O Vaticano não comentou o pedido do premiê, mas confirmou que o Papa Francisco teve uma conversa "cordial" durante 36 minutos com o mandatário canadense, e que o diálogo "focou em temas de integração e reconciliação, além de liberdade religiosa e questões éticas". A Comissão da Verdade e Reconciliação do Canadá qualifica o ocorrido como "genocídio cultural" e recomenda que a Igreja Católica faça o pedido formal de desculpas por sua parcela de culpa na direção das escolas.
Mas de seis mil crianças e adolescentes morreram nessas escolas. Muitos sofreram abusos emocionais, físicos e sexuais, segundo um comunicado divulgado em 2015 pela Comissão da Verdade e Reconciliação do Canadá (CTR, na sigla em inglês), que entrevistou mais de sete mil pessoas sobre o dia a dia nas instituições.
Segundo o documento, as medidas eram parte de uma estratégia para incorporar os povos indígenas à sociedade canadense contra sua vontade. E acrescenta que "o governo do Canadá aplicou esta política de genocídio cultural porque desejava se afastar das obrigações legais e financeiras com os povos indígenas e obter o controle sobre suas terras e recursos".
Uma das vítimas com sobrevida afirmou ser "muito degradante, humilhante, porque estava num dormitório com 40 meninos." e ainda relembra com dor: "Choro até hoje quando penso nisso. Mas a dor maior foi estar separado dos meus pais, primos e tios", disse Joseph Maud à BBC, em 2015, ao lembrar a traumática experiência vivida na década de 1960. Ele foi um dos 150 mil meninos indígenas que, entre 1840 e 1996, o governo do Canadá separou à força de suas famílias e enviou a internatos gerenciados pela Igreja Católica.
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