terça-feira, junho 30, 2009

O que falta?

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista



Exatamente! Metade do ano. Momento de fazer um balancete da vida o ao menos dos muitos acontecimentos recentes. Onde? No mundo? Claro. No meu mundo... É um dos que mais conheço, apesar de que dizem que a grama do vizinho sempre é mais verde. Creio que se pode também ao invés desta frase, se dizer que é a do vizinho a grama mais fácil de criticar. Devo confessar um grande erro que cometi em minha vida, ou seriam vários? Milhares, que nem da metade recordo. Alguns que recordo sem parcimônia lhes digo. Deveria ter amado mais, pois que digam que isso é cafona ou ultrapassado. Deveria ter chorado mais, já estou quase plagiando uma canção. Agora já foi... Ter feito tudo que eu queria fazer.

A quem possa crer interessar ou não, creio que minha vivência ressente em um outro país possa interessar a alguém. Se não, escrevo igual. Mas para isso ter um pouco de nexo devo informar ao quem ainda não o está, quem seria esta criatura errante que lhes escreve. Ou que a eu mesmo me reporto em um sentimento autóctono e auto antropofágico.

Nascido em berço simples, e vejam que não disse pobre pois seria muito piegas, em São Paulo, localidade de Suzano. A início da década de 80, final de ditadura no longínquo país, quase colônia americanizada situada ao sul do hemisfério sul. Passante por vários estados deste, sofrido vivente não aculturado em sua juventude na longínqua Santa Catarina, vivi meus últimos dias na República das Bananas em sua "capital" Florianópolis. Hoje erradicado em Buenos Aires com dois grandes pesares: Ser brasileiro y infelizmente ainda não naturalizado portenho.

Qual sofrimento desta situação? Primeiro ter de largar um país nativo por não conseguir muda-lo. Como em uma ditadura aberta, a dita-branca hoje vigente no "brasil", obriga aos não negligentes para com ele ou que se tornem podres e imbecis ou que fujam do país. A nossa mídia tem sido um grande aliado histórico e atual desta continuidade ideológico-sócio-normativa. Diriam os defensores do indefensável país mais cercanos a consciência: Mas você vai desistir do país pelo qual você já tanto lutou? A resposta é pior que a pergunta para estes mesmos. Digo eu em resposta: "Não sou eu que desisti do país, o país que desistiu de mim!".

A medida que eu não consegui me tornar podre e conivente a barbáries sócio culturais de vários graus aceitas sócio-culturalmente no país, e todavia este tão pouco quis deixar de valorizar as mais torpes criaturas existentes no universo e no próprio país... Restou-me apenas fugir ou deixar-me definhar pelo sofrimento, a exclusão sócio-cultural e a dor de ver os seres mais decrépitos e corruptos vencendo e sendo valorizados.

Ao chegar na Argentina lhes digo caro leitor, as dificuldades foram além do idioma todas. Você sair de um país onde o maior produto de exportação são coisas vulgares te atrapalham ou ao menos aos mais corretos e decentes entristecem e incomodam. A cada vez que obrigatoriamente você tiver que cometer o fatídico erro de proferir em voz alta sua nacionalidade, por favor jamais diga que é brasileiro. A não ser que queira responder as malditas perguntas que se repetirão inúmeras vezes pós este ato impensado:

- ¿Sos de Brasil? ¿Te gusta axé?
- ¿Sos de Brasil? ¡Juegas futbol! A todos los brasileños le gusta futbol, ¿no?
- ¿Sos de Brasil? ¿Juegas capoeira?
- ¿Sos de Brasil? ¿Sabes sambar?
- ¿Sos de Brasil? Las mujeres de "brasil" son hermosas...
- ¿Sos de Brasil? Me encanta "brasil", ¡todos son tan alegres!

Entre estas várias perguntas me me enfurecem a alma e corroem meu ser pela infelicidade de ter nascido no "brasil", existem muitas outras similares que tanto ou mais me irritam. Essa desgraçada imagem idealizada do país vizinho que têm os argentinos e todo o mundo é com certeza culpa dos governos que nada fazem pelo país e seu coniventes que respaldam essa pseudo democracia, menos democrática que Cuba, ou qualquer ditadura medieval ou contemporânea.

Segundo vários autores, cito: Marx, Weber, Adorno, Durkheim, Bordié, Bodeler, Ramoné e Luis Melodia, existe um consenso de práxis de que um ser apenas é livre quando é consciente. E antes que os psicóticos, psicólogos, psiquiatras ou pseudo seres humanos nos perguntem o que é consciência eu lhes digo que é o que não é inconsciente, automático, sociopaticamente aceito sem crítica por status quo. E peco que ninguém que recompile este texto ponha o termo status quo em parênteses ou qualquer outro tipo de grafismo que o diferencie do restante deste texto. É quase uma vontade testamental, a qual não se deve desrespeitar.

Esperando que não haja consciência de uma minoria para que não hajam novos excluídos funcionais, fugitivos culturais, emigrantes do império e da sociedade vendida e vendedora sem valores daquele que poderia se não o fosse como é ser uma grande nação. Ou que uma ampla maioria não se se conscientize, seguindo a matiz marxista revolucionária de cambio social, onde pensasse que somente um povo consciente de seu papel no mundo e de sua realidade podem ter chance de modificar o status quo de sua triste realidade de exclusão.

O que mais me perguntam, perguntaram e perguntarão a meu esquálido e desvalorizado ser? Se você não adivinhou ainda, realmente não sei se deves continuar a ler este punhado de letras que aqui estão. A resposta vem antes quiçá assim venha as mentes a desvairada e talvez hoje diria inocente pergunta. Proferia eu que "buscara um país, com uma maior noção de nação e um pouco mais de valorização a cultura e ao amor próprio". Fácil agora não? Para quem ainda não, a pergunta do milhão é: Argentina? O que você vai fazer na Argentina?

Bem, a resposta antes de minha vinda a este país desconhecido de seus vizinhos brasileiros está acima. Ou melhor a que eu tinha para o momento. Agora, depois de 6 meses e 26 dias residindo em Buenos Aires tenho outras.

Poderia ser sincrético e citar Gardel, ícone da música argentina, e assim apenas por status quo não precisar argumentar:

Mi Buenos Aires, tierra florida donde mi vida terminaré.
Bajo tu amparo no hay desengaños, vuelan los años, se olvida el dolor.

Apesar do respeito que tenho pelo senhor Carlos Gardel devo descordar. Pois, infelizmente, a dor não se esquece, as vezes se deixa de sentir por um ou vários momentos. E não sei se aqui minha vida terminarei, devido a falta de cumprimento de acordos bilaterais mal feitos, não posso fazer documentos argentinos e me legalizar plenamente no país. Como o maior país do mundo tem critérios distintos dos demais países de seu bloco, o famigerado Mercosul, precisei voltar ao "brasil" três vezes para refazer documentos não considerados aqui.

O melhor de tudo é que 4 meses antes de mudar do país fui a chancelaria do ministério de relaciones exteriores em Florianópolis e recebi as instruções de como proceder para concluir estudos no exterior. Detalhe todos os indicativos errados, ademais ao buscar o consulado e embaixadas brasileiras fui instruído a me dirigir a Brasília para fazer as validações de documentos, que pasmem somente são feitas na capital federal em um setor do ministério de relações exteriores que funciona apenas de 9h as 11h. E ainda fui obrigado a escutar do atendente a seguinte frase: "Você quer o trâmite para hoje?".

Voltando ao norte do prólogo... Descobri dentre muitas coisas nestes 6 meses. Descobri que o espanhol a la mexicana que aprendi torpemente é plenamente diferente do argentino e mais ainda do portenho, ou seja, da capital. Descobri que portenhos são só os da capital e não qualquer argentino. Dentre entre várias coisas que aqui existe cerveja de 1 litro a R$ 1,80 no mercado, que se pode falar de obras de teatro alternativo em programas de TV comerciais, que o Metrô(Aqui chamado de Subte) pode custar R$ 0,75 e ainda assim quando subir pra R$ 0,78 o povo reclamar e até fechar ruas em protesto, que os argentinos conhecem mais do "brasil" que os brasileiros possam pensar, que os brasileiros sabem mais do longínquo e imperialista império do norte que do país vizinho, que um país católico e que por seus nativos é denominado conservador, tem a união civil entre pessoas do mesmo sexo aprovada desde 2003 (primeiro país das Américas a ter lei de tal âmbito), enquanto o grande vizinho encuba seu projeto similar de autoria de Marta Suplicy desde 1994, etc...

Se já disseram que o Uruguay já fora a suíça das Américas por ter-se tornado um paraíso fiscal, deve se dizer que Argentina é o novo ponta de lança da modernidade no continente excluído. Isso que o PIB do país numericamente seja apenas o 4° das Américas.

Havia me esquecido, outra coisa muito importante que aprendi. A ser auto-crítico, não que antes eu não fosse, demais até para um brasileiro. O argentino é o primeiro a criticar a argentina, em compensação no "brasil" cada vez que mesmo que merecida lhe fazia uma critica era alvo de ataques raivosos. Sempre afirmavam coisa como: Ah, você não é brasileiro. Ou: "como você vai dizer isso? O "brasil" é maravilhoso!!". Eu sempre perguntava: Maravilhoso pra quem, e era quase linchado.

Após ter espetáculos teatrais boicotados y censurados por órgãos governamentais de Santa Catarina, entre outras coisas mínimas que no cumulativo me saturaram. Não só devido a isso como muito mais e por minha própria segurança, falta de dinheiro para fazer lobotomia e uma certa inadequação com o conformismo nato-brasilês decidi fazer meu exílio sócio-político-cultural na Argentina.

Toda semana eu escrevo sobre TV no "brasil" a um ano e algo fixamente para alguns sites, um jornal de Florianópolis e outras mídias, pois me dediquei ao jornalismo após ser expelido da carreira teatral por circunstancias externas mais que internas. E nas ultimas semanas tenho recebido balaços de vários tipos e origens, tanto que hoje resolvi falar de mim. Assim quem sabe dou mais argumentos aos meus arqui-inimigos, também não gostava do cantor recém falecido além de estar saturadíssimo de ler e escutar ainda sobre isso. ( Risos ) Era falta de assunto mesmo, oxalá que consiga voltar a temática na próxima semana, ou que passe algo de interessante na TV tupiniquins... É preciso comer e pagar as contas já que não tenho um contrato de 3 milhões por mês como Gugu, agora confirmado Record ( como já tinha adiantado a tempo), nem os 600mil da Eliana, agora SBT, etc, etc, etc...

Acrescento esta frase porque me pareceu um tanto chato terminar um texto que apesar de não dizer nada ( essa frase é uma outra arma aos insurgentes e insatisfeitos com minha existência no mundo ), diz tudo. A qüestão é: Alguém têm interesse em se conscientizar de algo?

quinta-feira, junho 25, 2009

Pânico na TV

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista



Entretenimento ou cultura? O que é a televisão? Essa discussão é mais antiga que a minha existência nessa encarnação. A cultura não pode ser pensada separadamente da crítica; a esta cabe o papel de revelar a não-verdade da primeira. Assim diria na Teoria Estética (sua última obra), Adorno. Onde apresentaria a estética como "a filosofia em si", e não como um campo dela, ou como a aplicação de teoremas ao universo artístico-cultural.

No Brasil sim existe inflação

Nesse ponto que me coloco como um fã incondicional de programas como o argentino CQC e o brasuca "Pânico na TV". Este último que foi alvo de cortejamento das 3 maiores emissoras do país. nesta dança das cadeiras gerada pela contratação de Augusto Liberato, o Gugu, pela Rede Record e o contra-ataque do SBT muito mais atores deste espetáculo tiveram sua cotação aumentada.

Gugu de singelos 500 mil passa a 3 milhões de reais, Eliana de 100 mil passa a 600 mil. Deixando com ciúmes antigos artistas do complexo Anhangüera que recentemente renovaram contratos com redução salarial como Hebe e Carlos Alberto de Nóbrega. Essa inflação nos valores de contratos proporcionada pela disputa cada vez mais acirrada na TV brasileira tem reflexos nas folhas de pagamento das emissoras. Já a pouco Fausto Silva e Luciano Hulk tiveram renovações contratuais para mais de milionárias por parte da Globo após ameaça de migrarem para Record.

O SBT tentou, mas não conseguiu. O "Pânico na TV" acaba de renovar seu contrato com a RedeTV!, onde permanecerão por pelo menos mais três anos. A emissora enviou um comunicado para a imprensa na tarde desta terça (23). Record que está recém recuperando-se do contra golpe do dono do baú que lhes sacou na mesma Eliana y Roberto Justus, dois grandes pontuadores no Ibope da casa, também tentou preencher seu domingo com o polêmico programa. Até a poderosa tentou colocar os irreverentes humoristas em sua madrugada, devido ao apelo nos públicos juvenil dos humoristas.

Opinião Pública

Nesta semana uma pesquisa realizada pelo Instituto Qualibest, encomendada pelo mercado publicitário, diz que o “Pânico”- Rede TV! e o “CQC”- Band, são as atrações humorísticas preferidas pelo público. Desbancando outras muitas dos grandes canais do país. A pesquisa entrevistou 2000 telespectadores. Esta também apontou que 44% dos entrevistados declararam que gostam das atrações que ridicularizam artistas e políticos. Apenas 16% disseram que não aceitam esse tipo de programa.

Do Pânico, o personagem preferido é o Sílvio Santos, interpretado por Wellington Muniz, que alcançou 19% de preferência. Mais atrás aparecem Vesgo (Rodrigo Scarpa) e a ex-BBB Sabrina Sato, ambos com 13%. Entre os quadros, o mais querido pelo público são as reportagens da dupla Sílvio e Vesgo (48%). Bem atrás, aparece o “Meda” com 8%.

Já o “CQC” ao contrário do “Pânico” que foi tachado de escrachado e classificado pelo público com um programa inteligente que cobra as autoridades. O quadro de maior apelo popular é o “Top Five” que foi apontado como o preferido por 26% dos entrevistados. Logo atrás, aparece o “CQC no Congresso”, com 15%. Já entre os participantes, o preferido do público foi Rafinha Bastos, com 18%. O segundo melhor colocado foi o apresentador, Marcelo Tas, lembrado por 14% dos entrevistados.

Pânico ou "Meda"

A turma do “Pânico na TV!” prefiriu não deixar a RedeTV!, os humoristas estariam com medo devido a instabilidade da grade do SBT. Eles temeriam ficar fora do ar especularam algumas colunas como Ooops y Zapping. Acabou que preferiram a independência de conteúdo e continuar sendo a maior audiência da Rede TV!, onde tem médias de 10 pontos no disputadíssimo horários nobre de domingo da TV brasileira. O apresentador Emílio Surita disse à coluna de Daniel Castro da Folha Online que houve, de fato, o acordo. Surita afirmou que o grupo optou por permanecer na RedeTV! porque tem liberdade na emissora e estava inseguro em relação às propostas do SBT.

Os integrantes do "Pânico" também quase foram presos recentemente ao tentar gravar na rampa do Congresso Nacional. Ceará estava caracterizado de Sarney, com peruca e bigode. Carioca apareceu de Lula. Policiais ameaçaram prendê-los, caso o "Pânico" ligasse a câmera. Depois disso, a equipe teve de finalizar a gravação em outro local. O "CQC" também já foi censurado em Brasília.

O início, os fins e o meio

Todavia a influencia do programa que já antes da TV a anos é exibido diariamente na Rádio Jovem PAN no humor brasileiro é inegável. A comédia stand-up no Brasil nunca teve forca ou expressão, salvo ícones como Ary Toledo, que está mais para contador de história, pois não usam de personagens em suas performances. Seja com seus próprios personagens ou imitações, tanto em reportagens ou vídeos cômicos eles têm feito o país rir nos fastidiosos domingos da TV arcaica brasileira. Também usando caricaturas exibidas ao vivo como em comédias standy ou personagens criados o programa tem motivado a concorrência a investir neste tipo de arte na TV.

Em meio ao tiroteio que sei que está por vir perante minhas próximas afirmativas parto do princípio de que arte é toda criação que envolva as pragmáticas artes cênicas, danca, música e dramaturgia. A arte pós moderna de instalações artísticas incompreensíveis para um ser humano normal e aplaudida por pseudo-eruditos ou expertos em arte têm sim seu papel. Agora negar o título de produção artística ao "Pânico" seria um sacrilégio, pois são melhores atores que 90% do elenco da novela das 8 ou de Malhação.

De antemão explico o que em meu conceito é interpretação de uma personagem. Creio piamente que fazer uma personagem seja o ato de construção e execução cênica de um "ser" diferente do ator. Mesmo porque se nem irmãos gêmeos que são os seres mais semelhantes entre si no mundo, são iguais, recitar um texto sendo você mesmo como fazem pseudo atores tanto em teatro e principalmente televisão não é absolutamente se quer cercano a interpretar uma personagem.

Entretenimento ou cultura? O que é a televisão? Espero que possa ser as duas coisas. A televisão é o meio não o fim. E já diria a "incurtura popular": O importante neste caso são os fins e nao o meio!


Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

quarta-feira, junho 17, 2009

G1, R7 por FS1

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista



É engraçado mais quando se pensa que a ofensiva da Rede Record, onde tenta não só na nave mãe, bem como em outras gamas se igualar a concorrente. A técnica é a mesma usada pela TV Globo nos terríveis anos finais da turbulenta década de 60 para tornar-se líder. Copiar o formato de grade da TV Excelsior, e alguns programas das TVs Tupi y Record, bem como de sacar artistas a peso de ouro de suas concorrentes.

Logo as operações do portal "R7" começarão. Não é um fuzil, tão pouco uma pistola, mas será mais uma arma de equiparação ao poderio global pela rede da barra funda. No próximo dia 29, mesmo dia em que a newsroom da emissora será reinaugurada para marcar a estréia de Ana Paula Padrão à frente do novo "Jornal da Record". Já diria minha mãe: Era só o que faltava? Fizeram canal de notícias 24 horas, novela com atores de novela da Globo, estão querendo contratar o Gugu do SBT ( que até a Globo já quis em tempos passados ), tinham tentado o Faustão e o Luciano Huck ( uma tentativa de vingança pela retirada estratégica de Márcio Garcia, que ameaçava Hulk e a insossa sessão de filmes de sábado a tarde da poderosa), contrataram a mulher do Rei do Gado... Onde isso vai parar?

Não sei se sou capaz de responder a esta pergunta, será que alguém conseguiria. Mais pode se pensar tranquilamente que vai longe.

Será outra copia ou coincidência ou concorrência?

A Record está já está na web com endereço próprio a muito, mas o site é apenas institucional e apresenta a programação da emissora. Também sustenta um canal de vídeos no YouTube, lançado em parceria com o Google, que substituiu o portal dentro do sítio da emissora que dispunha toda sua programação ao dia seguinte da exibição. A parceria com Google/Youtube .teve como objetivo divulgar os destaques da programação, exibir chamadas e trechos dos programas e novelas que o canal transmite dentro desta plataforma que tem por si só um imenso fluxo de acesso autônomo onde a divulgação se faz desnecessária muitas vezes. O novo portal como o "G1" terá um espaço dedicado à imprensa, com informações sobre a rede.

O "R7" deverá ser lançado oficialmente em setembro, fazendo parte das comemorações de 56 anos da Rede Record. Segundo a revista Veja, assim como o G1, da Globo, o R7 terá vídeos da Record, da Record News e material original produzido por 130 jornalistas.

Em tempos onde finalmente Record consegue e relativamente com êxito e momentos de liderança ter seu show realidade, como já suas duas grandes rivais tiveram. Depois do fenômeno "Casa dos Artistas" no SBT, BBB´s na Globo, ela tasca com a sua versão de rural de realite, intitulada "A Fazenda".

Record auto antropológica

O que a muito não se pensava e hoje em dia começa a se tornar realidade é que a emissora construiu de certa forma seus casting de celebridades. Prova disso tem sido as entrevistas feitas com os recém saídos "heróis" como diria o famigerado jargão "Pedrobialziano" do realite a moda caipira. Com invejáveis 8 pontos de média, pico de 11 e share de 25%. Com a eliminada de A Fazenda, Babi Xavier, como uma das principais atrações, o Hoje em Dia garantiu a liderança contra inclusive o jogo da seleção brasileira de Futebol "Dunguiana". O programa foi exibido entre 9h30 e 13h09, mas os picos de audiência foram com a heroína recém chegada da roça.

Até a concorrência repercute

Depois do puxão de orelha que levou da Globo, o diretor Boninho saiu do Twitter. Segundo fontes de Fabiola Reippert da Folha Online: Depois de falar mal do realite da Record. Pesou e ficou chato o clima. O diretor está inconformado que "Jogo Duro" perdeu de "A Fazenda" no Ibope. No minuto a minuto, a maior diferença entre os dois foi de 23 a 13 em confronto direto

Histerias a parte

Quando tomo a liberdade de escrever sobre algo obviamente que tento ser ético, mas acabo sempre me empolgando na histeria dos fatos que abordo, talvez na social-histeria ou na minha própria. Acabo por abarcar em minhas torpes linhas de algo que me resta de sanidade e raciocínio mais assuntos que queria ou deveria falar. E nessa onda louco que desejo nao deixar passar essa e parafrasear a frase histérica, digo histórica, do produtor Boninho: "Eu não preciso ter ética, eu não sou jornalista". Depois de criticar o jornalista Brito Jr. seu atual concorrente direto. Digo eu: "Eu preciso ter ética, eu não sou o Boninho". Ademais ressalvo, nem sempre se consegue se-lo, mas que me dá um enorme prazer em tentar... Ah isso dá!

Esperemos os próximos passos do elefantinho chamado mídia brasileira. Seja G1, R7, G8 ou AR-17 ou que sigla venha a nosso encontro que tenham ética. Sao palavras de FS1 (Fernando Schweitzer em primeira pessoa ). E esperemos que essa gigante seja tão ética um dia quanto é forte.


Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

terça-feira, junho 09, 2009

"Senhora Censurada"

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista



Extra, extra, extra... Novela é classificada por ministério! Pode parecer manchete da era dos anos de chumbo e repressão na América Latina. A censura de hoje é "moral", diferente da de outrora em tempos de guerra fria e Operação Condor ( Que maquinou e financiou as ditaduras militares da década de 60 e 70 no hemisfério periférico sul ). Que o Ministério Público vem agindo sorrateiramente e brincando de ditadura militar já se é mais sabido. A tal classificação indicativa é por um ponto uma medida para barrar exageros na TV brasileira, que em verdade em tempos idos somente pegava no pé dos ratos menores da mídia brasileira. Independente de se você esta na tribo dos que acaloradamente odeiam a TV Globo ou de seus fanáticos, este "facto" é de ligar a luz vermelha.

Senhora do Destino é reclassificada para maiores de 12 anos , nota de vário periódicos e sítios especializados. Após duas advertências recebidas pelo Ministério da Justiça, a Globo terá que reclassificar Senhora do Destino para maiores de 12 anos. A decisão do Ministério da Justiça em impedir a exibição de Senhora do Destino à tarde entrará em vigor em até 5 dias úteis após a publicação do despacho, que ocorreu nesta terça-feira (9). Com essa decisão do MJ a trama não poderá ser exibida antes das 20h. Entre os principais argumentos do Ministério está a exibição de cenas de assassinato, agressão física e verbal e linguagem de conteúdo sexual.

Eu realmente me pergunto, se em noticiários da manha e tarde se fala e se mostra certos tipos de cena e em nome do tal jornalismo verdade tudo pode, e como é ao vivo vai ao ar, porque uma obra dramatúrgica já conhecida da sociedade seu conteúdo pode estar sofrendo tal censura. Em Abril a emissora foi advertida por cenas da vilã Nazaré (Renata Sorrah), consideradas violentas para o horário em que a trama vai ao ar. A Globo se comprometeu em ser mais severa nas mudanças e cortes para adequação da novela.

Eu se fosse o autor processaria a nação por cercear a sua liberdade intelectual, pois esses cortes distorcem a obra e como qualquer texto de qualquer área, além do mais um texto dramatúrgico. Ainda sobre o tema, a Central Globo de Comunicação informou que a emissora irá recorrer da decisão. Em paralelo a isso amaria que fossem proibidos os aculturadores, esses infinitamente mais violentos filmes comercialoides americanos que passam em várias emissoras em mesmo período, inclusive na própria Rede Globo.

Ainda em tempo devo dizer que o êxito no Brasil é algo que traz caspa e causa inveja, e não digo que este é o caso, mas que neste caso também o é. No mês de maio Senhora do Destino ficou em terceiro lugar no ranking dos programas mais vistos da televisão. Em primeiro aparece a trama Caminho das Índias, de Glória Perez, com 59,2%. Em segundo lugar aparece o Futebol dos domingos, com 56,2% e em terceiro Senhora do Destino com 52,8% dos televisores ligados no horário de exibição.

Creio que a sociedade civil deveria estar não apenas a par de quais claramente são os critérios e quem são seus aplicadores desta famigerada lei de classificação vigente no país, Me parece enfermo se proibir uma obra para horários antes das 20h, quando coisas infinitamente piores passam antes deste horário. Ou será que a sociedade é tão manipulado e vulnerável ao que se exibe na mídia que poderá sofrer grandes danos com a reprise desta obra em matinê, como se dizia no meu tempo? Com a palavra a opinião pública.



Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

quinta-feira, junho 04, 2009

O "melhor" entre os piores!

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista



Não foi uma Casa dos Artistas, mas pode passar a ser. Ao revés desta o reality "A Fazenda" estreou com alarde, sirenes e o que mais queiram enumerar os meios para o seu lançamento. Recordemos que a casa de seu Silvio estreou sem anúncios expressos de qual programa seria colocado ao ar. Fato que pegou a poderosa de surpresa.

O programa consolidou a média de 44 pontos no geral. No período em que o programa foi exibido, o Fantástico da Rede Globo principal concorrente do horário, viu sua audiência cair para 28 pontos. Sua grande final obteve 52 pontos no Ibope, uma grata surpresa para o SBT. A vencedora da 1ª edição foi atriz Bárbara Paz, que ao sair tornou-se a principal estrela da novela Marisol da emissora. Atualmente, Bárbara Paz tem contrato com a Globo, fez participação especial no seriado policial “Força Tarefa” e ainda terá um papel na próxima novela do horário nobre “Viver a Vida” do autor Manuel Carlos.

No casa atual e graças aos mil boatos plantados na mídia pela própria Record quanto aos participantes possíveis desta "grande novidade" midiática, a emissora carioca com medo buscou blindar-se. Durante a noite de domingo, a Globo manteve uma distância de cinco a oito pontos da Record, que conseguiu o segundo lugar na audiência com a estreia do reality show. Mudando de horários alguns programas, cortou comerciais, emendou programas, mostrou apresentadores interagindo e, por fim, conseguiu desbancar a Record na audiência. Ainda segundo a "Ooops!", a estratégia começou com a junção de "Faustão" com o "Fantástico" sem intervalos comerciais. Para atrair os espectadores, o programa começou com uma matéria sobre a Índia, seguida por uma reportagem exclusiva com o casal Alexandre Pato e Stephany Brito. Depois, exibiu uma reportagem sobre a caloura Susan Boyle.

Os Marinhos desta vez não dormiram na toca como diria minha bisavó. Agora ao pensar estratégicamente uma média de 16 pontos em São Paulo para este formato de programa onde se perde o boom da estréia apresentando enfadonhamente os participantes entre conhecidos e sem i-conhecidos pelo povo, está até que muito bom. Ao se considerar também que houveram segundo dados preliminares, momentos em que o reality conquistou a liderança por aproximadamente 15 minutos. No horário das 20h59 às 23h24, a Record marcou uma média de 16 com pico de 21; Globo liderou com 23; SBT 11 e, RedeTV! 7.

Neste cenário acirrado incluso com momentos onde o "Pânico na TV" chegou ao 2° posto hora em empate com a Globo hora com a Record, e SBT com o "Domingo Legal encostava. E ao estilo BBB, o Recordino também tem suas versões pela semana onde o reality aparece com pico de 18 pontos de audiência. No horário entre 20h54 e 21h36, obteve média de audiência de 13 pontos, com pico de 18 e share de 19%. Informação da assessoria de imprensa da Record.

Já muito se falou bem e mal da audaz intenção da rede da Barra Funda de um dia tornar-se líder e de isto ser uma façanha lerrana, agora que alçando este objetivo inóspito tem se garantido como segundo emissora do país a um bom tempo, fato inédito desde a fundação do Sistema Brasileiro de Televisão também deve ser valorado.

Antes que me questionem quanto ao tema "Qualidade na TV" ou o que for digo que eu já desisti de abordar este mesmo. Estamos fadados a um mundo de substração e incoerência. E é dentro deste mundo atual que eu profiro esta que pode ao mesmo tempo ser a frase do século ou a garfe do milênio. "Se bem produzido, um programa com um conteúdo de merda, pode se tornar um caviar midiático".

Filosofei isso hoje: Se é superfulo ver "Big Brother", é menos superfulo ver "A Fazenda". Pois não creio que devamos comparar artistas com criaturas que sem a menor formação pretendem ser-lo. Me chame de louco quem puder, ou melhor quem tiver argumentos. Ou será possível que pessoas que deveriam ser ao menos hipotéticamente representantes de alguma forma de arte ou expressão tenham menos a dizer que bucéfalos que talvez nem Deus saibam que função tem ou quiçá um dia terão ao mundo.



Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista