terça-feira, agosto 26, 2014

Eleições 2014: Como uma corrida de cavalo!

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral

Evoluímos ou involuímos? Polar ou bi-polar? Brasil hoje em pleno ano eleitoral vai reviver um dos momentos de viés mais democrático dentre de suas díspares eleições. 

Creio ser um absurdo a legislação eleitoral do país das bananas, samba e mulher pelada. Em um âmbito em que se irá discutir o futuro da nação, ou melhor, se este terreno de falantes de um quase mesmo idioma passarão a poder sentirem-se parte de uma real nação.

Não  demos com o cucuruto na parede e nem miremos longe. Basta lembrar do primeiro debate presidencial da nova, e fraca ainda, democracia-política brasileira. Dado que em 1989, a mesma TV Bandeirantes lançou-se ao desafio de sediar e televisionar o primeiro embate pós regime ditatorial com todos os presidenciáveis. Com exceção dos que não aceitaram.


Lula, Collor, Maluf, Brizola, Covas, Afif, Freire... Enfim, mil ideologias e proposições para o país. O arco era iris. Mas o que mudou? O coxinhismo pseudo-esquerdo-direitista assola o Brasil. Teremos nesta terça, 26, o primeiro debate presidencial de 2014. A Bandeirante, hoje Band, tentará resgatar algo desta história democrática, pois diferente de 2010, teremos quase todos os candidatos presentes e não só os principais.

Estarão presentes nos estúdios da Band, no Morumbi, em São Paulo: Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB), Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB). Mas ainda não termos os ditos nanicos PCO, PSTU, PCB, PSDC do senhor da musiquinha chiclete, Eymael.
Outras emissoras já recebem avisos de protestos e ações na justiça por não quererem nada mais que o três principais candidatos, mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto. O que para meu ver é por si só anti-democrático.

O critério midiático de se convidar apenas os mais pontuados para um debate na TV, mais acessado meio de comunicação do país, é como se transformasse-o em um segundo turno antecipado.

A pergunta que não para de enlouquecidamente girar na panela de pressão desta quase morna sucessão presidência, doravante aquecida pelo acidente do candidato Eduardo Campos, PSB, é: A quem interessa debater o futuro do país? Aos brasileiros? Seres conformistas, analfabetos funcionais, americanizados, idiotizados e de sócio-cultura apática e anti-politica?

Não me interessa discutir como e porquês da imbecilização e por que vias históricas este povo se acomodou em viver na merda e mesmo assim sorrir. Quem vive de passado é museu. O que realmente importa é desvendar que não é, possivelmente, mais um representante do pensamento burocrático, apático, conservador, americanizado e servilista.

Evoluímos ou involuímos? Polar ou bi-polar? Qual é a voz da dita mudança que o povo diz querer? E se é que quer, que deixe de ser covarde e pare de pensar na eleição como uma corrida de cavalo. Na qual devamos votar no com "mais chances" e não no melhor candidato.

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