segunda-feira, fevereiro 17, 2014

Brasil e Nigéria são mais parecido que pensamos!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Enquanto no Brasil bancadas evangélicas associadas a ala de ultra direita do governo Dilma Roussef, pensam ser aliados e salvadores da família normal e cristã, no continente mais atrasado e tribal do mundo, um projeto que foi apresentado pela primeira vez em 2009 e, inicialmente, propunha sentença de morte para atos homossexuais, foi alterado para prescrever prisão perpétua para o que chamou de homossexualidade agravada pode ser assinado nos próximos dias.. 

A homossexualidade é um tabu em muitos países africanos,  como no Brasil, e considerada ilegal em 37 países do continente. O que nos faria pensar, que africanos são arcaicos, diria neonazistas. Ou uma "raça" menos evoluída. Vale lembrar que não só a America recebeu novas influências nos últimos séculos, através de migrações norte-americanas e europeias. Além de insurgências e invasões de fundamentalistas árabes, muçulmanos, evangélicos, protestantes radicais e católicos.

A americanização nazista

Muitos ativistas locais e internacionais dizem que poucos africanos são abertamente gays, temendo a prisão, violência e a perda de seus empregos. A presença maciça de religiosos com discurso fundamentalista, principalmente cristãos, também foi lembrada pelos entrevistados ouvidos pelo por matéria recente do Jornal O GLOBO. Segundo Wainaina, uma militante local, a virada ocorreu entre os anos 1980 e 1990, quando missionários vindos dos EUA passaram a atrair milhões de pessoas e, com elas, o interesse dos políticos.

Na visão de quem acompanha o tema, as investidas contra os cidadãos LGBT surgem menos do preconceito e mais de manobras políticas com o objetivo de distrair a população de problemas não resolvidos e assegurar a liderança frente a uma maioria conservadora sobre a qual igrejas cristãs ganharam influência nos últimos 20 anos. — Neste países, os líderes políticos estão sendo pressionados pela população, e por isso recorrem a leis populistas — disse o escritor queniano Binyavanga Wainaina.

A Nigéria enfrenta uma crise energética e vai ter eleições em 2015. Só lembrada por aqui hoje pelo futebol, e antes por ser origem de parte e nossos ex-escravo. Também trouxe ao Brasil parte da cultura do candomblé, essa que historicamente foi a única religião a aceitar homossexuais nos seus cultos na republiqueta das bananas.

O uso da homofobia como instrumento de dominação popular também tem efeitos nefastos sobre a prevenção e o tratamento da Aids, e logo no continente que concentra 70% dos diagnosticados com a doença no mundo, conta o diretor executivo adjunto do Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids (Unaids, na sigla em inglês), Luiz Loures. Ele lembra que a homofobia tem aparecido como tendência também em países da Ásia e do Leste Europeu. Consciente das dificuldades de reversão do panorama, ele aposta no diálogo.

Quando pensamos no país que queremos ser, sempre miramos ao rico império do norte, pois. Hoje este através de seu presidente, o primeiro egro no continente novo, ameaça o país africano com sanções. Obviamente não tão duras quanto as que duram vários décadas a Cuba. Nos faz pensar então que ser homossexual é algo pior que ser socialista.

Hoje apenas 17 países permitem o matrimonio igualitário. Dois penalizam com a morte o ato homossexual. Trinta e sete punem um homossexual por apenas o ser-lo com prisão perpétua. E o Brasil mata 338 pessoas em crimes e motivação única e exclusivamente homofóbica e temos uma proposta de criminalizar a HETEROFOBIA.

Está na hora do Brasil decidir de que lado do muro ficará... Do lado dos aliados europeus, sulamericanos que aprovaram o matrimonio igualitário. Ou do reacionalismo e fundamentalismo árabe, americano, africano e russo. 

Cidadãos que inda pagam impostos até na comida que compram a diário, façam de suas vidas um ato responsável. Pois se o IBGE afirma que 12,78% da população é homossexual, o próximo a perder a vida poderá estar no seu âmbito familiar. Criminalizar a homofobia e reconhecer um direito constitucional de quem não recebe descontos e impostos por ter menos direitos que os demais cidadão é o mínimo que pode fazer a primeira mulher eleita presidente no país.

Dilma, que vergonha!

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