E não é que o "melhor do que tá, não fica" virou profecia autorrealizável? Tiririca caiu do trapézio eleitoral e, no meio da confusão, levou junto parte da trupe do PL. O circo perdeu um palhaço, mas a plateia segue cheia de otários que ainda insistem que "só a esquerda é corrupta".
Olho o Circo Pegando Fogo
Enquanto Carla Zambelli tentava fazer cosplay de Jason Bourne armada num shopping, a ala mais fervorosa da direita continuava batendo no peito para dizer que corrupção no PL "não existe". Sim, amigos, a turma que acreditava piamente que as rachadinhas eram fake news, os imóveis pagos em dinheiro vivo eram apenas coincidência e que os cheques na conta da ex-primeira-dama eram empréstimos entre amigos, agora vê seus representantes caindo um a um — mas, claro, tudo é culpa do STF, da ONU, do 5G e, se duvidar, até do Papa Francisco.
A Direita Brasileira e o Manual do Autoengano
Deixando claro que CONSIDERO OS GOVERNOS PETISTAS DE DIREITA, NEOLIBERAIS E DE CUNHO STALINISTA, desejo por pimento no orifício alheio. O roteiro é sempre o mesmo: Deputado de direita é cassado. Os apoiadores fingem que não viram e mudam de assunto. Se insistirem no assunto, jogam a culpa no comunismo, na mídia ou em conspirações internacionais. Se nada disso colar, dizem que “não era de direita de verdade”.
Agora, com Tiririca fora do Congresso, a pergunta que não quer calar: será que o ex-humorista também será acusado de ser um agente infiltrado da esquerda globalista? Porque, convenhamos, o critério para definir quem é "de direita de verdade" no Brasil muda conforme a conveniência. Rachadinhas? Perdão divino. Caixa 2? Esquecimento seletivo. Cassação? Justiça sendo injusta.
Rindo de Nervoso
No fim das contas, a direita brasileira parece um cachorro tentando correr atrás do próprio rabo, sempre em busca de uma explicação mirabolante para o óbvio: corrupção na política não tem ideologia, tem oportunistas. Mas, claro, para os fanáticos, se um político de direita rouba, é tudo armação; se for de esquerda, é o fim da civilização ocidental.
Se fosse possível resumir esse momento da política brasileira em um espetáculo circense, Tiririca teria saído do Congresso, mas o show de autoengano da direita continuaria em cartaz, com lotação esgotada e sessão extra.
No Brasil, o problema nunca foi corrupção, mas sim quem está cometendo ela. E, no meio dessa palhaçada toda, quem ainda acredita que a "direita é pura" continua fazendo o papel de bobo da corte.
Se fosse pra definir a política brasileira numa frase, seria algo entre um bordão do Tiririca e um provérbio de boteco: “Pior que tá, não fica”... mas fica sim, e sempre dá pra piorar.”
Nosso protagonista desta tragicomédia nacional entrou na política como um palhaço e saiu como um profeta — mesmo sem perceber. Ele chegou ao Congresso montado no voto de protesto, aquele velho truque do eleitor que acha que não pode mudar nada e, pra provar isso, decide piorar tudo. A lógica? "Se é pra me ferrar, pelo menos eu dou risada." E deu. Só que agora o riso virou careta e o protesto saiu pela culatra.
Tiririca dizia que a política era coisa séria, mas o Brasil é um país onde quanto mais sério o problema, mais cômica é a solução. Enquanto isso, do lado de fora do picadeiro, os eleitores seguem trocando seus votos por bordões vazios, acreditando que um microfone e uma peruca colorida resolvem um país com PIB em queda e democracia em risco.
Agora que o espetáculo chegou ao fim, a pergunta que fica é: o público aprendeu alguma coisa ou já tá na fila do ingresso pro próximo palhaço?
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