sexta-feira, outubro 29, 2010

Seguindo a Norma

Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

Foi-se o tempo em que os rapazes enlouqueciam ao verem as rodilhas e joelhos de uma mulher e que troca-troca era sinônimo de brechó. Hoje as musas estão cada vez menos vestidas, quando estão. A imaginação nos áureos anos 50 e 60 eram um fator de desejo e sedução muito utilizado.

Marilyn Monroe, nome artístico de Norma Jean Baker, falecida em 5 de agosto de 1962 até hoje causa os mais variados tipos de especulação. Ela foi a estrela que personificou o glamour de Hollywood com incomparável brilho e energia que encantam o mundo até hoje. Muitas pessoas a imitaram como uma das mais fortes referencias de mulher sedutora e desejada, tentando vislumbrar o mesmo facínio que a diva causa até os dias de hoje.



Uma travesti, “Marilin Monroe”, suicidou-se em seu apartamento no Largo do Arouche, nesta sexta-feira 29 de Outubro. Após uma briga com o namorado, Marilin jogou todas as roupas de Leandro, seu companheiro, pela janela e ameaçou suicidar-se informou uma vizinha do 2º andar do Edifício Tiêta II. João Rodrigues se vestiu como a diva que idolatrava, tomou uma sobre dose de Prozac, e escreveu uma carta que não chegou a terminar.

A travesti eras conhecida no bairro como Marilin Monroe, devido a seus cabelos tingidos e trajes que usava. Segundo Leandro, seu ex-namorado, ela vivia 24 horas como se fosse a artista norte-americana e todas as suas roupas eram réplicas de figurinos utilizados pela Marilin original.



Na carta que tentou escrever, não a completando por já sofrer os efeitos do medicamento, João Rodrigues disse:

“Nasci como João, mas decidi dar fim a minha dor de viver. E morrerei como Marilyn...”

quinta-feira, outubro 28, 2010

Imitando aprendemos!

Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


Todos nós temos visto todos os dias e todas as noites, explosões, brigas e agressões que infestam a programação da televisão brasileira. Segundo muitos analistas, os efeitos são nefastos. Alguns atribuem às pancadarias da TV uma parcela da responsabilidade pelo recrudescimento da criminalidade urbana. Há aqueles que consideram tudo uma mera demonstração de mau gosto; há os que de divertem e, finalmente, existem os que não se incomodam.


A sociedade, ou melhor, o ser humano é construído através da mimese, da imitação de seus entes queridos e próximos. Não deixa de ser o que ocorre no caso da TV. Mas não apenas pelo público, que repete o que vê na TV protagonizado por seus ídolos. De outro lado, existe a TV que é feita pelos mesmo concidadãos que construíram a sociedade tal qual ela é na atualidade.

O homem cresce imitando os pais, as crianças de hoje suas babás eletrônicas. Em qualquer dos casos a violência já pré existia. Pensar que um programa como o do Ratinho ou Casos de Família mostrem brigas familiares e tenham audiência e ainda responsabilizá-los por crimes é estapafúrdio. No mínimo uma tentativa de fugir da real motivação sociológica da violência generalizada que assola o país há décadas. Com a palavra o IBGE.

Perguntar o que nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Seria o mesmo neste caso. A televisão é violenta porque se espelha na realidade ou a realidade é violenta porque se espelha na televisão? É hipócrita e só não vê quem não quer. O problema da violência no país não é televisão, é educação!

quarta-feira, outubro 27, 2010

Don Quixote: O livro ecológico

Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


A primeira edição da obra de Miguel de Cervantes (1547-1616), datada de 1605 e 1615 em Madri, está agora disponível no portal da Biblioteca Nacional Espanhola(site da BNE), El ingenioso Dom Quijote de la Mancha (QVixote, em espanhol medieval). Uma idéia que poderia ser utilizada aqui pela nossa biblioteca nacional, visto que nossos livros são os mais caros do mundo, mesmo o Brasil sendo um grande produtor-exportador de papel.

No Brasil o livro é conhecido comummente como Dom Quixote. O romance do "engenhoso fidalgo" pode ser lido a partir de agora como qualquer e-book, virando as páginas da tela, trocando o tipo de letra ou seu tamanho. Ao trabalho de digitalização das 1.282 páginas da edição foram acrescentados diversos complementos para tirar mais proveito da obra, informou a BNE.

Estão incluídos "mapas interactivos de rotas" com os itinerários das viagens de Dom Quixote, uma cronologia de fatos relativos à obra, seu contexto --a vida no século 17, os livros de cavalaria-- e seu autor, referências a outros livros da BNE, ilustrações e gravuras da época e links para enviar trechos por e-mail ou Facebook.  

Imagino as obras de Ariano Suassuna, Nelson Rodrigues, Monteiro Lobato, Jorge Amado, etc... neste mesmo formato. Seria um deleite imensurável, além de que seria uma verdadeira inclusão digital e literária. Ao invés de patrocinar tantos eventos dos mesmo produtores "culturais", seria muito mais útil que o Ministério da Cultura investisse em projectos similares ao espanhol.

A obra não foi simplesmente scaneada, é possível ouvir música e até "o som real das páginas" ao serem viradas. À iniciativa sobre a obra-prima da literatura espanhola soma-se a apresentada no mês passado pela Real Academia Espanhola (RAE) e pelo Youtube, que permite que internautas do mundo todo exponham nesse site vídeos com a leitura do livro.


Eu havia iniciado a leitura de uma versão da obra máxima de Cervantes, ela estava em espanhol arcaico, em uma fotocópia de um edição de 1929. Uma amiga uruguaia de muita estima havia emprestado o livro, mas como estava de mudança para Buenos Aires em menos de 2 semanas, resolvi fazer a cópia para ser meu livro de cabeceira e de viajem. Assim adentrei ao mundo hispânico poéticamente, e por terra pela fronteira entre Uruguaiana e Passo de los Libres senti os primeiros ventos dos pampas jaz não brasileiro.


Mesmo quem não domine o espanhol pode deleitar-se ao ler está versão, pois ela está em um espanhol mais próximo do Português que o atual. A dificuldade é que se vê literalmente as letras como foram prensadas a época, o que dificulta enxergar com clareza as palavras. Mas a tecla "Ver Transcripción" transcreve o livro para o formato Times New Roman. Para ajudar nas primeiras páginas você pode caso queira, utilizar um tradutor, se não pretende fazer um curso de espanhol.


Particularmente mesmo não sabendo o idioma de Sancho Pansa, creio que um dicionário para alguns termos já é mais que suficiente. Recomendo o Word Reference, porque além de traduzir termos lhe dá contexto de uso. 


Aos desavisados o primeiro capítulo começa na página 26, muitos desistem no prólogo. Também existem outras contextualização que eram costume à época antes do texto em si.


Aguardemos que além de péssimos costumes e modismos do exterior, este também seja copiado aqui no país. 

terça-feira, outubro 26, 2010

Fala que eu não te escuro, Jô!

O "Programa do Jô", da Globo, teve no dia 21 de Outubro sua segunda pior audiência na década. A atração de Jô Soares deu 3,9 pontos no Ibope da Grande SP. Perdeu até para o "Fala que Eu te Escuto", da Record, que teve 4,6. O índice só não foi pior do que no apagão de 10 de novembro de 2009, que atingiu 18 Estados brasileiros. Na data, "Jô" marcou 3,4. Em 2000, a atração teve média de 11.

sábado, outubro 23, 2010

Paraguayofobia - Ava awañene

Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

O mundo civilizado-moderno, ou que assim se crê, é baseado em rupturas, divisões e obviamente em preconceito. Mas correto seria dizer Xenofobismos.






"Xenofobia(do grego ξένος, translit. xénos: "estrangeiro"; e φόβος, translit. phóbos: "medo." Ou seja, é o medo irracional, aversão ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros, a desconfiança em relação a pessoas estranhas ao meio daquele que as julga ou que veem de fora do seu país."


Hoje podemos associar mais claramente a xenofobia em relação a pessoas ou grupos etnicos diferentes, com os quais o indivíduo que a apresenta habitualmente não entra em contato ou evita fazê-lo. Desde a colonização militarista que sofreram os ditos "novos continentes", nomenclatura dada pelos europeus conquistadores destes, se construiu um discurso etnocêntrico e de superioridade de europeus e da "raça ariana".
O filósofo inglês, Herbert Spencer, criou no século XIV a idéia da "seleção do mais capaz" aos indivíduos e sociedades humanas. Ao contrário do que o senso-comum diz, foi Spencer e não Darwin o criador da expressão "lei do mais forte". Dentre os seguidores destas idéias está Ernst Haeckel, fundador da "Deutsche Monistbund" (Liga Monista Alemã - cujas idéias serviram de base para a doutrina biológico-política do nazismo), e ainda Arthur de Gobineau.

Gobineau faz também uma análise retrospectiva e pessimista, apontando que o declínio da "raça superior" se devia ao contexto democrático que evoluía. Idéias que cativaram as mais altas hierarquias européias, sem que ninguém a contestasse. Naquela época, era comum dizer que a desigualdade dos povos humanos saltava aos olhos. Assim tornando também natural uma visão de colonialista, tornando natural a idéia de controlar o mundo "não-civilizado". Usando desses argumentos para justificar a dominação a que submetiam outros povos.

Filhos do Pai

O Xenofobismo hoje é uma grave agressão ao direito de ir e vir dos cidadãos como seres humanos de livre arbítrio e em tese de livre trânsito pelo mundo. Eu não sou cristão, mas como não vivemos em um país, muito menos em um mundo Laico acredito ser esse um dado não relevante, embora importante para o momento. Embora se o fosse deveria crer que Deus colocou a raça humana neste planeta, regalando a ele dentre outras coisas o direito igualitário das maravilhas deste, que fora feito para todos os filhos de Adão e Eva.

Os Alemães hoje ainda são no imaginário popular e estimulado pelo cinema americano um estereótipo de racistas. Mas desde a era romana até o entre guerras após a Primeira Guerra Mundial, muitos foram os fatores que fizeram o povo alemão ser seguidamente humilhado. Segundo o escritor judeu M. W. Fodor, em "The Nation" (1936) "Nenhuma raça sofreu mais com complexo de inferioridade que o alemão. O nacional socialismo (partido de tendências nazistas de Hitler) utilizou um "método de Coué" para converter este complexo de inferioridade em um senso de superioridade." em prol da filosofia nazista que conquistou muitos adeptos à época.

A noção de superioridade italiana e desdém aos alemães como inferiores (que perdura até hoje) é resquício direto da mesma visão que tinham os romanos e gregos, que acreditavam que povos muito claros ou muito escuros eram racialmente inferiores e fracos. Com base nos ideários de épocas remotas, como da Antiguidade Clássica ou da Idade Média, a idéia de superioridade racial estava, na verdade, atrelada à superioridade militar e econômica de povos mais favorecidos, como os egípcios, romanos e gregos, que se consideravam superiores aos demais, principalmente em relação aos conquistados.

Neo-Fascismo

Pois bem! Muitos pensam que os xenófobos da atualidade são apenas os norte-americanos e europeus, enganam-se. No nosso continente já tão espezinhado, também existem neo-fascistas. Talvez o discurso brasileiro de que aqui não existe racismo, possa ter me enganado por um tempo. E como se diz: "O problema está sempre na casa do vizinho!", fui eu levado por muito tempo por essa corrente.

Vivi recentemente por quase 2 anos em Buenos Aires, fato que causou ódio, repulsa e indignação de muitos "compatriotas" brasileiros. Ao noticiar que rumaria ao sul, em busca de ser menos odiado por ser consciente e decente, fui severamente criticado por pessoas que nunca saíram de seus estados, outros que sequer conhecem mais de três cidades do Brasil, quem dirá países vizinhos. O Xenofobismo irracional construído pela mídia futebolística para com los hermanos argentinos é assustador. Brasileiro padrão e "patriota" quando viaja ao exterior é para os Estados Unidos e os um pouco mais intelectualizados para a Europa. Imagine eu dizendo que ia estudar em Buenos Aires o que não escutei?

Versión en castellano del artículo

Em terras portenhas pude descobrir a América, não a de Colombo nem de Américo Vespúcio, mas a real. Um continente dividido não só por idiomas, mas por preconceitos e ignorância. Graças ao grande número de imigrantes na capital argentina e muito preconceito existe hoje um "Quarto Reich Latino". Principalmente há uma grande preconceito com os descendentes dos chamados povos originários, lá vulgarmente chamados de negros e por semelhante origem étnica com paraguayos, bolivianos e peruanos, nesta ordem os maiores imigrantes hoje no país. Embora segundo o último senso feito no país existam cerca 4,3% de afro-descendentes, o conceito de negros é utilizado para índios e pobres.

O Xenofobismo e a história

O fato de na Argentina "não existirem negros" é histórico, segundo Álvaro de Souza Gomes Neto, especialista em escravidão. Num censo de 1778, a população negra chegava a 54% em algumas regiões argentinas. Em 1887, caiu para 1,8%. "A dizimação está ligada às guerras dos espanhóis contra ingleses, no fim do século 18. Nelas, morreram uma boa parte dos negros, engajados como soldados", afirma o historiador.

Mais tarde, no processo de independência (que aconteceu em 1816), foram formadas companhias apenas de negros, os "batalhões de libertos". Com a promessa de liberdade, eles ocuparam as posições mais perigosas. "Morreram quase todos." Por aqui tivemos a exclusão dos negros, que libertos foram desterrados e sem trabalho jogados ao léu, ademais dos negros que foram para a guerra e não foram libertados até a assinatura da lei áurea.

Os habitantes originais do continente americano eram descendentes de povos asiáticos que atravessaram o Estreito de Bering até a América do Norte e, então, em milhares de anos, atingiram o sul da América do Sul. Bem como a população negra, eles foram estimulados a irem para para guerras. Para o historiador argentino Alberto Rodolfo Lettieri, seu país teve as maiores perdas destas populações na Guerra do Paraguay e na Conquista do Deserto.

Estes dados não justificam, mas explicam o porque de eu sofrer preconceito ainda maior do que ao dizer-me brasileiro, em momentos em que resolvi assumir minha dupla nacionalidade paraguaya. Pessoas deixavam de me paquerar na balada, me excluíam do MSN, etc... Obviamente portenhos(argentinos da capital). Lá soube de pérolas xenófobas também do jornalismo, como a do clássico ocorrido e postulado no Youtube, onde um determinado canal veiculou a seguinte legenda em uma reportagem: "Muertas dos personas y un boliviano".

Embora seja sabido que antes da Guerra do Paraguay, o país que é o único oficialmente bilingüe do continente e mantendo o idioma de seu ex-colonizador(Espanhol) e de seus habitantes originais(Guaraní), fora uma grande potência. Ambos idiomas são matérias obrigatórias no país que em 1840 não possuía mais nenhum analfabeto em seu território. Esse foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. Ela foi travada entre o Paraguai e aTríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870. É também chamada Guerra da Tríplice Aliança (Guerra de la Triple Alianza), na Argentina e Uruguai, e de Guerra Grande, no Paraguai.

Além da versão mais conhecida, o conflito sul-americano que mudou a história do Paraguay e o colocou sob o controle político brasileiro por cerca de 10 anos, tem uma outra versão. A de que o conflito bélico teria sido motivado pelos interesses do Império Britânico que buscava a qualquer custo impedir a ascensão de uma nação latino-americana poderosa militar e economicamente.

A partir dos anos 1980, novos estudos propuseram razões diferentes, revelando que as causas se deveram aos processos de construção dos Estados nacionais dos países envolvidos. O Paraguai sofreu grande redução em sua população. A guerra acentuou um desequilíbrio entre a quantidade de homens. Algumas fontes citam que 90% da população paraguaia teria perecido ao final da Guerra. Estimativas contemporâneas, contudo, fixam o percentual de perdas de vidas entre 15% e 20% da população.

Integração dos povos?

Vivemos hoje um momento em que os países da Europa com sua União Européia buscam juntos combater e fugir da crise. Enquanto por aqui o Mercosul é apenas um acordo comercial que não beneficia nada mais que uma minoria de empresários. A integração dos povos seja legalmente ou culturalmente esta longe de acontecer.

Agora estou no Brasil e pela primeira vez não sei por que razão somente hoje proferi em público que além de brasileiro, sou paraguayo e ouvi de pessoas ditas cultas: "Você é o que? Paraguay é um país?", entre outros tipos de chacota. Alguns dentre estes mesmos estavam minutos antes conversando em Inglês para se engrandecerem perante seus "amigos", que não falam inglês. Deveria tê-lo feita a muito, assim teria conhecido a verdadeira face da nação irmã brasileira. Ou ao menos, de parte de seus habitantes que desrespeitam alguns artigos da constituição, que cito:

Art. 3.º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

    IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4.º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

    III - autodeterminação dos povos;
     Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Depois de ser acossado por um compatriota que afirmou que falo um português não coloquial e incompreensível, por não falar um português vulgar. Passo pela experiência de um ato xenófobo dirigido a mim por pessoas americanizadas, ao dizer-lhes que tenho ascendência paraguaya. Se eu conseguir a tripla nacionalidade, agregando a argentina serei assassinado.

segunda-feira, outubro 18, 2010

A Queda do Muro

Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

Esquerda ou direita, Socialismo ou Neoliberalismo, democracia ou ditadura... Parecem antagonismos clássicos de um passado distante. Talvez esse seja o discurso daqueles que preferem monopolizar-se como únicos seres com capacidade de racionar sobre a vida política no mundo actual.





Pós-Guerra e fim do muro

Como disse um sábio dinossauro, a questão que é o cerne neste século pra a humanidade é derrubar o muro entre os que têm mais e os que tem menos. Independente de qualquer tendência ou pragmatismo, você amando ou odiando pobres, a simples observação das ultimas e cada vez mais poucas agitações sociais convergem neste sentido.

Os estados de bem estar construídos na Europa no período pós-guerra, foram uma forma estratégica do velho continente arrasado de conter a demanda social criada pela destruição material de seu continente. Sendo cenário principal pela segunda vez de uma guerra mundial, os europeus tinham vários temores. Em uma mistura de medo de fantasmas do passado, com inimigos do presente e já pensando no inimigo do futuro as potências do velho mundo se viam numa sinuca de bico terrível.

O mundo no momento estava polarizado. União Soviética ou Estados Unidos? Inimigos que destruíram indirectamente o seu inimigo maior, a Europa, mas que conseguiram habilmente posar de salvadores deste mesmo. Ambos tinham claro que com a destruição estrutural e generalizada do velho continente, ele passaria ser um mercado consumidor fértil. Após literalmente partirem o mundo em dois ideologicamente, com a divisão de zonas de influência, construíram um muro físico.



A divisão trouxe a união

A Europa temia o nazismo... Reformulando. Inglaterra e França não queriam uma Alemanha forte, firmaram aliança com o Império do Norte, com o discurso básico de que seria natural este apoio devido a aliança e apoio na guerra. Assim surge a argumentação para aceitarem os empréstimos do plano Marshal, visto como um dos primeiros elementos da integração européia, já que anulou barreiras comerciais e criou instituições para coordenar a economia em nível continental. Uma conseqüência intencionada foi a adopção sistemática de técnicas administrativas norte-americanas.

Não só Estados Unidos buscaram beneficiar-se nós acordos pós-guerra. O Plano Monnet foi um plano de reconstrução da França proposto pelo funcionário público Jean Monnet após o final da Segunda Guerra Mundial. No plano era proposto que a França obtivesse controlo sobre o carvão e aço das zonas alemãs do Vale do Ruhr e Sarre para poder usar esses recursos e levar a França ao índice 150% quando comparado com a produção industrial do pré-guerra. O plano foi adotado por Charles de Gaulle no início de 1946.

Este aprofundamento da Doutrina Truman, conhecido oficialmente como Programa de Recuperação Européia, foi o principal plano dos Estados Unidos para a reconstrução dos países aliados da Europa nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial. Mas não haviam santos, tão pouco heróis. Os americanos tinham um objetivo claro, garantir espaço e consumidores para sua economia e indústrias em expansão.

O plano de reconstrução foi desenvolvido em um encontro dos Estados europeus participante em Julho de 1947. A União Soviética e os países da Europa Oriental foram convidados, mas Josef Stalin viu o plano como uma ameaça e não permitiu a participação de nenhum país sob o controle soviético. As divergências crescentes culminam com a divisão de física pela construção do Muro de Berlim e a intensificação do controle da fronteira interna alemã que demarcava a fronteira entre a Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental. Ambas as fronteiras passaram a simbolizar a chamada "cortina de ferro" entre a Europa Ocidental e o Bloco de Leste.



O feitiço virou contra o Feiticeiro



O Plano Marshal pode-se dizer foi o pai acidental da União Européia. Enquanto instituição, ela passou a dispor de personalidade jurídica após o início da vigência do Tratado de Lisboa. Possui competências próprias partilhadas com todos os Estados-membros. Trata-se de uma organização que combina o nível supranacional e o nível institucional num campo geográfico restrito com o papel político próprio sobre os seus Estados-membros.



Hoje a União Européia capitaliza-se apesar da forte crise, devido às intrínsecas ligações históricas e econômicas com seu antigo e único aliado, os EUA. O Euro se descolou do dólar a muito e hoje tem quase o dobro de seu valor. O seu fiel da balança é o poder avassalador de compra, com o peso em contra de tornar seus produtos caros para muitos mercados. Este factor amenizado por suas reservas cambiais gigantescas.



Embora sustentem um sistema inchado devido as políticas históricas da sociedade de bem-estar, nem mesmos os protestos recentes em países como Grécia e França desestabilizam o bloco como um todo. Seus líderes hoje (França, Inglaterra e Alemanha) usam seu poderia e beneficiam-se dos países do bloco, estes menos industrializados que as super-potências. Ainda utilizam-se de uma política anexadora para os países que estão ainda a margem da zona do Euro.



Oficialmente segundo o seu portal oficial "A União Européia foi criada com o objectivo de pôr termo às freqüentes guerras sangrentas entre países vizinhos, que culminaram na Segunda Guerra Mundial. A partir de 1950, a Comunidade Européia do Carvão e do Aço começa a unir econômica e politicamente os países europeus, tendo em vista assegurar uma paz duradoura. Os seis países fundadores são a Alemanha, a Bélgica, a França, a Itália, o Luxemburgo e os Países Baixos. Ainda em 1957, o Tratado de Roma institui a Comunidade Econômica Européia (CEE) ou “Mercado Comum”."



O próprio sítio da comunidade européia é já claramente centralizador de poder. Apesar de contar com 23 idiomas, muitos artigos disponíveis em inglês, francês e alemão apenas. Mas enquanto tentam alguns centralizar, necessitam pensar nos inimigos ainda bi



Se de um lado a China é voraz competidora por seus preços baixos e moeda de valor ridículo perante as moedas fortes do mundo, seu PIB já chega a assustadores níveis para um mundo em crise. De outro o aliado americano tenta baixar sua moeda para gerar competitividade, principalmente em produto industrializados de ponta, assim rivalizando com a União Européia que baseia sua economia no mesmo nicho.



Lá ou cá? Dever cívico ou diversão?



Por algum motivo fiz uma co-relação com o debate presidencial que foi transmitido entre 21h17 e 23h11 de domingo (18), a emissora marcou média de oito pontos de audiência na semana passada, o dobro. Com a queda no Ibope da emissora, que costuma disputar o terceiro lugar com o SBT quando transmite o Pânico na TV, as concorrentes cresceram em audiência.

Na liderança ficou a Rede Globo, com Fantástico, que marcou 24 pontos. O Domingo Espetacular, da Record, alcançou 14 pontos no Ibope, enquanto Silvio Santos segurou com tranqüilidade o terceiro posto para o SBT neste domingo com média de 11 pontos. Seis dias antes, a Bandeirantes realizou o primeiro debate do segundo turno e ficou com a mesma média de quatro pontos, na segunda-feira (11).

Acho que em ambos os casos a bi-polaridade hoje não dá muitos frutos. O mundo não tem mais o muro, físico. Mas devemos pulverizar nosso olhar multifocal, mas sem perder o foco. Embora esteja de acordo que a disputa do primeiro turno estava mais animadinha. Vivemos uma grande inversão. No primeiro turno parecia que tínhamos dois candidatos, e agora que temos dois de fato, parece que temos três. Como a União Européia, Marina de terceira via passou a factor, factualmente ativo da disputa. E o muro? O muro caiu, virou vice da situação, assim ficando mais difícil ver quem é quem nesse mundo multifacetado.

Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

domingo, outubro 17, 2010

Chile: O globo encapsulado

Cristini Moritz, Doraci Skadas, Fernando Schweitzer,  João Salgado, Roberta Vasconcellos, Rodolfo Carreirão, Thiago França
O reality show de maior audiência da história

Editorial - Holofotes para o Chile

A decisão do Palácio de la Moneda em transformar o resgate num espetáculo midiático, tendo como figura principal o presidente chileno poderia acabar prejudicando a imagem do governo. Entretanto, não foi bem o que aconteceu. Piñera adotou uma postura arriscada obtendo êxito na escolha, pois conseguiu o apoio popular de, no mínimo, 50% dos chilenos, além, é claro dos parabéns apresentados pelo presidente Lula num telefonema durante mais um resgate concluído com sucesso.

O recente episódio ocorrido no Chile representa, acima de tudo, uma importante vitória política para o presidente do país, Sebastián Piñera, que após sete meses no comando do governo, conseguiu consolidar um índice de popularidade entre 53% e 57% - números levemente maiores do que os registrados na campanha presidencial que saldaram 52% das escolhas de voto, em janeiro do ano passado. No entanto, se comparados os índices ficam bem abaixos dos de sua antecessora, Michelle Bachelet, com aprovação superior a 70%.

Reality show da vida real: da mina para o mundo

O dia da criança foi marcado também com o dia do Resgate dos Mineiros Chilenos. O mundo se voltou para o país sul-americano. Mais de mil jornalistas do mundo todo fizeram a cobertura ao vivo do resgate dos 33 mineiros presos no Chile. Um grande circo foi montado ao redor da mina San José e alguns periódicos no mundo chegaram a comparar a cobertura com um reality show, em publicação o "The Guardian", escreveu que o drama é parecido com o "Big Brother".
A diferença é que as pessoas realmente se importaram com o que aconteceu com os mineiros, que ficaram mais de dois meses soterrados. "Parece com o Big Brother. A multidão, a torcida e as entrevistas, o dinheiro e os contratos de livros. Mas tem uma diferença: você se importa. Isso é incrivelmente tocante”, reafirmou o The Guardian, em publicação.
A cobertura parecia mais uma narrativa de novela minuto a minuto contando os dramas e o heróico resgate. Alguns dos principais jornais do mundo estipularam que os trinta e três homens recebam cerca de R$ 680 mil para dar entrevistas para canais americanos.

Lições do acidente

O incidente foi considerado uma fatalidade, mas é preciso ficar atento a algumas lições que podemos retirar dos fatos ocorridos, para que acontecimentos semelhantes não voltem a ocorrer. Foram 17 dias até que as equipes de resgate conseguissem estabelecer contato com o grupo e assim descobrir que todos estavam vivos.
O deslizamento foi causado por um fenômeno natural e expôs algumas fragilidades das empresas mineradoras que atuam no setor no Chile e fez repensar sobre as questões de segurança nas minas do mundo. Para o professor e especialista em mineração da Escola Superior Técnica da Renânia-Vestfália, Per Nicolai Martens, há mais lições a serem tomadas desse episódio. "No futuro, se chegar a acontecer outra vez algo parecido, os trabalhos de resgate sejam mais eficientes. Seguramente também se tomarão medidas para modificar a legislação relativa à tomada de decisões em termos de segurança, nestes casos", reflete.
A expectativa inicial oferecida pelas companhias era retirar os trabalhadores somente em dezembro, porém a intervenção do governo chileno, com apoio da Administração Nacional do Espaço e da Aeronáutica (NASA), o resgate foi antecipado três meses, fazendo um resgate em tempo recorde.

Revelações e escândalos

Saudade, felicidade, surpresas. Em meio a risos de alegria e choros de emoção, um a um dos mineiros expressavam nos rostos sentimentos fortes e coração palpitante. O suor que escorria pelos rostos dos homens era uma mistura de calor e nervosismo. E do outro lado filhos, esposas, namoradas, mães, irmãos, pais, mães e até amante, a espera de um milagre – reencontrar as pessoas amadas depois de 69 dias de tensão e muita fé.
À medida que cada mineiro era resgatado uma nova história surgia e assim as trinta e três vidas se tornaram públicas internacionalmente por diferentes razões.
Se para o oitavo mineiro resgatado da mina San José, Claudio Yáñez Lagos, a recepção foi feita pela namorada, Cristina Núñez, de quem recebeu um pedido de casamento e a quem havia prometido se casar se conseguisse sair vivo. Para o enfermeiro Yonni Barrios Rojas, 50 anos, que foi o vigésimo primeiro operário a ser resgatado. A recepção foi feita com um abraço apertado e alegria por Susana Valenzuela, apontada como "a outra", pela legítima esposa, Marta Salinas, casada há 28 anos com o minerador.
Víctor Zamora Bugueño, que desde 5 de agosto se transformou no "poeta" e no brincalhão do grupo dos mineradores presos, foi o 14º trabalhador a ser resgatado. Apesar de ter sofrido com desnutrição, ele se destacou pelo talento em escrever poemas que dedicava à esposa, grávida de três meses, e com a qual ficou um bom tempo abraçado após o resgate.
Carlos Barrios Contreras, 27 anos e o 13º a ser resgatado, ficou o tempo todo da clausura sem saber que seria pai pela segunda vez. Já com um filho de cinco anos, sua mulher soube que estava grávida uma semana depois do desmoronamento da mina San José. No entanto, foi orientada a não contar a novidade até que ele fosse resgatado.
Entre pedidos de casamento, revelações de adultério e descobertas de gravidez, cada mineiro voltava aos poucos a interagir com o mundo real. As mulheres esperavam ansiosas os maridos com vestidos novos e maquiadas. Os filhos de braços abertos em busca de um abraço fraterno. Já os “homens da mina” saiam emocionados e com alguns sinais de saúde frágil, mas sempre com a sensação de vitória.
Dias depois do término do resgate dos mineiros, sem dúvida uma das histórias mais comoventes e de superação do mundo, as famílias voltam a viver, mas com certeza as cenas que os homens assistiram ao ficar mais de dois meses soterrados, para sempre farão parte de suas memórias.

Entenda o caso por completo

Em 5 de agosto, um desmoronamento na mina de San José, no deserto do Atacama, no Chile, deixou 33 operários presos em uma galeria a 700 metros de profundidade. Após 17 dias de sondagens, as equipes de resgate conseguiram contato com o grupo. Deu-se então início a uma cuidadosa operação de salvamento, inicialmente prevista para durar até quatro meses.

Em 13 de outubro, após 69 dias de confinamento, todos os 33 mineiros foram resgatados. Mais que operários, os mineiros são sobreviventes. Apenas um estrangeiro e todo o planeta comovido. Traçamos o perfil de cada um dos 33 soterrados durante essas 10 semanas. A escolha de Ávalos tem, além disso, um caráter simbólico: foi o primeiro "rosto" da tragédia que percorreu o mundo, quando em 22 de agosto uma câmara de vídeo chegou ao interior da mina e ele se colocou diante do aparelho.

Alfonso Ávalos, pai dos irmãos Florencio e Rénan, não escondeu sua felicidade perante a decisão. "Fico muito feliz que meu filho seja o primeiro, é uma honra", disse ele. "Eles costumavam realizar os mesmos turnos, porque Florencio ensinava Renan, que estava em seus primeiros passos", explicou à imprensa sua irmã Katherine.

Perfil dos mineiros

1- Florencio Ávalos: 31 anos, capataz, casado e pai de um filho de sete anos. Irmão de Renán, outro dos mineiros presos. Por sua condição de capataz, era o segundo na hierarquia, depois do chefe de turno. Sua habilidade em lidar com situações críticas, juventude, assim como experiência na mina, (trabalha no setor há 8 anos) fez com que ele fosse escolhido para a ser o primeiro a subir por meio da cápsula.

2- Mario Sepúlveda: 40 anos, eletricista, casado. Foi o apresentador da maioria dos vídeos dos mineiros que foram divulgados. Após ser resgatado, ele agradeceu às autoridades pelo êxito na operação e criticou a situação das minas no Chile. "Não quero que me tratem como artista nem como animador, mas como o Mario Sepúlveda minerador", finalizou.

3- Juan Illanes: 52 anos, mineiro, casado. Veterano do conflito na fronteiro que quase gerou uma guerra entre o Chile e a Argentina, em 1978.

4- Carlos Mamani: boliviano de 23 anos, é operador de maquinário pesado, casado com a também boliviana Verónica Quispe e pai de uma filha de poucos meses. É o único do grupo que não é chileno. Ele agradeceu a oferta feita pessoalmente pelo presidente Evo Morales de retornar ao seu país, mas disse que ficará no Chile. A resposta do minerador frustrou as expectativas do líder boliviano, que previamente tinha manifestado seu desejo de levar o mineiro e sua família de volta ao país.

5- Jimmy Sánchez: 19 anos, mineiro, solteiro. É o mais jovem do grupo.

6- Osman Araya: 30 anos, mineiro, casado. Trabalhava somente há quatro meses na mina.

7- José Ojeda: 46 anos, encarregado da perfuração, viúvo. Sofre de diabetes e foi quem escreveu a mensagem que anunciou ao mundo que todos estavam com vida. "Estamos bem no refúgio, os 33."

8- Claudio Yáñez: 34 anos, operador de broca, solteiro.

9- Mario Gómez: 63 anos, motorista, casado. É o mais velho do grupo, e sua subida foi cercada de cuidados devido à sua condição de saúde, considerada mais delicada. É filho de mineiro e foi apelidado de "O Navegador", por seu passado como mercante da Marinha. Sua mulher, Lilian Ramírez, teme que ele volte a trabalhar nas minas, mesmo depois de passar por essa experiência.

10- Alex Vega: 32 anos, mecânico de maquinaria pesada, casado. Em 22 de setembro, comemorou seu aniversário dentro da mina.

11- Jorge Galleguillos: 56 anos, mineiros, casado. Trabalhou toda sua vida na mina e sofre de hipertensão.

12- Edison Peña: 34 anos, mineiro, solteiro. Na primeira gravação, expressou seu desespero ao dizer: "Quero sair logo".

13- Carlos Barrios: 27 anos, mineiro, solteiro. Seu pai, Antenor Barrios, disse como acho que ele estava após a primeira conversa: "Encontrei-o com forças e vontade. Uma voz forte e clara. Eu me emocionei."

14- Víctor Zamora: 33 anos, mecânico automotivo, casado. Preso na mina, o homem recebeu a confirmação de que sua mulher, Jéssica Cortez, está grávida.

15- Víctor Segovia: 48 anos, eletricista, casado. É o encarregado de registrar por escrito tudo o que acontece dentro da mina.

16- Daniel Herrera: 27 anos, motorista de caminhões, casado. Sua mãe, Alicia Campos, contou que prometeu não chorar quando conseguiu falar com ele lá embaixo. "Não cedi até que disse 'tchau, meu filhinho'", contou.

17- Omar Reygadas: 56 anos, eletricista, casado. Tinha acabado de começar a trabalhar na mina.

18- Esteban Rojas: 44 anos, encarregado de manutenção, casado. Ele prometeu por carta a sua mulher, Jessica Yáñez, com quem se casou no civil há 25 anos, que ao sair fariam uma cerimônia religiosa.

19. Pablo Rojas: 45 anos, carregador de explosivos, casado. Tinha menos de meio ano trabalhando na mina.

20. Dario Segovia: 48 anos, operador de broca, casado. Sua mulher, Jessica Chile, conseguiu falar com ele após 24 dias. "Ouvir sua voz foi um alívio para o meu coração", disse ela.

21. Yonni Barrios: 50 anos, eletricista, casado. Por seus conhecimentos de enfermaria, foi encarregado de elaborar relatórios médicos de seus companheiros e de vaciná-los. Do lado de fora, ele foi disputado a tapas por duas mulheres.

22- Samuel Avalos: 43 anos, acaba de chegar à superfície. Ele é o 22º mineiro resgatado.

23- Carlos Bugueño: 27 anos, solteiro. Antes de entrar na mina, trabalhava como segurança.

24- José Henríquez: 54 anos, encarregado de perfuração, casado. Tem sido o guia espiritual dos mineiros.

25- Renán Ávalos: 29 anos, solteiro. Renán trabalhava na mina há cinco meses e é irmão do capataz Florencio Ávalos.

26- Claudio Acuña: 44 anos, operador de perfuradora, solteiro. Declarado fanático pelo popular time de futebol Colo Colo.

27- Franklin Lobos: 53 anos, motorista, solteiro. Ex-jogador de futebol, com passagem rápida pela seleção chilena.

28- Richard Villarroel: 27 anos, mecânico, solteiro.

29- Juan Aguilar: 49 anos, supervisor, casado. Sua mulher, Cristy Coronado, disse: "Para mim isso é como um sonho. Às vezes, espero acordar e encontrar minha vida de antes."

30- Raúl Bustos: 40 anos, mecânico hidráulico, casado. Trabalhava como mecânico nos estaleiros da Marinha do Chile, em Talcahuano, um porto no sul, destruído pelo tsunami de 27 de fevereiro. Isso o obrigou a procurar trabalho na mina.

31- Pedro Cortez: 24 anos, eletricista, solteiro. Perdeu um dedo na mina há um ano.

32- Ariel Ticona: 29 anos, motorista de maquinário pesado, casado. Sua mulher, Margarita, deu à luz a sua terceira filha enquanto o marido estava preso na mina. A menina foi batizada de Esperanza.

33- Luis Urzúa: 54 anos, topógrafo e chefe de turno, casado. Ele exerceu a função de líder e foi o primeiro que falou com as autoridades.

A cápsula utilizada 

A cápsula intitulada Phoenix 2 resgatou um por um dos mineiros e para isso teve que fazer 78 viagens para conseguir levá-los a superfície. Pintada com as cores da bandeira do Chile, branco, azul e vermelho, a cápsula com quatro metros de altura e 53 centímetros de diâmetro e percorreu por meio de um canal de pedra, escavado com 66 centímetros de diâmetro. Antes de ser iniciado o resgate, a Phoenix 2 foi testada por seis vezes pela equipe técnica. A cápsula foi construída especialmente para essa operação de resgate dos mineiros soterrados, por ordem do governo, pela Marinha chilena.
Todos os resgatados foram recebidos pelos familiares num encontro muito emocionante e com intermináveis abraços. Estava presente no resgate o presidente do Chile, Sebastián Piñera e a esposa, além da equipe de resgate que esperaba na superficie.

sábado, outubro 16, 2010

A Fazenda: Equipe Coelho venceu desafio deste sábado

Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

Equipe Coelho venceu o desafio deste Sábado. Representados por Nany Pepleo e Dudu. Os avestruces com Piupiu e Daniel ficaram em 2º lugar. Indo assim a Equipe Ovelha que foi a derrotada e vai para a segunda etapa do desafio semanal do programa da Rede Record.

Luiza Gottschalk chora por não ter conseguido ir bem na prova. Ao chegarem na fazenda todos entram no rancho, menos ela que aos prantos atira-se no chão.

Luiza está muito abatida e se responsabilizando pela derrota de sua equipe. Passou muito tempo só sentada ao chão do banheiro, sendo depois consolada por Viola.

Isso saiu na Folha de São Paulo!

16/10/2010 - 05h17

Objetos raros dos Beatles são leiloados em Buenos Aires



Um leilão inédito na Argentina com objetos dos Beatles, incluindo um baixo autografado por Paul McCartney e um desenho feito por John Lennon, arrecadou US$ 500 mil e chegou algumas vezes a "triplicar" os preços de base, informaram neste sábado os organizadores.
Cerca de 500 pessoas, muitos deles colecionadores, lotaram na noite desta sexta-feira a sala de Buenos Aires onde foram vendidos 144 objetos, a maioria deles pertencentes à banda britânica, mas também uma bola de beisebol e um disco assinado por Sting, um disco de platina de Elvis Presley e uma guitarra do Kiss.
As peças, exibidas em uma mostra portenha encerrada na quinta-feira, pertenciam ao argentino Raúl Blisniuk, definido pelo livro "Guinness Book" em 1998 como o maior colecionador de objetos dos Beatles da América do Sul.
Entre os objetos "estrela" do evento, havia um baixo autografado por Paul, vendido por 140 mil pesos (US$ 35,5 mil) e um pequeno desenho à mão feito por John, comercializado por 50,5 mil pesos (US$ 12,8 mil).
A capa do "The White Album" de 1968, que mostra as fotografias de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr com as assinaturas originais dos músicos, foi vendida por 130 mil pesos (US$ 33 mil), bem acima da oferta inicial de 40 mil pesos (US$ 10.050).
Por outro lado, não houve ofertas para uma das curiosidades do leilão: uma réplica do Rolls-Royce "psicodélico" que pertenceu a John, pintado como o original, com vistosos e coloridos arabescos.
"É que, em sua maioria, vieram colecionadores que buscavam peças genuínas. E o automóvel é uma réplica construída na Argentina", justificaram fontes do Banco Ciudad de Buenos Aires, organizador do evento.
O leilão, realizado na sede central do banco, começou com a oferta de um pôster da banda britânica a 100 pesos (US$ 25,1), vendido por 900 pesos (US$ 226).
"Em vários casos, praticamente triplicamos os preços de base dos objetos, e por isso atingimos as expectativas. Vieram compradores importantes", destacou o avaliador do banco, Carlos Rocha, durante o evento que arrecadou quase 2 milhões de pesos (US$ 500 mil).
O preço inicial de todos os objetos somados era de US$ 300 mil.
"Tenho umas 10 mil peças dos Beatles. Faz uns 20 anos que tenho esses objetos e acho que é uma etapa terminada da minha vida", declarou Blisniuk, quem apresentou certificados das casas de leilões Christie's e Sotheby's para comprovar a autenticidade das peças.
Todos os objetos oferecidos no leilão fazem parte de uma coleção dos Beatles exibida em Buenos Aires em 1996 e 2002.
O colecionador não descarta organizar outro leilão similar no ano que vem, embora mais diversificado.


Nem editei, só vou comentar. Porque merda um leilão na nossa vizinha Argentina, realizado em pesos, nos tem de ser noticiado em dolar? Alguém aqui nesta m**** de país ganha em dolar?

sexta-feira, outubro 15, 2010

COISA DE PORTUGUÊS

A sigla Publicado por: Mauro Tagliaferri - Portal R7 - Blog dos Correspondentes


Os portugueses adoram siglas (como nós) e detestam pagar pedágio (como o mundo todo).

Nas estradas, a sopa de letras é uma festa.

Pegue a A1 (Autoestrada 1), entre no IP17 (Itinerário Principal 17), vá pela N122 (Estrada Nacional 122), vire no IC5 (Itinerário Complementar 5)...

A partir de amanhã (15), depois de semanas de polêmica, os condutores terão de pagar pedágio num grupo de rodovias chamadas “SCUT”.

A gritaria foi geral, pois essas estradas servem as regiões menos povoadas e economicamente mais frágeis do país. Cobrar pedágio dessas pessoas, para a oposição, é crueldade.

Para aprovar a lei, o governo fez tantas concessões e abriu tantas exceções, que é praticamente impossível saber quem está obrigado a pagar, como efetuar o pagamento e qual valor será debitado.

Mas a graça da história é outra: “SCUT” significa “Sem Custo para o Utilizador”!
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- O que dizer dos lusitanos?

segunda-feira, outubro 11, 2010

O "Grito!!!" ou esperar a morte chegar?

Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

A coerência é a magnitude do sábio, e como sei o que sou e o que posso sigo incorruptível, incorrigível e impreterivelmente coerente. Não corrompendo este discernimento ético e óbvio vejo que só há dois caminhos: esperar a morte chegar ou tomar coragem para o suicídio. Se soar estranho, podem avisar, saberei que sois mais um dos sócio-normativos de prontidão. Antes de pedirem que mude minhas convicções e valores mudem a realidade.

"Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego. Sou um dito cidadão respeitável e ganho quatro mil cruzeiros por mês..." Assim disse Raulzito em sua mestra canção Ouro de Tolo, que não sei porque está a flutuar em meus pensamentos pós o primeiro turno eleitoral deste ano. Por mais que eu particularmente não consegui contato com o ouro, somente com os tolos, que afirmam ter-lo encontrado. Mas dirá o sábio ermitão, cidadão padrão-brasileiro, patriota e otimista sem razão do fundo de um abrigo de papelão debaixo do viaduto do chá, sem uma migalha de pão no estômago: "Sou feliz, porque eu sou brasileiro!". Ao passo que a passos largos acima por sobre ele pisarão firme outros concidadãos, este pisados a anos pelos chefes e seus amigos, patrocinadores e donos da nação.

Dizem que o país está melhor, e que "Eu devia agradecer ao Senhor por ter tido sucesso na vida como artista. Eu devia estar feliz porque consegui comprar um Corcel 73...", digo meu Uno 96. E parece-me que conformismo é sócio-cultura histórica, ainda mais afirmo: "Eu devia estar alegre e satisfeito por morar em Ipanema depois de ter passado fome por dois anos aqui na Cidade Maravilhosa...". Ato falho, vivo em Florianópolis, mas acontece que a história é tão parecida. Ainda dizem que esta hoje é a cidade com a melhor qualidade de vida do país. Não quero visitar as outras!

Realmente eu sou um ingrato, dizem. "Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso por ter finalmente vencido na vida, mas eu acho isso uma grande piada e um tanto quanto perigosa...". Pois além de não ter nada, e socialmente ser considerado um nada, ainda podem roubar o pouco que tenho. Após chegar em casa  ter sido roubado por falta de ônibus no tal terminal de integração, que não integra ninguém, "eu devia estar contente por ter conseguido tudo o que eu quis..." sendo que esse tudo que me dão não tem nada a ver com meus anseios. "Mas confesso abestalhado, que eu estou decepcionado...", porque esse cavalo que me foi dado, do qual não devo olhar os dentes. E para que dentes? Se tudo atualmente vem mastigado, formatado, quase que como uma TV na taba de um índio, que não é o da Costa, mas também programada pra só dizer sim!

Não irei mais reclamar. Calma! Não tenho do que! Tudo está perfeitamente em ordem. Estou prestes a conseguir um trabalho, travestido de estágio, por 6 horas dia que me pagará R$400,00. Diria um sócio-padrão-brasileiro-feliz: "Que beleza! E inda é na minha área". Como se fosse conseguir um emprego em área distinta, se nem o diploma mais vale nada. "Porque foi tão fácil conseguir... E agora eu me pergunto "e daí?". Eu tenho uma porção de coisas grandes prá conquistar e eu não posso ficar aí parado...". Como sou errado, paraaaaaaaaaaaaaa! Se conforme, seja nacionalista. Sem motivos para sê-lo, mas o seja.

"Eu devia estar feliz pelo Senhor, ter me concedido o domingo prá ir com a família no Jardim Zoológico dar pipoca aos macacos...". Mas sou um pouco ecologista, e tão pouco existem Zoológicos na cidade, nem outras atrações por menos de R$ 20,00 por cabeça. Então lembro da minha vida de gado, mesmo que eu tente ser um refugiado, deste povo marcado, deste povo feliz. "Ah! Mas que sujeito chato sou eu, que não acha nada engraçado. Macaco, praia, carro, Jornal, tobogã. Eu acho tudo isso um saco...".

Meus amigos então me trazem a "realidade" e me dizem: "É você olhar no espelho." e pronto. E perguntarei se este quando o faz neste mundo acrítico em que vivemos não passa a "Se sentir um grandessíssimo idiota.
Saber que é humano, ridículo, limitado, que só usa dez por cento de sua cabeça animal...". As pessoas vivem de status, talvez eu em busca dele. 'E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial, que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social...".

Ainda não faço, mas deveria passar a fazê-lo para sentir-me mais incluído e respeitado socialmente. "Eu que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar...". Não tenho sequer o meu apartamento para isso. Ainda não consegui passar o cerco social do abismo irracional das castas Sul-americanas. Cercas estas que não compreendi ainda, tão pouco os seus pôrques. Também me perguntarão por quê citar um nobre poeta, lhes direi. Hoje não importa a informação, não importa o que se fala, o importante é quem fala. Não estamos na era de Aquarius, sim estamos na era do status.

Irracional! Escuto este grito que não sei se veio de mim ou de ti. Independentemente disto é o "grito da razão", visto que racionais são os outros, os que não questionam. Busco a saída, se é que conseguirei incluir-me em algo para deste sair. "Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais no cume calmo do meu olho que vê, assenta a sombra sonora de um disco voador...". A coerência é a magnitude do sábio, e como sei o que sou e o que posso sigo incorruptível, incorrigível e impreterivelmente coerente. Não corrompendo este discernimento ético e óbvio vejo que só há dois caminhos: esperar a morte chegar ou tomar coragem para o suicídio. 


sábado, outubro 09, 2010

Primeiríssima mão: Avestruz terá membro no paredão de "A Fazenda'

Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


Equipe avestruz perdeu a prova de sábado do programa A Fazenda. Tempos de cada equipe na prova:

6:34 Ovelha
7:07 Coelho
12:58 Avestruz

A produção cortou o vídeio, mas o audio continuou e lhes passamos em primeira mão o resultado da prova.

sexta-feira, outubro 08, 2010

Apelo!

Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

Loucamente me lendo, ou seja, lendo meus artigos passados me assustei. Dentre outros temas, seja por fatalidade ou necessidade me debrucei sobre o tema televisão, como uma torrente intensa. Em media nos últimos anos de cada 10 artigos, 11 estava lá eu falando sobre o fetiche do brasileiro. Mas esse movimento corrosivo de minha pessoa se esvaiu, ao viver fora do país um tempo. Cada vez menos falei sobre o cubo mágico, cada vez mais me dedicando a sócio cultura. Assunto recorrente nas colônias de estrangeiros em Buenos Aires, guetos esses odiados pelos fascistas gentílicos portenhos (argentinos da capital).

Por não ter com quem comentar no dia a dia as peripécias de nosso poderoso e massivo meio de comunicação, me vi alienado e falando de uma TV do passado, mas que acabo de reencontrar no presente futuro. Fui exposto a um panorama múltiplo: ser de origem de um país onde muitos tem TV e morrem sem ler um livro, passei a viver em um país com níveis de leitura europeu mas com uma televisão mais sensacionalista e fútil que a brasileira. O concerne salvador da minha vida por terras portenhas fora a TV a cabo, que lá, têm trocentas opções de canais de língua espanhola. Realmente os pacotes de TV fechada lá a mim apetecem mais.

Hora ver um canal do Chile, hora do Peru, ou México, Espanha ou Colômbia... Me fizeram ver que por mais que tenhamos um rolo compressor chamado globalização, essa mesma infantaria sobre cada sócio cultura pode agir diferente. Minha única tristeza foi não poder ter visto nenhuma versão latina do Big Brother ou A Fazenda. Mas não faltaram os demais: Qual é o seu talento?, Fama, Ídolos e uma versão bizarra chilena do Hipertensão(ambientado num acampamento de exército).


Creio que cada vez menos escrevo sobre TV porque voltei a viver no Brasil. Quando mais eu assisto, menos tenho o que falar. Soltar rojões por estarmos prestes a emendar o fim da terceira fazendo com o décimo primeiro grande irmão? Falar sobre o mais novo calouro ganhador do velho programa do Raul Gil? Comentar na segunda feira mais um figurino estranho do Zeca Camargo? Quem tiver idéias sobre temas para artigos futuros, pode até ligar a cobrar, que estou aceitando. Necessito ter sobre o que escrever, senão morro de fome.

Você conhece o Mário?

Cristini Moritz, Fernanda Dutra, Fernando Schweitzer e Filipe Cruz 


O que todo mundo almeja na carreira profissional é ganhar dinheiro fazendo o que gosta. Tanto é o prazer da profissão, que aos 74 anos, o escritor peruano Mario Vargas Llosa ainda não se aposentou. Tanta é a dedicação que o escritor também é o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2010. Além do reconhecimento que o prêmio proporciona, Llosa engordou a conta corrente somando cerca de R$ 2,7 milhões. 

O prêmio foi divulgado nesta quinta-feira (7), às 8h e após uma década que a língua espanhola não levava o prêmio, o peruano Llosa surpreendeu. Segundo a Academia Sueca, a cartografia das estruturas de poder e as imagens mordazes da resistência da revolta e da derrota do indivíduo foram os motivos que levaram o prêmio até Llosa. Dez anos atrás, em 1990, quem levou o Nobel foi o mexicano Octávio Paz.

 O Escrevinhador

A justa e tardia vitória do velho escritor, que engloba inúmeras qualidades por fim se deu. Com uma escrita magnífica, poderosíssima e personagens muito fortes, Llosa consegue transmitir em personagens os mais loucos pensamentos. O prêmio foi criticado por algumas pessoas e por outras, elogiado, como era de se esperar. O autor tem como diferencial ser um importante escritor devido à originalidade nas obras literárias, ressaltando o romantismo e a versatilidade na escrita. É também conhecido pelo pensamento independente, pela escrita magnífica e a força em contar as histórias dos personagens. 

Escritor, jornalista, ensaísta e político. Essa biografia poderia ser de um grande estadista, poderia, mas é de um escritor ainda por muitos desconhecidos. O peruano e hoje professor nos Estados Unidos, venceu o prêmio Nobel de Literatura de 2010. O prêmio foi anunciado nesta quinta-feira na sede da Academia Sueca, em Estocolmo, contemplando o escritor peruano, Mario Vargas Llosa.O autor usa o recurso da autobiografia, como em "A cidade e os cachorros" (1963), "A Casa Verde" (1966) e "Tia Júlia e o Escrevinhador" (1977), para retratar a realidade de seu continente e seu mundo. Por A cidade e os cachorros recebeu o Prêmio Biblioteca Breve da Editora Seix Barral e o Prêmio da Crítica de 1963.

O renomado prêmio nas ultimas décadas tem feito uma concessão a ordem natural do mundo unilateral e ditado pelo imperialismo. Desde Saramago, nota-se com mais clareza que os bichos vermelhos, podem superar o estigma do sócio-politicamente correto do mundo atual cristão e capitalista. Para o Nobel nascido em 1936, castas sociais e raciais, ainda são vigente hoje no Peru e na América Latina.

Sua temática central em todas suas obras é a luta pela liberdade individual na realidade opressiva do Peru. Vargas Llosa é primordialmente um herdeiro do existencialismo de Jean Paul Sartre. Considerado um dos maiores nomes da literatura em língua espanhola, e sabe-se lá porque essa limitação por parte da crítica, como se espanhol fora um idioma menor. 

quinta-feira, outubro 07, 2010

Nobel de Literatura é do Peru:

Peruano vence prêmio Nobel de Literatura
 
Escritor, jornalista, ensaísta e político. Essa biografia poderia ser de um grande estadista, poderia, mas é de um escritor ainda por muitos desconhecidos. Ele que é peruano e hoje professor nos Estados Unidos, venceu o prêmio Nobel de Literatura de 2010. O prêmio foi anunciado nesta quinta-feira na sede da Academia Sueca, em Estocolmo, contemplando o escritor peruano, Mario Vargas Llosa.
O autor usa o recurso da autobiografia, como  em "A cidade e os cachorros" (1963), "A Casa Verde" (1966) e "Tia Júlia e o Escrevinhador"(1977), para retratar a realidade de seu continente e seu mundo. Por A cidade e os cachorros recebeu o Prêmio Biblioteca Breve da Editora Seix Barral e o Prêmio da Crítica de 1963.
Para o Nobel, castas sociais e raciais, ainda são vigente hoje  no Peru e na América Latina. Sua temática central em todas suas obras é a luta pela liberdade individual na realidade opressiva do Peru. Vargas Llosa é primordialmente um herdeiro do existencialismo de Jean Paul Sartre. Considerado um dos maiores nomes da literatura em língua espanhola, e sabe-se lá porque essa limitação por parte da crítica, como se espanhol fora um idioma menor. Nascido em 1936,
Entre suas principais obras estão "A Casa Verde", "Lituma nos Andes" e "A Cidade e os Cachorros". Seu mais recente trabalho, "Sabres & Utopias" (Editora Objetiva), chegou ao Brasil este mês. O livro reúne artigos sobre direitos humanos, história, artes plásticas, literatura e traz comentários sobre a política brasileira. Em novembro, os países de língua espanhola irão receber seu novo romance, "El Sueño del Celta".
Llosa já foi condecorado com o Prêmio Cervantes em 1994 e o Prêmio Príncipe das Astúrias de Letras Espanha em 1986, entre outros prêmios, e é membro da Real Academia Española desde 1994. Agora o autor recebe o reconhecimento de outra gama da literatura mundial, a saxônica. O Prêmio Nobel, que além do prestígio vem acompanhado de um prêmio em dinheiro de US$ 1,6 milhão.
O comitê do Nobel informou em um comunicado que Vargas Llosa recebeu o prêmio "por sua cartografia de estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual". Em 2009, o prêmio foi dado à escritora alemã Herta Müller, 12ª mulher a vencer o Nobel de Literatura.
O renomado prêmio nas ultimas décadas tem feito uma concessão a ordem natural do mundo unilateral e ditado pelo imperialismo. Desde Saramago, nota-se com mais clareza que os bichos vermelhos, podem superar o estigma do sócio-politicamente correto do mundo atual cristão e capitalista.

quarta-feira, outubro 06, 2010

Poesia Política I: Temos de mudar nossa bandeira.

O verde não interessa a ninguém, na pátria do egocentrismo.

O amarelo que, outrora abundava, fora usurpado pelos patrícios da metrópole e seu restante vendido em privatizações nos últimos 16 anos.

O azul, é de um céu sem estrelas, pois nossa sociedade é pasteurizada e minimalista, não aceita que nada por merecimento brilhe.

E o branco? Hoje nada mais é do que um vermelho desbotado, pelo sangue derramado e pela esquerda que ao se vender fez chorar os seus quadros mais idealistas.

Necessitamos de novas bandeiras, ideológicas e pátrias.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Bomba na Educação - Estácio de Sá em pânico!

Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

A brincadeira de um aluno engraçadinho causou histeria e interrompeu as aulas nesta segunda-feira, por volta de 21:10hs, do dia 04/10/2010, as escadas da Faculdade Estácio de Sá em São José/SC, viveram um momento de loucura. Assim relatou o aluno Antonio Mello, acadêmico de jornalismo, que recém saia de uma prova.

Houve correria nos corredores devido a uma ameaça de bomba no campus universitário. O artefato foi encontrado por 3 alunas em um dos banheiros do segundo piso. Elas comunicaram primeiramente funcionárias da limpeza e posteriormente a segurança da instituição. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) fez vistoria no local e encontrou um tipo de bomba falsa.

O fato é! Realmente existe segurança no campus da Estácio de Sá/SC? Qual é o efetivo controle de fluxo de pessoas na faculdade? E as medidas efetivas para preservar alunos e profissionais da instituição, quais serão?

Além da falta de uma linha de ônibus especifica, como ocorre com outras instituições, a exemplo da Unisul, Univale e UFSC. Os alunos que moram em algumas regiões necessitam esperar ônibus circulares com intervalo maior muitas vezes a uma hora, no ponto nos fundo da Estácio de Sá. Existem vários relatos de assalto nas imediações da faculdade, especialmente neste ponto de ônibus. A instituição diz que buscará reforçar a segurança na faculdade, para que fato semelhante não volte a ocorrer.

Tiririca: Efeito Rapadura

Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

Tiririca pelo PR obteve 1.353.820, 6,35% dos votos válidos, tornando-se o primeiro colocado na disputa a deputado federal por São Paulo. Gabriel Chalita, do PSB, teve 560.022 votos, 2,63%. Estes números colocam-no como recordista de votos desta eleição de 2010. O candidato superou em 793.798 votos o segundo mais votado no estado. Assim passando a ser o segundo candidato mas votado da história democrática do país, atrás do deputado Enéas Carneiro, já falecido, que atingiu cerca de 1,5milhão também concorrendo pela representação dos paulistas no parlamento federal.

A controversa candidatura do palhaço, cantor e humorista cearense erradicado a anos na capital paulista é dada por muitos como um voto de protesto. A afirmação para mim é bestial. Visto que entre aspas o candidato em seu horário no programa eleitoral tinha como slogan um discurso bastante crítico, mesmo que com humor. Fato que causou constrangimento até mesmo dentro da coligação que participava.

Esta eleição na verdade teve sim uma grande quantidade de votos de protesto e não foram os votos em candidatos taxados como bizarros, mas sim retratados na abstenção que foi enorme no pleito de 2010. De acordo com o TSE, 200.392 brasileiros estavam aptos a votar nas 579 seções eleitorais no exterior, mas apenas 88,9 mil compareceram, uma abstenção de 55,5%. Entre os eleitores que votaram no Brasil, a abstenção foi de 18%. Creio que o perfil de eleitor que sequer perde tempo de vida para votar, mostrando sua insatisfação com realidade atual do país, é clara, nos índices de abstenção no exterior. Pois, muitos senão todos brasileiros no exterior de uma certa forma desistiram do Brasil, nem que provisoriamente. De acordo com o TSE, abstenção ganha eleição presidencial em 1º turno com 55,5%. Entre os que votaram no Brasil, a abstenção foi de 18%.

A medida que foi tomando corpo a candidatura do senhor Francisco Everardo Oliveira Silva, teve por parte de seus colegas de chapa "comprada", presumindo-se que teria por volta de 600mil votos. Todos queriam os votos de legenda sendo inflados pelo efeito rapadura. A quantia seria suficiente para carregar 3 candidatos na cauda do cometa Tiririca. 

A mídia jogou contra o comediante e o resultado foi uma bombástica rede de apoiadores, que revoltaram-se e acusaram a imprensa de ser preconceituosa com o candidato. A campanha que era estadual virou mote de discussão nacional. O seu perfil no twitter quase dobrou o número de seguidores no período de campanha, comunidades no orkut foram criadas em campanha contra e a favor sua candidatura. Resultando em um multiplicador do fenômeno Tiririca.

O que chama a atenção nisto tudo é que os motes do candidato não são nada mais que jargões de cunho popular, que somente existem devido ao desanimo do brasileiro com a política. Obviamente Tiririca não criou o anseio popular por sua candidatura, ou anti-candidatura, apenas veio a atender uma demanda social. 

De um tudo fizeram para tentar derruba-lo. Inventaram um boato de morte, que o candidato é analfabeto para torna-lo inelegível, etc. Vejo como hipócrita permitir-se que analfabetos votem, mas que não permitir sejam votados. Segundo dados do IBGE, o Brasil possui um número maior que 50% de analfabetos funcionais e uma pesquisa recente afirmou que de cada 10 universitários da rede pública no país, ao menos 1 é analfabeto funcional sendo incapazes de escrever um texto argumentativo e coeso. Quanto a se criar a noticia falsa da morte do candidato passa dos limites do respeito para com os cidadãos do país. Muitos, senão todos os veículos trataram como incoerente e como falta de politização a expressiva votação de Tiririca, mas o candidato ficha-suja Paulo Maluf mesmo tendo a candidatura suspensa obter mais de 600mil votos não.

Milhares de pessoas questionaram a capacidade do palhaço cearense para exercer o futuro cargo. Mas arriscando a falar uma grande besteira, afirmo, não conhecer 90% dos candidatos ais bem colocados para o legislativo. Então posso também questionar a capacidade destes que ao menos para mim e provavelmente para a maioria do povo, são ilustres desconhecidos, seja quanto ao seus projetos, bem como seus passados. Mesmo sendo paulista, me interessando em política desde os 6 anos de idade, nunca ouvi falar do segundo colocado na eleição proporcional paulista, Gabriel Chalita.

O povo apesar de conservador as vezes mostra lampejos de lucidez. Ora, quem nunca exclamou frases, como: "Pior do que está, não fica!", “O que é que faz um Deputado Federal?"...? É ruim ridicularizar o ridículo? Depois de mensalões envolvendo as maiores agremiações políticas do país, será mesmo que não seria justo permitir que finalmente um representante do povo ou de origem popular, como se queira definir, chegue ao poder?

Ficarão para a posteridade o sarcasmos do excelentíssímo deputado eleito com a maior votação da história do país. Ele que tornou-se conhecido na televisão nos anos 90, vestido de palhaço. Tiririca apareceu em diferentes inserções no horário eleitoral de seu partido, o PR. Identificando-se como “o candidato abestado”, com bordões hilariantes. Como diria o mestre Chico Anísyo, "o que causa riso é a verdade". Assim listo as verdades ditas pelo senhor Francisco Everardo Oliveira Silva, nome de batismo do palhaço cearense, de 45 anos e que lhe alçaram ao congresso nacional:

- “Oi gente, estou aqui para pedir seu voto porque eu quero ser deputado federal, para ajudar os mais ‘necessitado’, inclusive a minha família. Portanto meu número é 2222. Se vocês não votarem, eu vou morreeer!” 

- "Oi, eu sou o Tiririca da televisão. Sou candidato a deputado federal. O que é que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei, mas depois, eu te conto." 

- "Quando vocês apertarem na urna eleitoral, vai aparecer esse cara aqui, e esse cara aqui sou eu. Ô candidato lindo!" 

Noutra aparição no horário eleitoral, Tiririca inicialmente esconde o rosto e pergunta: "Adivinha quem está falando? Duvido vocês adivinhar!". Em seguida, tiraria as mãos do rosto e declamando: "Sou eeeu, o Tiririiiica, candidato a deputado federaaaal, 2222, não esqueeeeeça, peguei vocês, enganei vocês, vocês ‘pensou’ que fosse outra pessooooa, sou eu, o abestaaaaado, vote 2222!"

O palhaço saiu do picadeiro, entrou no circo da política fazendo piadas, falou mais sério do que os tais homens sérios da oligarquia, que por mais de 500 anos fazem de suas ações na vida pública uma verdadeira palhaçada no Brasil.

Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista