quarta-feira, maio 06, 2009

"Quem não se comunica, se trumbica!"

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista



Não, não estou aqui para confundir, muito menos para explicar, somente para difundir. Como afirmava o "recém finado" a três décadas, Chacrinha. Digo recém pois o que de novo há na televisão tupiniquins? E remetendo-me a outra filosofia "Chacriniana" cito: "Na televisão, nada se cria, tudo se copia". Ou se auto-copia!

Ao sábado, 2 de maio, começaram as "estréias" da tão falada nova grade do Sistema Brasileiro de Televisão. Em verdade mais re-estréias que qualquer outra coisa. “Pesadelos e Paisagens” nas madrugadas da emissora, fazem parte do que o SBT chama de "temporada de estréias" em sua programação. Os realities Astros e Supernanny ganham novas temporadas, estréiam as séries da Warner, Um Toque de Vida e O Exterminador do Futuro e as da Disney Cory na Casa Branca e Kyle XY, além das temporadas inéditas de As Visões de Raven e Ugly Betty. E a bomba vem logo a seguir... Os programas que o SBT aposta com mais veemência em que irão recuperar o perfil popular da emissora: Show da Gente, com Netinho de Paula; o novo Casos de Família, com Christina Rocha e a volta do Programa do Ratinho.

Nesta panela de gato tem de tudo rajados, malhados, brancos, negros e escaldados. Se Netinho fazendo o qualquer coisa "da Gente", Cristina Rocha que volta e maia é novamente relançada pelo patrão podem ser uma novidade. Ponhamos Ratinho fazendo muito mais do mesmo, afinal êxito sempre teve, exceto quando tentaram lo desratizar como vulgo "Carlos Massa" e o enfadonho "Jornal da Massa". Assim deve ter pensado seu Sílvio nesse mar em polvorosa que naufraga seu canal.

Quem acompanhou a mídia por esta semana pode observar todo o alarde feito pela emissora do "Baú da Felicidade" para tentar voltar a ter momentos felizes. Festas de gala para o lançamento de sua "nova" programação na Pachá. Entrevistas coletivas e etc. Uma que me atentou foi a de Ratinho, especialmente quando proferiu a seguinte frase: "Fizemos uma pesquisa que deu o seguinte: eles [os telespectadores] querem um Ratinho alegre, fazendo polêmica, dando notícia e falando menos palavrão", disse o apresentador em coletiva veiculada por muitos meios.

Pasmem que após a estréia o que se viu foi praticamente uma reprise de seus extintos tanto na Record e SBT. O escafandro bestial da mídia dá novamente seu tom. O pior é a repercussão perante ao público que realmente parecem algum tipo de verme que assimilam qualquer tipo de regurgito vinculado pela TV.

Assusta-me não mais que a existência de seus fracos e torpes concorrentes no horário, os novos vespertinos do Complexo Anhangüera. Os índices gritam por si só, o sensacionalista Datena agora tem concorrentes a baixura:

Datena, que chega a ficar em segundo lugar no Ibope, na Band, foi para a quarta posição, ontem, com a estréia de Ratinho, no SBT. Na prévia, Ratinho, que dobrou a audiência do horário, teve 8 pontos, com picos de 10, contra 5 de Datena e 6 do "SP Record". A estréia do "Casos de Família", de Christina Rocha, também ficou em segundo, com média de 9 e picos de 11. - Coluna Zapping do Jornal Agora/Folha.

O pandemônio das auto cópias surtiram efeito para dobram ou mais os índices da semana anterior. Pensar-se que ou a falta de criatividade é a motriz energética da TV brasileira hoje não seria um imenso chavão, ou seria cruel demasiado para com nossos trabalhadores dos meios de comunicação? Já diria o mestre para outro ainda vivo esteja onde estiver "Quem não se comunica, se trumbica!". Seu Sílvio com as poucas armas que resta segundo a teoria da comunicação seguiu a risca o jargão "Chacriniano" e o povo respondeu.



Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

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