segunda-feira, julho 27, 2009

300, o filme? Não!!!

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista



O programa mais audaz dos últimos tempos na TV brasileira chegou esse domingo(19), a extraordinária marca de 300 programas semanais na Rede TV!.

Tudo começou no rádio. Lá os intrépidos rapazes, quase todos de agora, começaram a traçar um novo perfil e estilo de fazer humor no país. A tímida Rede TV! lhes proporia depois de cerca de uma década no ar, que se fizera o tal "Pânico na TV". Antes mesmo de começar sofreram preconceito, rechaça pelo simples fato de não serem formados atores ou qualquer outra coisas semelhante que não se vê por exemplo em novelas globais fazem mais de duas décadas.

A homenagem a Sabrina Sato, figura que se projectou como único caso mais fora que dentro do Big Brother, com suas quase mortes desde voando içada por balões de festa ou sendo lançada em uma cápsula nas cataratas do Iguaçú. As sandalhas da humildade ao saudoso e sinceramente franco atirador de verdades jamais ditas por qualquer outro na história da TV brasileira.

Rádio na TV e TV no rádio

Tudo começou no rádio. Lá os intrépidos rapazes, quase todos de agora, começaram a traçar um novo perfil e estilo de fazer humor no país. A tímida Rede TV! lhes proporia depois de cerca de uma década no ar, que se fizera o tal "Pânico na TV". Antes mesmo de começar sofreram preconceito, rechaça pelo simples fato de não serem formados atores ou qualquer outra coisas semelhante que não se vê por exemplo em novelas globais fazem mais de duas décadas.

Eles humildemente se propuseram a aprender e a lidar com o formato. O que talvez nem eles esperassem é que o que a TV lhes proporcionaria, iria inversamente ao que pensavam modificar sua forma de fazer rádio . Ao entrarem na TV chegaram a dizer com a boa inocência dos humildes: "Vamos fazer o que fazemos no rádio, só que agora com imagem!" - disse Zurita, líder do bando. Hoje um dos quadros do "Pânico na TV" é mostrar quem foram os entrevistados destaque da semana na rádio.

Obviamente que se não estivessem na TV muitos entrevistados não estariam na versão"rádio" do programa. Mesmo porque, um programa de rádio mesmo que em cadeia quase nacional ao meio dia tem suas dificuldades para obter bons convidados. Algo interessante é o surgimento de personagens na TV que migram a versão rádio, como: Cristian Pior. este uma das revelações mais surpreendentes e hilárias do programa.

A tal "dança do sirí" que molestou a TV Globo por mais de um ano em suas transmissões ao vivo. Era impossível para os repórteres da poderosa fazerem externas, quanto mais se fossem ao vivo. Até Galvao Bueno dançou, fora o presidente da republica e centenas de celebridades, nacionais e internacionais.

Pânico X CQC

Muitos compararam o CQC em algum momento com o programa da Rede TV!. Pode se ter um comparativo único a meu ver, que é o fato de fazerem humor através de reportagens. No mais é absurdo ignorar a história de ambos. CQC é um programa criado pela produtora indepente argentina Cuatro Cabezas, que está em quase 30 países. O argentino tem como base literalmente uma mescla de jornalismo investigativo, político, socioculturalmente engajado travestido de humor e ironia. Existe uma intencionalidade em cada ato, realmente de caso pensado, coisa que não existe no Pânico.

O programa rádio-televisivo ou televiso-radial é como um adolescente. Inconseqüente, irresponsável, loucamente vivo, rebelde, despudorado e desmistificador. São como um grito contra a hipocrisia social. Cito o momento em que o repórter Vesgo pergunta o que o país gostaria de perguntar. Sem medo a William Bonner questionou: "Como você se sente tendo de voltar de férias mais cedo porque o Jornal Nacional tá perdendo para a novela da Record?". O rapaz da padrão de qualidade não sabia o que dizer e aí vem o arremate. Sílvio Santos, personagem do comediante Ceará: Fica tranqüilo Bonner, qualquer coisa tenho emprego pra você na minha emissora, pode vir com toda a família...".

Diferente do CQC que apesar de adaptar-se a cada país em forma de abordar os mesmos temas, segue um modelo pasteurizado e muito parecido em todos os países. O muy brasileiro Pânico na TV pode ser acusado de tudo, menos de ter fórmulas. Embora o CQC Brasil pegue mais leve com os políticos que o pai argentino, ainda assim a temática discursiva dos programas são amplamente distintas

Fórmulas para que?

O Programa Pânico veio sem pretenções e acabou gerando uma grande discussão no país em meio a uma grande crise no humor brasileiro. Isso que fazem é humor? Eles fazem humor ou brincam de ser jornalistas, deveria ser a pergunta. A resposta é: Fazem rir!

Os índices do programa Pânico na TV! em comemoração ao programa de número 300. Exibido no horário das 20h52 às 23h16, foram na média de 10 pontos com pico de 14. Na reprise que foi exibida na sexta-feira (24), o Pânico marcou média de 8 pontos com pico de 12. A considerar a guerra entre os 3 titãs na grade dominical, é de se pensar se realmente em outras esferas investir no novo também não pode ser bom e interessante.

Citar uma coisa ou algumas não fariam jus a tudo que se passou nestes 300 programas. A qualidade das imitações realizadas sejam de artistas ou políticos batem fácil o moribundo Casseta e Planeta. As personagens inéditas talvez percam apenas para as clássicas e empoeiradas personagens do "A Praça é Nossa".

Oxalá que as novidades comecem a ter espaço na mídia brasileiro, pois enquanto a maioria das emissoras está a pagar por formatos, algo nativo se criou.


Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


quarta-feira, julho 15, 2009

VOLTEI...

Sílvio Santos vem aí... La, la, la, la, la, lá!

Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista


É guerra! Declarada! Senor Abravanél resolveu retrucar o ataque de sua ex-emissora, a Rede Record, cujo fora proprietário até 1991. Depois da escandalosa contratação de Augusto Liberato pela emissora concorrente trombeteada aos quatro ventos, o patrão resolve contra-atacar. Se já não fora muito retirar Eliana e aí com ela além de uma boa audiência dominical, segundo lugar isolado a meses até a volta do patrão com o não muito reformulado "Programa Sílvio Santos". As forcas do complexo Anhangüera surpreenderam esta semana com um novo ataque.

Recentemente Sílvio Santos levou para o SBT Roberto Justus e Eliana, além de Paulo Franco, diretor de programação da Record e um dos responsáveis pela nova cara do canal. Agora chegou a vez de um ícone da nova fase da emissora migrar de canal. Tiago Santiago, ex-Globo, agora ex-Record, era autor um funcionário que recebia em sua antiga casa patronal R$ 60 mil fixos mensais, mais R$ 25 mil como consultor de tele dramaturgia. Além disso, recebia bônus por pontos no Ibope, que chegaram a lhe render, nos melhores meses, R$ 200 mil. Já o SBT, lhe ofereceu ganhos mensais em torno de R$ 1 milhão.

A guerra entre as duas emissoras pelo segundo lugar tem no último mês inflacionado o mercado de elite de profissionais de TV no país. Gugu passou de 500 mil para 3 milhões, Justos e Eliana de 150 para 600 mil, e assim se vai aumentando as cifras da mídia brasileira a palo largo. Santiago fechou um contrato de quatro anos com o SBT nessa sexta-feira (13), na casa de Sílvio. "Senti que minha consultoria e meu trabalho de autor ficaram bastante desprestigiados. Mudaram meu horário e deram uma divulgação enorme para 'A Fazenda'. O orçamento de elenco caiu pela metade em 'Promessas'. Economizaram até nos cenários", disse a Coluna Outro Canal do UOL.

A ida do autor que fora responsável pelas 3 das 5 maiores audiências em novelas da emissora é um tremendo golpe de mestre, em sentido estratégico. Mesmo que a terceira temporada de "Os Mutantes", "Promessas de Amor" tenha ficada apenas na promessa de um gran finale para a trilogia, todavia as 2 primeiras temporadas tiveram grandes índices e ainda fizeram história como a primeira trilogia em formato de novela do país.

Criticas a parte ao estilo didático de Santiago, o mesmo que serviu para a formação de um público cativo a novelas da Record, considero que o autor tem sim seus méritos. O enfoque humanístico ou humanista as vezes cansativo em suas tramas fazem um grande diferencial estilístico em seu trabalho. Como quando a personagem Berenice de Prova de Amor, vitima de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), sendo a irmã da protagonista acabo por fazer um marco demonstrativo de como um transtorno psicológico pode alterar a rotina de vida de um ser humano.

Nessa guerrilha de bastidores outras peças podem estar por girar no tabuleiro. Bianca Rinaldi atriz que teve pleno destaque em todas as tramas do escritor, deve ser escalada para próxima novela da Record. Especula-se que a atriz pode ser convidada para o casting do SBT, mas o autor Marcílio Moraes, responsável pela novela que substituirá “Poder Paralelo”, já desenvolve uma personagem especialmente para Bianca Rinaldi na trama.

Tiago foi o maior se não um dos maiores responsáveis pela retirada de ícones da Rede Globo com intuito de construir uma imagem ilusória de que suas novelas se passavam na emissora carioca. Com um elenco basicamente de ex-atores Globais o comentário das pessoas sempre fora de: "Pensava que está novela era da Globo". Estratégia também usada pela carioca na década de 60 e 70 com atores das TVs Tupi e Excelsior. Se dessa vez seu Sílvio levar a sério a história de fazer história na TV podemos ter mais um boom inflacionário no alto escalão de actores das grandes redes, como dizem nossos irmãos lusitanos.


Fernando Schweitzer, Buenos Aires/ARG - Ator Não-Global, Diretor Teatral, Cantor, Escritor e Jornalista