Fernando Schweitzer, Florianópolis/SC - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista
Ontém planejei, ou melhor, tentei começar a planejar minhas férias, cansado do ônibus que me leva para a faculdade e leva quase uma hora pra passar caso o perca. Não suportando mais a crítica a meu ser por não ser um sócio normativo, feita por cada ser vivente desta selva de concreto. Defini que iria para o campo. Obviamente, não o de futebol.
Então arrumei a mala, até aí tudo bem. Comecei a preparar minha pequena necesarie. Escova de tente, pasta, pente, fio dental(para higiene bucal), filtro... Cadê meu filtro solar do verão de 2003? Manheeeeeeeeeeeeeeeeeeee! Como bom pródigo de classe média pobre que não fez nem ADM, tampouco medicina, mora com minha mãe.
Tenho então meu primeiro grande dilema, o filtro. A última vez que usei filtro solar fora em 2003, quando parentes que me visitaram em Floripa me obrigaram a acompanhá-los à praia. Após minha mãe me trazer o filtro, comecei a chorar, porque lembrei que não era filtro com repelente o que havia comprado em 1999.
Quase ao ponto de desistir da minha grande aventura, o telefone toca. Era mais uma entrevista de emprego da qual sei que perderei 6 dias de vida no processo de seleção, e não ganharei um tostão. Desligo e me ligam de um telemarketing para desejarem minha morte, Diogo, para vender-me um seguro de vida. Porra, já vou pra selva, cruzarei a BR 101 dentre outras tão perigosas quanto, e me surge esse prenúncio dos deuses...
Então resolvi comprar uma espingarda para caso algum animal cruze meu caminho, seja ele um falante de português ou não. A inspiração foram os argumentos de venda da ligação. Então quase pronto para a viagem, na tevê dizem que caiu uma barreira na BR... Com esse prenúncio cabal decidi: Não viajarei mais.
Toca o telefone... Penso em não atender... Atendo! Era a produção da Record me convidando para integrar a Fazenda 4. Me disseram que depois de na 3ª edição terem um Judas, iam me pegar pra Cristo.
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