O PT é neoliberal e direitosissimo. Não é um achismo. Irei comprovar diametralmente através de argumentos esta sincera e pouco dita crítica aos stalinistas neoliberais.
Isto a burguesia pseudointelectual não vê, ou vê e finge que não porque essa burguesia stalinista que mantém o status quo é a mesma que criou o monstro de estimação ao bom estilo "Meu Malvado Favorito"? Achavam que poderiam controlar o monstro e o monstro os devorou. Acham que com estas medidas paliativas iri controlar a sede neopentecostal e neoliberal?
Seguindo nesta linha argumentativa, podemos que se sustentem visceralmente a afirmação: as veias abertas da América Latina seguem jorrando e o quão ela e o Brasil são ainda reféns do consenso de Washington.
Ancoremo-nos na crítica plenamente fundamentada e corroborada pelos mais diversos pensadores contemporâneos, que o Brasil (e a América Latina como um todo) continuam presos ao Consenso de Washington, e que o PT (Partido dos Trabalhadores) e outros setores da "burguesia progressista" nacional e até mundial agem, na prática, como mantenedores desse status quo, apesar da retórica "de esquerda". Grande exemplo é o do Partido Socialista Obreiro Espanhol (PSOE), que atualmente é governo e não tem uma mínima vocação ou ação realmente de esquerda e deveria se rebatizar como Partido Social-democrata Espanhol, por exemplo.
Apesar de movimentos políticos que se autodenominam progressistas ou de esquerda, o Brasil e a América Latina permanecem estruturalmente presos à lógica neoliberal e dependente imposta pelo Consenso de Washington. Essa dependência é mascarada por discursos nacionalistas ou "social-desenvolvimentistas", mas na prática preserva a lógica de subordinação ao capital financeiro global.
O PT e o neoliberalismo envergonhado
O PT, a partir de 2003, adotou políticas de conciliação com o mercado financeiro, não rompendo com os pilares do neoliberalismo (ex: responsabilidade fiscal rígida, superávit primário, política de metas de inflação via juros altos), como afirmou e desenvolveu em seu livro, Marcio Pochmann, nos mostra escatologicamente e de maneira bem didática em Desenvolvimento e crise social; mas não apenas ele. Francisco de Oliveira, Hegemonia às Avessas, abordou também via esta ótica mais realista e crítica estas questões do peleguismo Lula petista.
A burguesia pseudointelectual como gestora e propagandista do status quo
Intelectuais e elites progressistas buscaram manter a ilusão de transformação enquanto garantiam a estabilidade do modelo econômico dependente e suas regalias. Pois, em time que dá lucro não se mexe.
O Monstro
A aliança pragmática com setores conservadores e a falta de disputa cultural profunda permitiram o crescimento do neopentecostalismo e do neoliberalismo radical, que agora são forças políticas autônomas e hostis. As políticas de inclusão pelo consumo (ex: Bolsa Família) não alteraram a lógica da financeirização da economia brasileira nem a vulnerabilidade externa.
O modelo latino-americano pós-anos 1990 internalizou de tal forma o receituário do Consenso de Washington (privatizações, liberalização, austeridade) que mesmo governos ditos progressistas agem sob essa cartilha.
As veias continuam abertas
A tese de Eduardo Galeano (As Veias Abertas da América Latina) permanece válida: a lógica extrativista e de subordinação econômica foi atualizada, mas não superada.
O Neoliberalismo de Esquerda é o Novo Cativeiro Latino-Americano. Este artigo propõe uma análise crítica do papel das elites políticas progressistas latino-americanas, especialmente no Brasil, na manutenção do projeto neoliberal imposto a partir do Consenso de Washington. Argumenta-se que a adesão prática ao neoliberalismo, sob retórica social, criou as condições para o fortalecimento de forças conservadoras extremas e perpetuou a dependência econômica da região. Se é que ninguém ainda percebeu a clara reflexão que me proponho neste dialético texto.
A protoesquerda se rendeu, abriu as ancas ao Neoliberalismo e Consenso de Washington. A esquerda latino-americana gerenciou o modelo neoliberal em vez de superá-lo. A conciliação de classes e a financeirização no Brasil pós-2003 são a razão óbvia da extirpação da mínima possibilidade de sairmos deste campo minado em que o país continental e seus periféricos vizinhos se encontram arrinconados. A hegemonia cultural conservadora e o crescimento neopentecostal. O falso nacionalismo e a real dependência. Crítica à esquerda stalinista e à burguesia progressista. Atualização da dependência latino-americana: "As Veias Abertas" no século XXI. A esquerda institucional latino-americana, ao não romper estruturalmente com o neoliberalismo, alimentou, ajudou a criar e até parece gostar do fortalecimento da extrema direita.
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