segunda-feira, setembro 28, 2009

Quem vê capa, não vê conteúdo

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


“Quem paga meu salário é o SBT, ele se irrita nos bastidores da Globo”. Por si só a frase não pode fazer muito efeito a primeira vista. Essa frase é repercussão da noticia que circulou a semana passada informando que o Programa da Eliana teve 40 minutos de liderança sobre o Domingão do Faustão, e a autora nada mais que a irmã do mesmo.

Leonor Côrrea, hoje diretora de Eliana no SBT; ex-diretora do Melhor do Brasil na Rede Record e ex várias emissoras, ao proferir tal frase ainda disse em matéria a coluna do Fabíola Reipert no R7 que tem um relacionamento pessoal com Fausto Silva. Também seria de espantar que não, pois não estamos a falar de amadores da TV e sim profissionais de larga e longa data.

Aí que esta o eixo da questão, Leonor não fez nem fará nenhuma revolução, mas mesmo em um SBT sem o prestigio de anos fez o que mais quer a TV, resultado. É aquele famoso feijão com arroz do futebol: bom jogador, bom técnico, bom campo e nada mais.

Cantadoras - Mistura de Cantoras e apresentadoras

Eliana tem vários anos de telinha desde quando era conhecido pelos dedinhos apenas. Hoje bate uma bola razoável para a média de qualidade atual de apresentadoras. Quando começou proveniente da "teen band" feminina Banana Split, fenômeno da década de 90; já era figura fácil em vários canais. De cantora apresentadora foi um pulo, seguindo os passos da rainha ainda da televisão Hebe, esta que incluso ao cantar inaugurou a TV no Brasil.

As vezes o simples faz a festa, ou nesse caso a audiência. Em tempos de reality pós reality, todos formatos que por si só são um produto de marketing, aonde o que vende é o formato e não o conteúdo. Como Ídolos hoje em outra emissora e repetindo exatamente o mesmo numero no Ibope. Até que dessa vez por tanta repetição devem ter copiado alguma alteração ou da versão americana ou europeia, ou da versão latina o "Latin American Idol" do qual se fazem eliminatórias em toda América Latina menos Brasil.

A realidade dos realities não muito reais

Dizem os produtores do programa que para tornar a disputa mais acirrada, e para nivelar o julgamento dos 24 finalistas, a produção do programa de talentos da TV Record, Ídolos decidiu separar os concorrentes em dois grupos, o primeiro com 12 homens, e o segundo com 12 mulheres. A idéia é boa, esperemos que a final não seja em como outras temporadas o fim da picada.

A mídia hoje em dia é cada vez mais "multimídia", não? A décima edição do "Big Brother Brasil" reservará muitas surpresas. - ...e eu posso com isso? - Segundo o diretor J.B Oliveira, o famigerado e vulgo Boninho, avisa do perigo que estamos por sofrer: "o reality deverá ter duração maior do que os cerca de 80 dias de confinamento. "Tudo depende da programação da Globo", contou à coluna.

Constrói-se um cenário, põe-se cartas marcadas, assina-se contrato de silêncio para meses de vigencia após o termino do martírio, digo programa; e ainda assim nos querem vender essas coisas como "Reality Show". Tudo bem que nem todo mundo sabe Inglês, incluo-me em los que pregam a extincao dessa arma de dominacao yanke. Mas essa até um bebê sabe traduzir. Não é possível... Onde está a realidade dos tais "Shows de realidade"?

Sitcom em vários formatos

Vai ser uma quase adaptação de "Toma lá da cá", também da emissora carioca. Imaginem que com 2 casas. Todos de uma irão fornicar com gente da outra casa, depois como na série se terá um atual que foi "ficante" ou "amor pra toda vida" como nos episódios de edições anteriores de alguém da outra casa. A mistura de formatos e hipertextos estará mas que contemplada na "nova versão" do "novo" BBB.

Aí também teremos outra fusão de influencias ou busca de "novas idéias" para logo em nossa querida TV. Baseado nas tirinhas de Adão Iturrusgarai, publicadas na Folha, o tal novo programa foi ao ar como um especial de fim de ano em 2008. A idéia deu certo e "Aline" foi promovida a série na grade da emissora. A estreia está marcada para quinta-feira (1º), após "A Grande Família", a não ser que haja algum imprevisto da produção.

Até o cinema?

Uma prova de que até mesmo a sétima arte esta a sofrer de retrolavagem e reciclagem de conteúdo e formatos é a nota recem publicada por um jornal americano. Freiends a serie, vai segundo o jornal "Daily Mail" virar filme. Ainda o jornal afirma que as seis estrelas de salários ultra milionários concordaram em mudar para a tela grande, seguindo o sucesso do filme "Sex and The City". De acordo, isso significa que Jennifer Aniston, 40, Courteney Cox, 45, Lisa Kudrow, 46, Matt LeBlanc, 42, Matthew Perry, 40, e David Schwimmer, 42, ficarão juntos no mesmo cenário pela primeira vez desde que o seriado acabou em 2004.

Contudo, todavia, entretanto ou como queiram os sátiros ao ironizar a vida: "Você viu o novo Programa do Gugu?". e da outra ponto o outro sátiro entendendo a malícia diz: "Ah obviamente que sim... Até mudou de canal... Até o nome do programa dele mudaram!". Nisso os dois riem ao dizer: "Só esqueceram de além de mudar a capa, de mudar o conteúdo!".


Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista

Nenhum comentário: