sexta-feira, março 13, 2015

Lei Peterson, será que cola?

Por Fernando Schweitzer


Sabemos que de cada 10 ataques homófobos apenas 2,6 chegam a conhecimento da dita grande mídia. Mas como era de se esperar(não de se desejar), um hétero foi vítima de um ataque ignóbil de homofobia. À última quinta-feira (5) na escola pública na Vila Jamil, em Ferraz de Vasconcelos, em São Paulo, onde ele estudava desde os seis anos. O irmão, que também frequentava a escola, presenciou a agressão o que torna o fato muito mais trágico e agravado.

Um dos país afirmou que "não sabia que meu filho sofria por ser filho de um casal homossexual. Estamos tristes e decidimos divulgar o que aconteceu para que isso não se repita com outras crianças", afirmou um dos pais Márcio Nogueira. Na semana em que japoneses relembram os 70 anos dos bombardeios com bombas incendiárias a Tóquio, que mataram mais de 90.000 pessoas, o brasil aumento o seu número de mortos vítimas de homofobia. Agora pensemos que estão matando aqui por serem homossexuais e lá meramente por serem japoneses.

Se por lá durante a Segunda Guerra Mundial o pretexto para matar japoneses inocentes não existia, aqui tão pouco a morte de Peterson tem algum nexo.

Recentemente a nossa presidenta com trejeitos de caminhoneira aprovou uma lei anti-feminicídio. Termo este que ainda não consta em nossos dicionários. Não fora capaz ainda de aprovar uma lei anti-homofobia, termo incluído aos dicionários na última reforma ortográfica anos atrás. Ato encarado por muitos como uma medida populista para levantar sua popularidade em baixa. Afinal, mulheres são 52% da população.

Se eu tivesse esperança no ser humano, faria uma campanha ao estilo daquele do Michael Jackson pela fome na África. Mas como diz um outra canção. "Você tem fome de quê? A gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte. A gente quer saída para qualquer parte."

Quando aqui em minha coluna eu adverti, fui enormemente criticado, que seguiríamos sendo vítimas de assassinatos por crimes de ódio após os festejos carnavalescos. O tempo vai e o tempo vem, a vida passa e eu... Continuo com a razão mediante os factos. Temos mais um casal caricato "gay" na novela das 8 tendo um final feliz e com um selinho mocho. Embora preferisse que fossem tratados os casais homossexuais. Mas enfim, voltemos a mira dos revolveres da intolerância.

Mas um casal real perdeu seu filho e o cinismo do delegado responsável do caso me faz lembra vários relatos de ataques homófobos que tive conhecimento no Brasil e no mundo também. Pois segundo o delegado Eduardo Boiguez, da delegacia de Itaquaquecetuba, afirmou publicamente que o garoto havia brigado horas antes de passar mal e precisar ser levado da escola para o hospital, pois "brigou com alguns garotos na entrada da escola e passou mal quatro horas depois. Ele brincou, assistiu aula e depois passou mal. Ele já tinha um aneurisma. Não podemos afirmar que ele passou mal por conta da briga".

Gozamos hoje de um estado democrático. Até eu gargalhei com a minha frase. Enquanto mais de trinta direitos constitucionais não forem universais e negados a comunidade LGBT creio que nos resta rir. Rir para não chorar.

Vamos sempre escutar coisas do gênero: Se fossem gays de respeito... Mas não vejo nenhum hétero que não seja de respeito ser assassinado por isto. Nem estamos a defender que traficantes homossexuais não sejam condenados, ou tenham um tratamento diferenciado aos traficantes heterossexuais, ou qualquer outro discurso neonazista usando a inversão das reivindicações das pautas de parte das militâncias e OGNs LGBTs, por exemplo.

O quão uma sociedade pode evoluir antes da minha morte? Essa é a pergunta de minha insonia diária. Outrora, a menos de um mês recebi uma carta me ameaçando de morte e ao fazer uma boletim de ocorrência na comissaria mais próxima ouvi: "Não podemos fazer nada...", e logo após esta frase desliguei-me psicologicamente da frase. Somente pensei em que medidas independentes eu poderia tomar para minha segurança. Mas minha pobreza congênita frustrou 99% de minhas ideias.

Hoje seguimos como a canção de Seixas. Seguimos com a boca aberta, escancarada e cheia dentes, esperando a morte chegar. 

E a pergunta não cala, a mesmo, a de sempre, a cada esquina, em cada lugar, a cada respiração. 
A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidade. "A gente não quer só dinheiro, a gente quer inteiro e não pela metade." Direitos não são uma necessidade eminente, são um caso de dignidade pública e sobrevivência. Basta de homofobia. Lei Peterson, já!

#leipetersonja #forahomofobia


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