quinta-feira, fevereiro 05, 2015

A Entrevista que eu não faria!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


É meus caros, regressei. E o pior, voltei pior que outrora. Recém assisti A Entrevista. O filmezinho chulé, mas ao mesmo tempo cheio de conteúdo. Me deixou com umas mil pulgas atrás do rabo. Eh laiá. 

Ver um ditador oriental chorando como bebê ao dar uma entrevista para todo o planeta, realmente não se vê todo dia no cinema atual. São aquelas idéias pitorescas e ousadas que mesmo mal executadas, no caso atuadas, rende bons momentos.

O filme dirigido por  Seth Rogen e Evan Goldberg em seu segundo trabalho como diretores, após This Is the End. O roteiro escrito por Dan Sterling é de uma história de Rogen, Goldberg e Sterling. O filme é estrelado por Rogen e James Franco como jornalistas instruídos para assassinar o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un (interpretado por Randall Park) após conseguirem uma entrevista com ele. 

Um roteiro mais que previsível a moda filmes sobre a União Soviética durante a Guerra fria? Talvez o formato americano e de Hollywood penam sempre para serem criativos e/ou surpreendentes. Mas ao passo que o jornalista de celebridades Dave Skylark (Franco) e seu produtor Aaron Rapoport (Rogen) garantem uma entrevista com o líder da Coreia do Norte Kim Jong-un (Park) e são instruídos pela CIA para assassiná-lo e filme parece tornar-se outro. Não chega a um Reinas, filme espanhol hilariante com a participação de Carmen Mauro e a excelente Betiana Blum, mas me fez desistir de sair da sala.

Ver o "ditador" norte coreano em um tanque de guerra cantando frenéticamente Miley Cyrus também foi hilariante. Talvez se os protagonistas fossem atores de um perfil que se levassem a sério o filme seria menos sutil, e esta é a força de A Entrevista.

Os atores, exceto por Park, são de fracos a sofríveis. O filme recebeu atenção por seu retrato negativo de Kim Jong-un. Em junho de 2014, as ameaças de ações "implacáveis" contra os Estados Unidos foram feitas se o seu distribuidor, Columbia Pictures, fosse adiante com o lançamento do filme. Columbia retardou o planejado lançamento de 10 de outubro de 2014 para 25 de dezembro para alterar digitalmente decorações militares que honram o líder do país. Em novembro de 2014, os sistemas de computadores de empresa-mãe Sony Pictures Entertainment foram hackeados por um grupo que o FBI acredita que tem laços com a Coreia do Norte.

O final era óbvio, e foi mesmo. Mas afinal a proposta não era ser um filme de arte, menos de cine arte, menos ainda um filme. Cest'la Vie.


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