quinta-feira, dezembro 18, 2014

Malhação Total

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral


Embora estragada por uma música americana, na sensível cena da expulsão de casa, o netinho de Irene Ravache não comprometeu. A atual temporada de Malhação ressurge com uma trama misturando moda e o preconceito clássico. Tenta transformar lutadores em almas sensível, e artistas em lutadores. O fator preconceito é abordado na fala do pai conservador ao excomungar o filho dizendo que "não queria estar passando por isto".

O repique se vai do trágico classico, ao tradicional pós-moderno. Um professor fala: "Corta pra mim!". E eis que surge um Workshop, sobre William Shaekeasper num acampamento, palavra caça-níquel do momento para justificar qualquer curso sem fundamentação teórica e/ou profundidade para novatos a pseudo-futuros-artistas deslumbrados. Antes as pessoas faziam cursos e mais cursos, hoje? Basta um Workshop e se tonam divos e divas, ou ambas coisas.

Aos saudosos que diriam, relembrando a primeira temporada da série que poderia pegar a carona do extinto Zorra Total, Malhação só mesmo a temporada primeira. Um viva! Se está também fosse a derradeira.

Na tentativa de ser atual comete clichês do passado, mais velhos que sua primeira temporada. Ao estilo sopa rápida, Malhação mescla o status quo do passado com coisinhas do presente. Os lutadores de MMA, exemplo de pseudo-héteros na vida real, com bibinhas da vida real que dançam contemporâneo.

Não pensem que nunca peguei um lutador... Já estive com lutadores de Boxe, Kung-Fu, etc. E obviamente como ativo, senão estaria eu favorecendo o status quo do mundinho pantanoso de Bibolândia. Mas um lutador de MMA me brocharia. Pois já pegou mais homem que eu, no bom sentido claro.

Essa trama é tão surreal quanto o elevador do meu prédio. Mas deixemos este assunto para a reunião de condomínio ou para um divã. Saudade dos filmes de lutas em que Vam Dame usava calças coladas para valorizar seus glúteos salientes.

quarta-feira, dezembro 10, 2014

Semana marcada por resgates históricos sobre a ditadura



Na semana em que a Comissão da Verdade trás a tona uma série de histórias ocultas sobre o regime militar, o musical Antes do Golpe, do diretor Nando Schweitzer volta aos palcos em Florianópolis, na Biblioteca Barreiros Filho do bairro Estreito. O espetáculo abordará através de canções de época a noite que antecedeu o golpe cívico-militar de 31 de Março de 1964.


ANTES DO GOLPE conta um momento político que mudou o Brasil, mas por uma ótica distinta. Quando seis amigos muito diferentes resolvem fazer um luau em torno de uma fogueira na noite que antecede o Golpe Militar de 1 de abril de 1964. No repertório, canções entre as 100 músicas mais tocadas nas rádios do Brasil nos anos de 62, 63 e 64, em um grande pout-pourri que transforma em diálogos as letras originais. Sendo composto por 6 atores-cantantes e banda, o espetáculo é realizado inteiramente ao vivo.

Após Somente Tu e Eu, espetáculo que em abriu esteve na capital gaúcha está produzindo uma webserie e um musical de época. Expandindo sua atuação em comemoração aos 11 anos de sua fundação. Hoje após donativos de familiares e atores da própria companhia, o elenco de A Tribo Produz, se prepara para para um inusitada viagem, a capital gaúcha.

Visto a falta de apoios e patrocínios, o grupo hoje corre atrás por vários meios e métodos do dinheiro restante para cumprir este sonho, estrear o musical Antes do Golpe. "TODOS SABEMOS DAS MÁFIAS PARA LOGRAR DATAS NA AGENDA DOS POUCOS TEATROS DE FLORIANÓPOLIS. Mas não viemos chorar o leite derramado. Queremos só fazer... Fazer... Cantar e cantar...", dispara o diretor da companhia “que o Teatro Nilton Filho de Porto Alegre se propôs a receber para lançar o musical em Setembro, espetáculo concebido pelo diretor teatral e cantor Nando Schweitzer, projeto concebido em 2005, que em seu regresso ao Brasil este ano se consolida.

Serviço
O que? ANTES DO GOLPE, o musical
Aonde? Biblioteca Municipal Barreiros Filho - Rua João Evangelista da Costa, 1160 - Estreito
Quando? 13 de Dezembro - Sábado
Horário? 16:00h
Preço? Colaboração Espontânea



A Tribo Produz (48) 8448-6288

Facilitemos sua abstração limitada de ultra direita

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral


Quando me perguntam sobre a atual polarização da política brasileira realmente fico em uma sinuca. Não por não saber a respostam, mas por não crer que pessoas que se dizem politizadas caiam ainda nesta estratagema medíocre. Tanto enxergo igualdades, ou similitudes filosóficas entre os pseudo-próceres da nação que lhes afirmo: PT e PSDB não são polos ideológicos. Meramente são propostas siamesas que rivalizam-se no poder. A ignorância política, ou melhor, despolitização do povo que criam tal polarização entre propostas neoliberais. 

O assassino norueguês Anders Breivik, 
acusado de terrorismo, repete gesto nazista no tribunal 
O sociólogo político Oliver Woshinsky retratou em um de seus escritos a extrema-direita como uma dissidência política que prega o apoio de uma forte ou completa hierarquização social da sociedade, e apoia a supremacia de certos indivíduos ou grupos considerados naturalmente superiores que seriam mais valorizados do que aqueles considerados inatamente inferiores. Os termos "política de direita" e "política de esquerda" foram cunhados durante a Revolução Francesa principalmente. Agora, alguns aninhos depois voltam a fazer a boca miúda parte do debate efusivo de pessoas não tão aguerridas por mudanças estruturais.

Se o próprio Aloisyo Nunes em entrevista ao apresentador Danilo Gentili, disse textualmente: "O PSDB é mais esquerda que o PT hoje." Aí gente que votou no PSDB vem com discurso neonazista com clichês obsoletos contra o PT. Apoio que se critique o PT e seus aliados, estes que preferiram sucumbir-se a um projeto de poder despolitizado de valores individuais e rasgando suas bandeiras históricas. Agora, se fosse um mal ser de esquerda (cada um com sua ideologia política), jamais poderia-se acusar o PT disto, pois este seguiu a cartilha geoeconômica de seu antecessor, incluso mantendo Lula o mesmo presidente no Banco Central do governo FHC.

Facilitemos sua abstração limitada. Esqueçamos a provocação que não foi absorvida. Assim seguiremos de alguma forma Adorno, e assim pensemos na reprodutibilidade do sincrético. Se ao invés de considerarmos 41 partidos, e suas 15 tendências, claro pois, existem coincidências. Pensemos que estas 11 coligações representem 11 tendências políticas entre a ultra esquerda e a ultra direita, passando-se pelas centrais mais ou menos liberais. Porque não estiveram nos debates presidenciais todos os candidatos? ALERTA, NÃO FALEI EM NENHUM MOMENTO DO MEU JUÍZO DE VALOR PARTICULAR.

Para os que hoje muitos radicais de esquerda chamam ainda de filhotes da ditadura, ou mesmo e também, para os que reivindicam intervenção militar a "direita moderada", tipificada pelos escritos de Edmund Burke, seria hoje melhor retratada se este não fossem esbravejadores alienados por Dilma Roussef e seus aliados que por Aécio Neves e seus correligionários e aliados de ocasião. . 

Mas vivemos em um país bipartite. "Bipartidário? Quer dizer que PSOL é igual ao PT e ao PCB? Que o PSB, PDT, PSDB, PSC, DEM, são iguais?", me perguntara um boçal via redes sociais recentemente. A resposta começou no parágrafo acima. A resposta está nas coligações da última eleição. E na ironia que não foste capaz de perceber. A mídia fala de PT e PSDB a décadas, como os "candidatos principais"... Principais para quem? Para os coxinhas despolitizados? Tivemos 11 candidatos na última eleição, esta que é segundo a lei em 2 turnos. (Pensemos que durante uma eleição um partido e uma coligação tem o mesmo valor legal representativo) Sigo? Se é que consegues seguir o raciocínio.

O significado de direita "varia entre sociedades, épocas históricas, sistemas políticos e ideologias". De acordo com o The Concise Oxford Dicionário de Politica, nas democracias liberais, a direita política se opõe ao socialismo e à social-democracia. Os partidos de direita incluem conservadores, democratas-cristãos, liberais e nacionalistas, e os da extrema direita incluem racistas e fascistas.

Discussões políticas são sempre longas, pois geralmente as pessoas não usam dois mesmos marcos teóricos para embasamento do que falam. Mas não falando de lados, e sim de marcos teóricos clássicos... Os partidos que hipocritamente polarizaram em segundo turno, ambos fizeram governos neoliberais e as mesmas práxis econômicas e educacionais. O que me causa riso são os postagens de extrema (sejam à direita, ou, esquerda) que falam como se tudo fora 8 ou 80. 

Em um país com 41 partidos, termos apenas duas tendências políticas não soa algo surreal? A imprensa contemporânea, ocasionalmente, usa os termos "esquerda" e "direita" para se referir a lados opostos ou que se opõe. Ou a mídia e as pessoas que a compram criaram um país fictício e bucéfalo aonde não existam ponderação mistas, intermediarias, alternativas... Dessa formar pensarei que nos tornamos um país medíocre e bipartidário como Espanha, ou Estados Unidos.

sexta-feira, novembro 07, 2014

O Mapa da Esquerda e Direita na Europa

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista



Albânia (Fora da UE) - Comunismo - IDH 95º
Alemanha - (Na UE) - Social Democracia - IDH 5º
Andorra - (Parcialmente na UE) - Social Democracia - IDH 37º
Armênia - (Fora da UE) - Liberalista - IDH 87º
Áustria - (Na UE) - Social Democracia - IDH 21º
Azerbaidjão -(Fora da UE)  - Liberalismo - IDH 76º
Bélgica - (Na UE) - Liberalismo - IDH 21º
Bielorrússia - (Fora da UE) - Comunismo parlamentar - IDH 53º
Bósnia e Herzegovina - (Fora da UE) - Liberalista - IDH 86º
Bulgária - (Na UE) - Liberalista - IDH 58º
Cazaquistão - (Fora da UE) - Comunismo presidencialista - IDH 70º
Chipre - (Na UE) - Liberalismo - IDH 32º
Croácia - (Fora da UE) - Pós-Socialista - IDH 47º
Dinamarca - (Na UE) - Estado de Bem-Estar - IDH 10º
Eslováquia - (Na UE) - Liberalismo - IDH 37º
Eslovênia - (Na UE) - Social Democracia - IDH 25º
Espanha - (Na UE) - Social Democracia - IDH 23º
Estônia - (Na UE) - Liberalista - IDH 33º
Finlândia - (Na UE) - Estado de Bem-Estar - IDH 24º
França - (Na UE) - Estado de Bem-Estar - IDH 20º
Geórgia - (Fora da UE) - Liberalista - IDH 79º
Grécia - (Na UE) - Social Democracia - IDH 29º
Hungria - (Na UE) - Liberalista -  IDH 43º
Irlanda - (Na UE) - Neoliberal - IDH 11º
Itália - (Na UE) - Liberalista - IDH 26º
Islândia - (Na UE) - Liberalismo - IDH 13º
Letônia - (Na UE) - Liberalista - IDH 48º
Liechtenstein - (Fora a UE) - Liberalista - IDH 18º
Lituânia - (Na UE) - Liberalista - IDH 41º
Luxemburgo - (Na UE) - Social Democracia - IDH 21º
Macedônia - (Fora da UE) - Liberalista - IDH 84º
Malta - (Na UE) - Social Democracia - IDH 39º
Moldávia - (Fora UE) - Liberalista - IDH 114º
Mônaco - (Na UE) - Social Democracia - IDH não medido (Francês)
Montenegro - (Na UE) - Social Democracia - IDH 51º
Noruega - (Fora da UE) - Estado de Bem-Estar -  IDH 1º
Holanda ou Países Baixos - (Na UE) - Social Democracia - IDH 4º
Polônia - (Na UE) - Pos-Socialista - IDH 35º
Portugal - (Na UE) - Liberalista - IDH 41º
Reino Unido - (Fora da UE) - Liberalista - IDH 14º
República Checa - (Na UE) - Liberalista - IDH 28º
Roménia - (Na UE) - Liberalista - IDH 54º
Rússia - (Fora a UE) - Neoliberalista - IDH 57º
Suécia - (Na UE) - Estado de Bem-Estar - IDH 11º
Suíça - (Fora da UE) - Social Democracia - IDH 3º
Turquia - (Fora da UE) - Liberalista - IDH 69º
Ucrânia - (Fora da UE) - Liberalista - IDH 83º
Vaticano - (Foras da UE) - Mercantilista - IDH (Não é medido oficialmente)

UE - União Européia. A União Europeia (UE) é uma união económica e política de 28 Estados-membros independentes situados principalmente na Europa. A UE tem as suas origens na Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) e na Comunidade Económica Europeia (CEE), formadas por seis países em 1957. Nos anos que se seguiram, o território da UE foi aumentando de dimensão através da adesão de novos Estados-membros, ao mesmo tempo que aumentava a sua esfera de influência através da inclusão de novas competências políticas. O Tratado de Maastricht instituiu a União Europeia com o nome atual em 1993. A última revisão significativa aos princípios constitucionais da UE, o Tratado de Lisboa, entrou em vigor em 2009. Bruxelas é a capital de facto da União Europeia.
O Parlamento Europeu é a instituição parlamentar da União Europeia. Eleito por um período de 5 anos por sufrágio universal direto pelos cidadãos dos estados-membros, o Parlamento Europeu é a expressão democrática de 500 milhões de cidadãos europeus. Constitui assim a Assembleia eleita nos termos dos Tratados, do Ato de 20 de Setembro de 1976. No Parlamento Europeu estão representadas, a nível de formações políticas pan-europeias, as grandes tendências políticas existentes nos países membros. Tem sede em Estrasburgo, na França. O presidente do Parlamento Europeu é o socialista alemão Martin Schulz, eleito em 17 de janeiro de 2012.

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano" e para ajudar a classificar os países como desenvolvidos (desenvolvimento humano muito alto), em desenvolvimento (desenvolvimento humano médio e alto) e subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo). A estatística é composta a partir de dados de expectativa de vida ao nascer, educação e PIB (PPC) per capita (como um indicador do padrão de vida) recolhidos a nível nacional. Cada ano, os países membros da ONU são classificados de acordo com essas medidas. O IDH também é usado por organizações locais ou empresas para medir o desenvolvimento de entidades subnacionais como estados, cidades, aldeias, etc.
O índice foi desenvolvido em 1990 pelos economistas Amartya Sen e Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no seu relatório anual.

quarta-feira, novembro 05, 2014

Quando o protesto é vazio de conteúdo

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jonalista


Se quando nos protestos de 2013 se levantavam uma bandeira qualquer, sempre se pediu que se retirassem e as baixassem, deveriam nesses protestos de agora também impedir que levantassem certos cartazes de cunho fundamentalista. Conveniência também é crime segundo a constituição e código civil, bem como crimes de ódio e incitação a assassinatos e a uma ditadura também.

O MUNDO NÃO PODE SER APENAS ESSA MEDÍOCRE BIPOLARIDADE. Ou Cuba ou Estados Unidos, ou comunismo ou capitalismo, ou PT ou PSDB... E a luta contra a ditadura no Brasil não acabou até hoje, pois grandes interventores do governo cívico-militar hoje estão nos dois lados que se dizem tão diferentes. Sarney que fora da Arena, apoiou o vovô do Aécinho na eleição indireta de 84, pois nossos milicos queridos achavam que o povo não estava preparado para votar... Talvez meu único ponto convergente com estes genocidas. 

Fico abismado com a quantidade de pessoas reacionárias que nas redes sociais se mostram através de uma falsa invisibilidade mostram sua ignobilidade e seu desconhecimento político e histórico.

Outro dia me desafiaram a definir um coxinha. Esta maravilhosa gíria da modernidade. Pois os vejo como um ser pobre, de direita, que não sabe argumentar a não ser dizendo: Vai pra Cuba, etc... Não entende que o neoliberalismo serviu apenas para as superpotência e classes altas a ampliar seu poder financeiro, e ampliar o teto entre pobres e abastado. MESMO SENDO PREJUDICADO pelo capitalismo caiu no conto da tal liberdade neoliberalista que "permite" que todos "caso lutem" podem conquistar todos os bens de consumos inúteis e supérfluos que só o "capitalismo pode alcançar". Confundem neoliberalismo com avanço tecnológico. Confundem acessibilidade com possibilidade. Confundem militares com seres humanos. Polarizam entre iguais-neoliberalistas como PT e PSDB... COXINHAS!

Existe hoje uma in-revolução em curso no Brasil. Se o golpe militar se auto determinou contra-revolução... Usando de um argumento frágil, de que os comunistas iriam dominar o país... atualmente se pode ver o resultado histórico disto... Da dita esquerda a tal neo-democratocracia, todos sem exceção devem ser postos 47ºgraus a direita de seus discursos... Incluso o PSOL... Que não tece ou propõe uma esquerda radical, mas apenas uma social democracia moderada e burocrática com maior peso ideológico que propositivo-orgânico.

O Brasil nunca chegará a ter um estadista de esquerda democrática como Hollande na França. Os coxinhas mulatos-mestiços-neoliberais-direitistas me entediam, pois lutam contra um inimigo ficcional, propondo uma medicina surreal de efeitos nocivos para ele mesmo.

quarta-feira, outubro 29, 2014

Nordeste Independente

Florianópolis - Diretor Teatral e Jornalista

Comento o texto que por aí nessas redes sem peixe está a girar:

"CALE A BOCA, POVO DO NORDESTE!"

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país? Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!

Como está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…  Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…

Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melodias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia… Ah! Nordestinos… Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros a força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

As suas belezas naturais não são nada, quem iria gostar de conhecer Porto Seguro (BA), Praia do Gunga (AL), Praia do Espelho (BA), Jericoacoara (CE), Canoa Quebrada (CE), Porto de Galinhas (PE), Genipabu (RN), Praia da Pipa (RN), Lençóis Maranhenses (MA), Lajedo de Soledade (RN), Praia Fluvial do Jacaré (PB), o Passeio das Galés em Maragogi (AL), Ilha de Itaparica (BA), etc, etc.
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar. Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca?

Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla!..."
Quando uma certa vez eu nos ônibus da cidade de Florianópolis interpretei um retirante cearense "José Firmino", e logo ao transpassar de 1 semana pasmótico recebi a informação de que haveria uma circular proveniente da empresa de transportes instruindo aos funcionários que proibissem minha entrada no sistema de transporte da capital catarinense.

O que na época inocente pensei, 2004, seria uma mera ação anti-cultural provinciana, hoje percebo que era nordestinofobia.

Algum tempo depois, não sei precisar uma outra atriz na cidade faria inserções nos mesmos ônibus do mesmo sistema de transporte com uma personagem típica da região, uma manézinha da ilha(gentílico apelido dado aos ativos da região noroeste do literal português, dos quais predominantemente são ascendentes os nativos de Florianópolis).

Contudo hoje, lendo os comentários de pessoas instruídas e outras não tanto do sul, muitos daqui da Ilha de Santa Catarina, percebo que sofri nordestinofobia através de minha personagem. Pobre e inocente José Fimino, que: "Nascido e criado no ceará, vindo de lá pra cá de mala e cuia com seus dois filhinhos: Ricardinho e Luisinho, de 6 e 3 anos..." Viu-se obrigado pelas caras pálidas e europeias assustadas dentro dos coletivos a informar: "não estou aqui nem pra matar, nem "estrupar" e nem roubar. Pois tenho cá minhas mãos calejadas da lida do cabo da roça e do gado" e logo mostrava a cerca de 3 centímetros do rosto das pessoas mais próximas suas mãos...

E seguia seu grito, seu pranto: "Vim aqui pra poetizar. Sou poeteiro, repentista. E assim não mais que de repente, de repente, repentinamente lhes imprimo aos ouvidos como a agulha no vinil minhas palavras em seu pensar... Devo ao rio, o coração sem margens... O rio que me arrasta para o dentro de mim, que é a correnteza das margens do rio da alma que jorra de dentro do rio, de dentro de mim... Mas quando penso em você, fecho os olhos de saudade...

Tenho tido muita coisa, menos a felicidade... Correm os meus dedos longos, em versos tristes que invento, nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento... Pode ser até manhã, cedo claro feito dia. Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria. Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa
Prá correr entre os canteiros e esconder minha tristeza. Que eu ainda sou bem moço prá tanta tristeza. E deixemos de coisa, cuidemos da vida, pois se não chega a morte ou coisa parecida e nos arrasta moço, sem ter visto a vida."

Ao passo que o ônibus para a porte de uma delegacia do bairro Agronômica, aquele bem pertinho da residencia oficia do governador, a surpresa foi o apoio popular... Ao motorista que exigia a minha saída imediata, embora como os demais tenha pago a passagem.

Desde então tenho uma posição firme. Creio ser melhor queimar ônibus que fazer arte dentro deles em Florianópolis e entrar na campanha por um nordeste independente.

terça-feira, outubro 07, 2014

Ainda somos coxinhas e vivemos como os nossos avôs!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos avôs. O estado paternalista e impositor, conservador, racista, homófobo, e dentre tantos outros adjetivos que poeriam caber nesta oração segue símil ao estado ditatorial da Era Vargas ou da política Café com Leite. Mudam-se os coronéis, mas não mudam-se os bezzeros.

Era uma ironia suave aos que vem no governo atual(que é neoliberal) algo que ver com Cuba. Óbvio que o crime de um não ameniza o do outro. Os cubanos que fogem a Cuba, são do mesmo naipe dos Brasileiros que hoje fogem para os USA, com a diferença única que os brasileiros se fossem menos americanizados poderiam ir a 197 países do mundo... Pois tem dinheiro e condições para isto. Enquanto o povo cubano empobrecido por um boicote de 60 anos, mais uma ditadura nefasta(tanto quando a ditadura brasileira, que matou e empobreceu o país... que logo ao seu fim viu mesmo na pseudo democracia do bipartidarismo na era Sarney suas prateleiras de mercado vazias e inflação de 120% ao mês).

O cubano foge para os Estados Unidos por proximidade geográfica, o brasileiro por alienação da outra ponta do iceberg do mal. Cri,ticar Cuba sem criticar os norte-americanos é inconcebível. Mas para o bucéfalo cidadão padrão fifa, temos hoje um governo esquerdista. Que piada! Mas estes são os mesmos que confundem: social democracia, com comunismo, ou socialismo ou qualquer coisa que não seja neoliberal e pró Estados Unidos.

E eu queria ver uma comissão da verdade contra os crimes de lesa humanidade cometidos pelos norte americanos em todo o mundo, mas principalmente: Japão, Vietnam, Brasil, Argentina, Chile, México(até hoje), Ecuador, Afeganistão, Iraque, Síria, Argélia, Panamá, Nicarágua, Puerto Rico(que hoje ainda em 2014 é uma colonia dos Estados Unidos). Respeito qualquer orientação, seja política, sionista ou sexual, mas desde que não se ignorem certo fatos. Tanto o amiguinho do Dilmão(Fidel), quanto os do Aécio mataram, pois depois da ditadura argentina a que mais matou fora a ditadura militar brasileira(na média ano/morte). Mas a ditadura brasileira duraria 20 anos, contra 6 da ditadura argentina... Para pensar e fazer a conta. 

O MUNDO NÃO PODE SER APENAS ESSA MEDÍOCRE BIPOLARIDADE. Ou Cuba ou Estados Unidos, ou comunismo ou capitalismo, ou PT ou PSDB... E a luta contra a ditadura no Brasil não acabou até hoje, pois grandes interventores do governo cívico-militar hoje estão nos dois lados que se dizem tão diferentes. Sarney que fora da Arena, apoiou o vovô do Aécinho na eleição indireta de 84, pois nossos milicos queridos achavam que o povo não estava preparado para votar... Talvez meu único ponto convergente com estes genocidas. 

Agora temos ao lado da dita esquerda: Collor, Maluf, Sarney, entre tantos que apoiaram e participaram da ditadura coligados ao PT; e de outro lado temos o tal diferente que é mais reacionário e que esteve contra os direitos civis em toda nossa história com Aécio, partidos como Democratas, que mudou de nome tantas vezes por ser mais sujo seu passado que pau de galinheiro. Hoje democratas, ontem PFL, ante ontem Arena... 

Muito me admira um país tão grande, multicultural, auto-suficiente energeticamente, etc, etc, etc... Ter falido tantas vezes... Ter quebrado 3 vezes só no governo FHC, que tinha seu vice o PMDB, que hoje é vice do PT, querer dizer-se a salvação., ou pior que irá mudar a política geo-econômica do país. O PT quando chega ao poder só fez dar continuidade a política de seu antecessor, tanto que manteve Armínio Fraga anos ainda a frente do Banco Central. Quero que me mostrem em que diferem PT e PSDB, além do endereço dos contra-cheques! Por obséquio!

Transgenizando a célebre canção de Belchior poetizarei: Ainda somos coxinhas e vivemos como os nossos avôs!

segunda-feira, setembro 29, 2014

Stalin, ou Hitler, ou Geisel, ou Pinocht, ou Videla... Ou Levy!

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral


Quando pensamos... Se é que pensamos, ou melhor, porque pensamos em algo? O pensamento é nada mais que um exercício. Este que é um mero reflexo da disposição de nossos preconceitos e preceitos da nossa cultura internalizada.

Pipocam feito barraquinha de festa junina os comentários sobre o cover do Senhor Spacily, Levy Fidélix, nas redes sociais e portais de notícias. Como se homofobia fosse uma grande novidade, ou NÃO PRESENTE EM NOSSO COTIDIANO.

Após 4 ataques homófobos sofridos por mim, 3 no Brasil e um na Argentina. Embora no país vizinho o matrimonio igualitário seja uma realidade legal a anos, sancionada pela direitista e populista travestida de esquerda-democrática, Cristina Fernández de Kirshner. Mesmo assim o país limítrofe ainda, claro que infinitamente e percentualmente menores que  no Brasil, registra muitas  mortes contra e simplesmente pelo fator de um ser humano ser da comunidade LGBT.

O Brasil é um poço fundamentalista, retrógrado. Um dos últimos países do continente a décadas atrás a aprovar o divórcio, hoje algo já naturalizado. O único país a não ter julgado ainda seus genocidas de regimes ditatoriais. Mesmo se comparamos o país ao Chile, a ditadura derradeira a cair no continente no século passado, perdemos. Os andinos já condenaram, e ainda em vida, a Augusto Pinochet.

Ao tão repercutido e falado Debate de ontem, na Rede Record de Televisão, nos restam algumas possíveis reflexões. Mas das mais que me afligem é se pensar que defender-se assassinatos em massa possam gerar tantos apoios de seres que se dizem cidadãos e democráticos.

Ser perseguido por uma moto em alta velocidade, por se estar numa rua em determinado horário, aonde presumidamente apenas homossexuais transitam, visto que nada mais na cidade neste dia e local estaria aberto a não ser uma discoteca voltada ao público LGBT é normal. Acontece diariamente. Mas que ao por sorte se consiga escapar, sobreviver, é raro. Agora que na delegacia te neguem o direito constitucional de registrar um Boletim de Ocorrência... 

Luciana Genro propõe uma taxação as grandes fortunas, mas creio que embora seja uma esplendida ideia, tenho uma melhor. O desconto no Imposto de Renda a comunidade LGBT, por cerceamento de direitos constitucionais aferidos aos demais cidadãos e sonegados conscientemente pelo atual governo e seus antecessores, deva ser sancionado.

Hoje temos descontos e benefícios destinado a várias minorias: deficientes, enfermos, idosos, professores... Até a marginais condenados temos pensões. Para genocidas temos benefícios e aposentadorias compulsórias. Se por matar um cidadão por dissidência política, alguém pode receber uma pensão, porque não se pode também receber-se uma gratificação por se ser uma aberração? Afinal dar o cu é mais grave, perigoso e prejudicial a saúde e a sociedade que matar compatriotas.

Neste país onde o coxinhismo esquerdo-direitista da nova política marineira, dilmopata, aécio-liberalista é um rastro de amargura e baixa-auto-estima brasileira, esta que também cresce a medida que aumentam os dízimos das reacionário-sionistas ceitas evangelizadoras. Estas que permeiam e permitem que a intolerância se torne cultura e a esperança de se alcançar a Deus.

Se existe, Deus, deve ser algo parecido a Stalin, ou Hitler, ou Geisel, ou Pinocht, ou Videla... Pois todos estes, seguindo este raciocínio perseguem, aniquilam e abominam/abominaram o diferente.

Todos sabemos que Trotisk foi assassinado por um agente da KGB? Todos sabem que a igreja católica queimou a Santa Joana Dark, alguns séculos antes de canonizá-la? Alguém sabe que o Estado Islâmico decápta pessoas pelas mesmas razões que evangélicos, católicos e neonazistas perseguem a homossexuais?

quarta-feira, setembro 03, 2014

Jornalista é demitido por pensar diferente!

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral


"Digamos que me chamo José Carlo Manilha... Esta manhã eu fui demitido. Tudo porque o coxinhismo esquerdodireitista neste país está chegando a índices alarmantes. Andam dizendo que Dilmão é de esquerda, que o Aécio não é viciado, que o Campos e a Marina vão se casar e que o PSOL vai ganhar no 1º turno, tendo apenas 54 segundos de horário na TV. Onde está o compromisso com o povo, com a verdade e com o jornalismo real.

Sei que este não é o lugar mais apropriado. Mas como me desplugaram do ar esta manhã na rádio... (Voz embargada) Não posso sequer pronunciar o nome da instituição, pois estamos em litígio judiciário.

Minha honra de radialista foi aferida. Por isso lhe peço licença e daqui via web e com KY vai entrar no ar... (Abertura Musical do Programa) Até quando... Até Quando? Vamos fazer um país pouco sério?

Seguimos ao vivo neste lindo dia... Agora que faltam 5 minutos para você ter um colapso nervoso. Vamos em frente, estão frescos, e já temos 4 mortos. Mas tranquilos, um crime vil ou um assassinato podem bater a sua porta ainda hoje. O governo anuncia para ainda esta semana a volta do cruzeiro novo.

O atual governo comunista irá no próximo mês acelerar o programa de confiscos de latifúndios e medias propriedades e poupança. A escalada do dólar é alarmante e pode até a meia noite de hoje chegar a R$15,00. Mas isto não importa. Seguimos a todo vapor. Com o melhor panoramas de notícias que você não necessita, mas consome para se enfurecer, queimar-se em nervos e apurar um infarto ou cair em depressão logo pela manhã ou antes de deitar-se para um desesperante dormir em sua casa que não possui sequer vidros blindados ou alarmes, e tão pouco um guarda com um tanque blindado para evitar um ataque do PCC. Mas muito bem, seguimos agora com uma rodada rápida de tudo o que acontece neste país de merda.
Até quando... Até Quando? (Serio) Informações e notícias para entra em pânico, medo e depressão. Até quando? Um programa para cagar o seu dia desde muito cedo. (Cantando) Até Quando? Vamos fazer um país pouco sério? 
Vai tudo mal.. Tudo vai mal, e, com certeza, cada vez irá pior. Temos informação de nossa unidade móvel... é com você Claudete Trolando: “Olá José, tudo mal? Espero que sim...” Obrigado querida, você também. “Um piquete de guerrilheiros nazistas aposentados, promete cortar a ligação centro bairro e apunhalar qualquer pessoa que não possa através de documentos comprovar sua ascendência ariana”. Muito importante informação. Saiamos todos com cuidado pelas ruas e com nossas cartas de alforria.
Agora seguimos com uma mensagem de mais um ouvinte: “Manilha, estou farto, farto de tudo. Farto deste país... Farto, farto. 7X1 contra a Alemanha. Farto dessa Dilma comunista. Muito bom o programa...”. Agradecemos ao ouvinte, já são 7 minutos para você perder o ônibus lotado e xingar em voz baixa o motorista e aquele cobrador de merda. Atualizando... Já são 9 mortos.
Então queridos ouvistes, estão preparados para mais um dia de fracassos? Onde no colégio algum subnormal irá possivelmente metralhar o seu filho por não ter sido a maior nota no Enem, e descarregará em inocentes sua frustração e ódio por sua incompetência e falta de capacidade? Ou minimamente haverá uma greve de professores, esse bando de filhos da puta que nada mais sabem fazer.
Seguimos informando. É tempo de frio, as baixas temperaturas trazem muitas preocupações e você se pergunta: O que fazer? E nós lhe damos a dica: Nada, pois numa economia neoliberal aonde nem o estado e muito menos a iniciativa provada se importa com você, e muito menos com seu filho. Os medicamentos são caros, e oportunamente estarão vencidos quando venhas a utilizar a segunda dose.
Temperatura no momento. Frio, muito frio... Com esperança da ocorrência de suicídios em massa. Também nos informam que os mesmos maestros que fazem paralisações são os que distribuem as drogas as crianças. E com tudo isso que temos observado dia a dia em nossas ruas, casas, trabalho... Claro que até sermos demitidos sem aviso prévio ou qualquer direito graças a quebra da CLT por este governo fascista e recalcado de estigmas, inspirados no Stalinismo pro Obama.
Mas o frio nos aumenta nossa sensação de fracasso por vivermos em um país democrático, aonde criminosos políticos não são fuzilados sumariamente sem qualquer tipo de julgamento como o que ocorre em Cuba, bem como nas cortes internacionais comandadas pelos EUA, ou na China moderna importadora de muamba.
Seguimos com informação. Salientado que elas e tudo mais que possas saber ou mesmo aprender lhe servirão de patavinas, pois as possibilidades suas como um ser insignificante de modificar o seu entorno são nulas, pois você é um completo incapaz e um ser humano desprovido de capacidades cognitivas para compreender a lei eleitoral e constatar que não existe voto útil, mas, mesmo assim, continuará a pensar em apenas 2 candidatos como possíveis para ganhar as eleições. Votando claro no que estiver na frente das pesquisas de opinião manipuladas pelos grande conglomerados de mídia. Assim transformarás seu voto em um bilhete de apostas como se o presidente futuro fosse um cavalo e você o ganhador se o seu candidato vencer, independente se será um bom governante para o país.
Nos informam mais 3 mortos na última hora. Um viva... Um viva para o dia de hoje onde comemoramos o dia da garçonete. 9º graus e a meta de inflação segundo o instituto Fernando Collor é para 117% ao dia. Continuaremos informando com o nítido objetivo de deixar-los em um extremo estado de angustia, sofrimento e desesperação. 19 mortos contabilizamos já, e este número aumentará.
Pensamento do dia: Devemos aprender com países de primeiro mundo... Nos espelhemos nos EUA, que já mataram 3 presidentes. Ou na Espanha que assassinou mais de 40 milhões de separatistas durante a Guerra Espanhola, ou mesmo na Alemanha que exterminou seus rivais comerciais no holocausto."

Por problemas técnicos interromperemos essa transcrição. Prometendo continuar-la na próxima quarta-feira.

quarta-feira, agosto 27, 2014

Saudades dos 80: Meu nome é Eduardo Jorge!

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral


Saudades do debate presidencial de 1989. Eram mais claros os ataques, eram mais explícitas as ideologias. Na noite de 26/08, via TV Bandeirantes, tivemos o primeiro debate de 2014 com quase todos os candidatos. Nele tivemos 4 blocos ideológicos claros: uma esquerda erudita e talvez incompreensível para o público, uma direita reacionário que não terá somada 2% dos votos, um centro perdido feito cega chapado em tiroteio com neblina, e uma centro-direita travestida de social democracia e que por vezes pincelava um aceno tacanho para o centro ou até para a esquerda.

Um novo Maluf, era Aécio Neves, com  seu discurso populista e vazio de propostas. Brizola reencarnou em Luciana Genro, bandeiras do trabalhismo de centro esquerda como a reforma agrária foram tocados apenas por ela. Roussef chegou a prismar a um Mário Covas de saias, nem conservador e tão pouco radical esquerdista. Marina Silva, mostrou-se como um Lula alfabetizado de passado de esquerda mas com um discurso beirando a simpatia, mas sem querer assustar o povo brasileiro, temoroso por mudanças, covarde e sem ideologia.

Os três patetas, cada um a seu modo nos serviram como válvula de escape para o show midiático. Levy e seu icônico bigode pareciam ao senhor Aureliano Chaves do extinto PFL, no discurso um democrata e nas entre linhas um conservador clássico. Everaldo, como lhe chamou Luciana Genro, mostrou-se o mais neoliberal, como Reinaldo Caiado outrora inconsistente e querendo privatizar o país (se é que resta muito para privatizar). Ainda, Eduardo Jorge, um baloarte sem parâmetros históricos, talvez lembre pela comicidade ao falecido Enéas.

Creio que iremos nos divertir neste pleito eleitoral. Muito. É trágico pensar no quanto o debate político empobreceu-se, e se pasteurizou. A paleta de cores hoje é mais fechada, simples. Saudosos anos 80... Não só nas artes, TV, mas também na política.




terça-feira, agosto 26, 2014

Eleições 2014: Como uma corrida de cavalo!

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral

Evoluímos ou involuímos? Polar ou bi-polar? Brasil hoje em pleno ano eleitoral vai reviver um dos momentos de viés mais democrático dentre de suas díspares eleições. 

Creio ser um absurdo a legislação eleitoral do país das bananas, samba e mulher pelada. Em um âmbito em que se irá discutir o futuro da nação, ou melhor, se este terreno de falantes de um quase mesmo idioma passarão a poder sentirem-se parte de uma real nação.

Não  demos com o cucuruto na parede e nem miremos longe. Basta lembrar do primeiro debate presidencial da nova, e fraca ainda, democracia-política brasileira. Dado que em 1989, a mesma TV Bandeirantes lançou-se ao desafio de sediar e televisionar o primeiro embate pós regime ditatorial com todos os presidenciáveis. Com exceção dos que não aceitaram.


Lula, Collor, Maluf, Brizola, Covas, Afif, Freire... Enfim, mil ideologias e proposições para o país. O arco era iris. Mas o que mudou? O coxinhismo pseudo-esquerdo-direitista assola o Brasil. Teremos nesta terça, 26, o primeiro debate presidencial de 2014. A Bandeirante, hoje Band, tentará resgatar algo desta história democrática, pois diferente de 2010, teremos quase todos os candidatos presentes e não só os principais.

Estarão presentes nos estúdios da Band, no Morumbi, em São Paulo: Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB), Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB). Mas ainda não termos os ditos nanicos PCO, PSTU, PCB, PSDC do senhor da musiquinha chiclete, Eymael.
Outras emissoras já recebem avisos de protestos e ações na justiça por não quererem nada mais que o três principais candidatos, mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto. O que para meu ver é por si só anti-democrático.

O critério midiático de se convidar apenas os mais pontuados para um debate na TV, mais acessado meio de comunicação do país, é como se transformasse-o em um segundo turno antecipado.

A pergunta que não para de enlouquecidamente girar na panela de pressão desta quase morna sucessão presidência, doravante aquecida pelo acidente do candidato Eduardo Campos, PSB, é: A quem interessa debater o futuro do país? Aos brasileiros? Seres conformistas, analfabetos funcionais, americanizados, idiotizados e de sócio-cultura apática e anti-politica?

Não me interessa discutir como e porquês da imbecilização e por que vias históricas este povo se acomodou em viver na merda e mesmo assim sorrir. Quem vive de passado é museu. O que realmente importa é desvendar que não é, possivelmente, mais um representante do pensamento burocrático, apático, conservador, americanizado e servilista.

Evoluímos ou involuímos? Polar ou bi-polar? Qual é a voz da dita mudança que o povo diz querer? E se é que quer, que deixe de ser covarde e pare de pensar na eleição como uma corrida de cavalo. Na qual devamos votar no com "mais chances" e não no melhor candidato.

terça-feira, agosto 19, 2014

Sonolência é carência?

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral


Tenho sentido muito sono. E você? Tem dormido bem? Dormir é algo inerente aos mamíferos. Segundo a OMS(Organização Mundial de Saúde) afirma que em média o normal e suficiente para a reposição energética e descanso, são 7 horas noite.

Porque quanto mais dormimos, menos recargados de energias nos sentimos? A propensão de um corpo é movimentar-se, a inércia do sono para o corpo é danoso ao excesso. Ao mesmo que a falta de horas possa causar-lhe problemas de concentração.

Estima-se que ao passar de sete horas imóvel a circulação sanguínea em partes extremas do corpo passa a ser comprometido pelos baixos níveis no ritmo cardíaco.

Mas quantos outros fatores temos na moderna vida dos humanos que nos impedem de dormir? Inflação, criminalidade, problemas amorosos, pressões laborais, familiares... etc.

Outro dia parei olhando as sobras geradas por minha janela aberta. A cada figura humana, imaginei um assalto possível.

segunda-feira, agosto 18, 2014

A Ressaca de Aécinho!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Ilustração de revista de direita e tendenciosa
A ressaca moral é sempre pior que a alcoólica. Aécio Neves hoje vive o pior dia desde que decidiu se tornar um presidenciável. A bombástica pesquisa eleitoral do Instituto Data Folha que lhe tira a confortável posição de 2º nome mais apontado pelos eleitores em Outubro, foi um bande de gelo na campanha do tucano.

Muitos atribuem apenas a petistas a incessante perseguição e boicote a criação do Rede Sustentabilidade. Quando na realidade é sabido que parte preponderante de vários políticos ligados ao agronegócio e setores mais conservadores do PSDB e DEM, fizeram das suas contra a criação do novo partido.

Campos, que faleceu em trágico acidente aéreo criou uma alternativa de mudança de foco na eleição, mesmo antes de se associar a Marina Silva, arquitetando uma pluri-aliança de matemática confusa e complexa. Em cada estado costurou apoios de diversas vertentes, hora anti PT, hora anti PSDB.

Essa política de raspa de tacho funcionava mais ou menos como um grito dos excluídos. Não os de eleitores de Marina em 2010, tão pouco o dos protestos do ano passado. Um grito dos excluídos políticos, que tanto no poderio petista e aliados governista se via, mas que também não queria uma retórica anti esquerda beirando o fascismo como em certos aliados que apoiam o tucana como a "única opção anti o "mal comunista" que seria o PT.

Em meio a sua corrida para a criação para a criação do Rede Sustentabilidade eu tive a oportunidade de entrevistar a acriana e agora provável presidenciável. (Entrevista à Marina Silva).

O grande dilema de marineiros hoje viraram vidraça, e tem ainda outra dura tarefa, conciliar o cartel de lideranças tão ecléticas quanto a música brasileira que possui o PSB.

Pior conflito sofre o PSDB, que antes era fraco no discurso, pois atacava o PT de incompetente. Mas não podia bater e frente e propostas concretas, pois o PT é um governo continuista ao de Fernando Henrique Cardoso. E agora tem uma emblemática concorrente, que graças ao discurso vazio de voto útil não tirou de Serra o 2º turno em 2010.

domingo, agosto 17, 2014

Enterramos a terceira via? O medo venceu a esperança!

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral


Deve ser o tempo... O clima... A idade... Ou até mesmo o excesso de tempo longe da televisão, que estão a fazer-me duro, impoluto e diriam muitas carpideiras: "insensível".

Crívelmente não tenho me comovido com imagens e vídeos compartilhados no Facebook. Quer ver me deixar desestimulado é um vídeo com o título de: "Realmente Comovente", compartilhado na linha do tempo ou retwittado. Não sou cristão mas por sócio-cultura impositiva grito por Deus. Ou seria deus, como adjectivo?

Estamos no momento recebendo uma avalanche de informações inúteis e repetidas, por e-mail, por celular, por redes sociais e consequentemente por vias de facto. Será a tecnologia vilã da sócio-cultura ou o reverso? Tarde de mais! Hoje são o mesmo significado e significante. O povo perdeu o brio e sua antes natural vontade de vencer na vida, e por conseguinte se desistiu do Brasil.

Perdemos a curiosidade infantil. Felizmente. Toda criança é chata e sem critérios. Um ser cheio de angústias e buscando desbravar o novo. Tolas criaturas... Como se existira algo novo... Nesta incorruptâncial e marasmática actualidade. Clamemos aos... Não clamemos a nada. Conforme-mo-nos com nossa substantiva incapacidade de sermos únicos, indivíduos. Comemorardes sua pasteurização lactal!

Deparo-me neste plácido domingo de conciliação nacional com pessoas que me dizem em rompantes gritos que buscam o novo. Mas irão votar nos tucanos que desgovernaram por 8 anos o Brasil e a décadas São Paulo. Território este que controla 5% do PIB do continente, e ainda assim é o maior disparate social e a maior escada de extremos em renda per capita do Brasil.

Enquanto que muitos fingem ter no defunto socialista o enterro de uma esperança e renovação política, estes mesmo baluartes de velhas praticas nada mais querem capitalizar suas campanhas para manutenção do status quo que impera neste rincão isolado culturalmente de seus vizinhos do continente Sul-americano. 

A questão neste instante aonde o honrado, mas jamais representante de uma real terceira via, é sepultado é: Realmente existe esquerda no actual Brasil. Se pragmaticamente se afirma que a terceira via é uma proposta entre a direita neoliberal e conservadora e a esquerda extremada ou socialismo, comete-se um vergonhoso e ignóbil erro académico e histórico no Brasil. A terceira via, camuflada e auto-proclamada como "a esquerda" está no poder desde 2002. Esta mesma que difere-se da direita que tenta disfarçar-se de centro, vide PSDB, ainda apoiada por mecenas do conservadorismo como o DEM; que em seus quadros ainda possui ex-membros da ditadura.

Comungando... Se viemos de um governo de direitas, não de direitos... Passamos por um governo de centro-direita, que se dizia esquerda... Piamente conjuro que a terceira via real no Brasil seja um discurso de ultra esquerda, para se ter como resultante um governo de centro-esquerda-democrática e plural, mais próximo de um estado laico e igualitário.

Enterramos a terceira via? Sim!!! Pois ela já esteve no poder e se desgastou na incompetência e escândalos de corrupção. Deixando claro o conceito de terceira via é o de se ter uma postura que mescle a política social socialista com uma interacção e o livre mercado nos preceitos liberalistas.




segunda-feira, julho 14, 2014

Manoel Carlos copia argumento de espetáculo teatral, em final de novela

da Redação 14/07/2014 - por Sincerando


Muitos dizem que coincidências não existem. Outros que o universo paralelo as vezes nos cruza de tempos em tempos o caminho. Agora mesmo por exemplo na tão reconhecida novela das 8 da Rede Globo, vi o argumento de meu espetáculo Juan e Marco(2007) ser utilizado pela grande Manoel Carlos, como linha condutora de sua protagonista, o Laerte de Em Família

Ao chegar finalmente à última semana de seu drama familiar, o autor Manoel Carlos revelou novos detalhes sobre o final de “Em Família”. E falou sobre o fim do personagem Laerte (Gabriel Braga Nunes) e explicou o motivo da Luiza (Bruna Marquezine) não ter o abandonado. “Laerte vive dias bons e dias ruins, como toda enfermidade dessa natureza. O mal dele é progressivo e ele passa por surtos. Ao mesmo tempo em que maltrata, ama”, contou o autor ao jornal “Extra”.

O texto teatral polêmico e censurado em um dos principais teatros catarinenses e que percorreu outras capitais como São Paulo e Porto Alegre a 6 anos atrás, e que ainda fora montado em 2012 na cidade de Buenos Aires, trazia como fio condutor o complexo de Dom Juan de Marco em sua trama. Retratando o problemático romance entre um cantor sem êxito e um dançarino clássico.

Segundo sinopse do espetáculo Juan & Marco, a protagonista Juan sofre, segundo a psicanálise, do complexo de Don Juan de Marco, em que o ser humano tem como princípio da vida sublimar todos os seus sentimentos em prol do ato da conquista. Após a conquista o encanto acaba e começa novamente a busca interminável pelo amor.

No espetáculo, com duas personagens protagonistas e que compartilhavam de forma distinta a mesma sociopatia, Marco é o oposto de seu parceiro, este de perfil psicológico, romântico ao extremo. Ele sofre por amar e não ter a certeza de ser amado por Juan. A peça narra a intimidade deste casal, a beira da separação. 

De acordo com os produtores, fora uma comédia romântica “proibida para menores, de idade e mentalidade”. “Um jogo psicológico em busca de encontrar a chave do verdadeiro amor.” Ainda sobre a peça, os produtores dizem que Juan e Marco estão apaixonados e agora estão brigando, e que a peça é recomendada para casais, em crise ou não. Após Florianópolis, a montagem na época foi apresentada em Curitiba, São Paulo e Porto Alegre. 

A última versão deste espetáculo assinado por Nando Schweitzer se deu no país vizinho, Argentina. País onde embora o matrimonio igualitário seja legalizado, a questão homossexual ainda levanta polêmico em uma país com 96% de católicos.



terça-feira, julho 01, 2014

Florianópolis receberá o fim da temporada de Somente Tu e Eu

Eles tomarão a importante linha laranja que liga a Galícia com Portugal (Vigo a Cidade do Porto). Essa linha é alvo de diversas críticas devido a demora da viagem entre as 2 cidades, visto que se trata de uma linha de trem antiga e que para em diversos pontos do interior até chegar ao destino final. A saída da estação Campanhã, na cidade do Porto pela noite, até Quixar, em Vigo, pretensamente dura pouco mais de 2 horas. Um período curto, mas que causará mudanças drásticas na vida de dois homens. Chegar a Galícia pelas margens do Rio Minho é sempre uma experiencia mística.

A história do galego Xavier e o baiano Román. Dois jovens completamente diferentes que tomam um trem na Cidade do Porto, rumo a Vigo, no sul da Galícia. Com o intuíto de fazer o mítico Caminho de Santiago de Compostela Román deixou o Brasil para essa peregrinação. 

Avant Premiére - Florianópolis, 5 e 6 de Julho - 20h – TEATRO DA UBRO
Estréia 2ª Temporada - Curitiba, 29 e 10 e Agosto - 19h - Teatro Saltimbancos
Página Official: https://www.facebook.com/SomenteTueEu
Trailler https://www.youtube.com/watch?v=ZVRMlq7S2NA
Apresentação em Porto Alegre https://www.youtube.com/watch?v=_d07NTVpEvw&feature=youtu.be

Ingressos - R$ 30,00 (No dia)
Antecipados - R$ 15,00 (via http://www.nosvamos.com.br/ e Quevedo Jóias)

O roteiro tem a firma do autor e diretor Nando Schweitzer que faz parte do elenco também, com a assistência de direção de Fah Gastaldi. Como protagonistas desta comédia romântica estão os atores Guilherme Lohn e Nando Schweitzer. A companhia teatral A Tribo Produz, a cargo de Nando Schweitzer desde 2003 vem de um ano muito produtivo e pretende seguir este trilho com força. Se em 2013 foram produzidas  Bacalhau Regado  ao Vinho, A  Tribo de Kerodon e Antes do Golpe, para este ano La Casa Tujuana já está prevista para estrear em Maio, entre outras produções e Somente Tu e Eu.

Um seminarista com muitas dúvidas e um fotógrafo trisexual com muitas certezas em uma viagem que mudará suas vidas e convicções. Ao embarcarem desde Portugal as protagonistas se conhecerão. O comboio com destino a Galícia, mudará não apenas suas vidas como também sua percepção do mundo.

Xabier, é aquele tipo de personagem sem pudores, e sem papas na língua. Ao passo que chega ao interior do trem e vê um rapaz lindo, não pensa duas vezes e pede para sentar-se ao lado de Román. A pensar que seja galego, como ele, começa a falar-lhe em galego o que provoca uma estranheza, pois ignorava até então a existência do idioma e desta conversa desatam diversos temas: da trisexualidade de Xabier, ao puritanismo religioso de Román. 

quinta-feira, junho 26, 2014

Estreia do projeto Teatro Falado ocorrerá sexta, no Shopping Beiramar

DEBATE sobre a obra de Ariano Suassuna

Livrarias Catarinense, A Tribo Produz e GRATTA, promovem nesta sexta um debate precedido pela leitura dramática da renomada obra O Santo e a Porca, como a primeira edição do projeto "Teatro Falado". O evento com entrada franca contará com a presença dos atores de ambas companhias e acadêmicos de Artes Cênicas de Florianópolis.

Com objetivo de se ampliar a discussão no campo teatral, e da importância da leitura para atores na construção de um espetáculo e da formação de público no estado. O projeto Teatro Falado, consiste em uma leitura dramática de um texto, seguida de debate sobre o texto e seu ator e ocorrerá a partir de junho todas as últimas sextas feiras de cada mês na Livraria Catarinense do Beiramar Shopping.

A parceria entre o Grupo GRATTA e A TRIBO PRODUZ, lançam a partir de junho um novo marco na Agenda Cultural de Florianópolis e Santa Catarina, o Projeto de leituras dramáticas e debates: Teatro Falado e em agosto em sistema de co-produção, integrando elencos o teatro de revistas LA CASA TIJUANA. 

Em sua primeira edição o Projeto trará um dos livros mais aclamados da literatura teatral, a comédia em três atos, escrita em 1957 e que traz todas as características do Movimento Armorial, criado por Ariano Suassuna. Aproximando-se da literatura de cordel e dos folguedos populares do nordeste, narra a história de Euricão Árabe, um velho avarento devoto de Santo Antônio que esconde em sua casa uma porca cheia de dinheiro.

Um dos livros mais aclamados da literatura teatral, esta comédia em três atos, escrita em 1957, traz todas as características do Movimento Armorial, criado por Ariano Suassuna. Aproximando-se da literatura de cordel e dos folguedos populares do nordeste, narra a história de Euricão Árabe, um velho avarento devoto de Santo Antônio que esconde em sua casa uma porca cheia de dinheiro.


TEATRO FALADO APRESENTA: O SANTO E A PORCA. 
DIA 27, SEXTA-FEIRA, 19h30.
Livrarias Catarinense – Beiramar Shopping.

terça-feira, junho 10, 2014

"A Revolta dos Brinquedos": nova versão chega a palcos de Florianópolis

Todos os dias cometemos equívocos. Mas nem todos os dias nos arrependemos.

No espetáculo do Grupo GRATTA essa questão volta a ser pano de manga, para uma entusiasmante discussão. O espetáculo estreará este final de semana no circuito comercial catarinense, no Teatro Municipal da UBRO, no centro histórico da capital.

A história de “A Revolta dos Brinquedos” é singela e seus autores souberam equilibrar com humorismo suave os preciosos ensinamentos de bondade e justiça de que está impregnada, decorrendo em atmosfera de poesia e graça, um divertido manifesto contra a violência. Um texto clássico do teatro infantil, em uma montagem que possui linguagem e concepção cênica e estética contemporânea, voltada para as crianças do século XXI.

A HISTÓRIA de uma menina que maltrata os seus brinquedos e eles tomarão vida para vingar-se. A DIRETORA E AUTORA Vera Costa imprime no espetáculo, algo que sua marca. Interpretações intensas e realistas.

Vera Costa trás a capital catarinense desde 1992 montagens como este clássico para todas as idades. Este que esteve em cartaz desde 1995, também comercialmente, e nesta retomada do GRATTA voltará aos palcos para deleite dos espectadores do bom teatro. 

Direção Geral: VERA COSTA
Coreografia: RENATA SANTOS
Produção: FERNANDO SCHWEITZER

Espectáculo:            A Revolta dos Brinquedos (62 min)
Debút/temporada:    Sáb. e Dom. 14 e 15 de Junho de 2013 - Teatro da UBRO
Funções:                 19:00h e 21:00h 
R$ 10,00 (Antecipados no site http://www.facebook.com/grupogratta) 


R$ 30,00 (NO DIA NA BILHETERIA DO TEATRO)

Informações com a produção do GRATTA, nos telefones (48) 8448-6288 / 84575155.

quarta-feira, maio 07, 2014

Esperamos momentos de amor nesta Copa, não de violência

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista

Desde os primórdios do Sincerando venho repetindo frases, jargões... Todos inéditos e de minha própria autoria. Mas hoje é dado o momento de se reinventar... De se reinventar o país. Ano de Copa. Preferiria que fora um ano de cozinha, ou melhor, de comida na panela do povo, Preferiria que fora um ano de quarto, ou mais bem, de que nossos cidadãos pagadores das maiores taxas e impostas não devolutos em investimentos no mundo, segundo matéria recente do francês Le Monde, pudessem dormir tranquilos.

Um ano de escolas e da extirpação deste câncer que limita o acesso do povo a educação e ao conhecimento, chamado vestibular. Porque não um ano de civilidade? 

Hoje se tem como dada certeira uma posição sociológica, como consenso das pessoas ditas civilizadas, Ditaduras são um mal. Já houveram vários de fundos e ideologias múltiplas: ditadura da burguesia, militares, nazistas, comunistas, neoliberais... Mas uma ditadura pode ser mais ou menos inflexível? E uma democracia?
Esperamos momentos de amor nesta Copa, não de violência

Hoje sim temos uma ditadura. A ditadura da superficialidade, do status quo, do comodismo, do pre-establechment. É feio criticar, é feio refletir, mas nunca será mal visto ser acrítico. Isto é uma fatalidade natural.

Natural? Ser apolítico é natural, a sociedade assim nos fez, a nossa deseducação assim nos impôs. Ser hétero é normal também, desde o ventre a mamãe racista, machista e neoliberal nos domesticou, a título de preparar-nos para a sociedade.

Em países de outras culturas em que vivi, após aqui, me surpreenderam em uma festa de aniversário. Um ser falou algo sobre política. Alguém puxou uma cadeira e trouxe um vinho. Outra cadeira se arrastou... Se fora aqui escutaríamos a clássica: Vamos falar de coisas boas!!!

Vamos lançar uma nova rash-tag: #somostodoscabaços.

O amor depois do amor


Depois de tempestades pessoais, intelectuais, hermenêuticas e físicas, trataremos de dar uma nova fase ao conteúdo de nosso portal.

Esta sema começaremos a publicar matérias e artigos desconexos para deleite de nosso rivais, algozes e detratores.

Como esta canção conhecidíssima no universo, exceto no Brazil, teremos aqui uma alternativa a acefalante Copa do Mundo no Brasil.


Sejam Bem Vindos a uma nova era! Ao amor depois do amor!

terça-feira, abril 15, 2014

Hoje eu quero vestir você!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Há quanto tempo não sentes realmente a sua respiração embargada e aferida por uma atmosfera vibrantemente positiva? Quem nunca cheirou o moletom do seu grande amor as escondidas? Hoje Eu Quero Voltar Sozinho é o tipo de filme que eu lamento profundamente por não tê-lo escrito eu.

Conheci o curta que baseou a história quando vivia em Buenos Aires. Passei a todos amigos com cérebro e 
bom gosto que pude o link no Youtube. Vibrei com a notícia de Que "Yo no Quiero Volver Solito", título em espanhol para o curta "Eu não quero Voltar Sozinho", se tornaria um longa graças ao estouro do curta nas redes e mídias cibernéticas.

A ansiedade dos fãs nas redes pela estreia do longa premiado em Berlim fora me contaminando. Pensei que por ser independente o filme não chegaria as salas de Florianópolis. Tinha razão. Só chegou a uma, do outro lado da cidade. 

Justo no Shopping Iguatemi, o mais snobe, mas que por estar em um âmbito entre 2 universidades se faz de cult. Bem, lá fui. Em plena segunda-feira, dia de cinemas vazios, pois prefiro ver e escutar o filme que as pessoas sem educação e bons modos, inaptas para a via social.

Escrevi estes três parágrafos somente para deixar curiosas as pessoas.

Fiz o ritual para sentir-me público leigo. Combo médio, 50% coca, 50% fanta, 50% pipoca doce, 50% pipoca salgada, e aí pisei na sala 7. Alguns trailers e por fim pude depois de anos ter novamente em minha vida um momento de plenitude e emoção for dos palcos, como espectador. Desde que assisti Amores Imaginários, do canadense Xavier Dolan, que não tinha deixado de pensar na morte durante um filme.

O poder aplastante do roteiro, guiado delicadamente e sem exageros ou excessos de ego do diretor é impressionante. Os mesmos atores do curta de anos atrás estavam mais intensos e naturais em seus papéis, e mesmo os atores coadjuvantes não comprometeram. Guilherme Lobo principalmente, evoluiu muito, e sua personagem se tornou complexo e terno.



Nunca aprender a andar de bicicleta... Nunca ver um eclipse lunar... Nunca dar o primeiro beijo... Nunca... Nunca colocar-se no lugar de outra pessoa se tornou tão real e verossímil através de uma obra de arte. 

Detesto melodrama, e por fim tive o prazer de degustar de um filme universal embora sua trama esteja focada em um universo particular. Sempre que vejo filmes sobre histórias homoafetivas, já digo: "Lá vem mais um final trágico!". Como se na nossa sociedade o homossexual estivesse fadado ao gueto, a dor, a perseguição e ao fim épico infeliz de uma pre-destinação ao fracasso de sua via pessoal afetiva, e social.

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho é um filme brasileiro? Não. Só por que fora dirigido por um brasileiro? Produzido e roteirizado por um brasileiro? Daniel Ribeiro conta com a produção da Lacuna Filmes e com a distribuição no Brasil da Vitrine Filmes e distribuição internacional pela Films Boutique. O longa-metragem estrelado por Tess Amorim(Gi), Ghilherme Lobo(Léo) e Fábio Audi(Gabriel) realmente é uma mudança e paradigmas para o novo cinema latino-americano.

Quando pensamos em cinema latino, logo despontam os argentinos com seus prêmios Óscar. Mas esse cinema pasteurizado a moda hollywoodiana em idiomas latino lançada por Almodóvar décadas atrás é ultrajante e ultrapassada. Temos hoje uma nova era tecnológica, novos impulsos sociais. E oremos que uma nova forma de ver o mundo que cineastas como Ribeiro, Dolan, ou até mesmo o espanhol Manuel Gómez Pereira trazem de forma contundente mas sem pragmatismos e pregações. O cinema, teatro televisão, podem ser contestadores e comoventes sem ser panfletários e engessados.

Ri. Tive os olhos úmidos. Senti o pulsar de meu coração. E voltei a resignificar o valor de poder andar de mãos dadas com alguém. Só quem assistiu ao filme poderá entender. Sai pensando: Hoje eu quero vestir seu moletom e te sentir, hoje eu quero. Mas se você não quiser vou tentar aprender a andar de bicicleta sozinho.

segunda-feira, abril 14, 2014

Somente Tu e Eu: Autocrítica é algo possível?

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Gentes... depois de muito lutar, por data, teatro, divulgação... E bater na porta de redações e jornais, rádios e TV, estreei meu novo espetáculo. Agradeço muito a presença do público em geral, mais de veras a de amigos que lá estiveram e estes são os que tornam o viver nesta desumana, inóspita e bairrista cidade possível e mais aprazível.

Aos que não foram.. Bem, espero que estejam bem. Inclusive financeiramente, para que possam acompanhar nossa estréia nacional em Porto Alegre, nos dias 26 e 27/04 no Teatro Nilton Filho.

Não posso fazer uma crítica sobre o que vi sobre o espetáculo Somente Tu e Eu. Mesmo porque não o vi. Não de fora. Estava no palco. Mas da visão privilegiada do palco, mesmo com tudo o que tens de elementos: luz, musica, conta-cenas, texto intenções, equívocos, nervosismo... Sobram segundos valiosos e apreciação e admiração para com o público.

As expressões transeuntes do público, que mesmo "imóvel" pareceu-me inquieto. No mar com gélido e esquálido status de imobilidade temporal, ou corporal, ele se debatia internamente. Uns, um tanto mais modernos a rir de cada cutucada ateia da personagem que me tocou interpretar, Xabier, a seu par cênico Román, interpretado por Guilherme Lohn. Já outros um tanto mais conservadores, se asfixiavam, e tinham nos mandamentos bíblicos proferidos pelo puritano seminarista baiano Román, um elixir, ou quase que uma bombinha contra asma.

Muitos creem que só a comédia rasgada, rasa, fútil, modista, psico-física e vulgar leva ao riso. Pobres iludidos Stanislavskianos!

Todos, público e produção, sem relevar sentiam que as interpretações ainda não estão orgânicas. O texto trás pesados diálogos que pelo discurso político separatista de Xabier, como pelo excesso de puritanismo das pregações de Román as vezes destoam do padrão corriqueiro ao que se está praticando atualmente no teatro e mais ainda no cinema. Por isto, e também pela falta de maturação a montagem, o peso dos diálogos em diversos momentos se faz sentir na platéia.

Embora tenha duração acima de 90 minutos, o público segue ativo, exceto no momento em que numa dubiedade entre flash back, ou repetição do texto. Este estratagema cartesiano, ou recuso discursivo retórico necessita para ter êxito atualmente de muito ensaio e jogo cênico, pois a audiência está cativada e acostumada, a textos e cenas curtas. Por exemplo quando se vê cenas de Roque Santeiro ou Água Viva, novelas da década de 80, imediatamente se questiona se hoje uma cena tão grande sem cortes poeria ser escrita, rodada e veiculada na TV.

Mesmo com falhas proritariamente relevantes em se tratando de uma estreia, Somente Tu e Eu, digamos que sobreviveu ao público que por diversas vezes riu alto, se condensou ao universo criado do trem rumo ao Caminho de Santiago e Compostela. Este que questionou-se ao final da emblemática cena em que ambos personagens entonam com voz embargada o título a peça, bem como após o seu término se as protagonista se beijaram realmente ou não.

A desconstrução psico-temporal feita pela direção através a iluminação trouxe vários dilemas que constavam na dramaturgia do espetáculo. Não todos resolvidos. Mas o suficiente para deixar o público com a sensação de um espetáculo com um final em aberto, criando a possibilidade ao espectador de criar em sua mente o seu próprio desfecho da peça. Como toda oba universal, não se pode querer domar ou castrar o público, nunca subestimar é o lema.