terça-feira, janeiro 16, 2018

O que se fazer no Fim do Mundo?

Olho o sol abrasador rachando e penso: Quando teremos ar condicionado pela cidade? Mas como sempre nós humanóides pensamos apenas na superfície. A margem não interessa. Em seu livro, Michael Foucalt, retratou as relações de poder na sociedade moderna. Neste ela afirma que um ser para sentir-se superior necessariamente fara dos outros sua margem, e a partir desta construção de relação de poder passará a ser cetro. Afirmativamente concordarei hoje com Dean Radin ao profetizar que “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.”
Nesta livre interpretação dos ensinamentos foucaultianos podemos espelhar nossa crise do momento. Rio do Brás? Nãaaaaaaaaaaaooooooooo… Ave de Rapina? Nãaaaaaaaaaaaaaooooooooo… Aumento das passagens? Nãaaaaaaaaaaaooooooooooo…
O grande drama da nossa sociedade é o capitalismo. O resto são apenas resultante deles. Zygmunt Bauman já nos tem alertado a décadas disto. Também sou considerado um pessimista, tenho a anos diagnosticado a realidade sem pudores ou filtros. Isto me tem rendido inimizades, exclusão de ex-amigos das redes sociais e muitos conflitos familiares.
Bauman em seus últimos livros é sumamente crítico também, como no livro “A riqueza de poucos beneficia todos nós?”, pergunta simples de resposta simples e clara mas que todavia muitos não se permitem. Ou pior, irão estes desargumentados e desorientados gritar: Comunistaaaaaaaaaaaaaaaa!
Bem não irei mais alongar palavras, não, não mais. Farei reiki e yoga. Aaaaaaaaaaummmmm…
Ironias a parte, tudo isto me faz pensar o qual motivo de um rapaz de 16 anos estar com a família em um shopping de shortinho apertado e camisa rosa choque. Inspirador! Porque? Ora, a promessa de que a riqueza acumulada pelos que estão no topo chegaria aos que se encontram mais abaixo é uma grande mentira. Tal qual a mentira social de que o país hoje é democrático, aberto e sem preconceitos. Ou vai dizer que o pobre rapaz não chamava atenção ao caminhar?
Sim, sim, sim. tanto chamava que a família fingia que não era com ele mas ao que ele se afastava eles mesmos repetiam o olhar alheio.
Não, não, não. Não irei assistir Snoop e Charlie Brawn. Nem para homenagear Benito de Paula. Canso-me de ser o repeteco da mesmice. Irei ver Até que a Sorte no Separe 3, talvez. Nem por isso. Mas sim por aquilo. Ou não.
Segundo pesquisadores britânicos através da escala Kinsey e ao entrevistarem 1600 pessoas sobre como elas se viam sexualmente, deu-se a maior descoberta sociológica contemporânea, o fato das pessoas estarem com a mente cada vez mais aberta, não só no Reino Unido, onde o estudo foi feito mas como no estudo comparativo que o inspirou. O instituto americano Pew Research Center, também contam com estudos com resultados parecidos: enquanto apenas 55% da população americana em geral apoia o casamento gay, 70% dos jovens da geração Y (jovens nascidos nas décadas de 80 e 90) são à favor.
Um estudo da University of Chicago, de 1973, apontou que 70% das pessoas considerava os relacionamentos homossexuais como “sempre errados”. O fato de agora, o mesmo número ser o de pessoas da nova geração, que apoiam o casamento gay, indica uma mudança radical. O mundo está mudando! Ao menos por lá. No estudo britânico 43% dos jovens afirmaram que poderiam fazer sexo com pessoas de mesmo sexo.
Será por isto que lá usar rosa não é um tabu? Será que aqui se usa rosa porque somos aculturados? Compramos a moda de lá, mas não compramos a evolução sociológica. Pena. Preferia o contrário.
“Há 40 anos, achamos que a liberdade tinha triunfado e que estávamos em meio a uma orgia consumista. Tudo parecia possível mediante a concessão de crédito: se você quer uma casa, um carro… pode pagar depois. Foi um despertar muito amargo o de 2008, quando o crédito fácil acabou. A catástrofe que veio, o colapso social, foi para a classe média, que foi arrastada rapidamente ao que chamamos de precariat (termo que substitui, ao mesmo tempo, proletariado e classe média). Essa é a categoria dos que vivem em uma precariedade contínua: não saber se suas empresas vão se fundir ou comprar outras, ou se vão ficar desempregados, não saber se o que custou tanto esforço lhes pertence… O conflito, o antagonismo, já não é entre classes, mas de cada pessoa com a sociedade. Não é só uma falta de segurança, também é uma falta de liberdade.” – Zygmunt Bauman.
E o que fazer com essa tal liberdade? Não. Não é para cantar a música brega. A pergunta é séria. Você se acha livre? Não basta. Seja! Faça! Perca a linha. Passe dos limites. Invada e experimente-se no desconhecido e no proibido. Seja! E se a mente que se abre para o novo não volta para o tamanho original… Abramos nossas mentes!

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