segunda-feira, agosto 13, 2012

Chau Londres. Hola Río de ¿Janieiro?

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/Arg - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


Chau Londres. Hola Río de Janieiro. A gafe foi cometida pelo Diário Clarín de Buenos Aires, Argentina. O grotesco equivoco ao que parece ocorreu na tentativa de traduzir o nome da cidade. A matéria também cometeu erros crassos em vários momentos do texto. 

Que a cultura do país vizinho é ignorada, e vice-versa, já é sabido. Infelizmente os sul-americanos tem como estandarte de ouro os companheiros do império do norte como referencia de cultura e status. Embora se tenha esse grande fardo histórico a carregar, em um mundo de alta tecnologia um corrector ortográfico y um bom traductor fizeram falta.

Abaixo está o escaneio da tela de meu ordenador, vulgo notebook. Assim caso corrijam o erro, comentado por vários leitores na versão digital de Clarín e ainda não corrigida, esta publicada em 12/08, às 20:35, vocês possa desfrutar desse "regalo"(presente, en español).
Ademais do título, comentarei outros percausos dessa "linda" matéria. Começarei pelo título. Enero, assim se diz Janeiro em espanhol. Digamos que fora um erro de digitação, os que somos jornalistas entendemos que o impeto e a pressa por dar uma nota nos faz cometer erros. Mas existem outras coisinhas gritantes na matéria em questão, vamos a elas.

1) "La ciudad del carnaval puso el sabor de la samba y llevó a Pelé a la clausura de Londres 2012. Al astro del fútbol lo ovacionaron. Hubo bailarines y cantantes de Brasil."

La Samba ou La Zamba... Um dos ritmos considerados parte de uma enorme gama dentre os do folclore da Argentina se denomina La Zamba. Talvez daí te nham tido o deslize de ao invés de dizerem: La ciudad del carnaval puso el sabor del samba y llevó...

2) El fabuloso cantautor Seu Jorge, con su pesado vozarrón, hizo su aparición, vestido con un traje blanco y moño dorado, para cantar "Nem vem que não tem" (No es quien nada tiene), tema de la película "Ciudad de Dios" en la que él mismo actuó.

Em um momento começaram a tentar rebuscar o texto chamando os indígenas brasileiros de aborígenes. E acredito que a mão foi caindo, desse momento em diante. Pois logo em seguida, ao comentar a participação de Seu Jorge surgiu a frase acima citada. Ao traduzir o título da canção "Não vem que não tem", meteu;se a pata fortemente. "No es quién nada tiene", traduzido ao português seria algo como: Não é quem nada tem.

3) Junto a Seu Jorge bailó la top model brasileña Alessandra Ambrosio, que aportó su granito de sensualidad a la fiesta, mientras sonaban unos acordes de "funk carioca", un ritmo que hace furor entre la juventud brasileña por estos días. 

Foi boa a intenção, mas a falta de conhecimento deu na vista. Dizer que o funk carioca faz um furor na juventude brasileira... Se ao menos tivesse dito carioca, ou que a anos atrás foi uma febre nacional e que felizmente já passou. Acredito que a imagem de que o Brasil é o Rio de Janeiro, ou vice-versa, ainda impera no mundo e seguramente vai piorar depois dos jogos olímpicos do Rio. 


4) Para cerrar, los cantantes entonaron la célebre canción "Aquele abraço" (Ese brazo), del fallecido Tim Maia, y que es considerado como un himno oficioso de Río de Janeiro por su letra que alaba la icónica ciudad y que cualquier brasileño se sabe de memoria. 

Faltou googlear, ou visitar a wikipedia. Aquele Abraço é uma canção do cantor e compositor Gilberto Gil, composta em 1969, que menciona pessoas, bairros, clubes, escolas de samba e figuras cotidianas do Rio de Janeiro. Além de que do título bastava tirar uma letra e estaria feita a tradução "Aquél Abrazo", e não "Esse Abraço" como fora publicado.

Muitos dirão que estou sendo cruel... Por isso e como estou simpático hoje não pisarei muito fundo no tema e usufruirei do décimo dia de caos devido a paralisação do SUBTE portenho, o Metrô de Buenos Aires. 

Não resisti. Estou atualizando a matéria... Aqui muitos militantes pró Cristina Kirchner dizem em manifestações e atos públicos: Clarín miente. Além de mentir o jornal direitista não usa traductor em suas reportagens internacionais.