Fernando Schweitzer, Florianópolis - Actor, Director Teatral, Cantante, Escritor e Jornalista
Crise, outra crise, e... outra... E quando menos se espera aí vem mais crise. O sistema capitalista é assim e o Brasil como país de sistema neoliberal não escapa da regra. Algumas crises são mais rápidas outras de tão fulminante deixam sequelas.
O centro de Florianópolis sofreu vários golpes históricos, a cada um sofrendo um deterioramento gradual. Mas a partir de 2003, o turismo teve importante baixa no que tanja a estrangeiros em sua demanda. Um reflexo tardio da crise argentina de 2001 e 2002. Os outros latinos também foram buscando alternativas a super-valorização artificial do real.
A medida que o turismo se enfraquecia outro baque viria a sofrer o centro de Desterro. A polêmica inauguração do sistema integrado de transporte e o Ticen. Esses dois fatores trouxeram a bancarrota de sopetão a quase metade do centro da cidade.
Lojas, bares, lanchonetes, quiosques, casas noturnas, hotéis, cyber cafés, todos se viram a mingua pela súbita ausência de clientela. O movimento natural ao redor do Cidade de Florianópolis, antigo terminal de transporte de linhas municipais se extinguiu. Também o transito entre terminais, que existia pois as pessoas que vinham da grande Florianópolis, desembarcavam no antigo terminal próximo a rodoviário, este que virou estacionamento.
Hoje por desventuras de um encontro lembrei dos tempos em que se tinha o que fazer no centro da cidade até altas horas. As aglomerações no calçadão da João Pinto que tomavam uma quadra inteira as quartas e sextas. As baladas que as seguiam como o pós da galera da João Pinto e que eram diárias. Galilleus, Tulipas Bar, Casarão, Plaza... Todos fecharam.
Bem, o centro da cidade hoje praticamente deixa de existir as 19:00h. A insegurança, a falta de opções, são uma constante no centro da cidade. Nem as tais câmeras da polícia em alguns pontos garante o sossego dos que resistem e frequentam os poucos pontos vivos da atualidade no centro de Florianópolis.
Mas para aqueles que não tem medo de escuro, pois a iluminação no centro é feita com lâmpadas de baixa potência eu posso sugerir um roteiro quase vintage pelo centro. Além de bucólico sai barato.
Encontrar um bom corpo, digo pessoa suculenta, digo... Enfim... Usar um dos hotéis antigos como motel por R$ 20,00 a hora. Jantar nos restaurantes ou do supermercado ou na lanchonete do china, próximo ao terminal Cidade de Florianópolis. Ainda algumas lanchonetes vão até as 21:00h. Se você for da boémia, a Travessa Raticlif você encontrará duas boas opções, com um público cult. O Bar do Noel, onde servem inclusive Dobradinha com cachaça artesanal de lambuja e uma resto-bar Pizzaria Itália, com pizzas e petiscos.
Eu fiquei só na cervejinha, já havia jantado na opção "restaurante do mercado". Após o sexo tenho muita fome. Um povo bastante interessante frequenta o famigerado beco... Assim muitos denominam a travessa entre a João Pinto e Tiradentes. Remanescentes da boémia de Desterro? Seremos talvez.
Fernando Schweitzer, Florianópolis - Actor, Director Teatral, Cantante, Escritor e Jornalista
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