terça-feira, agosto 05, 2008

Vida e Morte Severina!

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

Dona Severina deve estar chocada, estarrecida, horrorizada, pasma caso tenha assistido ao "A Tarde é Sua" da jurada concerne do "Troféu Imprensa" que a cada ano perde importância. A inescrupulosidade da mídia brasileiro na sede por audiência cada vez mais nos trazem aos olhos determinadas posturas de certos ditos profissionais totalmente abusivas. Felizmente eu não vi, e esse é um capítulo da nossa TV ao qual agradeço te-lo perdido. Ao ler uma matéria do jornalista Miguel Arcanjo Prado, da Folha Online quase não acreditei. "No "A Tarde é Sua", exibido na tarde de terça-feira na Rede TV! a cena torpe ocorrera após o horário de almoço. A atração, sob o comando da jornalista Sônia Abrão, mostrou "com exclusividade" imagens do velório do brasileiro morto nos EUA."

Que ela é sensacionalista creio não ser nenhum grande manchete, mas Sônia Abrão narrou com dramaticidade todas as cenas do velório, fazendo questão de ressaltar que as imagens eram exclusivas. A edição de imagens com detalhes e closes do rosto do rapaz foram de extremo mal gosto. Como se dissesse: Venham, venham, apenas eu tenho a carne, venham ao meu açougue. Se não bastassem as eternas entrevistas com os eternos BBBs debatendo os atuais, ainda nos intervalos entre uma pérola e outra os merchans insuportáveis da tal TECH sei lá o que.

Muitos ainda dirão, é só assinar TV a cabo, e assistir as mesmas coisas americanas de 20 ou 30 anos atrás. E tem quem critique o SBT por reprisar Chaves e Chapolin, e não criticam a TV fechada por reprisar o "O Gordo e o Magro". Temos que desidiotizar a população e não apenas migrar para algo com mais status achando que isso trará qualidade a nossas vidas. Dona Severina não adianta pagar uma assinatura pra ver no estrangeiro o que aqui a nos na TV aberta se copia.

Devo mais que concordar, mas sim citar estas sábias palavras: "Os vícios da TV aberta transferiram-se de mala e cuia para a TV fechada onde a pretexto de falta de recursos premia-se a inexperiência, a apelação e a burocratização. O assinante de TV que paga as maiores taxas do mundo é tão ludibriado quanto a elite freqüentadora de restaurantes que desembolsa por uma reles macarronada o preço do pote de caviar." - Alberto Dines

E eu? Eu continuo igual, no ostracismo social!

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