quarta-feira, março 22, 2017

Pare de "pensar"!



Como não pensar? Este é um exercício abstrato ao que deveremos nos propor agora. Abstrair o ato de pensar é uma necessidade de sobrevivência do ser humano. Quando a ilusão passar a ser a nossa verdade, passaremos a não mais sentir. Não sentir dor, não sentir tristezas.


Quando, como e porque? Agora pense agora… Ops… A ideia é não pensar. Mas como? Assim, não pensando. Não controlando a vida alheia, nem a sua. Se preocupando menos com isso. É, com isso que você está pensando agora. Porque? Porque não te leva a nada. Pense… Não, não, não não… Não pense, apenas constate. Constate, perceba. Meramente perceba o que lograstes ao pensar, ao fazer juízos prévios de algo ou alguém. Pensando que sabia tudo sobre algo, você conseguiu cometer um ato dúbio, pensar sem pensar.

Quão difícil pode ser que apenas por um dia não penemos em nada, absolutamente nada. Que entremos no ônibus, no trânsito, no trabalho, na padaria, mercado, restaurante… E por 24 horas bloqueemos essa faceta funesta de nosso caráter suspeito e suspeitante, suspeitoso e supeitador perante aos que nos cercam.

Outra vez? Estás a pensar no que eu proponho. Mas que porcaria! Qual era a proposição? É meus caros. Não pensar! Como não pensar? Este é um exercício abstrato ao que deveremos nos propor agora. Abstrair o ato de pensar é uma necessidade de sobrevivência do ser humano. Na fila você olha e analisa as vestimentas da pessoa a sua frente porque já sem conhecê-la guardas uma mágoa e passa a construir um ódio por este desconhecido ser. Motivado pelo simples fato de este ter acordado mais cedo que você e ser atendido antes. Pense por um segundo. Não… A meta de hoje é não pensar.

Se não pensas, não raciocinas, se não raciocinas, não reages, se não reages não cometes erros, se não cometes erros és feliz, e se és feliz para que pensar? Paremos um pouco de pensar, pensar faz mal. Pensar muito agride, cria inimigos, inimizades, aborrecimentos, conflitos, brigas, angústias, sofrimentos.

As diversas “realidades” nas quais os seres humanos operam suas vidas – social, afetiva, política, econômica, etc. – tem na naturalização sua sustentação moral e sua principal estratégia de acomodação dos indivíduos. Dadas, então, como universais aos quais as situações do cotidiano, em sua singularidades, deverão extrair suas regras, funcionam como fetiches, assumindo a condição de instituições sociais – que contam com os indivíduos fetichizados para sua defesa e perpetuação.

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