quinta-feira, dezembro 18, 2014

Malhação Total

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral


Embora estragada por uma música americana, na sensível cena da expulsão de casa, o netinho de Irene Ravache não comprometeu. A atual temporada de Malhação ressurge com uma trama misturando moda e o preconceito clássico. Tenta transformar lutadores em almas sensível, e artistas em lutadores. O fator preconceito é abordado na fala do pai conservador ao excomungar o filho dizendo que "não queria estar passando por isto".

O repique se vai do trágico classico, ao tradicional pós-moderno. Um professor fala: "Corta pra mim!". E eis que surge um Workshop, sobre William Shaekeasper num acampamento, palavra caça-níquel do momento para justificar qualquer curso sem fundamentação teórica e/ou profundidade para novatos a pseudo-futuros-artistas deslumbrados. Antes as pessoas faziam cursos e mais cursos, hoje? Basta um Workshop e se tonam divos e divas, ou ambas coisas.

Aos saudosos que diriam, relembrando a primeira temporada da série que poderia pegar a carona do extinto Zorra Total, Malhação só mesmo a temporada primeira. Um viva! Se está também fosse a derradeira.

Na tentativa de ser atual comete clichês do passado, mais velhos que sua primeira temporada. Ao estilo sopa rápida, Malhação mescla o status quo do passado com coisinhas do presente. Os lutadores de MMA, exemplo de pseudo-héteros na vida real, com bibinhas da vida real que dançam contemporâneo.

Não pensem que nunca peguei um lutador... Já estive com lutadores de Boxe, Kung-Fu, etc. E obviamente como ativo, senão estaria eu favorecendo o status quo do mundinho pantanoso de Bibolândia. Mas um lutador de MMA me brocharia. Pois já pegou mais homem que eu, no bom sentido claro.

Essa trama é tão surreal quanto o elevador do meu prédio. Mas deixemos este assunto para a reunião de condomínio ou para um divã. Saudade dos filmes de lutas em que Vam Dame usava calças coladas para valorizar seus glúteos salientes.

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