quarta-feira, dezembro 27, 2017

Bicicletas são um futuro inevitável nas grande cidades

Quando que no Brasil as cidades terão ciclofaixas seguras e bicicletas passarão a ser parte do sistema de transporte? Talvez nunca! O Brasil ainda está a comprar o sonho americano na sua versão mais torpe e devastadora. Precisamos mudar nossa visão sobre transporte público para uma melhor qualidade de vida e segurança social em nossa cidade. Em muitas partes do mundo o pedestre e ciclista tem sempre a prioridade no trânsito, aqui ainda temos a subcultura do quanto maior, mais poder. Seja grande o veículo motor ou o ego, e doravante ambos as vezes simultaneamente.

Imaxe relacionada
Mejor en Bici - Sistema gratuito de empréstimo
de bicicletas da cidade de Buenos Aires
Neste momento de crise, se é que ela existe, justamente é hora de se investir em fontes renováveis de energia. Um exemplo a ser copiado é o do protótipo, dotado de 70 metros de extensão, que foi instalado na cidade de Krommenie, a 25 km da capital Amsterdam na Holanda, e pode produzir energia suficiente para alimentar as casas de três famílias durante um ano, a ideia será ampliada em 2016.

Mas não só esta ideia do país das bicicletas pode ser e deva ser copiada no Brasil, mas o tratamento dado ao veículo das duas rodas. Em toda a Holanda existem pelo menos 20 mil quilômetros de ciclovias e trechos adaptados para um passeio seguro sobre duas rodas. Na capital catalã, além de um sistema de empréstimos público, também lá 40% dos deslocamentos são feitos a pé ou de bicicleta. Com mais de 150 quilômetros de vias destinadas aos ciclistas, 100.000 viagens internas na cidade são feitas na grandiosa e moderna Barcelona. Em 2004, esse número era de 33.000. Conhecido por sua eficiência, o Bicing é um sistema de empréstimo de bicicletas disponível em toda a cidade, com 413 estações de retirada e devolução, distantes 300 metros uns dos outros.

Pelo nosso continente o destaque é Buenos Aires, com um sistema inteiramente gratuito de empréstimo de bicicletas. São 195 km em uma cidade plana e interligada por ciclovias que atingem toda a capital portenha. Esses trajetos fazem parte do projeto governamental Eco Bici, que inclui também um serviço de empréstimo gratuito de bicicletas. Depois de fazer o cadastro, é possível utilizar por duas horas um dos 500 veículos disponíveis. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 20 horas, e aos sábados, das 9 às 15 horas, em dezessete pontos da cidade. Ainda se incorpora ao sistema bicicletas que via cartão magnético podem ser liberadas em diversos postos de auto atendimento 24 horas.

Atualmente, 37% da população da cidade de Copenhague se locomove sobre pedais. A meta local é que até 2015 esse número alcance metade dos habitantes. A cidade é um dos poucos lugares do mundo a contar com um sistema de semáforos específico para ciclistas…

E onde está a capital de melhor qualidade de vida no Brasil? Perdida. Não tendo sequer 30 km de ciclovias, sem sistema de empréstimo de bicicletas, e completamente isoladas entre si, ligando nada a coisa nenhuma. Florianópolis engatinha e mal no ecoturismo.

Berlim possui 650km interligados a diversos pontos de interesse de turistas. Um circuito de 160 quilômetros passa por diferentes áreas nas quais ainda restam fragmentos do histórico Muro de Berlim. Ciclistas com mais fôlego podem partir da capital alemã e seguir até Copenhague, na Dinamarca, numa empreitada de cerca de 650 quilômetros por ciclovias e áreas destinadas à circulação de bicicletas. O site oficial de turismo da Alemanha apresenta diferentes rotas de viagem para os praticantes de cicloturismo em todo o país.

Paris tem o maior sistema de empréstimo de bicicletas no mundo, o Vélib. Em julho de 2017, o serviço completou dez anos e comemorou números significativos: 100 milhões de viagens, 20.000 bicicletas à disposição em 1.800 estações de aluguel e mais de 180.000 assinantes no ano. Tanta movimentação faz todo sentido para uma cidade como Paris, que é repleta de ciclovias – já espera-se chegar a 700 quilômetros até 2014 – e de inspiradores cenários.

Repensar a estrutura viária da cidade de Florianópolis é necessário pois pouco ou nada se fez vários casos de grande repercussão nas redes sociais de Santa Catarina como a morte do jornalista Róger Bittencourt. Vítima fatal em um acidente na SC-401, aonde foi atropelado ao locomover-se com sua bicicleta, pelo motorista Gustavo Raupp Schardosim, 39 anos, que encontra-se no Complexo Penitenciário de Florianópolis. Ele respondeu por três crimes, conforme indiciamento do delegado Cleber Tappi Serrano.

A capital catarinense e sua principais cidades não estão pensadas para o ciclista. Sequer Joinville que tem a maior relação bicicletas por habitantes do estado. Na última campanha eleitoral o professor Elson Pereira, candidato pelo PSOL a prefeitura de Florianópolis tentou recorrer a cidade com uma bicicleta e pode expor a fragilidade e o grande perigo que é transitar pelas vias da cidade. Hora se usa acostamento, noutro o meio fio, e muitas vezes trechos em chão batido com sorte. (https://youtu.be/qSNy2yauy6g)

Hoje Florianópolis possui 16 ciclovias oficialmente, estas que não estão interligadas e ser muito mais como áreas de lazer para cada uma destas comunidades que verdadeiramente como trajeto para trasporte público. Parte destas são ciclofaixas estreitas e com má sinalização, não oferecendo segurança ao ciclista. Somado a isto, a falta de postos bicicletários seguros para se estacionar veículos particulares na cidade é uma trágica realidade, ainda falta de uma legislação que obrigue as empresas a possuírem bicicletários para seus funcionários torna impossível para a população mesmo que se houvera essa consciência ambiental de substituir seu meio de transporte habitual por bicicletas.

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