O novo prefeito da capital paulista decretou: A Cracolândia acabou!", embora durante a madrugada do dia 22/05, usuários que antes habitavam a chamada região da Cracolândia no centro-histórico paulista foram dispersados por uma ação que abarcou quase 1000 operativos da PM e se concentraram dentro de um posto de combustível e foi espalhando o caos pela região central da cidade. Eles invadiram o estabelecimento quando o posto ainda estava aberto. O comércio fica na Avenida Rio Branco, a duas quadras do antigo ponto de concentração. Padarias e bancas de revistas na região também sofreram saques e atos de vandalismo.
Enquanto ocorria a dispersão no domingo, alguns usuários de drogas deixaram rastros de destruição ao depredar e roubar automóveis. Um grupo entrou em uma padaria na Alameda Barão de Limeira e depois roubou uma banca de jornais. Carros também foram destruídos. As investidas para desmontar a Cracolândia, em diferentes governos, foram em vão até agora. A Operação Tolerância Zero, comandada pelo então governador Mário Covas (PSDB), em 1997, foi a primeira grande ação policial a prender usuários. O resultado não foi nada auspicioso: a Cracolândia apenas se deslocou de algumas quadras para outras, na mesma região central.
Nesta terça para completar o despautério inacreditável e a desumanidade da gestão João Doria, ao permitir que máquinas derrubassem casas, com moradores dentro, dormindo, na já tão midiatizada cracolândia. Na avaliação do Conselho Federal de Psicologia, as novas ações usam abordagens "inadequadas e ineficientes". O programa de Haddad tinha orçamento anual de R$ 12 milhões e gasto de R$ 1.320 por mês por usuário. O de Dória não tem os custos informados. Já o de Alckmin, que prevê internações compulsórias, custa R$ 80 milhões por ano e R$ 1.350 por usuário por mês.
Nesta terça para completar o despautério inacreditável e a desumanidade da gestão João Doria, ao permitir que máquinas derrubassem casas, com moradores dentro, dormindo, na já tão midiatizada cracolândia. Na avaliação do Conselho Federal de Psicologia, as novas ações usam abordagens "inadequadas e ineficientes". O programa de Haddad tinha orçamento anual de R$ 12 milhões e gasto de R$ 1.320 por mês por usuário. O de Dória não tem os custos informados. Já o de Alckmin, que prevê internações compulsórias, custa R$ 80 milhões por ano e R$ 1.350 por usuário por mês.
A recente ação foi responsável pelo fechamento de uma das pensões que funcionavam na região com um muro. Outro muro que fechava a entrada de um terreno foi demolido. A administração municipal diz que outros edifícios serão demolidos para a reurbanização da área. Similares as operações realizadas no passado o ato intransigente do governo Alckmin gera polêmica nas redes sociais. Desde defesas calorosas de que há que se destruir a Cracolândia a quem veja a ineficacia do ato e o rotulam de higienista e inocuo.
Um comentário no portal G1 ironizou a ação: "... Pensei que haviam sido desintegrados, parecia tão fácil a solução deste problema nas palavras do Prefeito Prodígio! Talvez por ignorar a sua complexidade com uma simploriedade Bolsonariana..." - instigou o usuário que assinou apenas como Rodrigo. Já Danilo Moreira comemorou: "Espero que o Dória consiga mudar essa situação. Ao menos, ele está tentando fazer o que ninguém nunca se mobilizou pra fazer."
Em nota assinada junto com o Conselho de Psicologia do estado de São Paulo, a entidade faz duras críticas à mudança nas ações voltadas para dependentes químicos. A ação afronta os 30 anos de história da luta antimanicomial no Brasil, recém-celebrados em 18 de maio, e os princípios internacionais dos direitos humanos. A violência policial ostensiva foi o expediente utilizado para promover a remoção e a internação forçadas da população em situação de rua que habitava a área do centro de são Paulo conhecida por "Cracolândia"
Em nota assinada junto com o Conselho de Psicologia do estado de São Paulo, a entidade faz duras críticas à mudança nas ações voltadas para dependentes químicos. A ação afronta os 30 anos de história da luta antimanicomial no Brasil, recém-celebrados em 18 de maio, e os princípios internacionais dos direitos humanos. A violência policial ostensiva foi o expediente utilizado para promover a remoção e a internação forçadas da população em situação de rua que habitava a área do centro de são Paulo conhecida por "Cracolândia"
Estudiosos da área da saúde afirmam que a Cracolândia ganhou status de “nação independente”, ou seja, se “consolidou”, em meados dos anos 90, entre as gestões de Paulo Maluf (1993-96) e Celso Pitta (1997-2000) passando de problema de segurança ao de saúde pública. Em meados dos anos 2000 começou o “uso descarado” do crack na região. A definição da assistente social Neide de Almeida Nunes, que trabalha na Luz desde 1988, nada mais quer dizer que o uso público da droga passou a ser tolerado.
Os especialistas são unânimes ao criticar a falta de continuidade na implantação de políticas públicas de prevenção e tratamento para usuários de crack. É verdade. Mas a discussão vai muito além da busca de culpados. E há um agravante: além de ser uma questão de saúde pública, o combate ao crack é, também, e acima de tudo, uma questão de segurança pública. Não haverá sucesso sem sufocar o tráfico de drogas.
Nos Estados Unidos, além de desmantelar o esquema dos traficantes, as autoridades criaram tribunais especializados em delitos relacionados ao uso de drogas. O governo americano não conseguiu acabar com o consumo do crack, mas o uso despencou de 337 000 pessoas, em 2002, para 83 000 em 2011. Em São Paulo, a polícia – em uma ação “desastrada” ou não – conseguiu ao menos desmontar o cenário dos traficantes. O primeiro de muitos passos que a sociedade espera serem dados em busca de triunfo na batalha contra esse flagelo.
A concentração dos “crackeiros” foi um processo natural, uma vez que o alto grau de dependência da droga exige um local onde o poder público não está presente. “As zonas abandonadas foram escolhidas por viciados em todas as cidades do mundo onde há crack”, afirma o psiquiatra e professor da Unifesp Marcelo Ribeiro. O surgimento de uma área de uso do crack em São Paulo é o desdobramento mais recente de um longo processo de deterioração do Centro da cidade, iniciado ainda na década de 1950.
De acordo com o estudo “Circuitos de uso de crack na região central da cidade de São Paulo”, da psicóloga Luciane Raupp e do cientista social Rubens Adorno, a procura pelo crack na região da Luz se intensificou em 1991 e alcançou grandes dimensões em 93. O estudo, apresentado na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (US), mostra que a prevalência do crack cresceu de 5,2%, em 89, para 65,1% entre 95 e 97. A droga passou a ser a mais consumida nesta região da cidade.
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