segunda-feira, setembro 29, 2014

Stalin, ou Hitler, ou Geisel, ou Pinocht, ou Videla... Ou Levy!

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral


Quando pensamos... Se é que pensamos, ou melhor, porque pensamos em algo? O pensamento é nada mais que um exercício. Este que é um mero reflexo da disposição de nossos preconceitos e preceitos da nossa cultura internalizada.

Pipocam feito barraquinha de festa junina os comentários sobre o cover do Senhor Spacily, Levy Fidélix, nas redes sociais e portais de notícias. Como se homofobia fosse uma grande novidade, ou NÃO PRESENTE EM NOSSO COTIDIANO.

Após 4 ataques homófobos sofridos por mim, 3 no Brasil e um na Argentina. Embora no país vizinho o matrimonio igualitário seja uma realidade legal a anos, sancionada pela direitista e populista travestida de esquerda-democrática, Cristina Fernández de Kirshner. Mesmo assim o país limítrofe ainda, claro que infinitamente e percentualmente menores que  no Brasil, registra muitas  mortes contra e simplesmente pelo fator de um ser humano ser da comunidade LGBT.

O Brasil é um poço fundamentalista, retrógrado. Um dos últimos países do continente a décadas atrás a aprovar o divórcio, hoje algo já naturalizado. O único país a não ter julgado ainda seus genocidas de regimes ditatoriais. Mesmo se comparamos o país ao Chile, a ditadura derradeira a cair no continente no século passado, perdemos. Os andinos já condenaram, e ainda em vida, a Augusto Pinochet.

Ao tão repercutido e falado Debate de ontem, na Rede Record de Televisão, nos restam algumas possíveis reflexões. Mas das mais que me afligem é se pensar que defender-se assassinatos em massa possam gerar tantos apoios de seres que se dizem cidadãos e democráticos.

Ser perseguido por uma moto em alta velocidade, por se estar numa rua em determinado horário, aonde presumidamente apenas homossexuais transitam, visto que nada mais na cidade neste dia e local estaria aberto a não ser uma discoteca voltada ao público LGBT é normal. Acontece diariamente. Mas que ao por sorte se consiga escapar, sobreviver, é raro. Agora que na delegacia te neguem o direito constitucional de registrar um Boletim de Ocorrência... 

Luciana Genro propõe uma taxação as grandes fortunas, mas creio que embora seja uma esplendida ideia, tenho uma melhor. O desconto no Imposto de Renda a comunidade LGBT, por cerceamento de direitos constitucionais aferidos aos demais cidadãos e sonegados conscientemente pelo atual governo e seus antecessores, deva ser sancionado.

Hoje temos descontos e benefícios destinado a várias minorias: deficientes, enfermos, idosos, professores... Até a marginais condenados temos pensões. Para genocidas temos benefícios e aposentadorias compulsórias. Se por matar um cidadão por dissidência política, alguém pode receber uma pensão, porque não se pode também receber-se uma gratificação por se ser uma aberração? Afinal dar o cu é mais grave, perigoso e prejudicial a saúde e a sociedade que matar compatriotas.

Neste país onde o coxinhismo esquerdo-direitista da nova política marineira, dilmopata, aécio-liberalista é um rastro de amargura e baixa-auto-estima brasileira, esta que também cresce a medida que aumentam os dízimos das reacionário-sionistas ceitas evangelizadoras. Estas que permeiam e permitem que a intolerância se torne cultura e a esperança de se alcançar a Deus.

Se existe, Deus, deve ser algo parecido a Stalin, ou Hitler, ou Geisel, ou Pinocht, ou Videla... Pois todos estes, seguindo este raciocínio perseguem, aniquilam e abominam/abominaram o diferente.

Todos sabemos que Trotisk foi assassinado por um agente da KGB? Todos sabem que a igreja católica queimou a Santa Joana Dark, alguns séculos antes de canonizá-la? Alguém sabe que o Estado Islâmico decápta pessoas pelas mesmas razões que evangélicos, católicos e neonazistas perseguem a homossexuais?

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