quinta-feira, março 27, 2025

Uma fábula sobre a divisão!

 


Pois num é que um cabra teimoso ganhou um bolo grande e bonito? Disseram-lhe:

— Bolo bom é bolo repartido!

Mas ele, com olho maior que a barriga, resolveu comer tudo sozinho. No começo, era uma festa. Depois, um tormento. A barriga pesou, o suor escorreu, e ele ficou ali, arrependido, feito jabuti virado de casco pra cima.

Um velho sábio, vendo aquilo, disse:

— Bolo inteiro ninguém come. Pra não se entalar, tem que cortar em pedaços.

E o cabra aprendeu, na dor, que tudo na vida se reparte: seja bolo, seja trabalho… ou poder.

quinta-feira, março 06, 2025

Europa e o Escândalo da Soberania


Foi o suficiente que um país da União Europeia, um desses periféricos que têm a honra de fazer parte da grande família europeia mas que não devem, jamais, se esquecer de onde vêm, insinuasse que talvez, veja bem, talvez, suas decisões econômicas e políticas devessem levar em conta sua própria realidade antes das diretrizes de Bruxelas, para que se levantasse a fúria dos bem-pensantes, daqueles que sabem o que é melhor para os outros, pois, afinal, não é para isso que existem os especialistas, os economistas, os analistas de risco, os mercados, essa entidade mística que, embora ninguém tenha visto, todos temem?

Compreende-se a preocupação. A União Europeia foi fundada sobre certos princípios inegociáveis, a livre circulação de capitais, a estabilidade monetária, a disciplina fiscal e, acima de tudo, a compreensão tácita de que os países podem, sim, ter eleições, desde que os eleitos saibam se comportar. E não se está aqui a dizer que não possam haver discordâncias, discussões, debates, desde que, ao fim e ao cabo, todos cheguem à conclusão correta, ou seja, a já previamente determinada por aqueles que verdadeiramente compreendem como funciona o mundo.

Mas então vem o dissidente, o insensato, o desorientado, que começa a fazer perguntas inconvenientes: por que não podemos decidir nossa própria política industrial? Por que os investimentos precisam estar atrelados a condições que nem sempre fazem sentido para nós? Por que não podemos, Deus nos livre, negociar acordos comerciais sem pedir permissão? E é então que se inicia o ritual da punição, e não se pense que se faz isso por maldade, nada disso, é por preocupação, por zelo, como se faz com uma criança que quer colocar o dedo na tomada, porque, afinal, um país que decide por si mesmo pode acabar muito mal, vide o exemplo de, bem, não importa, o importante é que não pode.

A imprensa, sempre vigilante, faz sua parte. De repente, descobre-se que os indicadores não são tão bons assim, que há déficits que ninguém notara, que os investidores, esses seres sensíveis, começaram a desconfiar, e veja só que coincidência, o risco país aumentou. Dizem que há tensões no governo, que os ministros discutem, que funcionários estão descontentes, que há rumores de desorganização, de instabilidade, de que talvez, só talvez, tenha sido um erro dar tanto poder a quem não sabe como usá-lo. Claro que tudo isso pode não ser exatamente verdade, mas também não é exatamente mentira, e, no final das contas, a verdade importa menos do que a narrativa bem contada.

E assim, pouco a pouco, o rebelde volta ao eixo, aprende que soberania, na Europa, é um conceito flexível, que há países que a têm e outros que devem contentar-se com a ilusão dela, que há autonomia e há autonomia vigiada, e que qualquer tentativa de mudar isso resultará, inevitavelmente, naquilo que todos já sabem: desconfiança dos mercados, crise de governabilidade, fuga de capitais, instabilidade institucional e, caso ainda assim o recado não seja compreendido, uma intervenção mais direta, sempre em nome da democracia, da estabilidade e do bem comum.

Pois a liberdade de um país é algo muito precioso para ser deixada nas mãos de seus próprios governantes.

segunda-feira, março 03, 2025

E o Óscar vai para... Eu avisei! Ou não avisei?


Lula Molusco! Antonio Gramsci já falava que a guerra real é entre burguesia e proletários, e por ende que a batalha cultural havia sido ganha, mas... A resposta veio seca, objetiva, matemática: o salário deve pagar as contas básicas. Mas quem paga isso? O pensamento escorreu pelos dedos, uma conta atrás da outra, até que a realidade se impôs. Sobrevivência. Nunca vida plena. Um cálculo que não tem fim.

Mas e o Óscar? Enquanto artistas burgueses do grande circulo do entretenimento gargalham em festas luxuosas mundo a fora, nós os da base piramidal da cultura, nem pão conseguimos em troca da nossa arte.

Ela, a arte, olhou para as próprias mãos. Estavam cansadas, como se a pele ainda guardasse as cicatrizes invisíveis de outras mãos que um dia serviram, forçadas. De onde vinha esse cansaço, essa dívida histórica que nunca parecia se pagar? O aluguel, a comida, a água, a energia. O corpo que se levanta antes do sol e se recolhe depois da lua. A pele escura ou pálida, mas sempre subjugada. O tempo do descanso que nunca chega, o sonho sempre adiado.

E o Óscar, gente, é do Brasil!!! Acho que a casta inferior não é o Brasil. Pois, dadas as circunstâncias da realidade da produção cultural no país e em geral no mundo capitalista seja de primeiro ou quarto mundo é a mesma! Obsoleta, ingerível, destruidora de sonhos e palatalmente dura de tragar, como uma mescla de Campari e vinho velho seco de marca duvidosa.

A liberdade chegou em papéis assinados, mas não nos dias que se repetem em uma escala 6x1. Seis dias de entrega, um dia para respirar — ou tentar lembrar como se respira. Como se fosse um presente. Como se o corpo não precisasse de mais. Como se a mente não soubesse que a engrenagem gira e gira e gira e não há saída.

Na escravidão, os corpos eram vendidos; agora, alugam-se. O preço? O que for suficiente para sobreviver — mas nunca para viver.

Quem paga isso? E mais: quem decide o que vale um dia, um mês, uma vida?

Ela fechou os olhos por um momento, tentando lembrar de um tempo em que não houvesse contas a pagar. Mas a memória falhou, porque nunca houve. Sempre foi assim. E talvez continue sendo.

Mas, por um instante, a revolta cresceu silenciosa dentro dela, como uma faísca no escuro. E pensou: talvez seja tempo de mudar a pergunta. Talvez a resposta não esteja nas contas, mas na coragem de quebrar esse ciclo que insiste em se repetir.

segunda-feira, fevereiro 24, 2025

A Grama do Vizinho Continua Mais Verde?

Fernando Schweitzer, Florianópolis-SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


"A liberdade da mídia não se mede pelo que se pode dizer, mas pelo que se ousa mudar." Muito se falou e muito mais se falará sobre política, mídia e futebol. Três pilares da discussão social que, em tempos de polarização extrema, assumem contornos ainda mais radicais. O mundo de 2025 se vê novamente imerso no retorno da ultradireita, reconfigurando narrativas e redefinindo as prioridades do entretenimento e da informação.

A TV, como reflexo da sociedade, espelha essas mudanças e, em alguns casos, reforça suas estruturas. No Brasil, onde a tradicional dominação das grandes emissoras sempre ditou o consumo midiático, a rigidez dos formatos e a busca incessante por status continuam sendo elementos centrais na cultura televisiva. Mas até que ponto esse modelo ainda se sustenta?

O Paradigma da TV Aberta: Brasil x Argentina

Ao visitar Buenos Aires, é impossível não notar um ecossistema televisivo distinto do brasileiro. A líder argentina, Telefe, embora ocupando um papel dominante, apresenta uma dinâmica diferente: a busca pelo conteúdo acima do status. Um exemplo clássico é o programa CQC, originado na produtora independente Cuatro Cabezas e transmitido por diferentes canais no mundo ao longo dos anos e em seu país nativo mudou de emissora algumas vezes.

No Brasil, essa mobilidade televisiva é rara. Programas como "Ídolos" apenas migraram de emissora devido a questões contratuais internacionais. Fora isso, formatos se mantêm estagnados e, mesmo quando perdem seu elenco principal, persistem como marcas imutáveis. Isso cria uma estrutura de dependência de grandes redes, fazendo com que a qualidade seja frequentemente subordinada à reputação de seus astros e não ao potencial criativo.

A Nova Ordem Midiática e o Avanço da Ultradireita

Com o renascimento da ultradireita ao redor do mundo, incluindo o Brasil, a comunicação passa a ser instrumentalizada de forma ainda mais incisiva. O discurso de que apenas "uma verdade oficial" deve prevalecer cresce, minando espaços de experimentação cultural e consolidando um oligopólio ideológico na mídia.

A Argentina, apesar de também enfrentar ondas conservadoras, mantém sua tradição de valorização do conteúdo acima da estrela. Um exemplo emblemático foi a trajetória de Cris Morena, criadora de êxitos como Chiquititas e Floricienta, que não hesitou em levar suas produções de um canal a outro, sem perder relevância. Enquanto isso, no Brasil, um programa como Casseta & Planeta jamais conseguiría existir fora do guarda-chuva de uma gigante como a Globo.

A Massificação e o Engessamento Criativo

A TV brasileira, ancorada na segurança de sua bolha tradicional, perpetua um discurso homogêneo e robotizado. Os formatos são reciclados, os talentos são os mesmos e as apostas continuam seguras. Em um mundo onde a mídia digital pulverizou o monopólio da audiência, insistir em um modelo fechado parece, no mínimo, anacrônico.

Se Garrincha, por fugir do padrão comportamental da sociedade conservadora, nunca foi considerado o verdadeiro rei do futebol, podemos dizer que a suposta qualidade da TV brasileira é uma ilustração perfeita de como a massificação impõe limites criativos.

A verdade é que a TV argentina prova que o conteúdo sobrevive sem um rótulo fixo. E se no Brasil a insistência na imutabilidade de formatos perdurânticos, talvez seja a hora de nos perguntarmos: a grama do vizinho continua mais verde? Ou apenas nos recusamos a olhar para o próprio quintal?

quarta-feira, fevereiro 19, 2025

Que esquerda é essa companheiro molusco?


 Hoje nosso artigo vai por um novo caminho. Resolvi listar algumas das razões e/ou justificativas para afirmar que o lulopetismo não é de esquerda, eis:

  1. O pragmatismo do "toma lá, dá cá" – Um esquerdista de verdade enfrenta o sistema, não se alia a ele.
  2. A aliança com banqueiros – Os donos do dinheiro nunca tiveram tanto lucro como nos governos petistas.
  3. O “nunca antes na história deste país” – Frase repetida como um mantra, mas sem revolução.
  4. O mensalão e o petrolão – A corrupção institucionalizada como método de governabilidade.
  5. O discurso populista – Mistura de Getúlio com sindicalismo velho, mas sem mudança estrutural.
  6. Os jantares com a Faria Lima – Uma esquerda que confraterniza com o capital financeiro?
  7. O abraço em Maluf – Se até o Maluf cabe na “esquerda” do Lula, então o conceito perdeu o sentido.
  8. A falta de projeto socialista – Governou mais próximo da social-democracia europeia do que de qualquer esquerda radical.
  9. O apoio às empreiteiras – O BNDES financiou grandes empresários enquanto o povo continuava no aperto.
  10. A institucionalização da miséria – Programas sociais sem porta de saída são paliativos, não transformação.
  1. O look operário virou terno Armani – Trocar o macacão pelo paletó não é coisa de revolucionário.
  2. O “sapo barbudo” virou amigo do Rei – De sindicalista rebelde a compadre da elite.
  3. O conservadorismo nos costumes – O PT nunca teve coragem de bancar pautas progressistas de verdade.
  4. A bajulação de ditadores – Esquerda de verdade defende liberdade, não afaga tiranos.
  5. O bordão “nunca soube de nada” – O Che Guevara deve revirar no túmulo cada vez que Lula diz isso.
  6. O amor pelo capitalismo de Estado – Um governo que enriqueceu empresários amigos não é socialista.
  7. O jeitinho brasileiro virou método de governo – A esquerda que prega ética não pode viver de conchavo.
  8. O discurso reciclado – Fala de mudanças radicais, mas governa no “mais do mesmo”.
  9. O país do futebol, cerveja e Bolsa Família – Enquanto isso, educação e cultura seguem no banco de reservas.

A ironia final seria que, no fundo, Lula não é de esquerda nem de direita—é apenas um sobrevivente da política brasileira, moldado pelo jogo de poder.

quinta-feira, fevereiro 13, 2025

6x1 ou 5x2: Qual o Melhor Sistema de Trabalho para o Brasil?

O Brasil, país das contradições e das assimetrias, se vê diante de mais um dilema estrutural: qual o modelo de trabalho mais eficiente? O regime 6x1, no qual se trabalha seis dias e se descansa apenas um, ou o tradicional 5x2, com a pausa do fim de semana? A escolha transcende números e planilhas. Ela reflete o espírito de um país que oscila entre a precarização do trabalho e a busca por qualidade de vida.

A economia como régua e compasso

No cenário corporativo, a busca por produtividade muitas vezes atropela direitos e desgasta a força de trabalho. Dados recentes mostram que redes de restaurantes, como o Outback, alcançam faturamentos bilionários explorando um modelo de operação contínua e intensiva. Apenas no Brasil, o lucro internacional da empresa responde por 87% dos US$ 84 milhões faturados pela matriz, segundo relatórios financeiros. Mas a que custo?

Nos bastidores do crescimento econômico, o trabalhador se vê submetido a extensas jornadas e, muitas vezes, à exaustão. O modelo 6x1, predominante no setor de serviços, parece alimentar um ciclo de produção incessante, sem oferecer contrapartidas reais em termos de bem-estar.

A lógica do crime e a (des)ilusão do mercado

Se no setor formal o esforço contínuo gera lucro para poucos e cansaço para muitos, no submundo do crime a estrutura não difere tanto. O tráfico de drogas, que movimenta entre R$ 20 bilhões e R$ 100 bilhões por ano no Brasil, segundo estudos de segurança pública, opera com uma eficiência empresarial invejável. Facções como o PCC e o Comando Vermelho adotam sistemas rigorosos de trabalho, logística avançada e diversificação de mercados, garantindo um faturamento que ultrapassa R$ 400 milhões anuais apenas para uma das organizações. Aqui, não há folgas nem convenções coletivas.

A lógica implacável do mercado, seja ele lícito ou ilícito, parece sugerir que o modelo 6x1, ao exigir disponibilidade contínua, favorece o crescimento de grandes impérios, mas impõe um custo social elevado.

Saúde mental e produtividade: o dilema da modernidade

Estudos demonstram que longas jornadas de trabalho reduzem a produtividade ao invés de aumentá-la. Países europeus vêm adotando semanas mais curtas, como o 4x3, com resultados positivos em engajamento e eficiência. No Brasil, onde o burnout se torna uma epidemia silenciosa, a defesa do 5x2 ganha força como um modelo mais equilibrado.

Afinal, qual a alternativa mais adequada? A resposta não pode ser puramente econômica. O país precisa decidir se quer um trabalhador exaurido, sustentando a engrenagem do capital e do crime, ou uma sociedade que valorize tanto o esforço quanto o descanso. A escolha entre 6x1 e 5x2, portanto, não é meramente matemática. É política, social e, acima de tudo, humana.

O brasileiro sempre trabalhou muito. Foi assim que o país cresceu, foi assim que geramos riquezas e construímos nossas metrópoles. Quem quer descanso que fique na Escandinávia! Aqui, o sol nasce para os esforçados. Esse papo de 5x2 só alimenta a preguiça institucionalizada que já corrói nossa produtividade tão morosa e moribunda.

Empresas multinacionais, que operam em regime de excelência, geram empregos, criam oportunidades e movimentam a economia. Querem o quê estes bravateiros inconsequentes? Que fechem as portas porque o garçom está cansado? Querem que o empresário pague mais para que o trabalhador saia mais cedo e vá tomar uma cervejinha no bar da esquina?

E essa comparação infeliz com o tráfico de drogas! Ora, meu amigo, quem opta pelo crime já fez sua escolha, não tem nada a ver com sistema de trabalho. O trabalhador honesto está no chão de fábrica, no restaurante, na loja, na rua, pisoteado pelo burguês capitalista, mas generoso, que lhe dá de comer – não no morro trocando tiro com a polícia.

O Brasil não precisa de mais descanso, precisa de mais trabalho. É o suor, a repetição, a disciplina que formam nações. E o que estamos criando? Uma geração que quer semana de quatro dias e salário de cinco dígitos. Queremos um país rico? Pois bem, vamos trabalhar para isso. Seis dias por semana, sete se necessário. O descanso é para os fracos; o crescimento é para os fortes.

E assim seguimos, entre os que fazem e os que sonham. Entre os que produzem e os que lamentam. O Brasil precisa decidir de que lado quer estar. Mas você também!!!


segunda-feira, fevereiro 10, 2025

Trágico: O Repartidor

O jovem – chamemo-lo de Mário, pois todo desgraçado merece ao menos um nome – acordou antes do sol. E antes do sol acordaram suas olheiras, já íntimas do travesseiro barato, compradas em dez vezes sem juros. O despertador, este carrasco eletrônico, guinchou impiedosamente. Mário tateou o escuro do quarto minúsculo, cujo aluguel sugava metade de seu salário, e levantou-se sem heroísmo algum.

Vestiu-se com a dignidade de quem não pode se dar ao luxo de desleixos. O uniforme de repartidor, já meio encardido, apertava-lhe a alma. No espelho trincado, viu-se jovem e cansado. Fez as contas mentalmente: o salário bruto era uma piada de mau gosto; o líquido, um crime. Cada garfada no refeitório era um assalto autorizado pela contabilidade, e o vale-transporte era um bilhete de ida para a resignação.

No ônibus lotado, embalado pelo sacolejo, Mário refletia. Em cada rosto suado, via a mesma expressão: um misto de revolta e aceitação. Sentiu um calor de fornalha, um abafamento de câmara de gás tropical. No rádio do cobrador, um político falava em crescimento econômico. Mário sorriu – um sorriso amargo, digno de um palhaço falido e desfaleceu-se.

Chegar-se-ia ao supermercado, a primeira ordem do dia: "Rápido, rapaz, os clientes não podem esperar!" Ah, os clientes... Criaturas sagradas do capitalismo, superiores até aos reis de outrora. Mário, o repartidor, servia-lhes como um camareiro servia Luís XIV – mas sem perucas ou pompas, apenas com uma sacola de compras e um olhar resignado.

Ao final do expediente, suado e quebrado como um brinquedo velho, Mário pegou novamente o ônibus. O país pegava fogo, mas no fundo tudo estava em perfeita ordem. Sonhou, por um instante, com um mundo justo. Mas o sacolejo do coletivo o fez esmorecer.

Desmaiou, de cansado. Acordará muito depois de sua parada. Ligou ao seu chefe, avisou: Me atrasarei. O quanto? Impossível prever...

Sim. Nosso herói perdeu a batalha. Com mais de hora de atraso chegou e foi demitido por "justa causa".

Não por sois mais, ou menos, apenas por pensar que isso ou aquilo... O seu bando ideologico aqui pouco importa. Se você não teve empatia por Mário, realmente, nada mais que um dia eu venha a dizer importa 

sábado, fevereiro 01, 2025

"Pior tá que tá fica": Tiririca perde mandato e a direita continua fingindo que não há corrupção

E não é que o "melhor do que tá, não fica" virou profecia autorrealizável? Tiririca caiu do trapézio eleitoral e, no meio da confusão, levou junto parte da trupe do PL. O circo perdeu um palhaço, mas a plateia segue cheia de otários que ainda insistem que "só a esquerda é corrupta".


 Olho o Circo Pegando Fogo

Enquanto Carla Zambelli tentava fazer cosplay de Jason Bourne armada num shopping, a ala mais fervorosa da direita continuava batendo no peito para dizer que corrupção no PL "não existe". Sim, amigos, a turma que acreditava piamente que as rachadinhas eram fake news, os imóveis pagos em dinheiro vivo eram apenas coincidência e que os cheques na conta da ex-primeira-dama eram empréstimos entre amigos, agora vê seus representantes caindo um a um — mas, claro, tudo é culpa do STF, da ONU, do 5G e, se duvidar, até do Papa Francisco.

 A Direita Brasileira e o Manual do Autoengano

Deixando claro que CONSIDERO OS GOVERNOS PETISTAS DE DIREITA, NEOLIBERAIS E DE CUNHO STALINISTA, desejo por pimento no orifício alheio. O roteiro é sempre o mesmo: Deputado de direita é cassado. Os apoiadores fingem que não viram e mudam de assunto. Se insistirem no assunto, jogam a culpa no comunismo, na mídia ou em conspirações internacionais. Se nada disso colar, dizem que “não era de direita de verdade”.

Agora, com Tiririca fora do Congresso, a pergunta que não quer calar: será que o ex-humorista também será acusado de ser um agente infiltrado da esquerda globalista? Porque, convenhamos, o critério para definir quem é "de direita de verdade" no Brasil muda conforme a conveniência. Rachadinhas? Perdão divino. Caixa 2? Esquecimento seletivo. Cassação? Justiça sendo injusta.

 Rindo de Nervoso

No fim das contas, a direita brasileira parece um cachorro tentando correr atrás do próprio rabo, sempre em busca de uma explicação mirabolante para o óbvio: corrupção na política não tem ideologia, tem oportunistas. Mas, claro, para os fanáticos, se um político de direita rouba, é tudo armação; se for de esquerda, é o fim da civilização ocidental.

Se fosse possível resumir esse momento da política brasileira em um espetáculo circense, Tiririca teria saído do Congresso, mas o show de autoengano da direita continuaria em cartaz, com lotação esgotada e sessão extra.

No Brasil, o problema nunca foi corrupção, mas sim quem está cometendo ela. E, no meio dessa palhaçada toda, quem ainda acredita que a "direita é pura" continua fazendo o papel de bobo da corte.

Se fosse pra definir a política brasileira numa frase, seria algo entre um bordão do Tiririca e um provérbio de boteco: “Pior que tá, não fica”... mas fica sim, e sempre dá pra piorar.”

Nosso protagonista desta tragicomédia nacional entrou na política como um palhaço e saiu como um profeta — mesmo sem perceber. Ele chegou ao Congresso montado no voto de protesto, aquele velho truque do eleitor que acha que não pode mudar nada e, pra provar isso, decide piorar tudo. A lógica? "Se é pra me ferrar, pelo menos eu dou risada." E deu. Só que agora o riso virou careta e o protesto saiu pela culatra.

Tiririca dizia que a política era coisa séria, mas o Brasil é um país onde quanto mais sério o problema, mais cômica é a solução. Enquanto isso, do lado de fora do picadeiro, os eleitores seguem trocando seus votos por bordões vazios, acreditando que um microfone e uma peruca colorida resolvem um país com PIB em queda e democracia em risco.

Agora que o espetáculo chegou ao fim, a pergunta que fica é: o público aprendeu alguma coisa ou já tá na fila do ingresso pro próximo palhaço?

quarta-feira, janeiro 29, 2025

A Perseguição a Imigrantes e a Continuidade da Eugenia Racial

Ressalvando e clarificando que sou avesso a esta visão imperialista de mundo que 95% dos latinos tem e que me parecem sociopáticas de que: EUA é um lugar perfeito e se deve fazer de um tudo para entrar lá, mesmo que ilegal. Como fez a personagem Sol de "América"(Glória Pérez), vamos abordar algumas cousas que a nossa mídia também vassala e capacho do imperialismo não fala, hora por conveniencia, hora por cabacismo congênito.


Nos Estados Unidos a política de imigração, justificada sob o argumento de segurança nacional, perpetua um sistema de exclusão racial e social que tem raízes históricas profundas. As operações do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) não visam apenas imigrantes "criminosos", como a retórica oficial sugere, mas sim grupos específicos, particularmente latino-americanos e ameríndios, numa estratégia que remete a práticas eugenistas e classistas. A narrativa da criminalização da imigração mascara uma ideologia de segregação, que, embora adaptada às circunstâncias contemporâneas, mantém os princípios de uma sociedade estruturada para favorecer determinados grupos raciais e econômicos.

Em se fazer menção à eugenia ariana na parte inicial deste artigo, o faço por ser pertinente, pois os Estados Unidos já implementaram políticas migratórias seletivas para "melhorar" a composição racial da população. Até o início do século XX, imigrantes europeus eram favorecidos, enquanto asiáticos, latino-americanos e africanos eram restringidos. No contexto atual, essa lógica se mantém: a xenofobia institucionalizada contra imigrantes sul-americanos não é apenas um reflexo do discurso de segurança, mas sim uma continuação da prática de excluir racial e economicamente aqueles que não se encaixam no modelo idealizado de nação.

A "sociocultura do trabalho", muitas vezes evocada para justificar políticas anti-imigração, sustenta a contradição essencial desse sistema: os imigrantes são fundamentais para a economia, mas são mantidos num estado de vulnerabilidade permanente. Essa lógica, combinada com a "teologia da prosperidade", transforma a mobilidade social num privilégio exclusivo de determinados grupos, ao invés de um direito universal.

Consta à Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) de 1948, esta que estabelece princípios fundamentais, como o direito à liberdade, à igualdade e ao devido processo legal. Contudo, relatos de detenções arbitrárias demonstram como esses direitos são sistematicamente negados a imigrantes. Prisões sem mandado, como denunciadas pelo prefeito de Newark, e a deportação de indivíduos com processos de legalização em andamento, como a mulher venezuelana citada, ferem diretamente o direito à justiça e à dignidade humana (Artigos 9 e 10 da DUDH).

A criminalização da imigração não é apenas uma política de Estado, mas um projeto ideológico. Assim como no passado a exclusão racial foi disfarçada de "ciência eugenista", hoje ela aparece sob a forma de discursos de segurança e meritocracia econômica.

O comentário inicial sugere que o nazismo e o classismo não desapareceram, mas foram diluídos e adaptados a novas narrativas. O racismo biológico deu lugar a um racismo estrutural, onde a cor da pele e a origem determinam o grau de acesso a direitos e oportunidades. Da mesma forma, o classismo moderno naturaliza a exploração da mão de obra imigrante, enquanto mantém essas populações em constante estado de insegurança.

A teologia da prosperidade como arma protofascista

Esta que associa riqueza à virtude moral, reforça uma estrutura, em que sugere que a pobreza dos imigrantes é uma consequência da sua "falta de mérito", ignorando os sistemas de opressão que os colocam nessa posição. Assim, a perseguição aos imigrantes não é apenas uma questão de política migratória, mas um reflexo de um sistema de exclusão racial e econômica que persiste desde o colonialismo.

A política de imigração dos EUA não pode ser dissociada de sua história de exclusão racial. O discurso oficial de segurança pública esconde uma agenda mais profunda, que visa manter um modelo de sociedade onde determinados grupos permanecem marginalizados. Se no passado a eugenia buscava "purificar" a população, hoje a perseguição a imigrantes sul-americanos cumpre um papel semelhante, garantindo que o poder continue concentrado nas mesmas elites de sempre.

Diante disso, a comunidade internacional e os defensores dos direitos humanos precisam desmascarar essa política e exigir que os Estados Unidos cumpram os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Caso contrário, a perseguição aos imigrantes continuará sendo uma versão contemporânea da velha lógica de exclusão racial e econômica que marcou o século XX.

sexta-feira, janeiro 24, 2025

Uma sincera Análise Crítica de Ainda Estou Aqui

A Indústria Cultural e a Mediocridade como Norma. Se partimos da premissa apresentada, é possível desenvolver um artigo crítico sob o viés da Escola de Frankfurt, abordando a relação entre a produção cultural contemporânea, a precariedade do trabalho artístico e o papel da indústria cultural na consolidação da mediocridade como padrão estético.
O filme Ainda Estou Aqui emerge como mais um exemplo daquilo que Theodor Adorno e Max Horkheimer definiram como a mercantilização da arte pela indústria cultural. A lógica mercadológica transforma obras artísticas em produtos moldados para atender às demandas de consumo em massa, muitas vezes sacrificando a qualidade em favor da rentabilidade. Isso explica o "fanatismo" em torno de uma obra "meia boca", como descrito, que visa mais à autopromoção do cinema nacional no exterior do que ao avanço artístico ou estético do cinema em si.

O filme Ainda Estou Aqui emerge como mais um exemplo daquilo que Theodor Adorno e Max Horkheimer definiram como a mercantilização da arte pela indústria cultural. A lógica mercadológica transforma obras artísticas em produtos moldados para atender às demandas de consumo em massa, muitas vezes sacrificando a qualidade em favor da rentabilidade. Isso explica o "fanatismo" em torno de uma obra "meia boca", como descrito, que visa mais à autopromoção do cinema nacional no exterior do que ao avanço artístico ou estético do cinema em si.

Fernanda, mencionada como o destaque do elenco, não escapa da lógica descrita por Adorno, que coloca o indivíduo em um papel de pseudo-protagonismo. Ainda que sua performance seja louvável, ela é enquadrada dentro de um sistema em que o talento é funcional apenas enquanto serve ao espetáculo totalizante. O restante do elenco, descrito como "do razoável ao mediano baixo", reflete um sintoma estrutural: a falta de espaço para a renovação do meio artístico, sufocado pelas amarras de uma indústria que privilegia redes de influência, como a "máfia" ou o famigerado "teste do sofá".

Sim, é possível integrar esse viés crítico ao artigo de forma fluida, especialmente ao analisar Ainda Estou Aqui sob a lente da Escola de Frankfurt e o impacto da indústria cultural. A abordagem ajuda a explorar dimensões mais profundas sobre a recepção e produção da obra, conectando o filme às críticas estruturais da mercantilização da arte.

A produção de Ainda Estou Aqui, com sua temática densa e apesar de interpretações pouco marcantes, também levanta questões sobre o papel da indústria cultural na produção de arte no contexto contemporâneo. Sob a perspectiva da Escola de Frankfurt, particularmente as críticas de Adorno e Horkheimer, podemos compreender como o filme reflete a mercantilização da cultura, transformando a arte em produto ajustado às demandas de mercado.

A Arte e o Espetáculo Mercadológico

O sucesso internacional do longa, somado às críticas polarizadas, ilustra o que Adorno chamou de "cultura de massa". Embora a obra aborde uma história marcante — a luta de Eunice Paiva contra o autoritarismo da ditadura militar —, a narrativa pode ser percebida como moldada para atender expectativas de consumo externo, privilegiando melodrama em detrimento de uma análise mais robusta dos mecanismos totalitários, como apontado pelo crítico Jacques Mandelbaum.

Essa tensão entre o conteúdo histórico e a forma "digestível" reflete o que Adorno descreveu como a perda da autonomia da arte. Em vez de uma ruptura estética ou narrativa, o filme se conforma às convenções que garantem sucesso comercial, mesmo que isso dilua o impacto crítico ou estético.

Fernanda Torres e o Protagonismo Funcional

A atuação de Fernanda Torres, ainda que amplamente elogiada, é um exemplo de como a indústria cultural organiza o talento individual em um sistema coletivo de espetáculo. Sua performance, premiada e celebrada globalmente, serve como um alicerce para a promoção do filme, mas não está isenta das armadilhas do sistema. Dentro de uma lógica onde o talento individual é instrumentalizado, o protagonismo se torna funcional, direcionado para reforçar a "marca" da produção nacional no exterior, sem necessariamente trazer inovação artística.

Precariedade do Trabalho Artístico

No Brasil, a desvalorização do trabalho artístico e a concentração de oportunidades em redes elitizadas criam barreiras para a renovação do meio cultural. Muitos talentos são marginalizados, enquanto os mesmos nomes dominam as grandes produções. Isso alimenta uma mediocridade estrutural, onde a repetição de fórmulas e escolhas seguras mantém o sistema cultural estático, sacrificando o potencial disruptivo da arte.

Embora Ainda Estou Aqui traga uma narrativa importante, a análise crítica do filme sob a ótica da indústria cultural evidencia como ele é tanto produto quanto vítima de um sistema que prioriza a rentabilidade e o consumo. Em última instância, o filme dialoga com questões mais amplas sobre o papel da arte em tempos de globalização e consumo cultural massificado. A obra é relevante, mas também nos convida a questionar os limites e as possibilidades do cinema dentro das amarras do comercialismo Hollywoodiano fora de Hollywood.

quarta-feira, janeiro 15, 2025

Por que o teatro é menos popular que um baseado?

Mano, vou mandar a real: não tô aqui pra julgar ninguém, tá ligado? Só observando mesmo. O papo nem é sobre fumar ou não fumar, tá ligado? Cada um sabe do seu corre. Mas já reparou que geral conhece mais maconheiro do que gente que vai ao teatro? Parece até piada, mas é isso. E aí, bora entender por quê?


Primeiro, dá pra dizer que tanto o teatro quanto um fininho têm uns lances parecidos, na moral. Os dois te fazem viajar, saca? Te tiram da realidade por alguns momentos. Os dois são meio "mal vistos" por uma galera mais quadrada. Nem teatro nem maconha tão no esquema das escolas (tipo, ensinam Shakespeare, mas nem levam a gente pra ver uma peça, né?). E os dois têm aquele rolê coletivo, tipo, se iniciando no bagulho com a galera.

Agora, falando de amor e vício: será que a gente escolhe mesmo do que gosta? A vida é cheia de tretas e encontros que moldam nossas escolhas, tá ligado? Tipo o Boal, um cara brabo que usou o teatro pra fazer o povo pensar, se ligar nas paradas e lutar por mudança. O cara era tão fissurado em teatro que criou o tal Teatro do Oprimido, um bagulho que ajudou uma galera no mundo todo a abrir a mente.

Mas será que o Boal era um "viciado" em teatro? E se a gente começasse a tratar o teatro como tratam a maconha? Liberar geral e ver o que dá. Quem sabe, né?

Falando na erva, o bagulho tá aí desde antes de inventarem o calendário, irmão. Os chineses já usavam pra tudo: fazer roupa, remédio, até papel. Depois os gregos, romanos, africanos... todo mundo entrou na onda. Era o trampo mais sustentável que tinha, e olha que nem falavam disso naquela época.

E o teatro, mano? Aristóteles já dava a letra: é um rolê completo. É texto, som, cena, tudo junto, intensão pura. E mesmo assim, hoje em dia, falar que você foi ao teatro é quase tão chocante quanto dizer que você viu um OVNI. Já dizer que fumou um beck? Suave, normalzão.

Por que será? Será que é porque o teatro faz a galera pensar demais? Relaxar demais? Tipo, abrir a mente e perceber umas paradas que nem todo mundo quer encarar? Vai saber...

E tem uns estudos doidos por aí dizendo que tanto fumar um como curtir uma peça podem liberar umas ideias meio diferentes na mente. Tipo, experimentar mais coisas, questionar mais a vida. Tem até um papo no Reddit sobre um lance chamado "highsexual". É isso mesmo: um cara falou que só curte mina quando tá sóbrio, mas depois de fumar, rola um lance diferente. Imagina isso no teatro. Será que, se geral fosse no teatro de boa, ia rolar uma geração "highteatral"?

O papo é que tanto a maconha quanto o teatro são libertadores. Só que hoje é mais fácil achar uma roda de fumaça do que uma plateia cheia. E, no fundo, a pergunta é: por que o teatro incomoda tanto? Porque faz pensar? Porque quebra barreiras? Sei lá, mano, mas talvez seja isso que faz falta no mundo.

E aí, bora pro teatro? Ou bora fumar um e trocar ideia sobre isso? Quem sabe as duas coisas juntas...

domingo, janeiro 12, 2025

Justiça Social? Os capitalistas disfarçados tem ao menos algo de humor

No corre do dia a dia, a gente aprende a lidar com muita coisa, ou ao menos finge que tenta. A periferia não dá trégua, e o tempo da gente vira moeda de troca pro sistema que só sabe sugar. Acorda 4h, pega dois, três ônibus, enfrenta busão lotado, chega no trampo já cansado, faz jornada de 9 horas, e no fim do dia ainda tem o pesadelo de voltar pra casa. E aí? O que sobra pra viver? Nada.
Quem mora nas quebradas tá ligado: 24 horas no relógio não são para nós. Se 14 vão pro trampo e transporte, o resto é dividir entre banho, comida e, com sorte, um pouco de sono. Viver de verdade? O sonho jamais alcançado se não sois herdeiro. É como se a gente fosse programado pra existir só pra trabalhar e manter a roda girando.

Dizem que o governo é “popular”, mas popular pra quem? Na ponta do lápis, a vida de quem tá na base da pirâmide continua pesada. Justiça social? Não chegará aqui jamais. Cadê o transporte que preste? Cadê salário digno pra gente não depender de trampo explorador 6x1? Cadê política que respeite o tempo da gente? Porque viver não é só respirar, maninho. Viver é ter tempo pra ser humano, pra estar com quem a gente gosta, até com quem a gente não goata, pra ter lazer, pra sonhar. Mas na real, aqui na periferifa, é só correr atrás do básico e olhe lá, e mesmo assim parece que tamo devendo já antes de acordar.
Quando falam de escravidão moderna, não é exagero, é realismo. A gente trabalha pra sobreviver, mas, no fundo, a vida vira só isso: sobreviver. E quem tá no topo? Esses têm tempo. Têm lazer, têm saúde, têm futuro. A gente fica só no “talvez”.

É hora de botar o dedo na ferida? Qual delas? O pobre não tem ferida, tem cicatrizes profundas. Cadê a justiça social de verdade? Porque de promessa vazia a quebrada já tá cheia. Pensa que das 4h que te sobram no dia você já gastou alguns minutos lendo esse artigo... Aí você começou a refletir sobre sua m... De vida.