quarta-feira, novembro 27, 2013

Nem tudo que cai na rede é peixe!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


O copo meio vazio para quem tem muita sede é o mesmo que o copo meio cheio para quem de água recém se fartou. O Partido Socialista Brasileiro (PSB) atualmente presidido pelo presidenciável Eduardo Campos, é um partido político de esquerda brasileiro que segue a ideologia socialista democrática. Foi criado em 1947 a partir da Esquerda Democrática, até ser extinto por força do Ato Institucional nº 2, de 1965.

Quando imaginamos uma peneira para resgatar somente partidos de esquerda ou direita vemos que apenas peneirar é um ato superficial. Temos um mar de partidos políticos e hoje existem poucas figuras que personifiquem algo de ideológico, o que facilitaria aos leigos compreender por exemplo que não possuímos no Brasil mais esquerdas com poderio para chegar a uma presidência.

Neste ciclo dito como democrático tivemos vários presidentes de direita, um que se dizia de esquerda e acabou fazendo um governo de centro, e uma ex-guerrilheira de esquerda que faz um governo de centro-direita. Claro, aí que volto ao copo meio vazio-cheio. Para os filhotes da ditadura o governo FHC foi um descalabro populista de esquerda, só para se dar ciência aos desavisados.

Quando em 1965, dado o Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro, extinguiu todos os partidos, incluindo o PSB, que na quase totalidade ingressou no Movimento Democrático Brasileiro (MDB), ajudando a organizar seu trabalho de base. Aurélio Viana Guanabara tornou-se um dos principais líderes do MDB no Congresso. Este mesmo que anos antes chegou a ter simpatizantes a Jânio Quadros dentro do próprio partido.

Em abril de 1947, por ocasião da 2a Convenção Nacional da Esquerda Democrática, no Rio de Janeiro, seus integrantes decidiram constituir-se como Partido Socialista Brasileiro, sob a liderança de João Mangabeira, Hermes Lima e Domingos Vellasco. O PSB foi registrado em 6 de agosto de 1947, contando em sua bancada com os dois deputados federais eleitos pela ED. Em 1985, com a redemocratização no Brasil, foi recriado. Entre 1947 e 1964, editou o jornal Folha Socialista.

Entendo que a política é mutável e evolutiva como princípio, mas de fato o transito entre siglas e ideologias hoje é menos ideológica que nos tempos idos. Hoje nao temos mais estadistas como Juscelino ou Vargas, penas possuímos angustias do naipe de Lula e FHC.

O efeito Marina mudou o discurso de Eduardo Campos. O que é mais contraditório é que Marina Silva caracterizava solidamente desde o último pleito uma candidatura de centro, moderada e de discurso pragmático. Ao que Eduardinho de esquerda têm apenas o avô Miguel Arraes, em seu currículo. Faz um governo de centro-direita em segundo mandato no Pernambuco.

Parece realmente raro que para negar-se conservador e fugir de possíveis atritos com a REDE, o PSB passa a girar num âmbito mais a centro esquerda para fugir dos aliados direitistas de Marina e também buscando diferenciar-se do outro neto, Aécinho, que de esquerda nem mesmo o avô, têm.

Tancredo Neves, avô de Aécio, caracterizou a única opção não de direito no colégio eleitoral, e um candidato anti Malufismo e ditatorial. Mas ao que recebe o apoio de José Sarney, ex-Arena, passa a ser um candidato controverso, e ao passo de sua morte o Brasil termina por ter um presidente que teve laços com o partido que sustentou o discurso e a política de ultra-direita do governo militar.

Qual é o desnorteado rumo para o Brasil? Famigeradamente dito como o país do futuro, a mais de 3 décadas. Voltar a direita neoliberal tucana? Continuar na Direito disfarçada(no discurso) de esquerda petista? Ou mudar-se para a centro-direita-ecológica Edurina?

terça-feira, novembro 19, 2013

Parece cocaína!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Se a Copa é o único de bom que se pode fazer pelo país, imagina o resto... Odeio esse esporte que é arma de manipulação e alienação. Quando for presidente proibirei futebol e carnaval por 5 anos. Para que talvez assim as pessoas passem a ocupar seu tempo com coisas úteis e que estimulem seu crescimento espiritual. 

Já diriam os reaças de plantão: "Quando houver uma direita no Brasil...". Surgir uma direita no Brasil? - perguntar-me-ia. Isso é pura política de direita. Como Rafael Videla na Argentina bem o provou. Usando o futebol para anestesiar o povo e tentar disfarçar interna e externamente seu regime ditatorial. Com apoio da Fifa, que é bem conservadora e de direita.

Bem, aqui tudo foi deixado de lado pelo (lazer). Mas o lazer pode ser mil coisas: arte, cultura, música, esportes variados(proibindo o futebol)... É só uma idéia diferente de tudo que já se fez aqui. Mudar as vezes é preciso. Pense nisso como um drogado dependente que vai para uma clínica de reabilitação. Sem drogas pode ter a oportunidade de se recuperar. O brasileiro sem futebol, talvez consiga evoluir a um estado mais próximo de um ser humano racional e critico.

Já está esbravejando e me xingando! Que coisa feia. Sério? Como se alguém fosse morrer sem futebol e carnaval... É uma sócio cultura de adestramento social. Até um animal de circo pode voltar a ser livre, basta lhe tirar as correntes.

Não. Tente abrir sua mente. Por uma cultura de paz... Darei um exemplo. Você vai a um médico. Ele te receita um remédio e você mesmo sabendo que ele está certo, perde tempo discutindo? Já dei o remédio, agora cabe aos demais tomá-lo ou continuarem enfermos.

Tente ver além do horizonte. Pois, use sua boa conexão e assista filmes de Xavier Dolan, descubra a obra discográfica de Mercedes Sosa, e por fim veja vídeos do "Club de la Comedia" da Espanha para descobrir que existe como fazer humor sem apelação... Te farão muito bem.

In-Cultura... Vivemos numa incultura impositiva, nada plural e muito longe de ser laica. Cheia de fanátismos. Mas por hora vou destrinchar apenas esse. Cultura entendo como algo que eleve a alma, estimule o raciocínio e sirva para avançar na vida. Infelizmente ainda temos professores ganhando salários por vezes menor ao de jogadores de time da terceira divisão.

Essa dita manifestação de um povo, deve acabar. Talvez o tenha sido em seu surgimento. Mas a cultura de um povo pode evoluir... A menos de 100 anos no Brasil se cagava no mato mesmo se sendo um senhor de senzala... Hoje até pobre tem bacio para cagar... Se algum dia o futebol foi manifestação popular hoje e a muito tempo se tornou o ópio do povo.

Respeitar por respeitar, cultura por cultura... Também a pouco era "cultura no Brasil" não se usar cinto de segurança, e o povo só aprendeu a força, como em um país neoliberal, quando lhes aferiu no bolso. Tudo pode ser mudado em prol de um bem maior. E se salvar um país perdido e tirado no lixo da superficialidade e ignorância, alienação e comodismo é desrespeitar... Quero saber quando fui respeitado neste país? Não me venha com chorumelas.

A Copa do Mundo é o circo, o bolsa família é o pão, e eis que a mentalidade sociopática coletiva regressa a Roma de Nero, ou mais para atrás. Porque Nero ateou fogo a Roma? Dizem as más línguas que para refazer Roma, e criar-lhe um novo projeto arquitetônico.

O carnaval foi criado em Veneza, o futebol na Inglaterra. O que essa imposição histórica das elites para tapar o sol com a peneira tem de legítimo e popular? Não façam-me rir. Hoje como resultante deste processo meus queridos, apenas temos um povo que se conforma em ser feliz por 90 minutos(mais felizes são os jogadores a posteriori nos vestiários), ou com uma festa de 4 dias para apagar um ano de miséria. 

Com o dinheiro público que vai para o carnaval se pode patrocinar mais de 4000 mil espetáculos teatrais por todo o país por exemplo, se pode financiar 200 orquestras. Enfim... Estou a falar para as paredes. Você entendeu? A parte que sou ateu e prego um estado laico e igualitário? E se sou anti neoliberal tenho obviamente que ser contra a Igreja. Seja aquela que matou na inquisição ou a que mata de desnutrição pedindo dízimos.

Se hoje é proibido cocaína por seu efeito alucinógeno, seria ditadura proibir outras drogas como Carnaval e Futebol? Leio muito mais notícias de gente sendo morta e assassinado após assistir a um jogo do que por ter usado cocaína... Qual droga é pior? Cocaína, ou futebol?

Vive-se a ditadura do conformismo neoliberal desde 1964 no Brasil e nunca vi uma crítica dos pelegos de plantão. Em algum ínfimo instante disse que é apenas esse o dilema moral do país? Estava abordando estritamente o tema aqui em questão. Realmente não faltam exemplos reais de que futebol causa irracionalidade compulsiva social. 

Senão isto, como explicar que um rapaz ao sair da casa da namorada em um dia em que não havia jogo algum, com a camisa do Avaí FC em plena e nobre Avenida Beiramar, na cidade de Florianópolis tenha sido espancado. Para citar 1 caso, no âmbito: "prova cabal de irracionalidade".

 Alguém matar alguém por estar usando a camisa de uma ou outra determinada equipe é para mim o mesmo que matar alguém "meramente por ser judeu, homossexual, negro, muçulmano...". Nunca vi ninguém matar alguém por pertencer a outra companhia teatral, ou outra banda, por exemplo.


quarta-feira, novembro 06, 2013

Europeus são nazistas

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalistas

Ong - O N G - Organização Não Governamental. Quero fundar uma dinastia nazista. Se nazistas podem fazer, e ainda ter apoio de partidos políticos que pretendem, além de dominar o mundo, comerer crimes de lesa humanidade em prol de sua ideologia nefasta. Receber apoios financeiros da Opus Dei, PSDB, e outras prostitutas sociais, travestidas de partidos democratas, porque eu que sou decente, não posso ser tratado com ser humano?

 Porque essa gente de merda que você diz que tanto odeia, ainda é tratada por você como algo melhor que eu?

Hipócritas de mierda. A basura é o que vocês representam...  BASURA é lixo, en espanhol. Lixo é o que vocês são. Merda. Bosta. Um bando de reacionários que eu quero que morram de câncer. Que é gradativo doloroso e eficaz.

É uma lástima que eu mesmo tendo, triple nacionalidade... Sou tratado pelos pseudo europeus como algo menor. Pensava que Buenos Aires era preconceituosa, mas aqui o ego dos pseudo europeus, sem passaporte não é menor. Gente que seria barrada lá, mesmo que por motivos irracionais que eu refuto, aqui me tratam com preconceito.

Ou seja, o problema não é a nacionalidade, e sim, o pseudo ser humano. Por isso que eu desejo que esses pseudo europeus, eurocentricos morram de câncer. Que é gradativo, doloroso y eficaz!!!

terça-feira, novembro 05, 2013

Nada mudou


“Você se sente confortável em ter contato físico com outros caras?”, pergunta um personagem de “Interior. Leather bar”, filme que abre, nesta quinta-feira, em São Paulo, a 21ª edição do Festival Mix Brasil. A resposta para a pergunta passa por décadas de representação homossexual no cinema, esbarra em preconceito e censura e se baseia no imbróglio que envolveu um dos mais polêmicos longas-metragens de Hollywood a lidar com personagens gays, 30 anos atrás. Dirigido por James Franco e Travis Mathews, “Interior. Leather bar” é a reconstrução, ou talvez a desconstrução, de “Parceiros da noite”.
Isso significa relembrar protestos de progressistas e ataques de conservadores, significa voltar a artigos publicados em jornais nos quais se pedia boicote ao filme e também significa recordar que as carreiras do diretor e do protagonista do longa, respectivamente William Friedkin e Al Pacino, já foram estremecidas.
— Para a gente, pareceu mais interessante retomar um filme polêmico que fracassou na bilheteria do que um clássico. Sempre, quando alguém revisita o passado, busca como referência algo considerado perfeito. Nós não queríamos isso — define Mathews. — Nosso interesse foi fazer um filme que usasse “Parceiros da noite” como ponto de partida para explorar o quanto avançamos desde então em termos de censura e em termos da representação da sexualidade gay no cinema.
Mathews está em São Paulo não apenas para apresentar seu filme no Mix Brasil (o festival acontece no Rio entre 14 e 21 de novembro), mas também para ser jurado da mostra, a principal do país para o cinema gay. Com uma carreira premiada em festivais do gênero, ele conheceu Franco depois que lançou seu primeiro longa-metragem de ficção, “I want your love” (2012), e recebeu a proposta de entrar no universo arriscado de “Parceiros da noite”: no filme de Friedkin, Pacino interpretou um policial que se disfarçava para caçar, em clubes gays sadomasoquistas, um serial killer. Porém, “Interior. Leather bar”, que foi selecionado para os festivais de Sundance e Berlim, não é um remake. Seu foco está nos 40 minutos de “Parceiros da noite” que foram cortados por censura a cenas de sexo entre homens.
— Nós nunca quisemos imaginar como seriam. O que queríamos era entrar nos temas da censura e da fronteira da exploração sexual. Para isso, misturamos documentário e ficção, mostramos os debates entre pessoas da equipe sobre o que pode ou não ser mostrado e também recriamos algumas cenas — diz Mathews. — Nosso filme é sobre as barreiras que criamos, as criativas, as pessoais e as sexuais.
Essas mesmas barreiras já estavam presentes quando Friedkin resolver filmar “Parceiros da noite”. Mas certamente ele não esperava a repercussão negativa que o projeto alcançou, até porque, no papel, tudo conspirava a favor do filme. “Parceiros da noite” foi lançado em 1980, depois de toda a liberação sexual da década anterior, antes da descoberta do vírus da Aids, numa época em que já se começava a quebrar o preconceito contra gays (vejam bem, apenas “começava”). Sua trama, entre o thriller e o erotismo, se passava no submundo de Nova York, ambiente sobre o qual o cinema mantém constante curiosidade. E a produção conseguiu juntar um diretor que vinha de quatro longas-metragens premiados ou indicados ao Oscar (entre eles “O exorcista”), com Al Pacino, que àquela altura já era o Al Pacino.
Mas o que aconteceu foi justamente o contrário. “Parceiros da noite” não apenas foi detonado pelos críticos e indicado a três “prêmios” Framboesa de Ouro, inclusive o de pior filme, como foi duramente atacado por grupos de defesa dos homossexuais. O argumento era que a produção de Friedkin mostrava os homens gays como pervertidos ou psicopatas. Um colunista do jornal de Nova York “The Village Voice” chegou a pedir a seus leitores que, caso esbarrassem com Friedkin e equipe na vizinhança, deixassem explícita sua insatisfação.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/polemicas-da-representacao-gay-de-parceiros-da-noite-sao-retomadas-em-interior-leather-bar-10684340#ixzz2jmlE8zfP 
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segunda-feira, novembro 04, 2013

Lei de Meios de comunicação

Fernando Schweitzer


Jornalismo, um prática que se consolidou nos últimos seculos e que muitos teóricos já chegaram a classificar como  o 4º poder. No Brasil a imprensa nasce com o carioca, Gazeta do Rio de Janeiro, fundada em 10 de setembro de 1808, foi o primeiro jornal impresso no Brasil, nas máquinas da Imprensa Régia, no Rio de Janeiro. Seu lançamento marca o início da imprensa no país.

Publicado apenas duas vezes por semana, A Gazeta do Rio de Janeiro era um jornal oficial e consistia, basicamente, de comunicados do governo e seu editor era o Frei Tibúrcio José da Rocha. Até à sua publicação, que fora fruto da transferência da corte portuguesa para o Brasil, era terminantemente proibido aos habitantes do Brasil o acesso a publicações.

Medidas tais, hoje podem parecer impensáveis, pois o país vive a mais de duas décadas em um regime democrático e sob tutela de uma mesma constituição, a estabelecida em 1988. Doravante o país vizinho e maior parceiro político e econômico no continente promulgou uma polêmica lei de meios, o Brasil segue com dubiedades e a ausência de um marco regulatório quanto a profissão jornalística no Brasil.

A Suprema Corte da Argentina declarou constitucional nesta terça-feira (29/10) a polêmica lei de imprensa audiovisual, a Lei de Meios, e pôs fim a uma batalha legal de quase quatro anos entre o governo argentino, da presidente Cristina Kirchner, e o grupo Clarín(maior conglomerado midiático do país), maior do setor de comunicação do país, informaram fontes oficiais.

Vários mazelas na forma de concessão de rádios e TVs no Brasil, soam como favorecimento a históricos grupos políticos e oligarquias regionais, como os Sarney, na região nordeste. A Lei de Meios argentina estabelece um limite de 24 licenças. Apenas o Clarín possui mais de 200, com atuação em TVs aberta e a cabo, rádio, internet e jornais. De liminar em liminar, a guerra chegou à Suprema Corte do país, que sentenciou a constitucionalidade dos artigos e da Lei de Meios como um todo.

Cabe aos futuros profissionais jornalistas a militância,  vigilância e debate sobre os rumos futuros dos meios de comunicação no país. Ainda são tímidos os forums no Brasil, estes que deveriam estar como a exemplo de muitos países a fazer a interlocução entre o poder político, o governo e também os profissionais da área.

Diversidade não tem idade

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Alô você! É você presado ser vil e humano, que como eu está com preguiça de viver, mas segue respirando porque é um ato mecânico. "Vambora" retirar essa mágoa de cabocla da alma. Esse recalque do peito! Essa amargura da carteira. O que é bonito é pra se mostrar, e se você não é bonito como eu, lhes darei a receita do sucesso.

Se numa época recente o jornalismo tinha que escrever receitas de bolo, devido a censura. Hoje a auto censura nos limita e emburrece, nos pode o pensamento, pois um que teme se expor, opinar, dizer, gritar, chorar... Deixou de ser livre.

A receita para tornar-se um ser livre é simples, mas requer assumir-se riscos. O ricos é ser aviltosamente apontado por amigos e inimigos como DIFERENTE. Nada. Isso é o que temos... Em um mar de tecnologia, um oceano de agonia.

Por mais que se tenha essa coisa impregnada na nossa cultura de dizer que somos semelhantes, cada ser é um céu particular. Mas as nuvens que nublam nossa atual existência é a lei da mesmice congênita. Crianças e adúlteros, todos tem medo de se expressar em público como eles mesmos, na insana tentativa de não serem apontados como diferentes.

Dentre as relações de poder que humanos estabelecem, nada mais corriqueiro que o apontar, vexar, discriminar. Da escola ao lar, vivemos o medo insólito e continuado de fugir do indicador alheio.

Quem aí aceita fazer sexo na rua hoje? Se sim, mande o endereço. Neste exato momento penso nas dezenas de pessoas pseudo-pudicas que travaram na frase anterior. Com seu censo e crivo de puritanismo.

Hora veja. Se você vê um preservativo na calçada, não é porque alguém após ter uma relação pegou o preservativo sai caminhando para a rua e o deixar ali. Vamos nos portar como seres civilizados. Sim. Apoio veementemente está proposição. Mas não precisamos ser tolos.

Não estamos mais a ponto de fingir ou de não ver o óbvio. Cocaína não é o maior e mais arriscado produto entorpecente do mercado, já temos o crack disponível e usuários zumbis a 5 quadras de casa. A classe C, tão falada está a gritar nos shoppings a enlouquecer gregos e troianos. Temos médicos estrangeiros a atender pessoas nos grotões do país. Ainda assim tem que diga que nada muda. Só não sabemos se para melhor, mas muda sim.

Seja. Não o que esperam de ti. Meramente, seja! Seja você mesmo que isso custe a inimizade de muitos, mas seguramente valerá a real e verdadeira amizade de poucos, mas bons. A semana que só começa já atormenta. Mas pense que lamentar, não é mais moda, e ninguém aguenta.

sexta-feira, novembro 01, 2013

Mi Buenos Aires querido


Por Fernando Schweitzer



Segundo o governo da Cidade de Buenos Aires, os brasileiros estão em primeiro lugar no ranking de visitantes. Mais de 120.000 brasileiros elegerão a cidade portenha como destino turístico. Mais além de homens bonitos e mulheres bonitas, arquitetura e cultura europeia, boas carnes e shows de tango o país vizinho tem muito a oferecer.

Ademais de ser o primeiro país a permitir o matrimonio entre pessoas do mesmo sexo no continente a Argentina saiu na frente, em 2001, na capital federal já era permitida a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Fatores estes que tornaram a Buenos Aires reconhecida internacionalmente como a cidade mais gay friendly do mundo. A segurança é outro fator que o público LGBT valoriza muito na cidade, aonde andar de mãos dadas seja para fazer um passeio ou compras não é um problema e tão pouco causa olhares estranhos ou comentários preconceituosos.

Os números da diversão na cidade:

São 13 discotecas gays, uma infinidade de danceterias gay friendly, 11 bares gays com DJ (muitos por sua estrutura também podem ser considerados discotecas), 7 saunas, 5 cines pornos para pegação, 9 restaurantes oficialmente destinados ao público gay, vários hotéis gay friendlys, 3 milongas gays(assim se chamam os bailes de tango tradicionais), além de toda uma cidade com muita cultura, teatros por todas as partes e uma gastronomia muito diversa.

Os três bairros que você não pode deixar de conhecer:

San Telmo – É o bairro mais antigo da cidade. Lá você encontrará de tudo, desde a estátua da Mafalda, a personagem de quadrinhos mais conhecida internacionalmente da América Latina a artesanato típico, bares e discotecas. Ele tem algo parecido com os nossos boêmios bairros da Lapa no Rio ou Vila Madalena, em Sampa. Aos sábados, domingos e feriados a principal rua de San Telmo é fechada para uma gigantesca feira de artesanato, com suas tradicionais estátuas vivas, música típica ao ar livre e muita azaração.

Recoleta – É sem dúvida o bairro mais gay da cidade. Sendo um dos bairros mais nobres de Buenos Aires, a Recoleta ainda abriga em seu luxuoso Cemitério o corpo da diva dos argentinos, Evita. Ao lado depois de uma visita guiada por entorno de 15 reais, e conhecer a história dos principais ícones históricos do país(também há guias que falam português), você pode caminhar pela lindíssima Plaza Francia. Aí também estão o Hard Rock Café, o Baires Desing e o suntuoso edifício da Faculdade de Direito da Universidad de Buenos Aires, em estilo grego, além da flor metálica que se fecha ao entardecer por um mecanismo que processa a luz do sol, simulando os movimentos de um girassol automaticamente. O bairro também concentra a maioria das boates e restaurantes gays da cidade.

Puerto Madero – O bairro mais novo e mais caro da cidade é um luxo só. Projetado a cerca de duas décadas para atrair inversões de capital estrangeiro e turistas de alto nível, hoje tenta buscar a sua identidade. Já existem mega arranha céus residencias, complexos de cinema, supermercado, mais ainda é um bairro feito para turista ver. Pra quem conhece a Europa irá se sentir em uma mistura de Praga e Luxemburgo. O Up do bairro é a histórica Costanera com seus Carritos de Choripan (sanduíche que pode ser recheado com linguiça de carne ou porco assados, além de muita salada e molhos), barata a comida é a típica pedida depois de muito caminhar ou para o povo que sai da balada e quer admirar a lua e a reserva florestal que está também neste bairro.

As três discos do momento:

Chamadas pelos nativos de boliches(bolitches na pronuncia argentina), Baires tem opções muito diferentes entre si. As melhores festas da cidade são entre quarta-feira e sábado. Aqui vai nosso roteiro sugerido.

Quarta-feira – A grande pedida gay nos Miércoles(Quarta-feira) é a disco KM ZERO. A noite começa com divertidos monólogos cômicos, tango, e shows com Drags convidadas. A casa abre a meia noite e fecha as 6 da manhã. A partir da 1:30h, ao término dos shows abre-se uma pista de daça eclética. Os DJs da casa transitam desde a música eletrônica a ritmos latinos. A entrada custa $30 pesos argentinos e incluem $20 pesos de consumição.

Quinta-feira – Muitas casas abrem neste dia mas Amerika é a dica. É o dia grátis da cidade em Amerika e Glam, por lista na internet, e em Angel's basta comprar algo no Quiosque da esquina e de brinde você leva uma entrada pedindo com jeitinho. Glam tem música super eletrônica e um público um tanto nariz em pé, Amerika e Angel's concentram-se na mistura de pop e música latina, com um público mais descolado.

Sexta-feira - Esse é o dia de pirar o cabeção literalmente. Na chamada Noche de Viernes a maioria das casas aposta no ingresso com bebida livre por toda a noite. As Canillas Libres (Bebida Liberada) mais requisitadas são de Sitges($55 pesos), Amerika($90), The Sub($60). Sitges é a única que também faz a vez de pré-balada, abrindo as 22h. Amerika é a mais conhecida dos turistas brasileiros, ou seja, se o que você não busca é sentir-se no Brasil... não vá a Amerika. Recomendamos Sitges por seu público mais plural, inclusive héteros frequentam muito a casa por sua qualidade de bebidas e público seleto.

Sábado – Nesse dia tudo estará aberto. The Sub e Amerika seguem com canilla libre, e as demais casas para fazerem frente a isso tem listas grátis via Facebook ou em seus próprios sites, outras nas proximidades e bares. Mas a noite talvez mais bizarra e também por isso mais divertida é de Angel's. Neste dia a casa abre 2 pistas, uma só de música latina e outra só de eletrônica e por 35 pesos você ganha 2 consumições. Se não você pode ir ao lado oposto da cidade as margens do Rio de la Plata, na Human do recém assumido e milionário Ricardo Fort. Por lista a entrada é free, mais o preço das bebidas e o gasto com táxi devido a distancia são altíssimos.


4ª - KM Zero – Recoleta, esquinas Santa Fé y Pueyrredon. $35 pesos, 20 de consumição.
5ª - Amerika – Almagro, esquinas Gascón y Córdoba. $45 pesos, consumição. Gratis com cartão de sócio ou lista.
6ª - Sitges – Palermo Queens, esquinas Córdoba y Palestina. $50 pesos, canilla libre.
Sáb. - Angel's – Recoleta, Viamonte y Uriburu. $35 pesos, 3 drink's incluídos.
Gustavo Tedesco – Turista de Florianópolis ao lado da personagem Mafalda