terça-feira, abril 16, 2013

Gosto dos que ardem!


Conversando com um amigo conservador hoje comecei a divagar... Porque será que nos importamos tanto com os outros? Será pelo controle exacerbado que a sociedade normativa exerce sobre as pessoas, como diria Michel Foucault em seus escritos sobre as relações de poder?

Esse emaranhado de forças em oposição e transversalmente sobrepostas que veladamente criticam o diferente... O pensar diferente, o dizer diferente, o transcender diferente.

Se você não pensa dentro da forminha de gelo, prepare-se, aí vêm um turbilhão de críticas e perseguições. Um para sentir-se poderoso ou com a razão necessita duas coisas básicas: apontar o outro como fora do padrão, dito normal; e colocar-se a apoiar o pensamento arcadista e sócio-normativo para sentir-se normal e incluído ao status-quo.

Mesmo pensando igual a plebe majoritária, não obstante é necessário expressar-se como tal. Assim não se corre o risco de que te mirem como um diferente da uniformidade aceitável. A ditadura do pensamento medieval, como esquema improdutivo da evolução e libertação intelectual segue vigente nos dias de hoje, sim.

E os normais onde estão? Os que pensam igual? Por toda parte. A cada esquina. Os que aprovam o atual governo, mesmo com o crescimento da inflação e desemprego, mesmo sem um crescimento do IDH(Índice de Desenvolvimento Humano). Os que não reclamam? Os que acham que tudo está perfeito? Os conformados?

E não gosto do bom gosto... Não que eles o tenham. E não gosto dos bons modos... Não que eles saibam o que realmente é. Eu gosto dos que têm fome, dos que ardem.

"Brasil, ame ou deixe-o!". Foi algo que me lembrei de imediato ao ser criticado, por criticar as mazelas da republiqueta das bananas. Certa vez um governo de transição foi exercido por uma junta militar em 1969. No mesmo ano, o general Emílio Médici foi escolhido como presidente pela mesma. Médici ficou conhecido por exercer o governo mais autoritário de toda a ditadura. Com o bordão “Brasil, Ame ou deixe-o”, o presidente ordenou a total censura a livros, filmes, músicas e quaisquer outros tipos de manifestações contra o regime.




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