CONTO: Ah, bueno - Seis Anos na Cidade da Fúria (Episódio - 1)
Todo bom conto tem início, meio, mas jamais um fim e este segue em curso ainda. As desventuras sexo-românticas do senhor A, assim lhe iremos aqui chamar, e de mesma maneira codificaremos os demais seres por medida de segurança jurídica e econômica.
Por impressionante que possa, o senhor A perdeu sua virgindade aos 18 anos com um desconhecido. Mas nossa epopeia libídica começa pouco depois de 12/12/2008, a exatos 9 anos, 6 meses e 18 dias atrás. O senhor A chega após 35 horas de exaustiva viagem rodoviária ao formigueiro humano chamado de Terminal de Retiro, epicentro antigo da cidade da fúria, Buenos Aires. Atualmente por ali passam ao dia cerca de 40 mil pessoas.
Quem ao olhar para um formigueiro enxerga os detalhes de uma formiga? Nem mesmo se ela carrega um violão, uma mochila e uma grande mala. Um cyber para se localizar, ligar para a residência de estudantes e... Nada! A tal não atende as ligações e o site sumiu da rede. Neste instante uma amiga do anterior curso conecta-se, oferece hospedagem e dias após finalmente acharia sua morada na gigante portenha. Sarmiento, 4337. Que lugar! Que recepcionista. O formoso mister M, tinha os melhores glúteos que A tinha visto a muito tempo. Cortês lhe apresentou a casa: cozinha, sala de TV e quartos. Estava decidido! Bom preço, boa localização, bom estado de conservação e uma boa retaguarda para descansar a vista hora ou outra.
Mas o primeiro alvo na nova cidade era hétero demais, não que isto sempre seja um problema. Eis que ao fazer a mudança conhece seus colegas de habitação J e F. Um marica o outro menos, pensou. Mas não o atraiam. Um virou amigo inseparável o outro não. Um era mais adepto ao sexo que o outro... Enfim, cenas coadjuvantes dos próximos episódios. Outros elementos aos poucos chegarão aos quartos vizinhos, isto será detalhado em breve também.
Eis que em suas andanças pela cidade, a título de mero reconhecimento A conheceria Sitges, danceteria muito movimentado da capital. O trajeto entre a Calle Sarmiento e Avenida Córdoba, foi feita infinitas vezes e por trocentos motivos posteriormente, mas neste dia foi diferente. Uma quarta feira de verão, um grito. Um belo rapaz com sotaque brasileiro gritara seu nome insistentemente. Como? Se perguntaria até olhar para trás e ver que se tratava de mister R.
Quem era? De onde A conhecia tão bela figura? Isto nos remete a muitos anos atrás na cidade de Florianópolis. No mais antigo Shopping da cidade A passava a frente de uma determinada loja e admirava mister R, ainda sem conhecê-lo e sequer saber seu nome. Tempos depois seu trabalho nas ruas faria com que tivessem seu primeiro contato, surgira uma quase amizade superficial.
Mas na cidade da fúria tudo é intenso, acre, forte, vulcânico. Do grito uma longa conversa, da longa conversa uma cerveja. Zaz! Laços estreitaram-se. Encontros outros e um belo dia no charmoso e quase sempre aberto Duncan, alguns elogios geraram uma proposta.
R não acreditou muito nos primeiros 10 segundos. Logo tentou se certificar que havia entendido. O senhor A lhe perguntará o que necessitaria fazer para possuí-lo na cama. R sorriu nervoso e depois de muita reticência deu o lance. 140! Sim 140 pesos, o que equivaliam à época 45 reais aproximadamente.
Algumas quadras dali em um "telo", termo local para motéis, que por lá existem aos montes ao contrário do Brasil se pode entrar a pé os jovens A e R em uma ducha de motel se conjuraram carnalmente. Após a transa casual não se encontraram por meses nesta grande cidade. Mas este foi o corpo número um de uma grande saga do senhor A na cidade da fúria.
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