segunda-feira, março 31, 2014

50 anos em 5... Minutos!

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


O Golpe Militar de 1964 designa o conjunto de eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil, que culminaram, no dia 1 de abril de 1964, com um golpe de estado que encerrou o governo do presidente João Goulart. Em 1964, houve um movimento de reação, por parte de setores conservadores da sociedade brasileira,juntamente as Forças Armadas, o alto clero da Igreja Católica e organizações da sociedade civil, apoiados fortemente pelos Estados Unidos.

Havia um temor de que o Brasil viria a se transformar em uma ditadura socialista, similar à Cuba. O governo de João Goulart e seu plano Trienal, afim de estabilizar a economia, seguido da acentuação do discurso de medidas vistas, as quais incluíam a reforma agrária e a reforma urbana, combate a pobreza, distribuição de renda e saúde não foram bem vistas. Pois à época significavam ser tachado de comunista, mesmo quando não fosse o caso. Os militares brasileiros chamavam o Golpe, de Revolução de 1964, ou Contrarrevolução de 1964. Expressão associada a defensores da ditadura.

Bem, defensores a está atroz desfeita ainda respiram. Novos cooptados por essa ideologia reacionário também. Recentemente tivemos a tal Marcha da Família, em várias cidades do Brasil.

A questão que ainda paira no ar é: Se os países vizinhos que tiveram ditaduras de menor tempo e com número inferior de assassinatos executados pelos seus regimes autoritários no século passado, porque o Brasil ainda segue na escuridão dos fatos desta época tenebrosa para o país?

Um suposto ladrão de alinhas pode ser linchados e amarrado a postes, mas assassinos em série usufruem de uma lei de anistia criada apenas par defender ditadores e seus apoiadores dos rigores da lei. Se é que lei há!

Neste dia a meros 50 anos, o povo ignorante apoiou um golpe anti-democrático. Será que hoje seria diferente? Não. Pois o povo ainda leva o sonho americano, ou melhor, americanizado no peito. Casa, carro e covardia!

quinta-feira, março 13, 2014

Somente Tu e Eu, tem estreia para fim de Março confirmada

Em 13/03/2014 - da Redação



A história do galego Xavier e o baiano Román. Dois jovens completamente diferentes que tomam um trem na Cidade do Porto, rumo a Vigo, no sul da Galícia. Com o intuíto de fazer o mítico Caminho de Santiago de Compostela Román deixou o Brasil para essa peregrinação. 
Guilherme Lohn, Román

O roteiro tem a firma do autor e diretor Nando Schweitzer que faz parte do elenco também. Passa a formar parte da equipe de Somente Tu e Eu, o artista Fah Gastaldi. Definido responsável da assistência de direção e produção do espetáculo, do qual fazem parte os atores Guilherme Lohn e Nando Schweitzer como par romântico protagonista.

A Tribo Produz a cargo de Nando desde 2003 vem de um ano muito produtivo e pretende seguir este trilho com força. Se em 2013 foram produzidas Bacalhau Regado ao Vinho, A Tribo de Kerodon e Antes do Golpe, para este ano La Casa Tujuana já está prevista para estrear em Abril entre outras produções.

Nando Schweitzer, em Show no Blues Velvet Bar
Um seminarista com muitas dúvidas e um fotógrafo trisexual com muitas certezas em uma viagem que mudará suas vidas e convicções. Ao embarcarem desde Portugal as protagonistas se conhecerão. O comboio com destino a Galícia, mudará não apenas suas vidas como também sua percepção do mundo.

Eles tomarão a importante linha laranja que liga a Galícia com Portugal (Vigo a Cidade do Porto). Essa linha é alvo de diversas críticas devido a demora da viagem entre as 2 cidades, visto que se trata de uma linha de trem antiga e que para em diversos pontos do interior até chegar ao destino final. A saída da estação Campanhã, na cidade do Porto pela noite, até Quixar, em Vigo, pretensamente dura pouco mais de 2 horas. Um período curto, mas que causará mudanças drásticas na vida de dois homens. Chegar a Galícia pelas margens do Rio Minho é sempre uma experiencia mística.

A estreia do espetáculo Somente Tu e Eu está prevista para 29 e 30 de Março na capital catarinense e 12 e 13 de Abril o elenco partirá para a estréia nacional em Porto Alegre. A obra seguirá temporada até Julho por Santa Catarina e algumas cidades fora do estado. Com uma mescla de teatro do oprimido e comédia de costumes o texto abarca temas desde o incesto, sociedade, religião e sexualidade, bem como o primeiro amor.


Ficha Técnica

Florianópolis
Teatro da UBRO - Sáb. e Dom. às 19h e 21h - 29 e 30 de Março.
Porto Alegre
Teatro Nilton Filho - Sab. e Dom. às 19h - 12 e 13 de Abril.
Guilherme Lohn, como Román
Nando Schweitzer, como Xabier
Assistência de Direção Fah Gastaldi
Direção Geral e Texto Nando Schweitzer

terça-feira, março 11, 2014

Tripolaridade na TV: The Noite, à noite é uma criança

Fernando Schweitzer - Diretor Teatral e Jornalista


Finalmente algo de qualidade na televisão brasileira. The Noite com Danilo Gentili. Mesmo com o longo intervalo comercial, as suas uma hora e quatro minutos valerão a espera e a expectativa gerada, por uma campanha promocional muito divertida e instigante.

Marcelo Mansfield e Danilo Gentili no AGORA É TARDE/Band
Meu receio enquanto esperava a estreia do programa era: de que a propaganda fosse melhor que o conteúdo. Felizmente, ao menos na estréia, o cartaz vendeu um espetáculo a altura, ou seria um espetáculo a altura do espetáculo.

Ao entrevistar sem alardes prévios o ator Fábio Poerchat, foi uma grande tacada, bem aproveitada pela produção. A pre-produção para a entrevista mostrou-se com um conteúdo complementar a entrevista, trazendo o hilário produto fictício "Método de Interpretação do Fábio Poerchat". Fez o próprio rir de si mesmo.

Seria campo comum, dizer-lo, mas se faz necessário. O integrantes e apresentador se mostraram confiantes, coesos e sem puderes de rir de si. Como por exemplo quando Danilo ao arrancar o programa faz piada das desventuras de como chegou ao nome do programa.

Muito também se notou que o excesso de participações especiais no programa vem a dar-se por um prazer e imenso apoio dos artistas da casa a esse novo projeto do canal. Piadas bem estruturadas com o elenco do canal paulista e os membros do The Noite fizeram da abertura uma boas vindas ao SBT.

Mais que nada, o cenário estava impecável, mostrando que a emissora paulista pode também jogar-se no mundo cult. Público esse em que Gentili transita a muito, mas sua simplicidade e simpatia também podem chegar a cativar o público família popular do SBT. Assim existe por hora uma tendência de crescimento da audiência do programa.

Vão dizer que são tolices, mas ser "tolo" é o que precisamos neste duro momento de falta de autenticidade no país. A falta de identidade, no sentido de individualidade criativa está sucumbindo nossa arte, cultura e fez a TV brasileira entretenimento barato e superficial. E se podemos ser felizes, hoje na televisão, é assistindo o The Noite, com Dannilo Gentili. Nada mais.

Qualidade, sagacidade, voraz-cidade... Dos pitacos de Roger a... Respiremos... Adorei a anedota dada e "justificando" a saída de Marcelo Mansfield, embora sinta sua falta no programa. Mas o substituto não me parece a altura, não por desmerecer Diguinho Coruja, e sim por ser admirador a décadas do brilhante Marcelo. Este que por alguma rusga com o SBT, onde já trabalhou, preferiu manter-se na Band, no Agora é Tarde, com apresentação do "novato" Rafinha Bastos.

Fazia tempo que não parava de usar o note book e parar exclusivamente à TV, para assistir um programa. A muitos anos sou um telespectador híbrido. Internet e televisão integradas. Mas se espera que o nível da estréia se mantenha e não seja fogo de palha.

Mas ver o corpinho quase sarado de Murilo Couto, a banda Ultraje a Rigor, as interações com a assistente Juliana, os vídeos bem produzido e perfeitamente integrados dão ao programa uma cara de ao vivo e não ao vivo. Essa mescla é uma loucura sana e que vão obrigar o já desgastadíssimo Programa do Jô a se mexer se não quiser ver seu público migrar para sua antiga casa, o SBT.

As divertidas imagens de arquivo de Fábio, mais gordo e errando piadas, sendo sem graça no programa de Ronye Von, foram um dos momentos mais nonsense e divertidos da entrevista. Com picardia Danilo soube provocar e sair da práxis do mero elogio jôniano ao entrevistado.

Essa provocação também veio já na abertura, quando Danilo afirma que "a 15 anos o SBT não tem um verdadeiro Talk Show". O rapaz de Santo André provocou, e agora terá de aguentar o rojão. Concorrer com seu colega Rafinha Bastos e seu antigo programa e com o Jô não será tarefa simples.

Esperemos agora ver esse lindo circo pegar fogo. Quando se fala que tripolarizar é melhor que polarizar, é isso. Antes a briga no horário televisivo parecia com as últimas campanhas presidenciais. Uma polarização boba entre iguais... A noite é uma criança, e neste sentido eu sou pedófilo. E o melhor: Nem olhei para a caneca durante o programa!