quinta-feira, janeiro 27, 2022

2022: Como será a geopolítica da América Latina?


O México renasce das cinzas escuras de anos de subversão dos EUA através da ascensão de Andrés Manoel López Obrador e seu partido MORENA à presidência, parte da América Latina está submersa em governos antidemocráticos de viés muito ideológicas, apesar dos autoproclamados anti- sistema.

Obrador venceu as eleições no México com mais de trinta pontos de distância sobre o segundo candidato. Com um discurso baseado fundamentalmente no combate à corrupção, AMLO conseguiu capitalizar o descontentamento da maioria da população mexicana em relação aos atores tradicionais que lideravam a política do país centro-americano há décadas. Fato que, portanto, ocorreu em países como Brasil e Argentina por movimentos à direita.

E o que o México pode nos ensinar? Possivelmente que o latino médio puro não seja nem de esquerda nem de direita, mas sim ou sim egoísta e conservador. O México por sua vez foi governado pelo direito desde sua independência e agora buscava uma mudança. Argentina, Brasil, Venezuela eram governados pela pseudo-esquerda.

A bola da vez é o Chile, a eleição de Gabriel Boric da centro-esquerda, esta muito complexa e eclética que em sua composição engloba partidos e movimentos da esquerda mais radical no parâmetro da República Oriental do Uruguai ao centro moderado que, pelo desgaste natural de três mandatos consecutivos, acabou dando origem ao conservador Lacalle Pou.

Gabriel Boric e Andrés López Obrador são um fio de azeite no pote de esperança no continente que tanto carece de uma verdadeira democracia popular. Do outro lado da serra, a Argentina olha para o vizinho e, à espera da apertada eleição no Brasil que se aproxima, começa a procurar onde se posicionar e se vê encurralada pela falta de opções para seu futuro próximo. Ainda hoje se discute nas ruas argentinas se o melhor para o país é voltar ao macrismo catastrófico ou perfis semelhantes ou continuar com a atual falsa esquerda.

Para alguém como eu que nunca jogou Batalha Naval ou Banco Inmobiliário, mas entende um pouco da lógica deles, posso sentir que no tabuleiro chamado América Latina, a necessidade de um reequilíbrio de forças era iminente. O ano de 2022 pode marcar desde uma perda e retrocesso da independência e qualidade de vida de seu povo, somado a perdas nas liberdades individuais já concedidas em muitos países na última década, ou um tímido, mas importante reequilíbrio em direção à centro-esquerda. No continente.

Se, por sua vez, Mujica afirmou que não estava disposto a voltar ao poder, Lula e dona Cristina estão em campanha aberta. Se por outro prisma o Brasil promoveu o filho de Hitler à presidência, o México colocou pela primeira vez um democrata na posição de presidente máximo e o Chile ousou levantar o inovador esquerdista Gabriel Boric. Rezemos e fiquemos atentos ao movimento pendular que boceja em toda a América Latina.

#Argentina #Chile #Brasil

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