Fernando Schweitzer, Buenos Aires/Arg - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista
Florianópolis viveu nesta sexta-feira um dia atípico, a passagem relâmpago da ex-senadora e presidenciável Marina Silva causou friçom no centro de Florianópolis e na feira do livro, que ocorre no Largo da Alfândega. Em uma breve e efusiva caminhada Marina e voluntário da Rede Sustentabilidade, projeto que busca a firma de mais de 500 mil pessoas no país para se consolidar como um novo partido de sustentação a políticos voltados as causas do desenvolvimento sustentável.
Ao fim da caminhada Marina Silva concedeu entrevista coletiva na Associação Catarinense de Imprensa (ACI). Na ocasião o Blog Sincerando, não se intimidou e se infiltrou na coletiva de imprensa dada ao fim da tarde para trazer a luz temas fora da agenda setting, tanto da mídia quanto de Marina. Na coletiva estiveram presentes vários veículos de imprensa e também apareceu de sorpresa no recinto o senador Cassildo Maldaner, que assinou a lista em prol da criação da Rede Sustentabilidade.
A coletiva durou cerca de 40 minutos, onde inicialmente a ex-senadora apresentou alguns dos pontos e motivos para a criação de mais um partido no Brasil. Segundo ela "o importnte não é criar novos partidos, mas sim, um partido novo" que possua uma nova visão de como enfrentar os problemas do país.
Para aproveitar a ocasião e sair das perguntas de praxe buscamos questionar Marina Silva sobre temas que saem da sua zona de conforto e de seu discurso habitual.
Sincerando: Com uma possível Marina presidenta, o Brasil será ou não 4º país do continente a ter o Matrimonio Igualitário?
Marina Silva: Dentro da Rede nós temos um posicionamento... Nós ainda não temos um programa. Temos várias proposta dentro das várias forças, várias corrente que participam. Agora o que existe já como um consenso a o estabelecimento pleno dos direitos civis. Defendemos o estado laico e igualitário, achamos que o estado laico deve ser plena. Obviamente compreendemos que o estado laico que defende o direito dos que não tenham uma crença, o mesmo que defende aos que têm. Mas onde devemos actuar é para defender os direitos civis das pessoas como um todo.
Este tema ainda não foi discutido no âmbito da Rede, mas enquanto direitos civis não aceitamos em absoluto nenhum tipo de discriminação a quem quer que seja.
Sincerando: O Brasil hoje recebe um destaque em nível mundial, como 6ª economia do mundo, stá entrando em um processo de inversão. Antes os brasileiros migravam a muitos países que possuem políticas migratórias antigas e consolidadas e não receptivas a brasileiros e sul americanos. Hoje o Brasil devido principalmente a crise europeia passa a receber muitos estrangeiros. Qual seria sua proposta de política sustentável para a recepção desses novos imigrantes no país?
Marina Silva: Essa questão, ela é muito relevante. Nós temos que focar primeiramente em quais são os problemas que ocasionam essa migração. Nós temos a chegada de pessoas do Haiti por exemplo devido a graves problemas ambientais. A idéia do refúgio sempre foi para aquelas pessoas que sofriam perseguições políticas ou étnicas, agora ela também está sendo considerada para desastres naturais, bem como os causados por seres humanos, no caso também para além, dos problemas económicos. Eu acho que a política de solidariedade com os países não pode ser mais aquela de ir para a África ou qualquer lugar do mundo para levar alguma migalha de apoio e se aproveitar para levar seus empreendimentos e explorar países em situação difícil.
Sincerando: Como o Brasil deve agir no cenário internacional? Como um Estados Unidos latino?
Marina Silva: Não, deve ser o de uma cooperação solidária no sentido de internalizar as oportunidades nestes países de origem para que se possibilite uma melhora em sua qualidade de vida, assim ajudando-os para que estes não necessitem mais emigrar de seus países nativos. Os problemas ambientais não têm fronteira, os problemas económicos também não têm fronteiras. E é preciso que se crie uma política de solidariedade para dar resposta a esses problemas. Também se criar uma política de intercâmbio com países europeus de transferência de tecnologias e não somente de problemas e pessoas para cá. Deve haver um protocolo de cooperação científica para que o conhecimento seja internalizado nestes países. Por que não adianta pensarmos que podemos nos fechar numa bolha.
Sincerando: Qual o exemplo a seguir?
Marina Silva: A França mostra que isso não é verdade, com uma política muito avançada mesmo teno uma grande demanda migratória, e logo logo nós estaremos sofrendo com o mesmo tipo de problema. Lá existe uma política migratória de muitos anos e nós aqui não estamos preparados para adequadamente para isso. Mas podemos dar um salto, ao invés de nos preparamos apenas para receber ou não aqueles que nos procuram, podemos nos antecipar ajudando a aqueles que nos buscam como alternativa de sobrevivência. Como no caso da Bolívia por exemplo, é o de buscar uma real integração com esses país vizinhos e de culturas tão próximas a nossa, mas que deixamos a margem principalmente em nível cultural e social. Necessitamos ter um intercâmbio que vá além dos interesses económicos.
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