domingo, maio 31, 2015

Atróz e Sedutor: Gabriel Passos interpreta seminarista em peça polêmica

Em uma conversa bastante informal com o novo astro de Somente Tu e Eu, Gabriel Passos. Tentamos decifrar o compenetrado ator de olhar misterioso. Natural de Navegantes, no Vale do Itajaí, e vivendo hoje na capital catarinense ele terá sua estreia no próximo dia 12 de Junho, no Teatro da UBRO, no papel de um seminarista baiano que pretende fazer o Caminho de Santiago de Compostela.

S - Quando e como nasceu em você a vontade de ser artista de teatro?

Gabriel - O pesar que em mim floresceu me fez pensar sua possível irritação. algo como apontar pros outros enquanto sou eu o responsável; não, não és dessa braveza toda. Não tenho a exatidão dessa resposta, mas ao participar das aulas de violão que aconteciam na casa da cultura de navegantes conheci também a possibilidade de fazer aulas de teatro e no decorrer do curso me identifiquei com a atuação e desde então passei a pensar na possibilidade de uma carreira.

S - Você iniciou precocemente então?

Gabriel - Sim. 

S - Como foi sua primeira estreia?

Gabriel - Além do nervosismo por ser uma criança tímida. A satisfação decorrente das manifestações da platéia. Eu tinha 11 anos e apresentava teatros infantis. Crianças apresentando para crianças.

S - A qual tipo de peças você costuma prestigiar?

Gabriel - Em navegantes nunca assisti um teatro. foi em Itajaí que passei a assistir; sem muita opção, sabe? Eu assisto qualquer que seja o gênero, e não conheço tão bem essas teorias de teatro para poder qualificar. Assisti muitos que não gostei. Acho que o espetáculo seja de qual forma for, tem de causar alguma desconstrução, tem que arrastar o participante, de modo que ele não saia do teatro da mesma forma que entrou.

S - Você interpretará um baiano. Como foi a pesquisa para o papel?

Gabriel como Román
Gabriel - A peça estava montada e eu não tive muita colaboração na construção. Eu conheço poucos baianos pessoalmente mas admiro alguns artistas de lá. Usei estas referências.

S - Qual gênero de peças você prefere?

Gabriel - Independe, o gênero. O meu gosto pela obra é indiferente ao ser drama, comédia... Acredito que se tiver uma preocupação social, algum intuito de práxis, o espetáculo é válido.

S - Como você entrou para o elenco de Somente Tu e Eu?

Gabriel - Eu procurei no grupo Teatro em Florianópolis, no Facebook, e encontrei um anuncio do diretor da peça, mas sobre uma outro espetáculo, outra apresentação. Para Escova de Dentes, que é uma adaptação de um texto chileno para teatro de rua. Mas depois desse contato recebi o convite para atuar em Somente Tu e Eu. Foi logo após o primeiro ensaio da outra peça.

S - Você se não Tivesse no elenco, assistiria a Somente Tu e Eu?

Gabriel - Se eu estivesse pela cidade e soubesse da apresentação, assistiria por ser um teatro com preocupação política além do simples entretenimento.

S - Você interpreta um seminarista, como tal cheio de tabus. Quais são os seus?

Gabriel - Acho que os mesmos de qualquer rapaz latino americano de classe média no Brasil do século XXI. Os que você encontra em qualquer esquina, em qualquer pessoa ordinária feito eu.

S - Tipo...

Gabriel - Detestar jornalista. Ter aversão a entrevistas...

S - Pensa em fazer TV algum dia?

Gabriel - Acho que na tv atual não existe espaço para uma arte da práxis. 

S - Já teve vontade de fazer algo ousado que nunca faria?

Gabriel - Sequestrar um empresário e submete-lo a mesma exploração que exerce sobre seus funcionários menos valorizados.

Serviço:

Florianópolis, 12, 13 e 14 de Junho - 20h – TEATRO DA UBRO
Página Official: https://www.facebook.com/SomenteTueEu
Ingressos - R$ 30,00 (No dia)
Antecipados - R$ 20,00

Próximas funções:

São Paulo e Porto Alegre (Julho, datas a confirmar)

Alguns anos após a censura, Nando Schweirzer regressa ao Teatro Álvaro de Carvalho


Mostrando o cansaço dos anos de militância e carreira no teatro independente o diretor e ator de Somente Tu e Eu, que reestreará dia 12 de Junho no Teatro da UBRO de Florianópolis,  parou por algumas horas em sua agenda atribulada. A entrevista ocorreria ao ar livre, mas devido a uma chuva torrencial nos abrigamos no TAC, Teatro Álvaro de Carvalho.


PN - O te passa à cabeça hoje? Quais seus os projetos?

Nando - Além do regresso aos palcos após o assalto que sofri em Abril com Somente Tu E Eu, estou trabalhando com o diretor carioca Roberto Rezende, em um musical infantil. É uma versão de Peter Pan.

PN - E você fará o Peter Pan?

Nando - (Rindo muito) Mas não tenho mais idade pra essas coisas... Farei o velho Capitão Gancho.

PN - E como é depois de anos trabalhar com um outro  diretor?

Nando - Motivante, e ao mesmo tempo difícil. Parece que perdi o jeito para atuação. Desde 2003 eu tenho trabalhado muito livre como ator, pois eu mesmo era o diretor e ator em praticamente todos os espetáculos de minha companhia. O que facilitava muito era o fato de que os textos eram também meus. Mas é um ciclo que se renova a cada parceiro em cena, como agora aonde atuarei com o Gabriel, um ator excelente que nunca havia trabalhado.

PN - O teatro em Santa Catarina teve um grande crescimento nos últimos anos. Como você acompanha e vê este momento?

Nando - Sério? Na verdade houve um crescimento meio que resultado da criação do curso de cênicas na UFSC. Mas muito menor que o esperado, ao menos por mim. A grande dificuldade na cena por aqui é material humano. Sempre e sempre é um parto se fechar um elenco. Sem contar que é muito difícil encontrar bons atores, plenos, disponíveis e que se permitam ser dirigidos. O ego dos atores é um grande entrave nas montagens por aqui.

PN - Quando e porque você começou a fazer teatro?

Nando Schweitzer​ - Eu cantava já na noite... Comecei aos 9 anos a cantar... Mas aos meus 13 anos tive encefalite, o que me fez perder temporariamente todo 
o movimento corporal do lado esquerdo do corpo. Logo ao sair do hospital, após 74 dias de internação eu perdi o calibre das cordas vocais. Acredito que a mudança de voz e a falta de treinamento neste período influenciaram muito e também o fator psicológico pesou. Lembro que não tinha controle da voz e tentava cantar aos prantos. E um dia vi no jornal uma matéria chamando para as inscrições das oficinas profissionalizantes do CIC, e me inscrevi na oficina com a grande mestra Vera Lucia Costa​, e logo comecei a atuar profissionalmente em seu grupo o GRATTA.

PN - Quando você começou a dirigir? Foi um caminho fácil?

Nando - Tive algumas tentativas frustradas de dirigir espetáculo ainda no GRATTA. Mas efetivamente dirigi um espetáculo meu, A Tribo de Kerodon​, em 2003. O que foi uma das causas de minha saída do grupo anterior. Fiquei muito abalado pois fazia parte de muitas peças, creio que 7, e do nada tinha apenas eu e uma montagem que não tinha perspectiva de continuar. Foi uma decisão coletiva do elenco do GRATTA na época, em que disseram que eu teria de decidir entre "a minha companhia e a deles". E eu muito intempestivo, não conversei, sai caminhando com minha bicicleta e convoquei o elenco da Tribo a fundar A Tribo da Arte, hoje rebatizada como A Tribo Produz​.

PN - Paramos aqui no Teatro Álvaro de Carvalho, você já se apresentou aqui?

Nando - Já, Em 2 ocasiões. Com um infantil, Pequenitos e Pequenitas. Era fabuloso. Ficamos 5 anos em cartaz, sem patrocínio, com 33 atores. E a outra peça foi Juan & Marco - Obra teatral​ que trabalhávamos completamente nus Marcelo Lalau​ e eu. Foi um loucura. Escrevi em 2 noites, ensaiamos um mês 3 vezes por semana e estreamos no Teatro da UFSC e um mês depois entramos em cartaz aqui todas as quartas-feiras de Agosto. Depois fomos para São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

PN - Juan & Marco sofreu um boicote no TAC em 2007, segundo eu pesquisei. Como foi?

Nando - Foi uma censura também. O absurdo foi tamanho que criou uma crise na nossa companhia na época, e ela se desfez. A diretora do TAC, era a Márcia Dutra. Ela ao final do espetáculo veio ao meu encontro e disse literalmente: "Este espetáculo não é condizente com o Teatro Álvaro de Carvalho, e estaremos cancelando as pautas desta companhia, inclusivo do outro espetáculo agendado para novembro..."

PN - Algo que você ainda não fez e gostaria?

Nando - Sempre quis viver de teatro. Mas não creio que isto ocorrerá um dia. Sempre quis fazer TV, mas isso já fiz.

PN - Sério? Onde foi?

Nando - Interpretei o Alexandre Nardoni no Discovery Channel. Foi ao ar para toda América Latina e Brasil, lá dublado. Foi engraçado me ver com outra voz. E foi uma experiencia muito rica. Gravamos o episódio em 5 dias em Buenos Aires, porque a série foi idealizada e produzida pela Edemol Argentina.

PN - E novelas nunca pensou em fazer?

Nando - Nunca pensei em deitar com um diretor de novelas por um papel. Imagine o que é a vida desses galãzinhos de TV. Se fazer de garanhão em festas e namorar as escondidas o diretor da novela para poder ter papéis de destaque.

PN - Você levanta bandeiras?

Nando - Não. Acho chato. E atualmente quando perco a paciência com algo ou alguém eu caminho. Outro dia estava com amigos em uma balada, e porque achei muito tediosa lhes disse: "estou indo" e caminhei para fora chamei um táxi e fui a outro lugar. Caminhar é minha nova filosofia. Caminhar...


Serviço:

Florianópolis, 12, 13 e 14 de Junho - 20h – TEATRO DA UBRO
Página Official: https://www.facebook.com/SomenteTueEu
Ingressos - R$ 30,00 (No dia)
Antecipados - R$ 20,00

Próximas funções:

São Paulo e Porto Alegre (Julho, datas a confirmar)

sábado, maio 30, 2015

Polêmica: Romance entre seminarista e trissexual


A companhia teatral A Tribo da Arte Produz a cargo do diretor e autor Nando Schweitzer desde 2003, espetáculos que já estiveram em cartaz em várias capitais cidades do sul do país e São Paulo. Em um ano muito produtivo com a pretensão de seguir este trilho com força, após a retomada desde 2013, foram produzidas Bacalhau Regado ao Vinho, A Tribo de Kerodon e Antes do Golpe, agora a companhia lançará a segunda temporada de Somente Tu e Eu.

Gabriel Passos (esq), Nando Schweitzer(dir)

O roteiro que tem a firma do autor e diretor Nando Schweitzer que faz parte do elenco também, neste que é o seu 12º texto para o teatro. A montagem terá nesta nova temporada como protagonistas: Gabriel Passos e Nando Schweitzer. 

Gabriel passa a formar parte do elenco este ano. Ele é natural de Navegantes, a alguns anos se dedica ao teatro e em paralelo cursa a faculdade de Antropologia na Universidade Federal de Santa Catarina.

Nando como Xabier
Sobre o espectáculo: Um seminarista com muitas dúvidas e um fotógrafo trissexual com muitas certezas em uma viagem que mudará suas vidas e convicções. Ao embarcarem desde Portugal as protagonistas desta história se conhecerão. O comboio com destino a Galícia, mudará não apenas suas vidas como também sua percepção do mundo.

Gabriel como Román
Xabier(Nando Schweitzer), é aquele tipo de personagem sem pudores, e sem papas na língua. Ao entrar no vagão do trem rumo a seu país, a Galicia, vê um lindo rapaz e não pensa duas vezes, pede para sentar-se ao seu lado. Román(Gabriel Passos), é tomado de surpresa e desta inesperada conversa desatam temas, como: a trissexualidade de Xabier, o ceticismo religioso de Román, o caminho de Santiago de Compostela, entre outros que darão ao público uma trama eclética e sagáz. 

Serviço:

Florianópolis, 12, 13 e 14 de Junho - 20h – TEATRO DA UBRO
Página Official: https://www.facebook.com/SomenteTueEu
Ingressos - R$ 30,00 (No dia)
Antecipados - R$ 20,00


Próximas funções:

São Paulo e Porto Alegre (Julho, datas a confirmar)

domingo, maio 10, 2015

A cota que nos toca

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral


"Dividir para governar", o mote proveniente da obra clássica de Maquiavel pode ser reflexionada sectário Brasil. País sul-americano que vive hoje um conflito de âmbito bipolar na política e por conseguinte na sociedade. Hoje tudo é pró ou contra, ou direita ou esquerda, ou coxinha ou pastel.

Muitos dos que atualmente querem extirpar os sistemas de cotas para as classes menos abastadas, porque creem que não cabe ao governo o papel de subsidiar o ensino, e/ou que este favorecimento é injusto para com os das castas mais altas,

Se formos a fundo na história do país a primeira política de cotas a ser implantada no Brasil, já em 1968, fora a Lei do Boi. Esta que garantia o acesso de filhos de fazendeiros as universidades, hoje a lei já não tem validade, pois os objetivos foram alcançados. 

Nos últimos anos do mandato presidencial de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Ao longo do mandato de Lula, o PT deu continuidade ao processo de implementação de cotas raciais para o ensino, ou o acesso a ele em nível universitário. Política que vêm crescendo e com ela a reivindicação de defensores dos sistemas de cotas raciais justificam sua implantação ao afirmar que são necessárias tais medidas para corrigir erros históricos, como a escravidão dos negros.

Há cotas para todos os gostos e desgostos. Uma que já é internalizada e não mais questionada é a que obriga aos partidos políticos e coligações a terem o mínimo de 30% de candidatos de cada gênero sexual em suas chapas que concorram aos cargos legislativos nas eleições municipal, estadual e federal. Alguns tipos de cotas que também merecem destaque são as as isenções de pagamento de impostos, de pagamento de inscrições para concursos, vestibulares e outras isenções destinadas às pessoas de baixa renda.

Dentre várias perspectivas que ainda pode-se questionar hoje é a de que as cotas criadas pensam apenas um um nicho social. Quando se pensa em cotas para negros no Brasil, se esquece por exemplo dos povos autóctones, os indígenas, por exemplo. Pois essas várias populações até a constituição federal de 1989 eram considerados pela mesma parte da fauna brasileira.

Outros exemplos de cotas são as reservas em ônibus para mulheres grávidas, com criança de colo, idosos e em algumas cidades para obesas. Na cidade do Rio de Janeiro o metrô tem vagões especiais onde em determinados horários só mulheres podem usar. Os brasileiros também são beneficiados em politicas de cotas em universidades no exterior, nas cotas para latino-americanos.

A revelia de uns e em favor de outros todas as políticas públicas de inclusão social se fazem necessários, pois de outra forma estes que historicamente foram sub-julgados seguirão o sendo.

terça-feira, maio 05, 2015

Noite nota 20: Abertura do 11ª Semana da Europa, em Florianópolis

Fernando Schweitzer - Jornalista e Diretor Teatral


Uma noite de Outono a 20º, que valeu uma nota 20, onde encontrei pessoas que não via a mais de 20 dias... Depois de 20 e poucos dias sem consumir arte. Assim foi esta primeira noite do evento promovido pela Fundação Badesc, e Florianópolis.

O Reencontro... Já avisando que falo do esfuziante e sátiro filme sueco rodado em 2013. Ao que a trama trás um encontro 20 anos após. Inusitados desdobramentos que causariam constrangimento, perplexidade e outras sensações. O filme falaria sobre bullying se a história se passasse inteiramente nos dias de hoje, no Brasil ou qualquer outro país americanizado que importa termos, mas ele fala de crianças más que se reencontram numa propensa festa 20 anos após o termino do 2º grau.

Como nós podemos falar de um filme sem falar do mesmo? Bem, primeiramente o título original sueco dá literalmente o sentido maior para a reunião. Neste paralelo o reencontro se torna uma reunião de acerto de contas quando Anna Odell, a perseguida e frágil adolescente que hoje se fez uma artista reconhecida, decide explanar em uma festa todos seus sentimentos sobre aqueles "esplendidos anos" de escola.

O mais intrigante ao ver o filme é a sensação de não se saber em nenhum instante qual será o desfecho da trama. Algo emocionante para amantes do cinema e que detestem descobrir o final no minuto vinte do filme. Para isto, veja Återträffen, e fuja das salas com películas hollywoodianas. Ah! Återträffen é o nome em sueco para "A Reunião", e se buscares pelo título traduzido apenas encontrarão um filmeco de sessão da tarde homônimo.

Um filme dentro do filme, que está inserido em outro filme. Me resultou um exercício cerebral constante assisti-lo, em meio a tomadas cruas e planos assimétricos que buscavam confortar o público esteticamente e simultaneamente despertá-lo para que não imergisse na ficção pela ficção.

Também surpreendeu-me o feito de um evento tão interessante, quanto raro em Florianópolis. A seguir por este caminho me esforçarei para estar presente durante toda a semana.


Quando um erro se torna um acerto

O Cão Japonês de Tudor Cristian jurgiu, 2013, que seria o segundo filme da noite foi suspenso por problemas técnicos de subtítulos. E houve uma substituição proveniente do mesmo país,o mirabolante e divertido Trem da Vida(Train de Vie), filme do diretor romeno Radu Mihaileanu.

Um vilarejo judeu da Romênia, ao descobrir que os nazistas estão por aproximar-se da zona do vilarejo causa polvoroso em sua população. Então em uma europa afundada na guerra, em 1941, na Europa Ocidental o alerta de que nazistas estão para deportar todos os judeus, notícia dada por Schlomo, o bobo da aldeia, a saída que o próprio sugere e logo é aceita pelos demais fora de forjar um trem nazista.

Com alguns aldeões interpretando aos alemães, os maquinistas e os deportados. A trama que parece simplória ganha força com texto e atuações dignas de Os Lusíadas, em sua magnitude. O prólogo do louco ao comentar que Deus é uma invenção do próprio homem para ser aceito por ele mesmo como uma criação divina, e avalizada por um especialista do judaísmo da aldeia é esperluxante.

Um final se dá a história. Mesmo que nada e ao mesmo muito épico o protagonista, que não se faz protagônico por quase toda trama decreta o fim trágico previsível no mundo real, mas que a aquela altura já completamente rendido por um imaginário e um realismo fantástico absurdamente icónico e delicioso, ninguém da plateia queria ou poderiam acreditar.

Nota 20 para esta noite de sonho europeu na ilha da magia.