sábado, junho 07, 2008
Bodas de Papel, procura atriz para papel principal
Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista
Já lançado nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, o filme retrata com delicadeza a história de amor entre uma artista plástica, Nina, vivida pela atriz Helena Ranaldi, e o arquiteto argentino Miguel, interpretado por Dário Grandinetti (o sensível Marco, namorado da toureira no filme Fale com Ela, de Almodóvar).
O filme marca as estréias no cinema brasileiro tanto de Grandinetti como de Ranaldi, após 15 anos de carreira da atriz na TV, atuando principalmente em telenovelas.
Bem passei a ficha técnica agora vamos francamente falar sobre as tais Bodas de Papel. Ainda bem que a frase célebre de Glória Pires: “Sou uma atriz de TV, a melhor atriz de TV”, jamais fora dita por Helena. O filme a partir da sua protagonista não convence muito. Mas como diria minha avó: Há gosto pra tudo. Antes de emitir minha impressão particular cito dois comentários de pessoas presentes na sessão.
A primeira ao meu lado soltou um sonoro e claro parecer: Muito fraquinho!
Eu não diria tanto ao mar nem tanto a terra. É um filme padrão Globo Filmes, de entretenimento. Não é mesmo um filme dos chamados “cinema arte”. Tem boas interpretações como a da sempre excepcional Cleyde Iáconis, que mesmo como coadjuvante brilha. Passando por Sérgio Mamberte, Valmor Chagas e outros figurões da era de ouro do cinema brasileiro.
A segunda após o término do filme, fora entre uma conversa de duas amigas: Ah, eu gostei. O filme é legal...
Bodas de Papel, nome que se dá à celebração do aniversário de um ano de relacionamento, é o segundo longa-metragem de Sturm, que também produziu Sonhos Tropicais, em 2002. Eu acho que hoje em dia seria um sonho de inverno esperar um filme espetacular. Mesmo porque o que hoje acontece é que não atores no Brasil, são chamados de ator. Basta ligar a TV e ver o resultado do teste do sofá, que nada mais é que atores medíocres que só podem ter comprado o registro como protagonista de uma trama.
No Festival Cine PE 2008, que também está em sua 12º edição, Bodas de Papel conquistou três prêmios: melhor edição de som, melhor atriz coadjuvante (Cleyde Iáconis) e melhor filme para o júri popular. Esses prêmios só ressaltam o que disse. A pasteurização do cinema se faz pela avalanche de não atores televisivos na grande tela. Cinema arte não mais existe, apenas entretenimento no melhor molde da “Cultura de Massa” ou “Indústria Cultural” como você preferir.
O roteiro parece se repetir umas 5 vezes. A busca por um filme de história não-linear fica apenas e só na busca. A trama é fraca e a não-linearidade dá ao filme não uns ápice de narrativa inovador, mas causa um bocejar dos espectadores um pouco mais criteriosos. É um filme que não se consegue assistir 2 vezes. Mas mesmo assim, creio que por educação, aplaudido no final.
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