sábado, novembro 12, 2016

França é o último bastião de liberdade por conquistar a ultra-direita?


Trump não costuma falar sobre as suas relações com a extrema-direita europeia, mas tanto o seu programa como o tipo de eleitores que cortejou são semelhantes aos que Marine Le Pen e a Frente Nacional (FN) perseguem há anos em França.

Os sindicatos franceses sabem bem que a Frente Nacional, um partido de extrema-direita, rouba eleitores entre os operários, com um discurso proteccionista em que mistura o nacionalismo económico com políticas de defesa dos trabalhadores. Marine Le Pen explorou ao máximo este filão para conquistar novos territórios eleitorais no Norte de França, zona deprimida devido à desactivação das minas de carvão e da deslocalização das fábricas para outros países – efeitos da globalização, tão demonizada em França.

Os eleitores de Marine Le Pen, em França, que se deixam encantar pelas promessas de saída do euro e de encerramento das portas aos imigrantes, não são muito diferentes dos que elegeram Donald Trump, que teve melhores resultados entre eleitores brancos (em especial homens), sem formação superior, que vivem em zonas rurais ou semi-rurais.

A vitória de Trump com este eleitorado é, para Le Pen, um bom augúrio para as presidenciais que terão a primeira volta a 23 de Abril de 2017, e para as quais é dada como vencedora na primeira volta. À esquerda,  o Partido Socialista está dividido e sem um bom candidato - François Hollande transforma-se cada vez mais num Presidente recordista de impopularidade. Para a segunda volta, no entanto, a aposta é que o candidato de centro-direita conseguirá batê-la.

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