domingo, agosto 31, 2008

Custe o Que Custar!

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


Não, não estaria eu fazendo uma abordagem crônica saudosista sobre os anos 80. Embora poucos se recordem, "Custe o que Custar" este foi o primeiro sucesso de Rosana antes de gravar a canção que Celine Dion gravara anos antes sem grande êxito para o público tupiniquim, mas que na voz da diva Rosana chegou a ficar mais de 40 semanas na ponteira das parados do Globo de Ouro, intitulada "O Amor e o Poder".

Mas hoje como um bom país sem passado que somos Rosana é chamada de brega, apesar de excepcional cantora e ser exímia pianista, Celine Dion virou diva apesar de cantar as mesmas coisas clichês de décadas atrás, e nessa maré de sinalização das artes e de seus profissionais poderíamos citar, testes do sofás para entrar-se em elencos de novelas, suas trilhas cada vez mais comercialóides e vulgarizadas, temos até o crime de termos Patrícia Pillar e Claudia Raia como dupla sertaneja. Ufa, respiro e digo: Que medo!

Na republica das bananas cada vez vemos mais e mais retrocessos e uma nota da Folha de 31/08/2008, à coluna Zapping da Fabíola Reipert me deixou de cabelo em pé por suas entrelinhas.

Políticos se irritam com "CQC", da Band

Depois que o rosto de Danilo Gentili ficou manjado na TV, a Band colocou Warley Santana no papel de "repórter inexperiente", que faz os entrevistados pagarem mico. Warley entrevistou 14 políticos. Ele inventa que é do programa "In Foco", da Rede 21, que não existe. Políticos que foram entrevistados estão revoltados com o "CQC". Estão ameaçando processar a Band.

Como assim fazer entrevistas agora é agressão? Seres humanos que margeam as proximidades do meu ser o que está havendo nesta nação? Seria a volta do DOI-Codi ( Destacamento de Operações e Informações e ao Centro de Operações de Defesa Interna ) que atuava como centro de investigação e repressão do governo militar voltando a ativa, a próxima manchete?

O quadro novo é tão perfeito que 14 políticos caíram, não que políticos sejam dos seres mais aptos a reconhecer uma mentira. Pois a cada CPI ao serem entrevistados respondem veementemente que de nada sabiam ou desconfiavam. Quem bom que temos ainda treze oportunidades de verificar esse belo trabalho do CQC, formato importado de "los hermanos" de ouro, que com forte elenco mostra que apenas importar formatos não basta. A realidade está posta, descobriremos muito nestas entrevistas dos costumes de gabinetes e como muita coisa funciona e se finge não ver.

O momento épico desta entrevista ao Dep. Sandro Mabel foi ao ar em 25/08/08 pela BAND, onde como anunciado pelos apresentadores como a "Arma Secreta do CQC", Warley Santana realmente foi uma surpresa como o 8ª elemento do semanal. Quando o apresentador diz: "Você não pode deixar de assistir esse quadro para que você não fique sem assunto amanhã".

Ao pretexto de ser além de Repórter um Assessor de Imagem Warley convence o deputado a tomar certas posturas na entrevista, como: fingir estar ocupado e assim falsear uma entrevista surpresa ao gabinete e sem nada combinado. Chega a ser sublime a gravação da entrada no gabinete onde o repórter indaga o assessor do deputado: "Este é o programa Em Foco, estamos aqui invadindo o gabinete do deputado... Olá, o deputado está muito ocupado?" E adivinhem o que o assessor responde? "Um pouco ocupado". E para piorar o deputado a pedido do suposto programa finge estar no telefone e fingindo não saber da existência da entrevista.

Quer dizer que se for pra cultivar a imagem pública tudo bom, pode se entrevistar. Se é pra falar ou mostrar a realidade é cabível de processo. É fabulosa esta idéia de com autorização do próprio político em algum âmbito, se possa desmarcará-los. O Programa CQC tem a cada dia se renovado dentro da fórmula, sem fugir dela, que por várias regras impostas pelos produtores e criadores do formato Argentino. E graças a este cuidado para que não se perca a idéia original que as versões estrangeiras do programa (Argentina(original), Chile, Espanha e Itália) já receberam ao todo sete indicações ao International Emmy Awards, e ainda é exibido em quase 10 outros países.

Ao se pensar seja por o "Custe o que Custar" como é nominado aqui ou em sei original "Caiga Quien Caiga"( Caia Quem Caia ), custe o que custar muita gente ainda vai cair nas peripécias dos nossos homens de preto em versão brasileira. Para tristeza de alguns mas também pra felicidade de muitos telespectadores que aguardam ansiosos as segundas feiras por este a entrar no ar.

Veja a estreia do quadro aqui: http://br.youtube.com/watch?v=0JKVFK7jXgE

terça-feira, agosto 26, 2008

Fogo amigo na eleição paulista

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


Em nota da veiculada por vários sítios em matéria da Agência O Estado de Terça, 26 Agosto, temos finalmente um início de embate direto na morna campanha eleitoral pela disputa da maior cidade da América Latina. No último Datafolha, Marta ficou com 41%, Alckmin com 24% e Kassab com 14%. O que parece incomodar o "Tucanato da Paulicéia", pois assim temem que a polarização da eleição passe a ser Marta x Kassab. A bi-polarização é algo excelente para os marqueteiros de qualquer político com ou sem propostas conclusivas e propositivas para melhorar a vida dos cidadãos.

Como na dramaturgia os candidatos deixam o específico e passam a se tornarem genéricos. O grande épico do herói contra o anti-herói, o bem contra o mal. Os publicitários que cuidam das campanhas eleitorais tem aí seu trabalho facilitado, exclui-se dos tele-prompters do horário gratuito e insere-se a velha politiqueta de quem fez menos. Em aversão aos candidatos propositivos o popularesco show midiática que se verá nos próximos dias pode quase ser considerado inédito. Pela primeira vez em tempos que não vemos ex-aliados se degladiarem por migalhas percentuais, mas que são volupiosas em números absolutos.

O candidato tucano não atacou Kassab diretamente, mas dedicou um de seus programas na TV a mostrar as mazelas de moradoras da periferia que sofrem com a falta de atendimento hospitalar. Paradoxalmente, a área de saúde da prefeitura está sob o comando do próprio PSDB - o partido domina ainda outras secretarias e a maioria das subprefeituras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na TV a guerra já aponta um claro sinal verde entre os azuis democratas e tucanos. Em seu programa Kassab já fez seu papel de polarizar os votos conservadores ao comemorar a queda de Alckmin na última pesquisa, onde usa a frase de efeito com base nos dados da ultima pesquisa Datafolha: "Kassab sobe três (pontos), Geraldo desce oito. E a diferença entre os dois cai pela metade". Martaobteve 41%, Alckmin com 24% e Kassab com 14%. No revide o candidato tucano não atacou Kassab diretamente, mas dedicou um de seus programas na TV a mostrar as mazelas das áreas de periferia que sofrem com a falta de atendimento hospitalar. As mesmas em que a estão sob o comando do próprio PSDB - o partido domina ainda outras secretarias e a maioria das subprefeituras.

O circo midiático começou, esperemos que o palhaço desta vez não seja novamente o povo. Ele que sofre com o resultado da política do quem faz menos e propaga mais. Fazer não importa muito, pois com pouco se faz muito, já que os marqueteiros de campanha conseguem transformar uma pintura externa em índices de obras realizadas na ultima administração de seu candidato.

Alckimim e Kassab que se cuidem e não briguem muito porque o povo pode se cansar das brigas pessoais dos ex-aliados, como fogo amigo também mata podem ambos se ferir. Não me surpreenderia que o nosso emblemático e falastrão Salim repita o ainda mais emblemático segundo turno de um passado não muito distante MM, Marta x Maluf.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Luz, câmera, teste do sofá em ação!

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

Para quem tenta justificar as quedas nos índices Globais e ainda mais no seu ex-porto-seguro as novelas é que me dirijo. O que acontece na dramaturgia atual? A Record ameaça com uma ficção científica tupiniquim, o SBT ameaça com a re-re-reexibição de Pantanal. Onde está o dito país das novelas, que também pelos defensores do indefensável o proclamam a décadas o país do futebol? Se ser o país das novelas é aplaudir falsos artistas que a única arte que praticam é aquela do léxico da minha avó: "Você fez arte ein? Vai já pro castigo!". Meus caros o castigo é nosso, ter de engolir testes do sofá ou qualquer nome que queiram dar.

Divas do passado e do presente: Quanta diferença!

A Coluna "Revista da TV" de Patrícia Kogut, do Jornal o Globo, só não força mais a barra pra não ultrapassar o cúmulo do ridículo. Quando cita:

Ela se despede de Maíra com o sentimento de missão cumprida. E agradecendo ao autor da história, João Emanuel Carneiro.

— Foi um presente. João não deixou passar despercebida a presença dela. Sou muito grata a ele e ao Ricardo (Waddington, diretor). Tanto pela Maíra quanto por eles terem me liberado para fazer a novela da Glória Perez, "Caminho das Índias" — finaliza a atriz.

Primeiro para crer em tal nota precisaríamos viver em um mundo surreal, desinformado e alheio a realidade. Alguém que não é formado e quando raramente o é em uma novela geralmente faz parte da velha guarda, ou de alguma das pseudo-faculdades de teatro do país. As pessoas deveriam saber que curso de Artes Cênicas, não é teatro, forma apenas vomitadores de teoria crítica teatral ora da realidade técnica de interpretação no palco. Pois até mesmo um semi-analfabeto que ler repetidamente Stânislavisk poderá repetir suas teses, mesmo sem entende-las ou pratica-los.

Cada uma declara o que pode

Agora alguém me diga sem usar "dopping" como alguém que faz inúmeros trabalhos ditos de atriz podem fazê-los repetindo timbre vocal, repetindo expressão corpórea e repetindo sotaque. Num país preconceituoso, segregacionista e multi-étnico cultural, onde só a região nordeste tem 5 dialétos característicos alguém conceber que uma atriz possa repetir sotaques em dois trabalhos seguidos?

Como disse Débora Block no prêmio contigo ultimo: "Eu nunca dei para diretor nenhum. Vai ver é por isso que minha carreira no cinema não decolou".

A profissão continua a mesma, mas os testes quanta diferença

Será que é só no cinema ein Débora. O que vemos hoje no meu da dramaturgia, ou dita como tal. A cópia de algo que se criou no cinema americano nas décadas de 60 e 70 e aos poucos foi o vulgarizando e consequentemente baixando seu nível ao discorrer dos anos. O mesmo ocorre com nosso patrimônio televisivo. Desde a entrada da Rede Globo no mercado de novelas, primeiro copiando a programação da TV Excelsior e novelas da TV Tupi, o número de atores com propriedade para tal designação tem diminuido. Há ultima década mais descaradamente! É só avaliar a qualidade de elenco de uma trama com seu "Remake". Compare o elenco de Ciranda de Pedra na primeira e na atual versão.

Não sei o que deixa-se mais perpléxo um ser: Os que fazem parte da mídia que por muitas vezes negam o teste do sofá em detrimento aos profissionais capacitados e formados para tal; ou os que nem fazem parte da mídia mas têm o discurso de manipulado midiático e também finge este fato não existir?

Antes que alguém pergunte quem sou eu, já de antemão respondo: Sou um feio, pobre, sem fama e ainda sincero. Tudo que não faz sucesso no país do futebol, do carnaval e das novelas. Abraços Débora, que bom que alguém em sua posição não tem falar verdades... Que raro!



quinta-feira, agosto 14, 2008

Pequim 2008: OLHO NO LANCE!

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


China, uma nas palavras mais faladas na mídia por esses dias. O maior país, a maior população e talvez a menos entendida e mais discriminada da próxima geração. Ontem o Jornal da Globo em manchete totalmente tendenciosa: "A China não usou de tecnologia apenas para maquiar a cerimonia de abertura das olimpíadas, mas também para aumentar o número de recordes nas piscinas em Pequim". Na verdade a emissora nunca perdeu uma oportunidade de jogar uma pedra em seus rivais ideológicos seja Cuba, Venezuela ou China. Ora veja, pense que você apenas viu o 1° bloco do Jornal e dormiu pensando que a China por algum motivo e sabe-se lá de que maneira está manipulando os resultados das provas do cubo d'água, nome da piscina olímpica de Pequim. Ou não?

A cobertura dos jogos de Pequim tem sido razoável na média, mas muito apática principalmente por parte da Rede Globo. Creio que por ter perdido os direitos de exibição dos próximos Jogos Olímpicos de Inverno em Vancouver 2010, Panamericanos de Guadalajara em 2011, e os Jogos Olímpicos de Londres em 2012. A idéia da emissora carioca, e diga-se de passagem muito anti-ética, é de fazer uma cobertura fria do evento para esvaziar o interesse pelos próximos jogos que não serão mais da toda poderosa. Em contrato que abrange todas as mídias, incluindo TV e internet.

A Record tem dito aos quatro ventos que não dividirá as transmissões para a TV aberta. Aí vem a pergunta que não quer calar: E a Record vai deixar suas atrações, novelas, programas e afins fora do ar? Respondo, não esqueçam que a Record News está em todas as capitais do país em TV aberta, a emissora já estreou com uma rede de 101 emissoras abertas afiliadas, e vem ampliando suas afiladas. No Rio Grande do Sul por exemplo chegou a roubar emissoras que antes transmitiam o SBT. A Globo hoje só transmite as provas e modalidades quando o Brasil está na disputa ou de madrugada, o que não ocupa sequer 20% da programação e deixando a Bandeirantes com que dividiu as transmissões após acordo financeiro com a liberdade de transmissão conjunta ou não de todos os eventos desde que com prioridade para a Globo.

Poderemos ter então pela Record e Record News a mais completa cobertura de Jogos Olímpicos em TV Aberta da história do país. Creio que com a ampliação até 2010 da Record News para uma maior parte do país, poderemos se os bispos forem ousados uma pitada desse experimento.
Hoje a Record News em números absolutos é uma pequena rede, isso reflete em índices baixos perante as 5 maiores redes do país no ranking nacional de emissoras. Mas mesmo assim em determinadas e específicas ocasiões chega a vencer BAND e Rede TV! Existem casos como no estado de SC, onde ela está em 3° lugar com médias em torno de 5 pontos na média mês, por estar em 100% do território desde quando a Record através da RIC virou cabeça de rede no canal 4, substituindo a parceira anterior, SBT. Assim a Record News assumiu o canal 6 UHF no estado que antes transmitia a programação da Rede Record.

Fogo Amigo

Neste domingo, a Olimpíada de Pequim rederam a Globo muito. Enquanto transmitiu o jogo da seleção brasileira masculina de futebol, que jogou contra a Venezuela, deu 13 pontos de média e 63% de share no horário das 06h às 07h51. Na faixa, a Globo costuma registrar 5 pontos. A Globo vive um dilema enorme. Por dividir com a Band as transmissões não pode deixar de transmitir vários eventos dos jogos, mas usa simultaneamente de reportagens para atacar a China e também desmistificar o glamour dos Jogos Olímpicos. É o famoso fogo amigo, que mesmo sendo amigo é fogo, e pode ainda chamuscar muito a poderosa.

Gente que faz

E a Band faz muito bem o seu papel nesta olimpíada. Quem perdeu o Jogo: Itália X Camarões, narrado por Sílvio Luís? Nessas horas que amo ter insônia. Graças a isso tive o prazer de ver uma das melhores transmissões de futebol dos últimos tempos da TV mundial. A irreverencia de Silvio Luis e os perfeitos comentários de Osmar de Oliveira fizeram a diferença em um jogo em que apático seria um elogio. Infelizmente não pude ouvir seu bordão clássico: Pelo amor dos meus filhinhos! O que é que eu vou dizer lá em casa!? Mas descontração não faltou. Ajudado pelo nome do zagueiro italiano "Bochetti" e uma presença de espírito inigualável, pudemos ver uma nova pérola das narrativas futebolísticas: "E esse Bochetti não é mole não minha senhora!". Ou algo semelhante. Ainda: "Biro-Biro" em alusão ao jogador camaronês de cabelos descoloridos ao tom do cabelo de nosso astro Biro-Biro.

Antônio Silvio Luiz de Souza Mendonça de Menezes e Miranda, conhecido simplesmente por Silvio Luiz, o filho da famosa locutora Elizabeth Darcy. Longe do cansativo e batido Galvão Bueno, ou do clone Cléber Machado, que a Record tenta contratar, é gente que faz a diferença até mesmo num 0 à 0 anti ético-esportivo como fora a apresentação destas seleções em Pequim. A BAND deveria coloca-lo para narrar eventos nos jogos de maior importância, pois mesmo sendo profissional e ainda único com seu sarcasmo e irreverência não merece ser posto de escanteio. Pois como não dizer que ele dá amplidão ao que está obtuso em nosso pensamento. Precisamos ser tão sinceros como Silvio em sua frase: "Eu não preciso mandar a fita pro Dunga não né?", ou "Olha a cara do Joseph Blatter"- Presidente da FIFA que assistia entediado ao jogo. Será que ele será escalado para narrar algum dos "empolgantes" jogos da atual seleção brasileira?

segunda-feira, agosto 11, 2008

Floripa ou Desterro?


Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

Florianópolis é a capital do estado de Santa Catarina e uma das três ilhas-capitais do Brasil. Originalmente denominada Nossa Senhora do Desterro, em alusão à sua padroeira, ou simplesmente Desterro, seu nome foi alterado ao fim da Revolução Federalista, em 1894, em homenagem ao então presidente da República Floriano Peixoto. Deste nome deriva o apelido Floripa, pelo qual a cidade é amplamente conhecida.

Diz a sabedoria popular que recordar é viver. A mim não parece tao sábia essa colocação, pois ninguém vive de passado a não ser os museus. É óbvio que devemos conhecer sobre nosso passado para que compreendamos o presente.

Talvez esse seja o problema maior de nossa querida Floripa, além de pela primeira vez em sua história enfrentar problemas de cidades grande. Criminalidade em alta, ainda com estigmas eleitorais baseados no coronelismo e com a sua maior defesa contra as críticas recebidas o chavão: "Então volta pra tua terra!"

Nos índices de criminalidades já crescemos, na taxa de de desemprego, no número de residências sem tratamento de esgoto, aumentamos o número de praias impróprias para banho, e tudo isso sem desenvolvimento econômico para a média geral da população.

E me dirão os eufemistas sem motivo, de retórica repetida como única defesa e fuga fulgáz da autocrítica que se no Brasil é desuso em Floripa, em defesa a "tão amada ilha da magia" apenas dirão aos críticos de suas torpes mazelas: "Então volta pra tua terra".

Independente de qual a sua crença, sua classe social, seu estilo pessoal e seu estigma social se desejas que A Ilha da Magia, não passe a ser chamada a ilha da magia negra. Reze muito para que as pessoas da Vila de Desterro passem a ter mais auto-crítica, pois a situação está pra lá de critica graças a nossa população acrítica. Ou apenas peça aos céus e a Iemanjá para que você não seja assaltada no vilarejo de melhor qualidade de vida do país e que não passa de uma cidadela de interior localizada geograficamente na capital.

terça-feira, agosto 05, 2008

Vida e Morte Severina!

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

Dona Severina deve estar chocada, estarrecida, horrorizada, pasma caso tenha assistido ao "A Tarde é Sua" da jurada concerne do "Troféu Imprensa" que a cada ano perde importância. A inescrupulosidade da mídia brasileiro na sede por audiência cada vez mais nos trazem aos olhos determinadas posturas de certos ditos profissionais totalmente abusivas. Felizmente eu não vi, e esse é um capítulo da nossa TV ao qual agradeço te-lo perdido. Ao ler uma matéria do jornalista Miguel Arcanjo Prado, da Folha Online quase não acreditei. "No "A Tarde é Sua", exibido na tarde de terça-feira na Rede TV! a cena torpe ocorrera após o horário de almoço. A atração, sob o comando da jornalista Sônia Abrão, mostrou "com exclusividade" imagens do velório do brasileiro morto nos EUA."

Que ela é sensacionalista creio não ser nenhum grande manchete, mas Sônia Abrão narrou com dramaticidade todas as cenas do velório, fazendo questão de ressaltar que as imagens eram exclusivas. A edição de imagens com detalhes e closes do rosto do rapaz foram de extremo mal gosto. Como se dissesse: Venham, venham, apenas eu tenho a carne, venham ao meu açougue. Se não bastassem as eternas entrevistas com os eternos BBBs debatendo os atuais, ainda nos intervalos entre uma pérola e outra os merchans insuportáveis da tal TECH sei lá o que.

Muitos ainda dirão, é só assinar TV a cabo, e assistir as mesmas coisas americanas de 20 ou 30 anos atrás. E tem quem critique o SBT por reprisar Chaves e Chapolin, e não criticam a TV fechada por reprisar o "O Gordo e o Magro". Temos que desidiotizar a população e não apenas migrar para algo com mais status achando que isso trará qualidade a nossas vidas. Dona Severina não adianta pagar uma assinatura pra ver no estrangeiro o que aqui a nos na TV aberta se copia.

Devo mais que concordar, mas sim citar estas sábias palavras: "Os vícios da TV aberta transferiram-se de mala e cuia para a TV fechada onde a pretexto de falta de recursos premia-se a inexperiência, a apelação e a burocratização. O assinante de TV que paga as maiores taxas do mundo é tão ludibriado quanto a elite freqüentadora de restaurantes que desembolsa por uma reles macarronada o preço do pote de caviar." - Alberto Dines

E eu? Eu continuo igual, no ostracismo social!

segunda-feira, agosto 04, 2008

O final antes do fim

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


Realmente era verdade. A parceria que a Record fecha com a mexicana Televisa prevê uma sociedade entre elas em novelas que vierem a ser produzidas. Record e Televisa dividirão ao meio os custos de produção das novelas a serem gravadas no Brasil com texto mexicano.

O pesar desta parceria não é se usar um texto adaptado de um outro internacional, mesmo porque 70% das produções teatrais no país e de grande respaldo de patrocinadores vão do chatíssimo e tradicional Sheakspear, Ibsen, Servantes, Stânislavisk, Grotovisk e afins. O que preocupa é a opção de abertura do novo horário de novelas da Record é refazer um texto já exibido em 3 versões no país.

De acordo com a coluna Outro Canal, os primeiros recursos que a Record faturar irão para a Televisa cobrir seu investimento. Depois, serão descontados os custos comerciais, financeiros e impostos. O que sobrar será dividido entre as duas emissoras.
A parceria deverá durar pelo menos 1 ano, com possibilidade de renovação até três. O contrato também deverá prever o direito da Record romper o acordo caso as novelas não atinjam no mínimo 12 pontos na Grande São Paulo.

A Record pretende produzir um único texto do acervo da Televisa por vez. O primeira da lista, conforme já anunciado, é Betty, a Feia, original colombiano já exibido no Brasil pela RedeTV! Vale lembrar que o texto que será produzido é do remake que a Televisa já fez, intitulada La Fea Más Bella. Que é um tanto ruim se comparado ao original.

Existe alguma diferença entre nossas emissoras?


As diferenças do acordo da Televisa com o SBT, são que Record quer total autonomia para escolher e adaptar os textos, escalar elenco e definir linhas artísticas e padrões de qualidade. Betty, a Feia deverá ser ambientada no Rio de Janeiro.

Enquanto uma refaz outra re-reproduz com exito a trama da extinta Manchete. Nesta quinta (31/07), “Pantanal” registrou ótimos índices de audiência para o SBT e conquistou vice-liderança isolada. Pantanal tem derrubado a inédita Chamas da Vida que contou com cenas dignas de Hollywood, Bollywood e similares. Entrando no ar das 22h20 às 23h37, a novela registrou média de 16 pontos e alcançou pico de 21 pontos, e ainda conquistou a liderança durante 5 minutos (de 23h19 às 23h24). No mesmo horário, a primeira colocada marcou 25 pontos e a terceira, 13.

O final antes do fim

Enquanto a Globo relança sua novela das 8 em sinal de pleno desespero pelos índices não habituais da mesma. O desfecho da trama principal segundo o autor, lançará uma nova novela dentro da novela. Pois com meta de 45, mas com média de 37 até então, em meio a essa briga por Ibope das paulistas, que é assistida pela poderosa já com certa cautela, pois com Pantanal o SBT subiu e a Record pouco caiu. O resultante é um nivelamento maior entre as 3 grandes brasileiras. Ressurge ele que tanto na Record como ao migrar para o SBT peitou e venceu a Rede Globo em várias ocasiões! Uma das atrações será o Resolvendo no Ringue, onde duas pessoas irão solucionar seus conflitos no tapa, em cima de um ringue cheio de gel. Pra variar nossa TV com " grandes inovações". Na verdade muito mais do mesmo, ou é impressão minha?

Em um momento de pequena reação do SBT em horários esporádicos fazer um balanço mais amplo é necessário. A Record subiu e Globo caiu no Ibope nos últimos tempos. Num comparativo divulgado pela Folha Online a Record fechou o último mês de julho com audiência média de oito pontos no Ibope da Grande São Paulo. Esse número representa um crescimento de 11% quando comparado a julho de 2007, sendo que cada ponto no Ibope equivale a cerca de 55,5 mil domicílios na Grande São Paulo. Se comparados os mesmos períodos, a Globo caiu 15% e o SBT manteve a mesma audiência. A Band também caiu, 14%, e a Rede TV! teve queda de 3%. Comparando os meses de janeiro a julho deste ano com o mesmo período em 2007, a audiência da Record cresceu 24%, com média de nove pontos. No mesmo período, a Globo caiu 9%, o SBT, 7%. Já a Band teve crescimento de 11%. A Rede TV! também cresceu: 3%.

Ai meu senhor do Bonfim, e ainda temos que mudar para os canais a Cabo para ver as reprises dos filmes mais chatos da temporada. E as temporadas passados dos seriados menos criativas e de maior audiência da década perdida. Quanto opção não é Dona Televisão.