Por Nando Schweitzer -
É Natal e Chambón precisa de dinheiro. Seu Lino lhe oferece um salário extra, se ele escrever uma história comovente, simpática e terna. Chambón não consegue escrever mesmo com várias tentativas. Ao sair do jornal, um ancião quer lhe vender um exemplar de "La Chicharra" e Chambón decide comprar para ajudar o sujeito. Na última tentativa de escrever a história, Chambón redige uma carta para o Papai Noel, pedindo presentes para todos os seus companheiros do jornal. No dia da Ceia de Natal, o ancião que lhe vendeu o jornal volta a aparecer e surpreenderá a todos. Elenco: Roberto Gómez Bolaños, Florinda Meza, Rubén Aguirre, Angelines Fernández, Raúl Chato Padilla.
Apesar de não ser cristão posso entender a lógica e até mesmo compreender a genialidade de Roberto que como autor é um dos maiores fenômenos registrados até então, não que não possam existir outros. É indubitável que até mesmo ao escrever um dos últimos episódios de uma série que fala da nuances cômicas e trágicas da vida de um jornalista independente e sem contrato fixo que cobre matérias de pouca expressividade e é pago por reportagem, ele pôde ser fantástico.
Mas a careira do maestro Chespirito também teve um ligeiro recuo. Esta é a série "A cigarra"(La Chicharra), transmitido entre 1979 e 1980, que teve as aventuras de Vincente Chambón, um jornalista desajeitado e descuidado trabalhando no jornal que deu nome à série. Sua parceira mais próximam era a fotógrafa Candida (Florinda Meza), o dono do jornal, Don Lino(Rubén Aguirre). Apesar de ser a substituição de Chapolin Colorado, a série não foi bem sucedida e só teve uma temporada e 14 capítulos, sendo relegado para esquete até 1982. Existiu um remake no início dos anos 90: "Buena Notícias", produzido por Florinda Meza e estrelado por Juan Antonio Edwards, Paulina Gómez (filha de Chespirito), Mario Casillas e Eugenia Avendaño.
Creio que o grande pesar na produção é o estigma que sofrem os artistas não norte-americanos, pois se por lá o trabalho de um ator é reinventar-se a cada papel, pelo ares do sul o establishment busca impor como se latinos fossem seres desprovidos de versatilidade, o oposto. Se encontra em canais do Youtube atualmente disponíveis 14 episódios, aonde se pode apenas em espanhol admirar este lindo e sarcástico comediante sem tantas firulas como em outros de seus produtos televisivos.
Enquanto vejo este romanesco jornalista, Chambón, a recusar mesmo que necessitando ganhar o seu suado dinheiro por matéria sinto que ao menos na ficção já houve um bom jornalismo. Dentre vários episódios que mostsram a versatilidade este artista e seus pares é o episódio "El Teatro". Neste uma das frases maiorais de Roberto: "Os Teatros têm memória...". Que conta a triste história da demolição de um histórico teatro aonde o jornalista "comodín" termina por dar vida a muitos clássicos do teatro mexicano e mundial em seu devaneio e conversa com um velho guarda-teatros. Pura filosofia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário