Ressalvando e clarificando que sou avesso a esta visão imperialista de mundo que 95% dos latinos tem e que me parecem sociopáticas de que: EUA é um lugar perfeito e se deve fazer de um tudo para entrar lá, mesmo que ilegal. Como fez a personagem Sol de "América"(Glória Pérez), vamos abordar algumas cousas que a nossa mídia também vassala e capacho do imperialismo não fala, hora por conveniencia, hora por cabacismo congênito.
Nos Estados Unidos a política de imigração, justificada sob o argumento de segurança nacional, perpetua um sistema de exclusão racial e social que tem raízes históricas profundas. As operações do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) não visam apenas imigrantes "criminosos", como a retórica oficial sugere, mas sim grupos específicos, particularmente latino-americanos e ameríndios, numa estratégia que remete a práticas eugenistas e classistas. A narrativa da criminalização da imigração mascara uma ideologia de segregação, que, embora adaptada às circunstâncias contemporâneas, mantém os princípios de uma sociedade estruturada para favorecer determinados grupos raciais e econômicos.
Em se fazer menção à eugenia ariana na parte inicial deste artigo, o faço por ser pertinente, pois os Estados Unidos já implementaram políticas migratórias seletivas para "melhorar" a composição racial da população. Até o início do século XX, imigrantes europeus eram favorecidos, enquanto asiáticos, latino-americanos e africanos eram restringidos. No contexto atual, essa lógica se mantém: a xenofobia institucionalizada contra imigrantes sul-americanos não é apenas um reflexo do discurso de segurança, mas sim uma continuação da prática de excluir racial e economicamente aqueles que não se encaixam no modelo idealizado de nação.
A "sociocultura do trabalho", muitas vezes evocada para justificar políticas anti-imigração, sustenta a contradição essencial desse sistema: os imigrantes são fundamentais para a economia, mas são mantidos num estado de vulnerabilidade permanente. Essa lógica, combinada com a "teologia da prosperidade", transforma a mobilidade social num privilégio exclusivo de determinados grupos, ao invés de um direito universal.
Consta à Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) de 1948, esta que estabelece princípios fundamentais, como o direito à liberdade, à igualdade e ao devido processo legal. Contudo, relatos de detenções arbitrárias demonstram como esses direitos são sistematicamente negados a imigrantes. Prisões sem mandado, como denunciadas pelo prefeito de Newark, e a deportação de indivíduos com processos de legalização em andamento, como a mulher venezuelana citada, ferem diretamente o direito à justiça e à dignidade humana (Artigos 9 e 10 da DUDH).
A criminalização da imigração não é apenas uma política de Estado, mas um projeto ideológico. Assim como no passado a exclusão racial foi disfarçada de "ciência eugenista", hoje ela aparece sob a forma de discursos de segurança e meritocracia econômica.
O comentário inicial sugere que o nazismo e o classismo não desapareceram, mas foram diluídos e adaptados a novas narrativas. O racismo biológico deu lugar a um racismo estrutural, onde a cor da pele e a origem determinam o grau de acesso a direitos e oportunidades. Da mesma forma, o classismo moderno naturaliza a exploração da mão de obra imigrante, enquanto mantém essas populações em constante estado de insegurança.
A teologia da prosperidade como arma protofascista
Esta que associa riqueza à virtude moral, reforça uma estrutura, em que sugere que a pobreza dos imigrantes é uma consequência da sua "falta de mérito", ignorando os sistemas de opressão que os colocam nessa posição. Assim, a perseguição aos imigrantes não é apenas uma questão de política migratória, mas um reflexo de um sistema de exclusão racial e econômica que persiste desde o colonialismo.
A política de imigração dos EUA não pode ser dissociada de sua história de exclusão racial. O discurso oficial de segurança pública esconde uma agenda mais profunda, que visa manter um modelo de sociedade onde determinados grupos permanecem marginalizados. Se no passado a eugenia buscava "purificar" a população, hoje a perseguição a imigrantes sul-americanos cumpre um papel semelhante, garantindo que o poder continue concentrado nas mesmas elites de sempre.
Diante disso, a comunidade internacional e os defensores dos direitos humanos precisam desmascarar essa política e exigir que os Estados Unidos cumpram os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Caso contrário, a perseguição aos imigrantes continuará sendo uma versão contemporânea da velha lógica de exclusão racial e econômica que marcou o século XX.
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