quarta-feira, abril 22, 2009

Pára o mundo!

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

Parem o mundo que eu quero descer, já disse em uma canção nossa estrela maior do rock nacional não fugaz, Rita Lee. Pare o mundo que eu quero descer dirão os RoboGlobóticos que compõe até hoje a massa bucéfala de seguidores da Vênus Platinada ao lerem essa nota dada por Fabíola Reipert da Coluna Zapping, Jornal Agora: "Há preocupação na Globo com a queda de audiência do "Fantástico". A média de 20 pontos, neste domingo, uma das mais baixas, gerou comentários internos".

De minha parte vejo como extremamente salutar de antemão que o termo fantástico que dá nome ao dominical mais molesta e sem graça da atualidade esteja citado entre parênteses, pois de fantástico mantém apenas o título. Em meio a esta crise de criatividade e qualidade que a emissora carioca vem demonstrando nas ultimas 2 décadas infelizmente e apenas agora vem se mostrando em número palpáveis e irrefutáveis em seu desempenho no IBOPE.

Outra mostra da atual fragilidade do canal se mostra também através da coluna Outro Canal publicada nesta terça-feira na Folha. Onde informa que o Video Show, tradicional revista eletrônica corporativa passará a usar o serviço casa de "Paparazzis" e deixará de falar apenas de artistas Globais:

"No entanto, a Globo não aceitará material não-autorizado. Assim a emissora só passará imagens que tenham pessoas famosas de outras áreas, como cantores e modelos. A partir de segunda-feira, o programa será ao vivo e deixará de falar apenas de artistas da Globo."

Casos e há casos

Pensemos que se já temos uma imprensa sobre mídia de entretenimento demasiadamente inescrupulosa, e até então neste seguimento a rede dos Marinho sempre fora ética, claro por falar apenas corporativamente de seus artistas. O que para alguns tolos seria um sinal de mais transparência da emissora a mim vem como um grande perigo futuro. A óbvia estratégia de tratar qualquer porcaria vinculada na emissora como um manjar dos deuses e jamais falar de artistas que não os da casa, tem como objetivo menosprezar e desvalorizar o restante do mercado.

Me vem um exemplo de como abordaria o novo Video Show este tema dado em nota pela Coluna Ooops e vinculada na Folha On-line: "De acordo com informações da coluna, os fotógrafos perseguem a menina em sua cidade natal, no interior de São Paulo. Por conta disso, a família da apresentadora mirim precisou alterar hábitos e até mesmo adaptar a ida da menina à escola. A instituição precisou, inclusive, criar uma entrada secreta para a estudante famosa."

Será que a Rede Globo falaria da menina prodígio que desbanca a "Rainha Xuxa" a meses nas manhas de sábado. Ou se falaria sobre a festa de lançamento da nova novela da Record em meio a esse processo de guerra santa entre as duas emissoras. O jornalismo Global sempre teve problemas em retratar a realidade sem parcialidade, seria um marco histórico para o país se eu queimasse minha língua e que a linha tendencial dela mudasse para uma verdadeira linha editorial.

Pára o mundo ou para o mundo

Penso se casos que a Record repercutiu como o das saídas de Rômulo Arantes Neto com travestis ou de Fábio Assumpção e seu afastamento da novela devido ao uso de drogas. Aqui na Argentina as duas maiores emissoras TELEFE com o programa "Zapping" e o canal TRECE "Televisión Registrada", onde quase 50% das notas são sobre atracões e artistas de sua principal concorrente, algo que me assustou e me fez pensar porque no Brasil não poderia ser assim.

O que ocorre é que apesar de rivais TELEFE e o canal TRECE tem uma massa crítica como telespectador que questionaria com muito barulho e rechaço uma postura a la Rede Globo, de ignorar outros artistas de importância histórica cultural do país por apenas nao estar em determinada emissora. No Brasil ainda vivemos os paradóxis e paradigmas da ditadura Global. Ouseja, estas na Globo sois excelente se nao estás sois uma porcaria ou nao sois nada. A medida que os monopólios se desfaçam as liberdades e a ética dos meios tendem a crescer. Se assim não passar a ser por favor "Para o mundo que eu quero descer!". Ou mude o mundo para que mais gente possa subir.


Por Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


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