lembrar que muitos profissionais saíram da poderosa em busca de reconhecimento, acima do status quo de ser global. É até preconceituoso e marginativo o que se faz hoje e antes fora pior. O pensar: "Se está na Globo é bom, se não está desconheço." - é a mais chucra bucefalia da sócio cultura brasileira.

Nessas horas que veja que minha nega baiana tem "már que razaum". Ivete Sangalo gravará um DVD no Madison Square Garden, em Nova York, no dia 4 de setembro de 2010. Tanto criticaram minha rainha, como se diz na Bahia, que ela vai tentar ganhar agrado dos gringos. Molestaram-na porque estava grávida, porque troco de namorado, porque arranjou um novo, porque não gravava CD de inéditas... Ela deve ter pensado como eu: "Sabe meu rei, vou pros exterior pra vê se alguém me dá valor".


Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

terça-feira, setembro 15, 2009

Mais perdido que cego em tiroteio!

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


Nossa TV cada dia que passa sofre vários reveses. Lendo os jornais e colunas sobre TV está semana vários fatos tem me colocado a pensar onde iremos parar.

o Blog "Curtas e Quentes do portal o Planeta TV! trás: "O primeiro capítulo de "Viver a Vida", exibido na noite desta segunda-feira (14/09), na Globo, marcou 42 pontos de média e pico de 46, segundo números prévios na Grande São Paulo. No mesmo horário, ou seja, das 20h54 às 22h09, a segunda colocada marcou 7 e a terceira 6. Com esta média, a trama de Manoel Carlos supera a estreia da antecessora, Caminho das Índias, que marcou 39 pontos".

O mais do mesmo do "Maneco" acaba que surte efeito na repetitiva TV brasuca. Não o culpo, até o saludo. Vencer o re-re-re-remake de "Bety, a Feia", é realmente um "grande mérito. Para não falar do restante da concorrência. E isso é assumido pelo próprio autor em entrevista ao Jornal Estado de Sao Paulo, cito:

Estadao - De todos os autores com estilo bem marcado, você é o que mais se apega às repetições. Sempre teve em mente que estava construindo uma marca? Não. E desde o começo da minha carreira é uma coisa muito remota! Mas, desde o começo, me interesso por escrever sobre as mesmas coisas que escrevo até hoje. Não me interesso por grandes fantasias.

Quanto mais, pior

Quanto mais sei e vejo TV mais confuso fico. Depois que Daniela, a filha número... do patrão, claro. Ela que fez pesquisa na internet para detectar a insatisfação do público com o horário atual das séries no SBT. "Muitos dos nossos telespectadores reclamam que nossas séries são boas, mas de difícil acesso. Estamos facilitando o acesso a este conteúdo", fala ela. Precisava tanto pra identificar isso? O óbvio. Anos de grade voadora derrubaram o SBT e isso nao precisa de mais de 2 de QI para saber.

Nesse tiroteio louco, onde ator não é ator, cantar se não paga não canta na TV, isso quando realmente canta e não dublar sua voz em versão mutante de estúdio, é que não sabe-se mais qual é o critério para algo estar na grade se é que hoje a TV tem critérios.

Eu estou bonzinho, será que deveria?

Esses dias meu senso de justiça está maior do que o comum, Pois, poderia fazer um comentário maldoso e que muitos desconhecedores de alguns fatos avalizariam. A bailarina Sheila Mello confirmou convite da Record para participar do reality “A Fazenda”. No entanto, a ex-loira do É o Tchan colocou uma condição para assinar o contrato. Ela quer ser aproveitada no elenco das novelas da Record após o término do reality show. Se eu quisesse ser cruel omitiria o fato de que a loira está ma quase 4 anos estudando interpretação. Se deu resultado só vendo pra crer.

Em um momento onde uma das fundadoras da TV no Brasil sofre alguns comentários que a deixaram chateada. Falo claro de Hebe Camargo, 80 anos, que além de sofrer com a baixa audiência do programa que comanda no SBT, se garante que um tremendo mal-estar tomou conta dos bastidores do Complexo Anhanguera nos últimos dias. Devido a que até o momento Silvio Santos não manifestou o desejo de renovar o contrato da apresentadora, que vence em Dezembro próximo.

Nessa semana de tudo passou. Até o diretor de rede do SBT foi notícia Guilherme Stoliar, foi ontem a Brasília para reclamar ao ministro das Comunicações, Hélio Costa, do avanço das igrejas, principalmente as evangélicas, sobre a programação das TVs. Seria um revide indireto a Rede Record que em rede nacional tem horário fixo arrendado a Igreja Universal.

Faltou uma manchete dizendo: "Dormiu com a Madonna, virou apresentador!". Está quase certo que o VMB 2009 conte com a presença "especial" de Jesus Luz. Durante a coletiva de imprensa, realizada na sede da MTV, na segunda-feira (14), em São Paulo, o diretor da premiação, Cacá Marcondes, confirmou que o namorado de Madonna foi convidado para dividir a entrega dos prêmios. No entanto, ele ainda não confirmou presença. Podiam convidar a Hebe creio que teria mais lógica, ao menos ela é cantora mesmo que não fosse apresentadora.

A ditadura voltou, suave, mais ainda repressora

No início da noite desta quinta-feira (10), a TV Globo soltou um comunicado interno restringindo o uso de mídias na internet, como blog, Twitter, facebook, orkut, por seus artistas contratados. A informação foi dada pela coluna Radar, da Veja online. Ditadura e auto censura, e o povo discute liberdade de imprensa no país em que o diploma de jornalista não é mais obrigatória e antes nem sempre necessário.

Twitteiro de carteirinha, Bruno Gagliasso, contratado da Rede Globo nominou o veto como censura: “Amo o que faço: arte!!!Sou contra qualquer tipo de censura”. Fernanda Paes Leme foi taxativa: “Não existe Arte sem liberdade de expressão. Blog, twitter ajudam o público a conhecer o artista por trás do personagem... eu vou continuar por AQUI”! - textual do twitter da atriz.

Óh vida, óh azar... Tinha um desenho que dizia isso e finalizava um tanto fanho e desanimado: "Isso não vai dar certo".

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

sexta-feira, setembro 11, 2009

A "Manchete" do dia!

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista



Aos menos velhos que eu, pode ser que essa recordação tão sublime sequer faça parte de sua lista de coisas a sentir saudade. Parte de minha infância foi recheada por uma emissora hoje infelizmente extinta. Graças a essa emissora eu passei vários recreios de minha segunda série brincando de Changeman e Flashman, seriados japoneses vinculados pela TV Manchete.

A rede boicotada de várias maneiras a época foi a responsável por vários mega ultra sucessos extra vênus platinada. É meio chavão ou senso comum mais para quem desconhece a informação pode ser valido para tentar romper com essa emblemática impressão de que a rede dos Marinho é a única com qualidade e invencível. Além de ter lançado várias estrelas hoje globais como Murilo Rosa, Drica Moraes e Taís Araújo, essa justamente protagonista da próxima principal novela da poderosa, a emissora teve muito que mostrar em seu curto período de vida.

A TV Manchete ou apenas Manchete foi fundada na cidade do Rio de Janeiro em 5 de junho de 1983 pelo jornalista e empresário ucraniano naturalizado brasileiro Adolpho Bloch que permaneceu no ar até o dia 10 de maio de 1999. Além de transmitir o Carnaval Carioca com grande êxito em seu ano de estréia, algo que fez a Globo ao ano seguinte se arrepender de não o ter feito e voltar a transmiti-lo em 1985, a rede tocou no ponto até então pouco explorado por emissoras além Jardim Botânico. O ramo de novelas foi um grande destaque da emissora e hoje lhes conto que 10 anos após de sua transmissão final ainda o é.

É da Silva, mas não é o presidente


Explico-me. dentre várias outras obras realizadas uma que voltou a tona no Brasil pelo SBT, recém terminou sua exitosa exibição ao país vizinho. Além de grandes feitos como Dona Beija (1986), Helena (1987), Corpo Santo (1987), Kananga do Japão (1989), sua primeira produção dramaturgica foi a minissérie Marquesa de Santos (1984). Dentre vários sucessos, houve uma trama clássica de Benedicto Ruy Barbosa, Pantanal, que sacudiu o conservador Brasil da década de 90, exibida entre 1990 a 1991. Vieram outros como A História de Ana Raio e Zé Trovão (1991), Tocaia Grande (1995) e Xica da Silva (1996). Sim, é dela mesma, Xica da Silva, que estou a falar.

Apesar de tantas críticas à época hoje a trama atingiu mais uma grande marca. O último capítulo de "Xica da Silva" obteve excelente audiência na Argentina
. Nesta última terça-feira (08), conquistou excelentes 9.3 pontos de média, ocupando o terceiro lugar isolado no ranking do Ibope. Essa foi a melhor marca da emissora daquele dia. Enquanto sua substituta "O Profeta" não chega a 5 pontos sequer, menos queo dia de estréia de Xica da Silva vinculadas ambas pelo Canal 9.

A trama protagonizada por Taís Araújo e produzida pela Manchete encerrou sua jornada em terras portenhas como maior êxito fora das duas principais redes este ano. Ao longo de sua exibição, "Xica da Silva" teve diversos problemas com a concorrência. Por ser veiculada às 22h, enfrentou fortes concorrentes como o "Caiga Quién Caiga", o CQC argentino, a novela "Valientes" e o bem sucedido "Showmatch" ambos do canal "El Trece".

Em tempos de tramas mais que repetitivas tanto no Brasil como no exterior, é interessante pensar que uma produção de formado diferencia possa sim ter ainda sucesso. Em contra a muitos críticos que só aplaudem a mesmice e o vil.

Manchete vence Rede Globo novamente

Pode-se considerar que a TV Globo novamente perdeu para a TV Manchete. Já que quem substitui a querida e extrovertida Xica é um produto global. Esse que não atingiu o mesmo índice de estréia da produção Manchetiana. Escrita por Walcyr Carrasco, autor de menos pior resultado do horário das 6 e também das 7 entre novelas nesta ultima década, sob o pseudônimo Adamo Angel e dirigida por Walter Avancini. Xica da Silva levou a Rede Manchete de volta ao segundo lugar na audiência geral da televisão brasileira, depois de alguns anos em crise.

Em 2005, o SBT causou uma grande surpresa no mercado televisivo brasileiro, ao anunciar que adquiriu os direitos de exibição da novela; estreou a reprise em 28 de março, indo até 9 de dezembro do mesmo ano, às 22h. O sucesso da reprise de Xica da Silva, que triplicou a audiência da emissora de Sílvio Santos recolocando-a na vice-liderança no horário, levou a Rede Bandeirantes a comprar os direitos de exibição de outra novela da Rede Manchete, Mandacaru, e reprisá-la no mesmo horário em 2006.

Xica pelo mundo

Xica da Silva foi exibida na TVI (Portugal) em 1997, e mais tarde, em 2003, reexibida na SIC (Portugal). Teve grande êxito no exterior, sendo transmitida em vários países como Chile (onde foi líder absoluta também em sua reprise), República Dominicana (que exibiu a novela quatro vezes), Angola (onde Taís Araújo foi recebida com honras de Chefe de Estado, por causa do sucesso da trama), e Venezuela, Equador, Rússia, Colômbia, Bolívia, Honduras, Nicarágua, Porto Rico, Panamá, Paraguai, Peru, Guatemala, Japão, Argentina e outros.

A trama também fez enorme sucesso nos Estados Unidos, ao ser exibida pela emissora Telemundo, e abriu caminho para as novelas brasileiras no país. A coisa foi tão inacreditavelmente Taís Araújo foi contratada pela Telemundo por um ano para promover a novela e participou de um reality show da emissora; por conta do êxito de Xica fez participação especial no também sucesso colombiano, Betty, a Feia. Na época foi eleita pela revista People espanhola uma das 50 personalidades mais bonitas do mundo. Recentemente, de 14 de Novembro de 2006 a 24 de Agosto de 2007, Xica foi reapresentada nos EUA (pela terceira vez), porém, pela TV Azteca America.

É isso aí

A Manchete é o fantasma na história presente e passada da poderosa rede carioca. É isso aí, realmente só pra variar a qualidade deve vencer o status. Taís Araujo com apenas 17 anos era uma atriz pronta e mais de 10 anos depois finalmente chega ao horário da 8 como protagonista em Viver a Vida, de Manoel Carlos. E pensar que a vara da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro notificou publicamente a Manchete além de protestos de setores da sociedade pedindo para retirada da novela do ar. Realmente o Brasil não sabe o valor que tem, e dá valor ao que não tem valor.


Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

quinta-feira, setembro 10, 2009

Invente, tente, assista algo diferente

Invente, tente, assista algo diferente

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


Me chamou atenção ao ler no jornal extra online a matéria de Leonardo Ferreira -09/09/2009, o como estamos em um país de libertinagens e com zero de liberdade. Alheio eu ao fato tardiamente me embasbaquei ao ler a seguinte nota:

O autor José Louzeiro prepara um livro sobre os bastidores da proibição de sua novela “O marajá”, que seria exibida pela Manchete em 1993. A trama contava com humor a trajetória de Fernando Collor e foi impedida de ir ao ar poucas horas antes da estreia. Mesmo sem ter visto nenhum capítulo do folhetim, o ex-presidente conseguiu impedir na Justiça a exibição, num caso claro de censura prévia. Ele teria se sentido ofendido pelo que nunca viu. Depois disso, as fitas sumiram. “A novela se perdeu em trambiques, com muito dinheiro envolvido. Acho que nunca veremos essa história”, diz Louzeiro.

Um dos detalhes revelados no livro é que o próprio departamento comercial da emissora, segundo Louzeiro, ajudou a boicotar a novela. Sem que os autores nem o diretor da história (Marcos Schetman, que dirige hoje "Caminho das Índias") fossem consultados, foi posta no ar uma chamada de "O marajá" , considerada, mesmo nos dias de hoje, muito forte. Nela, uma enfermeira levava numa bandeja de prata supositórios com cocaína para o ex-presidente. A chamada foi o que alertou Collor, que logo depois entraria com uma ação para impedir a exibição da novela.

Vendo os índices das novelas baixos hoje em dia penso no que pode estar faltando para que as mesmas voltem a patamares estratosféricos de anos atrás. Pois seja por falta de qualidade de atores, muitos meros seres que tiveram momentos intimo com diretores de elenco, produtores e afins. Seja por remakers de histórias batidas e que já tiveram milhões de versões como a Colombiana "Bety, la Feia", que no Brasil fora exibida a anos atrás pela Rede TV!, depois teve "La Fea Mais Bella" exibida pelo SBT em versão dublada, na adaptação feita pela mexicana Televisa que hoje exibe pela tarde a versão original Colombiana. Mas o pior é o que se passa hoje, neste momento temas "Ugly Bety" versão americana realizada pela tradicional ABC, no ar pelo SBT. E ainda uma versão em horário nobre na Rede Record, "Bela, a feia".

Tanto lá como cá

Mas quem pensa que a coisa está assim só no Brasil se engana quadrada-mente. A grande exportadora Televisa hoje tem como opção comprar roteiro de novelas argentinas e colombianas para diversificar os temas de sua novela, coisa que a Globo jamais fará por ego exacerbado. O último caso é a exitosa novela exibida pela rede TELEFE e produzida pela Endemol/Underground em parceria com a emissora. "Los exitosos Pells", que no México se chama "Los Exitosos Pérez" devido ao sobrenome Pells não existir no México. Novela essa que teve segundo apontam alguns sítios portenhos direitos de exibição comprados pelo SBT que exibira a partir de dezembro uma adaptação e tinha em mente para agosto a exibição da versão dublada, mas engavetou a exibição pensando na possibilidade de produzi-la.

A novela que tem 6 premios "Martin Fierro" o principal da Argentina na área artística, englobando TV e teatro em seu rool de premios, quase não iria ao ar, pois era uma produção independente da Endemol Argentina para o mercado latino e não especificamente para Argentina. A substituição Exibida às 22:00, de segunda a quinta-feira como a maioria das novelas no país, teve como protagonistas Carla Peterson a mesma do sucesso "La Lola", também já exibida no Brasil. Ainda em exibição existem versões na Espanha, Chile, Ecuador e México devido a compra depois de assistir o piloto pela TELEFE, mudança de atores que ocasionou uma "porteñización", como trataram os meios do país, da trama e principalmente do sotaque e gírias utilizadas. Ocorre que o sotaque argentino é demasiadamente particular e utiliza até mesmo de tempos verbais distintos da maioria dos país de língua espanhola.

Aqui temos na Rede Globo a antropofagia do horário das 6, como o remake de "Paraíso" e tantas outras, algumas raramente feitas por outras emissoras como "Mulheres de Areia" da TV Excelsior. Temos também lá Walcir Carrasco com a milésima novela que parece copiar o texto e piadas de suas próprias novelas anteriores. Glória Pérez com suas emboladas tramas sem rumo que se guiam mais pelas pesquisas de público da emissora do que pela intuição e suposto talento da autora. Isso vem a constatar uma dura realidade de que o povo consome muitas vezes mesmice com roupa nova. A questão é de quem sabe melhor disfarçar isso.

O SBT tem um redundante fracasso com a adaptação de "Vende-se um véu de Noiva" de Janete Clair, novela escrita inicialmente para o rádio. Talvez aí o grande problema. Não acredito que o canal tenha reambientado dramaturgicamente para a linguagem de TV a obra e sim meramente atualizado poucas coisas da historia e filmado os diálogos.

Ineditismo nao vende

Foi-se o tempo da foice em que o novo era o que mais vendia. Hoje a sociedade está pasteurizada e com lomba de pensar. O que vende hoje é a repetição. Como citação ilustrativa de um sábio que a muito percebeu o quanto o povo se deixa levar irracionalmente pelos meios de massa: "Quer fazer sucesso? É só repetir qualquer coisa no cocuruto do povo..." em a Gota d´água de Chico Buarque. Onde uma personagem aconselha ao sambista Jazão lhe ensinando a fórmula do sucesso.

Poder Paralelo é um retumbante fracasso de Ibope hoje com media de 5 pontos a 7 no máximo. O detalhe é que a produção e trama são impecáveis. Ainda o elenco conta com monstros da interpretação como Beth Coelho e Antonio Abujamrra dentre vários outros. E mesmo assim "Caminho da Índias" com a "atriz profissional", sabe se Deus como se formou, Juliana Paes batendo recordes de audiência.

O Marajá

Acredito piamente que "O marajá" deveria ser refeita, hoje em dia se faz e se refaz tanta porcaria, que seria de muita valia. Ou isso ou fazer uma novela em estilo grande épico como "Cidadão Brasileiro" de Lauro Cézar Muníz, onde as personagens foram retratas pelos mesmos atores dos 20 até a morte, alguns claro. Se não sobre Collor talvez sobre seu antecessor, hoje envolvido em alguns escândalos, nosso querido José Sarney. Creio que vou registrar dois nomes possíveis: 1) Brasileiros e Brasileiras; 2) Planos Cruzados. E no caso Collor: "Impeachment, porque?"; "Caçador de Marajás", "O Confisco", "Cadê minha poupança?"... Mais um que me interessaria muito que fora aprovado por alguma emissora é: "Ressurreição", afinal de contas nosso ex-mal-presidente é senador eleito.

Se alguém me contratar me junto a um par de colaboradores e escrevo uma novela, bons títulos já tenho.

PS.: Peco desculpas aos leitores da coluna pelo atraso da mesma. Tive de mudar as pressas do Hotel Residência em que estou a viver em Buenos Aires, devido a seu fechamento. Me avisaram domingo(6) a noite que fechariam ao dia 15. Ou seja, 9 dias para conseguir um novo lar, sem muito "tu-tu" no bolso foi um tanto "fastidioso". Agora de casa nova podemos voltar a trocar idéia minha gente. Forte abraco e continuem aqui, que prometo falar menos besteiras na próxima coluna semana que vem.


Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista